Como avaliamos os principais acontecimentos da semana
Pensando em melhor auxiliar os investidores, o Brunch com ESG é um relatório publicado todos os domingos pelo time ESG do Research da XP que busca destacar os principais tópicos da agenda na semana. Considerando que informação é a melhor ferramenta para auxiliar os investidores na tomada de decisão, nosso objetivo é mantê-los atualizados com os acontecimentos mais relevantes no Brasil e no exterior da semana que passou, incluindo: (i) nossa visão sobre as principais notícias ESG; (ii) o desempenho dos principais índices ESG em diferentes países; e (iii) comparação da performance do Ibovespa vs. ISE (Índice de Sustentabilidade Empresarial).
#1. Cúpula da Amazônia demonstra alinhamento entre países antes da COP28
Na mídia: Nações com floresta tropical formam aliança e pedem financiamento de países desenvolvidos – Reuters, 9 de agosto (link)
Nossa visão: Conforme mencionamos no relatório ‘Cúpula da Amazônia: Boas intenções, mas só parte delas traduzidas em metas claras‘ (acesse aqui), a conferência, realizada nos dias 8 e 9 de agosto em Belém, terminou com os seguintes destaques: (i) assinatura da Declaração de Belém, um extenso comunicado com 113 objetivos e projetos transversais que marca o interesse mútuo pela agenda de preservação e promoção do desenvolvimento sustentável, além da necessidade de alavancar compromissos; e (ii) retomar as conversas e impulsionar as atividades no âmbito da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA). Contudo, detalhes de objetivos e a falta de um acordo em comum para atingir o desmatamento zero usando o mesmo horizonte de tempo decepcionaram. Na nossa visão, a Cúpula mostrou que os membros do OTCA (Brasil, Bolívia, Colômbia, Equador, Guiana, Peru, Suriname e Venezuela), junto com demais países com florestas tropicais, devem se posicionar de forma conjunta por uma agenda de cooperação de interesse mútuo, demandando financiamento na Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2023 (COP28).
#2. Legislação antidesmatamento da União Europeia não é bem recebida no setor corporativo
Na mídia: Maiores empresas de alimentação criticam regras anti desmatamento da União Europeia – Bloomberg, 9 de agosto (link)
Nossa visão: A lei antidesmatamento da União Europeia entrou em vigor no dia 29 de junho, após passar por inúmeras discussões e instâncias políticas. No entanto, o prazo que as companhias receberam para adoção das novas regras de até 2 anos tem sido considerado apertado por produtores de alimentos, que alegam ser pouco provável adotar tantas novas medidas de rastreabilidade em tão pouco tempo. Na nossa visão, ao mesmo tempo em que vemos a legislação caminhando na direção certa para acelerar esforços, também reconhecemos o desafio de implementação para companhias brasileiras, devido a (i) falta de tecnologia adequada para uma implementação tão rápida; e (ii) a fragmentação da cadeia de valor dos grandes frigoríficos nacionais.
#3. PETR4 avança em tecnologia e anuncia plataforma com sistemas totalmente eletrificados
Na mídia: Petrobras anuncia 1ª plataforma all-eletric em 2025 no ES e confirma eólica offshore no Estado – Época Negócios, 09 de agosto (link)
Nossa visão: Tecnologia e inovação são instrumentos chaves para responder aos crescentes desafios relacionados ao pilar ambiental do ESG. Neste sentido, vemos com bons olhos os esforços da Petrobras em desenvolver soluções e implementar tecnologias inovadoras para reduzir emissões de gases de efeito estufa, ao mesmo tempo em que esperamos para ter mais transparência em métricas, investimento e plano de ação para mensurar os resultados.
Índices ESG e suas performances
(1) O Índice ISE (Índice de Sustentabilidade Empresarial da B3) tem como objetivo ser o indicador do desempenho médio das cotações dos ativos de empresas com reconhecido comprometimento com o desenvolvimento sustentável, práticas e alinhamento estratégico com a sustentabilidade empresarial.
(2) O Índice S&P/B3 Brasil ESG mede a performance de títulos que cumprem critérios de sustentabilidade e é ponderado pelas pontuações ESG da S&P DJI. Ele exclui ações com base na sua participação em certas atividades comerciais, no seu desempenho em comparação com o Pacto Global da ONU e também cias sem pontuação ESG da S&P DJI.
(3) O ICO2 tem como propósito ser um instrumento indutor das discussões sobre mudança do clima no Brasil. A adesão das companhias ao ICO2 demonstra o comprometimento com a transparência de suas emissões e antecipa a visão de como estão se preparando para uma economia de baixo carbono.
(4) O objetivo do IGCT é ser o indicador do desempenho médio das cotações dos ativos de emissão de empresas integrantes do IGC que atendam aos critérios adicionais descritos nesta metodologia.
(5) A série de índices FTSE4Good foi projetada para medir o desempenho de empresas que demonstram fortes práticas ambientais, sociais e de governança (ESG).
(6) O Índice MSCI ACWI, que representa o desempenho de todo o conjunto de ações de grande e médio porte do mundo, em 23 mercados desenvolvidos e 26 emergentes.
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