Bom dia! Neste relatório diário publicado todas as manhãs pelo time ESG do Research da XP, buscamos trazer as últimas notícias para que você comece o dia bem informado e fique por dentro do que o Brasil e o mundo fala sobre um tema que tem ficado cada vez mais relevante: ESG - do termo em inglês Environmental, Social and Governance ou, em português, ASG - Ambiental, Social e Governança.
Quais tópicos abordamos ao longo do conteúdo? (i) Notícias no Brasil e no mundo acerca do tema ESG; (ii) Performance histórica dos principais índices ESG em diferentes países; (iii) Comparativo da performance do Ibovespa vs. ISE (Índice de Sustentabilidade Empresarial, da B3); e (iv) Lista com os últimos relatórios publicados pelo Research ESG da XP.
Por que essas informações são importantes? Porque elas indicam os temas dentro da agenda ESG que estão sendo cada vez mais monitoradas por parte dos investidores e das empresas, e podem impactar os preços das ações de diferentes companhias.
Esperamos que aproveite a leitura!
Principais tópicos do dia
• O mercado fechou o pregão de quinta-feira em território positivo, com o Ibov e o ISE em alta de +0,9% e +1,3%.
• No Brasil, de acordo com a Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica, o desenvolvimento de usinas eólicas e solares ficou mais caro no país devido ao aumento dos preços de componentes usados na geração de energia renovável que, por sua vez, é reflexo dos impactos na cadeia logística global de commodities como resultado da guerra na Ucrânia.
• No internacional, (i) a Coca-Cola Company anunciou ontem que vai investir cerca de US$ 500 milhões em conjunto com seus parceiros engarrafadores para aumentar a disponibilidade de embalagens retornáveis na América Latina - o objetivo do grupo é alcançar um patamar de 40% no uso de retornáveis nos próximos anos na região; e (ii) a diretora do Fundo Monetário Internacional (FMI), Kristalina Georgieva, disse ontem que o mundo precisa investir US$ 3,3 trilhões por ano para atingir a meta de carbono zero até 2050 - segundo ela, o atual volume de financiamento para ações de energia limpa “está bem aquém do necessário”.
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Brasil
Empresas
Guerra na Ucrânia aumenta os custos de usinas solares e eólicas
"O desenvolvimento de usinas eólicas e solares ficou mais caro no Brasil. Essa realidade resulta do aumento dos preços de componentes usados na geração de energia renovável que, por sua vez, é reflexo dos impactos na cadeia logística global de commodities como resultado da guerra na Ucrânia. O cenário, no entanto, não deve frear o ritmo de crescimento dos setores, dizem especialistas. A recuperação do consumo depois da retração na pandemia e o conflito na Europa levaram a fortes aumentos nos preços de insumos usados na fabricação de peças usadas na geração renovável, caso do silício das placas solares fotovoltaicas e do aço das torres eólicas. O vice-presidente de geração centralizada da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), Ricardo Barros, afirma que as commodities com maior impacto no segmento de geração solar são silício, aço e cobre. “O aço usado no Brasil é de produção nacional, então o país está bem posicionado em relação a outras economias. Monitoramos também impactos [da guerra] na cadeia logística, que podem gerar riscos ou oportunidades na importação de equipamentos, em especial os módulos, que vêm principalmente da China”, diz."
Fonte: Valor Econômico, 03/06/2022
Cultura é a base para a transformação verde da construção civil
"A transição de um ambiente para um novo, fundado em paradigmas até então desconhecidos, causa o desconforto e a resistência que podem caracterizar o chamado choque cultural. No processo de transformação do setor da construção civil imobiliária rumo a um ecossistema sustentável, não é diferente. O setor é formado por 125 mil empresas registradas na categoria construção civil e, segundo o Secovi, o sindicato da habitação, 85% são de pequeno e médio porte – incluindo aí aquelas de gestão familiar, que podem ser menos permeáveis a novas práticas, capazes de criarem uma cultura ESG na própria companhia. “Criar cultura é muito difícil. Eu sou diretora fundadora da empresa, conheço cada molécula desta empresa, sei exatamente para onde ir, e o que tenho de fazer para chegar lá. Mas como que eu passo isso para um gerente, que passa para o coordenador, que passa para o supervisor, que passa para todo mundo? Essa é a maior barreira que temos a vencer”, afirma Paula Jansen, diretora de projetos, produtos, inovação e estudos de viabilidade técnica na ADN Construtora e Incorporadora, de São Carlos (SP)."
Fonte: O Globo, 03/06/2022
Política
Corrupção e instabilidade política favorecem crimes ambientais na Amazônia peruana, diz relatório
"Avanço descontrolado da fronteira agrícola, tráfico de madeira e animais selvagens, plantações de coca e garimpo de ouro ilegal. Na Amazônia peruana, crimes ambientais e outros delitos se confundem e se reforçam, impulsionados pela corrupção de agentes do Estado e a instabilidade política. Além da floresta, os impactos desse processo atingem as comunidades indígenas e tradicionais. O retrato da devastação é resultado de um ano de pesquisas e entrevistas para o segundo capítulo do Mapeamento de Crimes Ambientais na Amazônia, estudo conduzido pela InSight Crime e Instituto Igarapé. Mais da metade do território peruano é ocupado pela floresta amazônica. São quase 70 milhões de hectares cada vez mais ameaçados. Em 2020, o país andino registrou seu mais alto nível de desmatamento, com um total de 203.272 hectares destruídos, quase 40% a mais que em 2019."
Fonte: Estadão, 02/06/2022
Amazônia tem maior número de incêndios em 18 anos para maio
"Amazônia e cerrado tiveram um mês de maio com elevados números de queimadas. A Amazônia brasileira teve o pior maio de incêndios desde 2004. O cerrado, por sua vez, também teve recorde de queimadas para o mês. Os dados são do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais). Em maio, a Amazônia registrou 2.287 focos de incêndio, um aumento de 96% em relação ao mesmo mês de 2021. É o segundo maior número para um mês de maio. A primeira colocação é de 2004, quando o número de focos foi de 3.131. Além disso, o valor é superior à média para esse mês, de 1.014 focos de queimadas. No cerrado, região de savana tropical ao sul da Amazônia com grande biodiversidade, foram registrados 3.578 incêndios, um crescimento de 35% em comparação com maio do ano passado (2.649). É o maior número para um mês de maio desde o início dos registros, em 1998/1999. O valor também está acima da média para o mês no bioma, que é de 1.711."
Fonte: Folha de São Paulo, 02/06/2022
Internacional
Empresas
Coca-Cola investirá US$ 500 milhões na América Latina para ampliar uso de embalagem retornável
"A Coca-Cola Company anunciou nesta quinta-feira que vai investir cerca de US$ 500 milhões em conjunto com seus parceiros engarrafadores para aumentar a disponibilidade de embalagens retornáveis na América Latina. O objetivo do grupo é alcançar um patamar de 40% no uso de retornáveis nos próximos anos na região. Em 2021, 34% do volume de vendas na região foi de embalagens retornáveis. No Brasil, atualmente, as retornáveis representam cerca de 20% do total de vendas — ainda assim acima da média global, de 16%. “Compartilhamos com os consumidores o nosso compromisso em enfrentar os impactos da geração de resíduos. É exatamente isso que estamos tentando reforçar ao investir, por meio das nossas marcas, em ações que têm como propósito estimular as pessoas a optarem por embalagens retornáveis, sempre que possível”, explicou Javier Meza, vice-presidente sênior de marketing da Coca-Cola América Latina, em nota."
Fonte: Valor Econômico, 02/06/2022
Banqueiro do Deutsche assume gerente de ativos no meio de uma tempestade ESG
"Stefan Hoops sabia há algum tempo que estava concorrendo à DWS, a gestora de ativos de propriedade majoritária do Deutsche Bank, cercada por alegações de greenwashing. Mas uma batida policial pública nos escritórios de ambas as empresas em Frankfurt na terça-feira catapultou o Deutsche Lifer de 42 anos para o centro da mais recente catástrofe corporativa da Alemanha mais cedo do que o esperado. Hoops, um protegido do presidente-executivo Christian Sewing, assumirá o lugar da Asoka Wöhrmann em apuros na próxima semana, herdando um negócio que está sendo investigado pelas autoridades americanas e alemãs depois que um denunciante acusou a DWS de deturpar como usava métricas ambientais, sociais e de governança para analisar empresas. em sua plataforma de investimentos. As consequências dessas investigações fizeram com que a DWS, que se tornou pública em 2018, perdesse um quinto de seu valor de mercado no ano passado, mesmo tendo registrado lucro líquido recorde de € 782 milhões em 2021. Enquanto o gestor de ativos e o Deutsche continuam negando qualquer irregularidade, Hoops ficará com algumas “limpezas” a fazer quando se trata da reputação da DWS, nas palavras de um importante investidor."
Fonte: Financial Times, 03/06/2022
Uma força da natureza: furacões em um clima em mudança
"De 1º de junho a 30 de novembro, muitos americanos voltam os olhos para os trópicos – não apenas porque sonham com férias na praia, mas porque é temporada de furacões. Chamadas por muitos nomes, dependendo de onde você mora (furacões, tufões, ciclones), os cientistas chamam essas tempestades de ciclones tropicais. Isso ocorre porque são grandes tempestades rotativas que precisam de condições tropicais para se formar – então elas se originam principalmente nos trópicos. […] de acordo com Knutson, a maioria dos modelos mostra que a mudança climática traz um leve aumento na intensidade do vento do furacão. Essa mudança provavelmente está relacionada ao aquecimento da temperatura dos oceanos e mais umidade no ar, que alimentam furacões. Enquanto a maioria dos modelos não mostra nenhuma mudança ou uma diminuição na frequência de furacões em um clima mais quente, uma proporção maior das tempestades que se formam atingirá níveis muito intensos (Categoria 4 ou 5). Em outras palavras, embora possa haver menos tempestades, as que se formam têm maior chance de se tornarem mais fortes."
Fonte: NASA Global Climate Change, 01/06/2022
Política
Meta climática exige investir US$ 3,3 tri por ano, diz o FMI
"O mundo precisa investir US$ 3,3 trilhões por ano para atingir a meta de carbono zero até 2050, afirmou ontem a diretora do Fundo Monetário Internacional (FMI), Kristalina Georgieva, num painel sobre financiamento sustentável para a região da Ásia-Pacífico. Segundo ela, o atual volume de financiamento para ações de energia limpa “está bem aquém do necessário”. “O maior risco para nós e para o mundo das finanças é perdermos a meta do carbono-zero.” O FMI aprovou em abril a criação de um fundo que pode atingir até US$ 50 bilhões para apoiar projetos climáticos em países vulneráveis. Segundo Georgieva, esse fundo arrecadou US$ 40 bilhões até o momento. Georgieva ainda ressaltou o papel dos mercados na alocação eficiente de recursos, e disse que investimentos serão compensados pela neutralização do carbono."
Fonte: Valor Econômico, 03/06/2022
Índices ESG e suas performances
(1) O Índice ISE (Índice de Sustentabilidade Empresarial da B3) tem como objetivo ser o indicador do desempenho médio das cotações dos ativos de empresas com reconhecido comprometimento com o desenvolvimento sustentável, práticas e alinhamento estratégico com a sustentabilidade empresarial.
(2) O Índice S&P/B3 Brasil ESG mede a performance de títulos que cumprem critérios de sustentabilidade e é ponderado pelas pontuações ESG da S&P DJI. Ele exclui ações com base na sua participação em certas atividades comerciais, no seu desempenho em comparação com o Pacto Global da ONU e também cias sem pontuação ESG da S&P DJI.
(3) O ICO2 tem como propósito ser um instrumento indutor das discussões sobre mudança do clima no Brasil. A adesão das companhias ao ICO2 demonstra o comprometimento com a transparência de suas emissões e antecipa a visão de como estão se preparando para uma economia de baixo carbono.
(4) O objetivo do IGCT é ser o indicador do desempenho médio das cotações dos ativos de emissão de empresas integrantes do IGC que atendam aos critérios adicionais descritos nesta metodologia.
(5) A série de índices FTSE4Good foi projetada para medir o desempenho de empresas que demonstram fortes práticas ambientais, sociais e de governança (ESG).
(6) O Índice MSCI ACWI, que representa o desempenho de todo o conjunto de ações de grande e médio porte do mundo, em 23 mercados desenvolvidos e 26 emergentes.
Nossos últimos relatórios
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- Radar ESG | Aviação Brasil (EMBR3, AZUL4 e GOLL4): Voando pelos ares ESG (link)
- Radar ESG | Alpargatas (ALPA4): Iniciando a caminhada pela agenda ESG (link)
- Radar ESG | Kepler Weber (KEPL3): Um começo promissor (link)
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- Radar ESG | Burger King Brasil (BKBR): Espaço para avanço na agenda, mas os planos ambiciosos adiante animam (link)
- COP26: Implicações do documento final (link)
- Expo Dubai: Buscando soluções diante de recursos finitos (link)
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- Radar ESG | Unifique (FIQE3) e Brisanet (BRIT3): O que as empresas de telecomunicações brasileiras têm feito? (link)
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- Radar ESG | CSN Mineração (CMIN3): Explorando os campos ESG (link)
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- Radar ESG | Quão sustentáveis são as empresas de e-commerce? Uma análise ESG dessas gigantes (link)
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- Radar ESG | Quem é o melhor aluno da classe? Avaliando os líderes em ESG dentre as empresas de educação no Brasil (link)
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- Radar ESG | Setor de vestuário e joias: ESG ainda na confecção (link)
- ESG: Tendências e preferências para 2021 (link)
- Radar ESG | LOG Commercial Properties (LOGG3): Oportunidades em empreendimentos verdes (link)
- Eleições americanas: Quais os efeitos para a agenda ESG nos EUA e no Brasil? (link)
- Radar ESG | Farmácias: Raia Drogasil como a ação prescrita no setor para exposição a ESG (link)
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- Radar ESG | Ambev (ABEV3): Um case que desce redondo (link)
- Feedback do roadshow ESG: O que as gestoras no Brasil estão fazendo em relação ao tema? (link)
- ESG de A a Z: Tudo o que você precisa saber sobre o tema (link)
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