*Atualizado em 05/11/2020
Inclusão de MRVE3.
3o tri 2020 - um trimestre de recuperação
Após o período mais desafiador de 2020, com a queda histórica do PIB no segundo trimestre de -9,7% e os resultados das empresas refletindo os profundos impactos da pandemia, a temporada de resultados do terceiro trimestre começou no dia 15 desse mês e é uma das mais esperadas pelos investidores.
O mercado, segundo dados da Bloomberg, espera uma melhora em relação ao 2o trimestre, mas ainda assim com resultados mais fracos em relação a 2019. O consenso de mercado espera uma queda de -15% no lucro operacional (EBITDA) para as empresas do índice Ibovespa no 3o tri 2020 em relação ao mesmo período de 2019, e uma queda de -60% no Lucro Líquido. No 2o trimestre de 2020, o mais impactado pela pandemia, o mercado esperava uma queda de -73% no Lucro Operacional (EBITDA), e os resultados vieram melhores que o esperado, com uma queda de "apenas" -26,5%.
Os indicadores econômicos referentes ao período têm apontando para uma retomada significativa, e esperamos que essa melhora se reflita também nos resultados a serem reportados pelas empresas brasileiras, com parte das companhias começando a dar sinais de recuperação, o que nos permite acreditar que o pior dos impactos frente ao COVID-19 ficou para trás. Mas a pergunta que os investidores devem se fazer é: Essa melhora já é esperada, e portanto, já está refletida no preço atual das ações?
Sem dúvidas, a pandemia afetou os segmentos da economia de maneiras diferentes e esperamos que alguns setores se destaquem em relação à outros nessa temporada.
Na ponta positiva, esperamos resultados fortes para os setores de materiais básicos, com destaque para à alta do preço de minério de ferro (+30% T/T) e a retomada gradual da demanda de aço, bem como para os frigoríficos, principalmente os expostos às carnes bovina e suína.
Para o setor bancário, esperamos bons resultados, com lucros ainda inferiores ao mesmo período do ano passado, mas apresentando aumento sequencial para todos os bancos sob nossa cobertura.
No caso de Petrobras, acreditamos que os resultados deverão ser significativamente melhores em relação ao trimestre passado, refletindo o aumento da produção de petróleo (+6,6% vs. 2T) e os preços 30% mais altos de petróleo Brent (US$43,3/barril no 3T vs. US$33,3/barril no 2T).
No varejo, esperamos um trimestre marcado pela transição para a normalização de resultados, com gradual recuperação de vendas do varejo físico dada a reabertura das lojas ao longo do 3T20, ao mesmo tempo em que esperamos que empresas de e-commerce continuem apresentando resultados fortes, apesar de vermos alguma acomodação no crescimento frente à retomada do varejo físico.
No setor de construção civil, esperamos resultados sólidos para as incorporadoras como um todo, com destaque para o segmento de baixa renda, cuja recuperação vem acontencendo em ritmo mais rápida que o de alta.
No setor elétrico e distribuição de combustíveis, os resultados desse trimestre refletirão, ainda que de maneira mais branda, os impactos da crise do COVID-19, enquanto os das empresas de saneamento devem ser um pouco mais fracos. Ao longo do relatório, entramos em detalhes quanto às expectativas para cada um dos setores e empresas em nossa cobertura.
O ano de 2020, como já sabemos, está longe de ser um ano normal. Dito isso, os investidores devem estar mais atentos à comparação dos resultados vs. as expectativas do consenso de mercado do que à comparação dos números do 3° trimestre de 2020 vs. 3° trimestre de 2019, além de se atentarem para a alavancagem (endividamento) e liquidez das empresas e analisar a capacidade das mesmas passarem pelos meses ainda difíceis à frente.
Um ponto positivo é que estamos vendo nesse ano uma onda de IPOs e ofertas no Brasil, com 16 empresas brasileiras que fizeram suas ofertas iniciais de ações (IPO) e estrearam na B3 desde o início do ano*, movimentando mais de R$ 10 bilhões. E essa abertura dos mercados de capitais e de dívida, acompanhada por grandes ofertas na Bolsa (follow ons), faz com que as empresas consigam ter um maior caixa, melhorando seus balanços e ficando mais confortáveis para passar pela crise, além de conseguirem aumentar o nível de investimentos nos próximos meses.
Além disso, os investidores devem estar atentos às expectativas das companhias olhando para frente, tanto para os próximos meses, quanto para o novo ano que se aproxima, visando entender o que pode-se esperar em relação à velocidade de recuperação pós a crise mais rápida da história.
Por fim, destacamos outros dois pontos que merecem atenção especial e ganham cada vez mais importância: 1. os planos de digitalização das empresas, diferenciando as mais preparadas para o mundo pós pandemia das menos preparadas; e 2. os fatores ESG (do termo em inglês Environmental, Social and Governance), cuja importância está clara e o mercado acompanha cada vez mais de perto as empresas que estão melhores preparadas nas questões ambientais, sociais e de governança, entendendo que aquelas que não se adaptarem, ficarão para trás.
* até setembro
Cenário econômico
Após a queda histórica do PIB de -9,7% no segundo trimestre, os indicadores referentes ao terceiro trimestre desse ano têm apontado para uma retomada significativa. Os índices de confiança e indicadores de atividade (vendas no varejo e produção industrial), além do mercado de trabalho formal ficaram acima das expectativas nos últimos meses, sustentados principalmente pelos estímulos implementados durante a pandemia (como o auxílio emergencial).
Nesse contexto, a sinalização é de que o Brasil deva fechar o ano de 2020 com um PIB menos negativo do que o previsto inicialmente (prevemos queda de 4,6%). Dito isso, destacamos importantes riscos que não podem ser desconsiderados – dos quais o principal é a trajetória fiscal brasileira. Não obstante, no nosso cenário base, prevemos manutenção do atual regime fiscal do teto de gastos e expansão do PIB em 7,8% T/T no terceiro trimestre desse ano e de 3,4% em 2021.
No que tange a inflação e a política monetária, a melhora gradual da atividade econômica, a reabertura gradual da economia, o repasse da inflação de alimentos no atacado para bares e restaurantes e a recomposição de margens no setor aéreo têm pressionado a inflação ao consumidor no curto prazo. Esse fator, somado à alta do preço da carne e ao anúncio de que o IBGE deverá coletar as mensalidades escolares já no mês de dezembro, deve continuar pressionando a inflação nos próximos meses, o que nos fez revisar a projeção de IPCA para esse ano de 2,6% para 3,1%. Porém, diante da natureza de curto prazo desses movimentos, ao longo de 2021 essas fontes de pressão devem se dissipar, trazendo o IPCA para 2,6% ao final do ano. Considerando a manutenção do regime fiscal e inflação ainda abaixo da meta em 2021, entendemos que a taxa Selic deve permanecer em 2,00% a.a. ao final de 2020. A partir da segunda metade de 2021, o Banco Central deve então iniciar o processo gradual de alta na taxa de juros, de modo a levar a Selic a 3,00% a.a. ao final de 2021.
Aliado a isso, vemos um cenário de apreciação da taxa de câmbio para R$/U$ 5,20 ao final de 2020 e R$/U$ 4,90 ao final de 2021, em linha com a melhora das contas externas.
O que esperar para cada um dos setores
BANCOS
Iniciando a prévia com o setor bancário, esperamos um bom trimestre para os bancos. Nossa expectativa é de lucros ainda inferiores ao mesmo período do ano passado, mas apresentando aumento sequencial para todos os bancos sob nossa cobertura. Entre os principais fatores que destacamos, temos: i) dados do Banco Central que mostram o crédito crescendo e novamente em um mix varejo e que a inadimplência ainda não apresenta aumentos; ii) possível baixa no nível de provisionamento complementar, uma vez que a economia começa a retomar e que o crédito renegociado tem demonstrado baixo nível de inadimplência; iii) receita de serviços crescendo com a retomada da atividade econômica; e iv) custos ainda controlados. Por fim, acreditamos que Santander, Bradesco e Banrisul apresentem bons resultados, enquanto Banco do Brasil e Itaú ainda apresentem resultados mais tímidos.
PAPEL E CELULOSE
Dólar praticamente estável e preços de celulose ligeiramente mais baixos (~US$445/t, 4,8% abaixo do trimestre anterior) devem resultar em um trimestre mais fraco, mas ainda com números fortes para o segmento, em nossa opinião. O mercado estará atento a potenciais paralisações e seus impactos sobre os volumes de vendas e custos. No segmento de papel, o aumento do preço de papelão reciclado (+10% na comparação trimestral) é o principal destaque e pode reduzir as margens dos recicladores, uma vez que há uma defasagem de alta de preços para os mercados finais. Papel para embalagens e papelão ondulado (ABPO +22% T/T) devem continuar a compensar os fracos volumes de papel para imprimir e escrever.
SIDERURGIA E MINERAÇÃO
A alta nos preços do minério de ferro (+30% na comparação trimestral) é o principal destaque. Acreditamos que o minério de ferro permanecerá alto nos próximos períodos devido à forte demanda da China e ao movimento de recomposição de estoques da Vale, após os impactos da Covid-19. Embora abaixo da produção, maiores volumes de vendas no trimestre e preços de minério de ferro muito melhores devem levar a resultados mais fortes no trimestre. No segmento siderúrgico, a recuperação gradual do setor automotivo acima de 200 mil veículos por mês é o principal ponto a ser monitorado. O mercado deve estar atento às teleconferências de resultados para obter mais informações sobre potenciais aumentos de preços em novembro, dada a paridade de importação ainda negativa (abaixo de -10%).
ELÉTRICAS E SANEAMENTO
Do lado das distribuidoras de energia, os resultados do 3T20 refletirão ainda que de maneira mais branda os impactos da crise do COVID-19, sendo eles principalmente (1) retração de demanda de energia para algumas distribuidoras em alguns estados, ainda que sinalizando uma recuperação em relação ao 2Q20 e (2) aumento potencial nas provisões para inadimplência, dependendo da abordagem contábil de cada empresa. Quanto às geradoras, esperamos que os resultados sejam impactados negativamente pela alocação sazonal no trimestre e pelo GSF (medida do risco hidrológico, refletindo a menor incidência de chuvas no trimestre). Por fim, não deve haver grandes surpresas no segmento de transmissão de energia. Finalmente, os resultados das empresas de saneamento devem ser um pouco mais fracos, dado (i) o adiamento de reajustes tarifários para todas as empresas durante o trimestre, (ii) provisões potencialmente mais altas para inadimplência e (iii) no caso da Sabesp, maior participação da demanda residencial no mix, o que implica tarifas médias mais baixas.
DISTRIBUIÇÃO DE COMBUSTÍVEIS
Acreditamos que os resultados das empresas do setor ainda refletirão os impactos da crise do COVID-19, devido redução no volume de vendas, principalmente no Ciclo Otto (média de -11,9% A/A em julho e agosto, segundo a ANP) e Querosene de Aviação – QAV (-69,5% menor A/A), embora observemos que a demanda por Diesel apresentou maior resiliência (-0,7% menor A/A).
PETRÓLEO
Acreditamos que os resultados do 3T20 da Petrobras deverão ser significativamente melhores em relação ao 2T20, refletindo uma elevação da produção de petróleo de 6.6% em comparação ao trimestre anterior, somada a uma maior taxa de utilização do parque de refino, estimada em 83% com base nos dados da ANP. Além disso, evidentemente destacamos os maiores preços médios de petróleo Brent no 3T20 de US$43,31/barril comparados a US$33,29/barril no 2T20.
VAREJO
Após um 2T20 bastante impactado pela crise do coronavírus, esperamos um trimestre marcado pela transição para a normalização de resultados, com gradual recuperação de vendas do varejo físico dada a reabertura das lojas ao longo do 3T20. Esperamos que empresas do setor de e-commerce e/ou com sólida estrutura multicanal continuem a apresentar resultados fortes, apesar de vermos alguma acomodação no crescimento do e-commerce com a retomada do varejo físico. Via Varejo e Locaweb devem ser destaques positivos. Além disso, esperamos que empresas de consumo básico reportem mais um trimestre de sólidos resultados, em especial no segmento de atacado, com a retomada da demanda no segmento de foodservice (restaurantes, bares, transformadores) e resiliência da demanda por parte de consumidores pessoa física, com destaque para o resultado de Carrefour. Em relação a farmácias, esperamos retomada de crescimento de vendas no conceito mesmas lojas, enquanto a margem bruta deve se beneficiar do reajuste de preço de medicamentos feito em junho. Finalmente, esperamos ver uma significativa melhora nos resultados de varejistas cujas operações são principalmente compostas por lojas físicas, como C&A, Renner e Vivara por conta da reabertura das suas lojas. Apesar de ainda esperarmos queda de vendas no conceito mesmas lojas no trimestre, acreditamos que setembro já tenha sido um mês próximo ao positivo e, portanto, uma boa sinalização para o 4T20.
BEBIDAS
Esperamos desempenho positivo para o setor de bebidas para o 3º trimestre, uma vez que a retomada da produção de bebidas alcóolicas no Brasil segue acelerada desde junho. Segundo dados do IBGE, foram registradas altas expressivas na produção para julho (+23,2% A/A) e agosto (+19,6% A/A), o que deve refletir positivamente no volume de vendas da Ambev. Por outro lado, a exposição negativa ao câmbio deve seguir pressionando as margens, apenas parcialmente compensada pelas tentativas do setor de reajuste nos preços ao consumidor. Nas outras regiões, a retomada de bares e restaurantes deve favorecer as vendas no segmento on-premise, historicamente mais rentáveis em função do mix de produtos e embalagens, enquanto o real desvalorizado frente ao dólar e a boa performance da unidade do Canadá também deve favorecer o resultado consolidado da Ambev.
PROTEÍNAS
Esperamos desempenho positivo para frigoríficos expostos às carnes bovina e suína neste trimestre, ao passo que a carne de frango segue em um momento mais desafiador. No Brasil, entendemos que os frigoríficos de carne bovina continuam sendo beneficiados por exportações fortes, sobretudo em volumes, e por um real desvalorizado frente ao dólar. Por outro lado, a alta no preço da arroba deve acelerar o processo de erosão de margens - no caso de frigoríficos de carne bovina expostos exclusivamente ao mercado doméstico, já há notícias de férias coletivas e pulos nos abates, inclusive. Nos EUA, após atingir picos históricos na pandemia, a margem da carne bovina também estaria passando por um momento de normalização, devendo se manter em patamares semelhantes aos do terceiro trimestre de 2019. No caso da carne suína, ela segue beneficiada por forte momento nas exportações para a China, tanto via Brasil quanto via EUA, especialmente após a imposição de restrições à exportação de carne suína vinda da Alemanha, um dos maiores fornecedores do país asiático. Por fim, no caso da carne de frango, entendemos que o cenário doméstico segue desafiador no curto prazo, ao menos enquanto não houver redução significativa no alojamento, concomitantemente ao fato de que os preços em dólares das exportações seguem mais fracos na comparação anual, apesar de melhora sequencial nos últimos meses.
CONSTRUÇÃO CIVIL
Esperamos que as incorporadoras de baixa renda apresentem resultados sólidos no 3 trimestre de 2020, impulsionado pela demanda resiliente por moradias populares do programa Minha Casa, Minha Vida, que acreditamos estar relacionada ao grande déficit habitacional, subsídios proporcionados pelo programa Minha Casa, Minha Vida e concessões e medidas da Caixa Econômica Federal dada aos seus clientes durante a pandemia como carência no pagamento da primeira parcela e financiamento dos custos iniciais de aquisições e impostos. Para as incorporadoras de média e alta renda, esperamos uma melhora nos resultados (embora em ritmo mais lento que os de baixa renda) com retomada das vendas e lançamentos após os impactos iniciais da crise do COVID-19 no segundo trimestre.
Abaixo consolidamos nossas estimativas do 3T20 para as empresas da cobertura, organizadas por setor. Para facilitar a leitura, recomendamos o uso da ferramenta "Navegue pelo conteúdo" localizada à esquerda.
Construção Civil
MRV Engenharia (MRVE3) - Neutro
Esperamos que a MRV apresente sólidos resultados referente ao terceiro trimestre após a companhia reportar vendas líquidas recordes pelo terceiro trimestre consecutivo de R$1,97 bilhões (+41% contra ano passado e +15% contra o trimestre passado) e lançamentos de R$1,87 bilhões (+5% contra ano passado e +99% contra o trimestre passado). A empresa deve reportar uma receita líquida robusta de R$1.720 milhões (+10% contra ano passado e 5% contra o trimestre passado), mas suas margens devem permanecer pressionadas devido à maior inflação de custos de construção (principalmente material de construção) e descontos concedidos durante o trimestre (embora a empresa já tenha diminuído os descontos concedidos). Por fim, esperamos que o lucro líquido deve atingir R$135 milhões (-16% contra ano passado e +8% contra trimestre passado). Mais uma vez, destacamos a resiliência da demanda por moradias populares apesar dos impactos da pandemia.
EZTec (EZTC3) - Compra
Esperamos que a EZTec apresente fortes resultados referente ao terceiro trimestre de 2020 após a empresa reportar melhores números operacionais em sua prévia operacional (lançamentos de R$206 milhões e vendas liquidas de R$355 milhões). A receita líquida deve atingir R$277 milhões com margem bruta de 40,7%, impulsionada pelo baixo nível de lançamentos e mix de vendas. Além disso, a empresa deve apresentar forte resultado financeiro líquido (aproximadamente R$40 milhões) devido à combinação de alta na linha de juros ativos sobre contas a receber de clientes após a recente escalada do IGP-DI e baixa alavancagem da companhia (caixa líquido de R$1.295 milhões no 2T20). Por fim, esperamos lucro líquido de R$108 milhões (+59% trimestre contra trimestre e +77% ano contra ano).
Tenda (TEND3) - Compra
Esperamos que a Tenda apresente fortes resultados referente ao terceiro trimestre de 2020 dada sua sólida performance operacional como lançamentos de R$984 milhões e vendas líquidas de R$742 milhões. Em nossas estimativas, a receita líquida deve atingir R$611 milhões, mas sua margem bruta deve continuar pressionada (em linha com o trimestre passado) devido ao maior inflação/custo dos materiais de construção. Ainda, lucro líquido deve atingir R$55,5 milhões (+37,7% contra trimestre passado e -14,0% contra o ano passado). Mais uma vez, destacamos a resiliência do segmento de baixa renda, apesar dos impactos do coronavírus.
BANCOS
Itaú (ITUB4) - Neutro
Esperamos crescimento trimestral de 9% de lucro para o Itaú, mas ainda bem abaixo dos pares devido a pressão no spread bancário que o banco vem sofrendo e ao aumento nos custos do banco. O Itaú aumentou o salário dos funcionários em 1,5% via acordo com sindicato e vai pagar R$ 2 mil reais para cada um dos 84 mil funcionários, o que deve pressionar a linha de despesas com pessoal. Lembramos, porém, que o Itaú se comprometeu a não demitir e que suas iniciativas de eficiência não foram ainda incorporadas em seus números, com as expectativas mais voltadas para 2021 do que para os trimestres restantes de 2020.
Bradesco (BBDC4) - Compra
Esperamos um resultado positivo para o Banco Bradesco, que tem apresentado comportamento de spread melhor que a média de mercado e custos controlados. Outro ponto de destaque é o negócio de seguros, que tem se beneficiado principalmente da aversão a hospitais por parte dos segurados e da menor utilização de veículos, o que consequentemente baixa a sinistralidades dos segmentos saúde e auto. Por fim, o Bradesco iniciou uma série de medidas que deve incluir o fechamento de mais de 400 agências já em 2020, redução de pessoal e concomitante melhora eficiência em custos (soft guidance de redução nominal de custos para os próximos anos).
Santander (SANB11) - Neutro
Santander deve se destacar nesta temporada de resultados , ao lado do Bradesco, principalmente com um menor nível de provisionamento, uma vez que o banco já conta com uma combinação de um índice de cobertura robusto e indicadores apontando inadimplências que um nível de provisionamento menor pode suportar.
Banco do Brasil (BBAS3) - Compra
Esperamos um resultado sólido, porém aquém do mercado para o Banco do Brasil, que decidiu realizar provisões menores, porém constantes. Entre os destaques, temos o spread do banco, que tem apresentado melhoras sequenciais devido a mudança de mix e queda no custo de captação judicial. Lembramos ainda que devido ao banco ter uma carteira mais defendida que o mercado, esperamos uma inadimplência menor e possível recuperação mais rápida que o mercado.
Banrisul (BRSR6) - Compra
Já para o banco gaúcho, esperamos um resultado acima do segundo trimestre de 2020 (2T20) devido ao menor nível de provisionamento. Porém destacamos que o banco continua a ter uma postura conservadora em relação ao crescimento da carteira em linhas de maior risco, o que leva o banco a ter um menor nível de crescimento na carteira e um resultado ainda aquém do mesmo período no ano anterior. Porém destacamos que o banco já iniciou a pandemia com uma carteira mais conservadora e ficou ainda mais conservador. Isso traz três consequências, na nossa visão: i) de possível menor inadimplência quando houver o pico do mercado; ii) menor nível de provisionamento; e iii) menor margem financeira. Outro ponto é em relação a redução de custos, que conta com redução de agências e número de funcionários via desligamento voluntário. Ou seja, o Banrisul pode ser mais pressionado que a média de mercado nesta segunda metade de 2020, mas deve retomar um melhor resultado em 2021.
PETRÓLEO E COMBUSTÍVEIS
Petrobras (PETR4 e PETR3) - Compra
Acreditamos que os resultados do 3T20 da Petrobras deverão ser significativamente melhores em relação ao 2T20, refletindo uma elevação da produção de petróleo de 6.6% em comparação ao trimestre anterior, somada a uma maior taxa de utilização do parque de refino, estimada em 83% com base nos dados da ANP. Além disso, evidentemente destacamos os maiores preços médios de petróleo Brent no 3T20 de US$43,31/barril comparados a US$33,29/barril no 2T20. Nossos preços-alvo para PETR4 / PETR3 / PBR_A / PBR permanecem inalterados em R$ 30 / R$ 29 / US$ 11,5/ US$ 11.
Ultrapar (UGPA3) - Neutro
Acreditamos que os resultados das empresas do setor de distribuição de combustíveis ainda refletirão os impactos da crise do COVID-19 no 3T20 com uma redução expressiva no volume de vendas na comparação anual. Nossa previa dos resultados do 3T20 reflete: (i) dados atualizados de vendas de combustíveis para o período com base em dados do Sindicom, (ii) margens para a Ipiranga de R$88/m3, refletindo uma recuperação em relação ao 2Q20 e ganhos de estoques e (iii) margens atualizadas para a Oxiteno com base na evolução das cotações de petroquímicos. Mantemos nossa recomendação Neutra nas ações da Ultrapar com preço-alvo de R$20/ação (era R$18/ação anteriormente).
ELÉTRICAS
AES Tietê (TIET11) - Compra
Atualizamos nossas estimativas incorporando os resultados do 2T20 e migrarmos nosso preço-alvo para o final de 2021. Nosso preço-alvo contínua de R$17/unit. Para o 3T20 esperamos que os resultados das geradoras sejam impactados negativamente pela estratégia de sazonalização da garantia física adotada alinhada ao rebaixamento do GSF (risco hidrológico) das usinas participantes do MRE, embora destaquemos chances de surpresas positivas em relação às nossas estimativas dependendo da estratégia de compra de energia da companhia no período. Por outro lado, acreditamos que o Lucro Líquido da AES Tietê deva ser negativamente impactado pelos efeitos da alta do IGP-M sobre a correção monetária do passivo do risco hidrológico no balanço da companhia.
Engie (EGIE3) - Neutro
Atualizamos nossas estimativas incorporando os resultados do 2T20 e migrarmos nosso preço-alvo para o final de 2021. Nosso novo preço-alvo é de R$41/ação (R$42/ação anteriormente). Esperamos que os resultados das geradoras sejam impactados negativamente pela estratégia de sazonalização da garantia física adotada alinhada ao rebaixamento do GSF (risco hidrológico) das usinas participantes do MRE, e não propriamente ao desempenho de geração das usinas.
Cemig (CMIG4) - Neutro
Atualizamos nossas estimativas incorporando os resultados do 2T20 e migrarmos nosso preço-alvo para o final de 2021. Nosso preço-alvo contínua de R$11/ação. Para o 3T20, no segmento de distribuição, Cemig D, os resultados do 3T20 deverão refletir o ambiente ainda fraco de demanda de energia (ainda que comparativamente melhor do que o 2T20) e provisões ainda elevadas para inadimplência. Quanto ao segmento de geração, esperamos que os resultados sejam impactados negativamente pela estratégia de sazonalização da garantia física adotada alinhada ao rebaixamento do GSF (risco hidrológico) das usinas participantes do MRE, e não propriamente ao desempenho de geração das usinas.
EdP (ENBR3) - Compra
Atualizamos nossas estimativas incorporando os resultados do 2T20 e migrarmos nosso preço-alvo para o final de 2021. Nosso novo preço-alvo é de R$21/ação (R$20/ação anteriormente). Para o 3T20, no segmento de distribuição, EdP SP e ES, os resultados do 2T20 refletirão, ainda que de maneira mais branda os impactos da crise do COVID-19, principalmente (1) uma queda na demanda de energia, -3,5% de queda na comparação anual e (2) ainda elevados patamares de provisões para inadimplência. Quanto ao segmento de geração, esperamos que os resultados sejam impactados negativamente pela estratégia de sazonalização da garantia física adotada alinhada ao rebaixamento do GSF (risco hidrológico) das usinas participantes do MRE, e não propriamente ao desempenho de geração das usinas.
Copel (CPLE6) - Compra
Atualizamos nossas estimativas incorporando os resultados do 2T20 e migrarmos nosso preço-alvo para o final de 2021. Nosso novo preço-alvo é de R$70/ação (R$67/ação anteriormente). Para o 3T20, no segmento de distribuição, Copel Dis, os resultados do 3T20 ainda que de maneira mais branda os impactos da crise do COVID-19, como demanda fraca de energia e potenciais provisões por inadimplência. Quanto ao segmento de geração, esperamos que os resultados sejam impactados negativamente pela estratégia de sazonalização da garantia física adotada alinhada ao rebaixamento do GSF (risco hidrológico) das usinas participantes do MRE, e não propriamente ao desempenho de geração das usinas.
Equatorial (EQTL3) - Neutro
Ajustamos nossas estimativas para a Equatorial, incorporamos os resultados do 2T20 e migramos nosso preço alvo para 2021. Nosso preço alvo permanece inalterado em R$ 22/ação. Esperamos que os resultados do 3T20 da Equatorial reflitam (i) aumento/redução do consumo de energia de + 3,7% na Equatorial Pará, + 0,8% na Equatorial Maranhão, 0,0% na Equatorial Alagoas e -3,0% na Equatorial Piauí, (ii) o impacto positivo da revisão tarifária extraordinária e do processo de turnaround da Equatorial Alagoas (antiga CEAL) e (iii) o início de projetos de transmissão. Observamos que nossos números de EBITDA do 3T20 são ajustados pelos resultados regulatórios no segmento de transmissão de energia.
CESP (CESP6) - Compra
Incorporamos os resultados do 2T20, o ciclo de reajuste anual 2020/21 e migramos nosso preço-alvo para o final de 2021. Nosso novo preço-alvo é de R$37/ação (R$36/ação anteriormente). Esperamos que os resultados das geradoras sejam impactados negativamente pela estratégia de sazonalização da garantia física adotada alinhada ao rebaixamento do GSF (risco hidrológico) das usinas participantes do MRE, e não propriamente ao desempenho de geração das usinas.
Taesa (TAEE11) - Neutro
Incorporamos os resultados do 2T20, o ciclo de reajuste anual 2020/21 e migramos nosso preço-alvo para o final de 2021. Nosso preço-alvo contínua de R$30/ação. Não deve haver grandes surpresas nos resultados do 3T20 no segmento de transmissão de energia.
ISA CTEEP (TRPL4) - Neutro
Incorporamos os resultados do 2T20, o ciclo de reajuste anual 2020/21 e migramos nosso preço-alvo para o final de 2021. Nosso preço-alvo contínua de R$23/ação. Não deve haver grandes surpresas nos resultados do 3T20 no segmento de transmissão de energia.
Omega Geração (OMGE3) - Compra
Atualizamos nossas estimativas incorporando os resultados do 2T20, os complexos adquiridos Chuí e Ventos da Bahia 1 e 2 e migrarmos nosso preço-alvo para o final de 2021. Nosso novo preço-alvo é de R$50,00/ação (R$44/ação anteriormente). Os resultados do 3T20 da Omega deverão ser sequencialmente mais fortes em uma base trimestral, refletindo o início da safra dos ventos no segundo semestre, embora notemos que uma menor velocidade dos ventos na base de comparação anual possa impactar negativamente os resultados em relação ao 3T19.
MINERAÇÃO E SIDERURGIA
Vale (VALE3) - Compra
Esperamos que preços mais altos de minério de ferro (~US$116/t, +30% na comparação trimestral) e melhores volumes (78 milhões de toneladas) gerem números mais fortes no terceiro trimestre. Em relação aos custos, frete mais alto pode anular benefícios de custos de produção mais baixos. Temos um EBITDA de ~US$5,6 bilhões para o segmento de minério de ferro. Em relação ao segmento de metais básicos, temos um EBITDA maior no trimestre (US$585 milhões) com preços mais altos e melhores volumes de níquel com consumo de estoque.
Gerdau (GGBR4) - Compra
Estimamos bons resultados no terceiro trimestre da Gerdau. A maior exposição ao setor de construção civil e bons volumes de exportação voltam a ser os destaques. Esperamos margens ainda saudáveis com os aumentos de preços e demanda resiliente. Nos EUA, projetamos maiores volumes (+5,8% na comparação trimestral) e preços (+2,5% T/T). Em relação ao segmento de aços especiais, vemos um trimestre de recuperação gradual do setor automotivo nos Estados Unidos e nas operações do Brasil (EBITDA de R$208 milhões). Mantemos nossa recomendação de Compra para Gerdau.
Usiminas (USIM5) - Compra
Projetamos números mais fortes no 3T20. No segmento de aço, esperamos maiores volumes e preços (+4,7% na comparação trimestral) e custos por tonelada estáveis. A retomada do setor automotivo deve impactar positivamente preços e custos devido ao melhor mix e volumes maiores (maior diluição de custos). Na mineração, melhores embarques (~2,1 milhões de toneladas) e preços mais altos do minério de ferro podem resultar em outro trimestre forte. Mantemos nossa recomendação Neutra.
PAPEL E CELULOSE
Klabin (KLBN11) - Compra
Estimamos mais um conjunto de fortes números no 3T20 da Klabin, sustentados por preços e volumes de papel e vendas saudáveis de celulose com bom mix (fluff). Em relação ao segmento de papel, temos volumes ligeiramente menores (-2,3% A/A na média) e preços mais altos, devido à forte demanda de alguns produtos em meio aos impactos da Covid-19. É importante destacar que o dólar ainda alto é o principal fator de preocupação com relação à alavancagem (5,0x Dívida Líquida/EBITDA, em nossa visão). Temos recomendação de Compra para Klabin (preço-alvo de R$32/ação) por conta de uma demanda saudável por papel/embalagens no futuro e uma recuperação gradual dos preços da celulose.
Irani (RANI3) - Compra
Estimamos um terceiro trimestre de fortes volumes em papel para embalagens e papelão ondulado (+1,1% na comparação trimestral), com a Irani operando a plena capacidade. No entanto, esperamos margens mais baixas, uma vez que há uma defasagem entre o preço do papelão reciclado - principal insumo, que acumula alta de 10% no trimestre - e os preços de venda ao cliente final. Portanto, esperamos um 4T mais forte com preços realizados mais elevados. Além disso, projetamos números estáveis para o segmento de resinas no 3T20. Mantemos nossa recomendação de Compra em Irani com foco nos benefícios de longo prazo dos projetos de expansão da empresa.
SANEAMENTO
Sabesp (SBSP3) - Neutro
Atualizamos nossas estimativas incorporando os resultados do 2T20 e migrarmos nosso preço-alvo para o final de 2021. Nosso novo preço-alvo é de R$54,00/ação (R$51/ação anteriormente). O resultado do 3T20 da Sabesp deve ser um pouco mais fraco, dado (i) isenções para clientes de baixa renda até 15 de agosto (ii) provisões potencialmente mais altas para inadimplência (iii) a maior participação da demanda residencial no mix, o que implica tarifas médias mais baixas, o que pode ser ligeiramente contrabalanceado pela autorização pela agência reguladora de reajuste tarifário compensatório de 3,40% em agosto.
Sanepar (SAPR11) - Compra
Atualizamos nossas estimativas incorporando os resultados do 2T20 e migrarmos nosso preço-alvo para o final de 2021. Nosso novo preço-alvo é de R$30,00/ação (R$32/ação anteriormente). O resultado do 3T20 da Sanepar deve ser um pouco mais fraco, dado (i) o adiamento do reajuste tarifário pela agência reguladora, Agepar, (ii) isenções para clientes de baixa renda até 23 de setembro (iii) provisões potencialmente mais altas para inadimplência.
Copasa (CSMG3) - Venda
Incorporamos os resultados do 2T20, o ciclo de reajuste anual 2020/21 e migramos nosso preço-alvo para o final de 2021. Nosso preço-alvo contínua de R$46/ação. O resultado do 3T20 da Copasa deve ser um pouco mais fraco, dado (i) o adiamento do reajuste tarifário de 3,04% pela agência reguladora, ARSAE, que passará a vigorar em novembro (ii) isenções para clientes de baixa renda (que têm impactos limitados), (iii) provisões potencialmente mais altas para inadimplência.
VAREJO
PÃO DE AÇÚCAR (PCAR3) - Neutro
Esperamos que um trimestre sólido, com aceleração de vendas no Assaí e manutenção de margens em todas operações. No Brasil, estimamos uma receita bruta de R$ 17,1 bilhões, um crescimento de +17,1% A/A, por conta de um crescimento no conceito mesmas lojas de 12,7% A/A no Assaí (vs. 10% no 2T20) e de 6,5% A/A (vs +15,9% no 2T20) no multivarejo, onde a desaceleração se deve à acomodação da demanda no segmento não-alimentar. Em relação à rentabilidade, estimamos uma expansão de +0,8 p.p. A/A de margem EBITDA para a operação de Varejo e de +0,2 p.p. A/A na margem EBITDA do Assaí. Na operação internacional (Éxito), projetamos um crescimento de +25,2% em receita bruta (em reais) apesar da volta de restrições de circulação por conta da retomada de casos de coronavírus, principalmente devido ao impacto positivo da conversão cambial. Em relação à rentabilidade do Éxito, esperamos uma margem EBITDA de 7,8% no período (-0,3 p.p. vs o 2T20).
CARREFOUR (CRFB3) - Neutro
Esperamos mais um trimestre de forte resultado, principalmente puxado por varejo alimentar. Estimamos um sólido crescimento de receita líquida de +21,4% em relação ao mesmo período do ano anterior (+26% e +19% no conceito mesmas lojas de Varejo e Atacadão, respectivamente), atingindo R$ 17,6 bilhões. O desempenho do segmento segue forte uma vez que houve uma retomada de vendas para B2C (pessoa jurídica) com a reabertura de restaurantes e bares, enquanto venda para pessoa física seguiu forte. Esperamos uma rentabilidade em linha com o 2T20, com uma expansão de +2,4 p.p. e +1,1 p.p. A/A na margem EBITDA no trimestre para o Varejo e Atacadão, respectivamente. Já para a operação financeira do Banco Carrefour, esperamos um trimestre desafiador, impactado novamente pelo aumento de provisões para possíveis perdas. Com isso, estimamos um lucro líquido de R$564 milhões (+26% A/A).
Positivo (POSI3) - Neutro
Esperamos uma melhora sequencial em relação ao resultado do 2T20, principalmente decorrente de uma aceleração no segmento de varejo A/A. Entretanto, esperamos que o volume de vendas da companhia siga impactado negativamente pela crise desencadeada pelo coronavírus, principalmente nos segmentos corporativo e público. Estimamos um crescimento de receita líquida de +4,9% na comparação anual, onde o crescimento de 50% A/A no varejo compensou a queda de -3% e -45% nos segmentos corporativo e público, respectivamente. Em relação à rentabilidade, esperamos uma pressão de margem bruta de 2,1p.p. e de margem EBITDA de 1,8pp A/A, dado o impacto da forte variação cambial no trimestre. Com isso, estimamos um lucro líquido de R$10,3 milhões (-3% A/A).
RD (RADL3) - Neutro
No geral, esperamos um resultado levemente positivo da RaiaDrogasil. Estimamos que as vendas tenham tido uma tendência de normalização ao longo do trimestre, atingindo um crescimento de vendas no conceito mesmas lojas de 6,5% (vs. -2,6% no 2T20 e 11,9% no 2T19) e 0,5% para lojas maduras. Em relação à rentabilidade, estimamos uma melhora na margem bruta de 0,6 p.p. A/A, por conta do impacto positivo do reajuste de preços de medicamentos adiado para junho, mas esperamos que esteve seja parcialmente compensado por um efeito mix pior. Além disso, esperamos uma margem EBITDA estável A/A e crescimento de lucro de 21,5% A/A.
d1000 (DMVF3) - Compra
No geral, esperamos um resultado melhor que o 2T20, porém ainda impactado pela crise desencadeada pelo coronavírus. Esperamos uma recuperação sequencial das vendas, com a reabertura das lojas, porém ainda abaixo do 2T19. Dessa forma, esperamos uma queda de 14% A/A na receita bruta para R$260 milhões. Em relação à rentabilidade, estimamos uma melhora na margem bruta de 3 p.p A/A, por conta das iniciativas de gestão de categoria e precificação nas lojas, enquanto a margem EBITDA deve expandir 0,4 p.p. A/A, por conta do impacto da menor alavancagem operacional. Em relação ao lucro, esperamos um prejuízo de R$1 milhão.
Locaweb (LWSA3) - Compra
Esperamos que a companhia continue a apresentar resultados fortes, com crescimento de 25,8% A/A nas vendas líquidas, impulsionado pela forte aceleração da operação de Commerce. Apesar da reabertura das lojas físicas, esperamos que a adição de novas lojas na plataforma continue robusta dada as tendências de digitalização. Em relação à rentabilidade, esperamos uma margem EBITDA abaixo do 3T20 (-1,8p.p A/A), uma vez que acreditamos que a companhia seguirá investindo no crescimento do seu negócio. Por fim, projetamos um lucro líquido de R$ 10,4 milhões no trimestre, um crescimento de 73,2% A/A.
Via Varejo (VVAR3) - Compra
Esperamos resultados fortes no 3T20, com a retomada da operação de varejo físico e um e-commerce ainda muito sólido. Estimamos um crescimento de vendas no conceito mesmas lojas de 1,0% A/A (vs. -2,2% no 3T19 e -63,0% no 2T20) enquanto a operação online deve manter forte crescimento nas vendas totais (GMV) em +235,2% A/A, com vendas de estoque próprio (1P) em +200% A/A (vs. +311% no 2T20) e um crescimento de +170% A/A no marketplace (3P) (vs. 180% no 2T20). Por último, esperamos uma melhora na rentabilidade, com expansão de margem EBITDA ajustada de +2,3p.p. A/A, principalmente decorrente da alavancagem operacional no trimestre.
Lojas Americanas (LAME4) - Compra
Esperamos um resultado levemente positivo, dada a recuperação gradual da performance de lojas ao longo do trimestre, enquanto o crescimento da B2W seguiu forte. Esperamos que a receita líquida da empresa tenha apresentado uma contração de apenas -3,6% A/A no trimestre, ou -6,2% A/A no conceito mesmas lojas (vs. -26,5% no 2T20 e +6,0% no 4T19), dado que algumas lojas ainda se encontram fechadas ou com restrições de funcionamento. Em relação à rentabilidade, projetamos uma margem EBITDA relativamente estável na comparação anual (+0,3p.p A/A), em função das iniciativas de eficiência da companhia, o que resultaria em EBITDA praticamente estável em relação a 2019 (-2,4% A/A). Por fim, estimamos um lucro líquido consolidado de R$103 milhões (-4,6% A/A).
B2W (BTOW3) - Neutro
Esperamos um resultado positivo, com a B2W mantendo um forte ritmo de vendas totais (GMV) no trimestre, apesar de levemente abaixo do 2Q. Projetamos um crescimento de GMV de +53,9% A/A (vs. 72,2% no 2T20) e, com isso, esperamos que as vendas líquidas tenham crescido +49,5% (contra +64,7% no 2T20). Esperamos uma dinâmica de rentabilidade muito similar ao 2T20, com expansão de margem bruta (+0,5p.p A/A) mas margem EBITDA praticamente em linha com o 3T19 (+0,1p.p A/A), atingindo 9,1%. Por fim, estimamos um prejuízo de R$60 milhões, uma melhora em relação ao 3T19 (-R$101 milhões).
Magazine Luiza (MGLU3) - Neutro
Esperamos um resultado positivo no 3T20 com destaque para retomada do varejo físico e ainda forte desempenho no e-commerce da Magalu, porém desacelerando se comparado com o 2T20. Esperamos ver uma melhora sequencial na operação de varejo físico dada a reabertura das lojas, apesar das vendas ainda serem impactadas por algumas medidas de restrição. Com isso, estimamos um crescimento de vendas no varejo físico no conceito mesmas lojas de +3,7% A/A (vs. 9,4% no 3T19 e -50,9% no 2T20) enquanto esperamos que a operação online mostre uma forte expansão de vendas totais (GMV) de +98,2% A/A. A aceleração deve ser impulsionada pelo sólido crescimento de +78,8% A/A para vendas de estoque próprio (1P) e de +173,8% A/A no marketplace (3P). Entretanto, esperamos uma pressão na rentabilidade, com contração de margem EBITDA de -2,7p.p. A/A no trimestre, resultante de uma contração de margem bruta de -4,3p.p A/A no trimestre assim como uma retomada em investimentos pela companhia. Por fim, esperamos que a companhia apresente um lucro líquido de R$94 milhões no período (-26% A/A).
C&A (CEAB3) - Compra
Estimamos uma melhora de resultado sequencial ao 2T20 uma vez que todas as lojas já foram reabertas, embora ainda com algumas restrições de funcionamento. Dessa forma, estimamos uma queda de vendas de 12,5% na comparação anual, no conceito mesmas lojas, enquanto esperamos que a performance do e-commerce siga forte (+353% A/A). Em relação à rentabilidade, esperamos uma pressão na margem bruta por conta das promoções da coleção de inverno, levando a margem para 43,4% (-4,1 p.p A/A), mas estimamos que o EBITDA volte para o campo positivo, em R$52 milhões (vs. R$109 milhões no 3T19). Por fim, estimamos que a companhia apresentará um resultado líquido negativo de R$4 milhões no período.
Lojas Renner (LREN3) - Compra
Esperamos uma melhora no resultado em comparação com o 2T20, com a reabertura de todas lojas em agosto, embora ainda com algumas restrições de funcionamento. Dessa forma, estimamos uma queda de vendas de 13,5% na comparação anual, no conceito mesmas lojas, enquanto esperamos alguma acomodação do crescimento do e-commerce apesar de ainda esperarmos forte crescimento. Em relação à rentabilidade, esperamos uma melhora na margem bruta vs o trimestre anterior, mas ainda deve se manter pressionada em 47,8% (-6,5 p.p A/A). Estimamos um EBITDA consolidado ainda negativo em R$11 milhões, uma vez que a melhora no varejo deve ser compensada por uma deterioração no segmento financeiro, e um resultado líquido negativo de R$166 milhões no período.
Vivara (VIVA3) - Compra
Esperamos uma melhora de resultados quando comparado ao 2T20, por conta da reabertura das lojas físicas ao longo do trimestre, apesar de ainda impactado pela crise e restrições decorrentes do coronavirus. Esperamos uma recuperação sequencial das vendas, mas com vendas no conceito mesmas lojas negativas em -3,1%. Em relação à rentabilidade, esperamos uma margem bruta em linha com o ano anterior, com o impacto do mix sendo compensado por uma boa gestão de repasse de custo. Estimamos um EBITDA em R$56 milhões, com uma contração de margem de 0,5 p.p. A/A decorrente da menor alavancagem operacional e um lucro líquido de R$41 milhões.
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