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TBT Expert 2021: Oportunidades de investimento, cenário econômico e tendências. Destacamos tudo o que você precisa saber

O que move os mercados globais, temas que influenciam o cenário doméstico e onde os gestores renomados estão investindo. Explicamos esses e outros assuntos discutidos na Expert 2021. Confira

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TBT Expert 2021: Oportunidades de investimento, cenário econômico e tendências.  Destacamos tudo o que você precisa saber

O mundo pós-pandemia trouxe não só desafios macroeconômicos, mas também acelerou tendências no mundo dos negócios e transformou as relações de trabalho nas companhias. A Expert XP 2021 trouxe conteúdos especiais com a visão de especialistas, empresários e autoridades para falar sobre as perspectivas para o cenário econômico doméstico e internacional pós-pandemia, oportunidades de investimento e novas tendências em painéis com mais de 200 palestrantes. Abaixo apresentamos um resumo dos principais assuntos discutidos e um guia para você ficar por dentro dos principais temas do mercado.

O que move os mercados globais

1.Impacto da retirada dos estímulos monetários e a política do Fed

Foto do ex-presidente do Fed Ben Bernanke na Expert 2021
Alta da inflação tem carácter transitório, disse Bernanke na Expert 2021

Para tentar incentivar a recuperação econômica dos países durante a pandemia, os bancos centrais anunciaram adotaram medidas de estímulos monetários e fiscais. Agora, com o avanço da vacinação e a retomada da atividade econômica, os bancos centrais se preparam para começar a reverter essas medidas. A principal dúvida que move os mercados hoje é em relação à política do banco central americano, especificamente quando o Federal Reserve (Fed) vai começar a reduzir a compras de títulos, que soma hoje US$ 120 bilhões por mês, e começar a subir a taxa básica de juros.

A injeção de liquidez pelos bancos centrais e as taxas de juros muito baixas levaram os investidores a buscar ativos que oferecessem maior retorno e ajudaram a sustentar o rali das bolsas internacionais, principalmente as americanas, que tiveram sucessivos recordes de alta neste ano. Contudo, essa ampla liquidez, a alta dos preços das commodities, principalmente de energia, e os gargalos na cadeia de fornecimento de certos produtos com a pandemia, como no caso dos semicondutores, contribuíram o aumento da inflação nos EUA. A grande questão é se essa pressão inflacionária é temporária, muito como resultado dos efeitos da pandemia, ou é uma alta mais consistente.

Para o ex-presidente do Fed, Ben Bernanke, a alta da inflação tem caráter transitório, e ela deve convergir para a meta (2%) no próximo ano. Ele destacou na Expert alguns pontos que devem colaborar para a desaceleração da inflação como a normalidade do consumo pós-pandemia, assim como o equilíbrio entre oferta e demanda conforme vão se reduzindo os gargalos na produção e na cadeia de fornecimento. Outros fatores que contribuem para queda nos preços são a diminuição/fim dos estímulos fiscais, o aumento da oferta de mão de obra e a estabilidade no preço de commodities.

Já para Mohamed El-Erian, presidente do Queens College, assessor econômico chefe da Allianz, não está claro que esse aumento de preço é transitório, uma vez que as companhias estão tendo uma elevação de custos e esperam que os preços continuem subindo. O ex-assessor econômico de Barack Obama citou na Expert ainda que a interrupção de fornecimento de insumos deve se prolongar por mais tempo. Além disso, a oferta de mão de obra pode não se normalizar tão rapidamente como imaginam.

2.Recuperação das economias pós-pandemia

Foto de perfil do Ex-CEO da Pimco Mohamed El-Erian
Recuperação das economias será dispersa, disse El-Erian, na Expert 2021

Enquanto nos Estados Unidos e na China, que fizeram a reabertura econômica mais cedo, os níveis de atividade já superam aqueles observados pré-pandemia, nos mercados emergentes, onde a vacinação começou atrasada, o processo ainda é de recuperação.

El-Erian, da Allianz, destacou que a recuperação das economias pós-pandemia será muito dispersa, com os países emergentes mais atrasados em relação às economias desenvolvidas.

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou na Expert que a China surpreendeu positivamente já em 2020, pois não houve recessão e sim uma recuperação rápida. E, no caso americano, os estímulos adotados pelo governo, como o programa de ajuda financeira durante a pandemia, foram importantes para impulsionar o consumo das famílias. As economias do Reino Unido e da zona do euro, por sua vez, seguem abaixo dos patamares pré-crise sanitária, mas também mostram retomada importante da atividade. De forma geral, os países que implementaram programas mais robustos de enfrentamento aos efeitos da pandemia mostram recuperação relativamente mais rápida e sólida.

3. Como isso impacto os mercados segundo os gestores estrangeiros na Expert

A manutenção de taxa de juros baixa nos Estados Unidos e uma redução gradual das compras de ativos pelo Fed, como esperado pelo mercado, estimulam os investidores a tomarem mais risco para buscar um retorno maior para seus investimentos, favorecendo as alocações em bolsa e em mercados emergentes. Além disso, os juros baixos, até negativos, lá fora aumentam a atratividade da renda fixa brasileira.

Para o cofundador e copresidente do conselho da OaktreeHoward Marks, é de se esperar que o Fed reduza as compras de ativos dada que a economia americana está mais forte e parcialmente recuperada. Ele citou que na perspectiva negativa, o mercado acionário está batendo recordes diários ao passo que a economia ainda não se levantou. Mas do lado positivo, apesar de ações estarem nas máximas, ainda há mais espaço para a economia continuar se recuperando, o que pode trazer um viés positivo para o investidor.

Nesse cenário, a Oaktree mantém posições em petróleo, gás e no setor imobiliário e em ativos que podem defender a carteira em cenários inflacionários, afirmou Marks na Expert. Conheça mais sobre o fundo de crédito da Oaktree distribuído pela XP clicando aqui.

Foto CEO da BlackRock Larry Fink, que esteve na Expert
EUA devem sustentar mais uns 2 anos de mercados fortes, disse Larry Fink na Expert

O CEO da gestora BlackRock, Larry Fink, espera que a baixa atratividade dos juros globais deve continuar dando suporte aos mercados de ações globais, como alternativas mais rentáveis.

Nesse cenário, ele destaca que os estímulos monetários e fiscais,  a lei de infraestrutura nos EUA devem sustentar mais uns 2 anos de mercados fortes, com lucros validando isso.

Olhando para o futuro, Fink  afirmou na Expert que o  desafio será como incorporar a inflação mais alta, que não deve ser transitória, no valuation das empresas e analisar como bancos centrais se comportam diante desta nova variável .

O CEO da gestora global Pimco, Manny Roman, afirmou na Expert que comparando os preços dos ativos hoje com o patamar mais baixo do ano passado houve valorização bastante expressiva, e não há mais a mesma abundância de títulos com preços atraentes. Por isso, é preciso ter paciência e esperar por oportunidades ou pensar fora da caixa, procurando títulos de dívida de empresas selecionados ou de alguns mercados emergentes. Ele recomenda diversificar países e moedas, com preferência para o dólar e o iene.

Incerteza fiscal e política dominam no cenário doméstico

A preocupação com o cenário político, com a aproximação das eleições e aumento da tensão na relação entre os poderes Judiciário, Legislativo e Executivo, e a incerteza sobre o quadro fiscal têm afetado os preços dos ativos no mercado doméstico recentemente com os investidores adotando uma postura mais cautelosa.

Entenda o que está por trás desse movimento

1. Pagamento dos precatórios traz dúvida sobre o quadro fiscal

A negociação envolvendo o pagamento dos precatórios em 2022 trouxe dúvidas sobre a capacidade do governo em honrar essas dívidas, financiar os programas do governo, entre eles o novo Bolsa Família, rebatizado para Auxílio Brasil, e ainda cumprir a regra de teto de gastos. Essa regra limita o aumento das despesas do governo à inflação e foi criada como uma forma de melhorar o controle das contas públicas.

Os precatórios são dívidas da União com pessoas físicas, jurídicas, estados e municípios reconhecidas em decisões judiciais transitadas em julgado, ou seja, definitivas, e que devem ser pagas pelo governo.

O Orçamento para 2022 enviado pelo governo ao Congresso prevê o pagamento de R$ 89,1 bilhões nessas dívidas. Esse valor é superior aos R$ 54,7 bilhões previstos para este ano. Na tentativa de manter o pagamento dos precatórios sem descumprir a regra do teto de gastos o governo enviou ao Congresso a Proposta de Emenda Complementar (PEC)  23/2021, que prevê o parcelamento de parte desses pagamentos em 10 anos.

Na tentativa de buscar uma alternativa para esse pagamento, o governo está buscando uma solução mediada pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ).  No painel da Expert XP 2021, o presidente do CNJ e do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux, comentou sobre essa proposta, de realizar o pagamento em microparcelamento. Assim o governo poderia incluir R$ 50 bilhões no Orçamento de 2022 e R$ 39,1 bilhões posteriormente, explicou o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG).

2. Financiamento do novo Bolsa Família

O governo tem buscado uma solução para financiar a ampliação do programa Bolsa Família, que atualmente atende 14,7 milhões de famílias com pagamento de um benefício médio de R$ 190. No Orçamento para 2022 foi previsto um total de R$ 34,7 bilhões para esse programa, próximo do valor gasto atualmente. Para elevar o valor médio do benefício para R$ 300 como pretende o governo é preciso cortar gastos ou criar novas fontes de receita. Isso porque a Lei de Responsabilidade Fiscal prevê que a criação de uma despesa permanente tem que ser compensada com uma fonte de recursos continuada, como a criação de novos impostos, por exemplo.

O governo estudava compensar o aumento de gastos com programa com a tributação dos dividendos, que hoje são isentos, comentou o secretário especial do Tesouro, Bruno Funchal, durante a Expert. A proposta de reforma do Imposto de Renda, aprovada em 1º de setembro na Câmara, estabelece a tributação de 15% para o pagamento de dividendos.

Outra alternativa considerada pelo governo é fazer essa compensação com a redução de gastos tributários – ou seja, cortando subsídios tributários concedidos hoje a empresas de determinados setores, disse Funchal.

3- Reforma Tributária

A Proposta de reforma do Imposto de Renda aprovada pela Câmara , (PL 2337/21), prevê uma redução da alíquota do IR para pessoa jurídica de 15%para 8% e ampliação a faixa de isenção para pessoas físicas (saiba mais sobre a reforma aqui). Segundo o ministro da Economia, Paulo Guedes, a reforma foi desenhada para ser neutra economicamente, disse na Expert. Após aprovada pela Câmara, a reforma segue para o Senado.

Além da Reforma do Imposto de Renda, existem outras três propostas que tratam da reforma tributária no Congresso: (i)  Proposta de Emenda à Constituição (PEC 110),  que tramita no Senado e propõe a unificação dos tributos sobre bens e serviços com a criação de um Imposto sobre Valor Agregado (IVA); (ii) a  PEC 45/19, que tramita na Câmara e prevê a criação de um imposto sobre o consumo amplo e (iii) o PL 3.887/2020, de iniciativa do Executivo, que propõe a criação da Contribuição de Bens e Serviços (CBS) em substituição aos tributos federais PIS e Cofins.

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco defendeu uma reforma ampla, que simplifique a tributação, e se mostrou favorável a proposta da PEC 110. Já o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL) defendeu o “faseamento” da reforma tributária a fim de possibilitar a discussão dos temas a fundo.

A ministra-chefe da Secretaria de Governo Flávia Arruda (PL-DF) defendeu na Expert que tanto a proposta de reforma do Imposto de Renda quanto a PEC 110 em tramitação no Senado podem ser tramitadas paralelamente e são complementares.

4. Aumento da inflação

O aumento da inflação, puxando pela alta dos preços de energia e alimentos, levou a uma revisão para cima das projeções de inflação (veja nossa projeção para inflação). O presidente do BC, Roberto Campos Neto disse na Expert que o Brasil teve choques bastante intensos em 2021 (mais acentuados do que a média global), e exemplificou com a crise hídrica, que trouxe pressão sobre preços de energia elétrica, além da alta do preço dos alimentos e ruídos com a agenda fiscal, que trouxeram algum impacto para as expectativas de 2022. O mercado projeta inflação de 7,27% para o IPCA neste ano e de 3,95% para 2022 segundo o Boletim Focus do BC.

É importante lembrar que o BC sempre olha um horizonte mais à frente para a decisão de política monetária e não o curto prazo. Quando ele sobe a taxa básica de juros hoje ele está tentando trazer as projeções de inflação dos anos à frente para a meta e não a inflação corrente. Nesse sentido, Campos Neto defendeu que é de extrema importância olhar para além desses eventos e movimentos de curto prazo, em referência ao pano de fundo fiscal que tem se mostrado melhor que o esperado inclusive no período pré-pandemia.

O ministro da Economia reconheceu a piora das perspectivas com a desvalorização do real em relação ao dólar e a alta dos preços, principalmente de energia.

Como isso afeta os mercados e onde investir

O aumento da inflação e das incertezas fiscais provocou uma alta das taxas de juros. As taxas de curto prazo subiram com o mercado apostando que o BC terá que subir mais a taxa Selic para poder conter a alta da inflação. No último Boletim Focus, a projeção do mercado para a taxa Selic era de 7,50% para 2021 e 2022.

Já as taxas de longo prazo subiram refletindo essa preocupação com o quadro fiscal. Isso porque se o governo tem uma piora das contas públicas e não sinaliza um controle da dívida, os investidores passam a cobrar um juro maior para financiar o governo. Juro maior significa custo maior para as empresas se financiarem e isso acaba tendo impacto na bolsa também. As empresas contudo, têm mostrado um bom desempenho pós-pandemia, com 56% dos resultado do 2T21 vindo acima das expectativas. (veja o relatório dos nossos analistas sobre o assunto).

Onde os renomados gestores que participaram da Expert estão investindo

1. Inflação alta traz oportunidade em renda fixa

Luis Stuhlberger da Verde Asset esteve na Expert XP 2021
Luis Stuhlberger, gestor do fundo Verde, tem comprado NTN-Bs , disse na Expert

Com a aceleração da inflação, os gestores veem oportunidade de investimento em renda fixa.

O gestor do renomado fundo multimercado Verde, Luis Stuhlberger, disse na Expert que tem comprado títulos públicos atrelados à inflação (NTN-Bs) com vencimentos para 2024 e 2028. No médio e longo prazo, ele vê espaço para um espaço para uma queda das taxas de juros com prazos mais longos que hoje estão em dois dígitos, muito influenciadas por fatores domésticos. Embora os fundos da gestora que aplicam no Verde estejam fechados para novas aplicações, você pode investir nessas carteiras através dos fundos multimercados da família Selection da XP. Saiba mais clicando aqui

Já o CIO e gestor da Legacy Capital, Felipe Guerra, vê uma oportunidade em taxas de juros com prazos mais curtos até que a inflação ancore, isto é, que o Banco Central consiga trazer a inflação de novo em direção à meta, e também nos papéis de crédito privado. (Veja nosso relatório sobre como ficam as aplicações em renda fixa com a alta da inflação). Veja as principais alocações do fundo da gestora Legacy Capital Advisory FIC FIM, disponível na plataforma da XP.

2. Avanço da vacinação traz oportunidade em ações penalizadas com a crise

O avanço da vacinação tem permitido a retomada das atividades econômicas. Nesse cenário, os setores que têm mais capacidade de recuperação são os mesmo que sofreram em decorrência da pandemia, como o de varejo off-line (em especial vestuário), como as ações do grupo Soma, dono das marcas Animale , Farm e que anunciou recentemente a aquisição da Cia. Hering, Renner e Centauro, destacou Marcelo Cavalheiro, sócio fundador e gestor na Safari Capital, que tem R$ 2 bilhões em ativos sob gestão. Veja as principais posições do fundo Safari 45 FIC FIM II, na plataforma da XP.

Outro setor que pode se beneficiar, segundo Cavalheiro, é o de turismo, e, por consequência, as companhias aéreas.

As empresas que se beneficiaram do cenário econômico recente são as mesmas que poderão ficar para trás com a reabertura da economia, na visão do Cláudio Delbrueck, sócio e gestor na Solana Capital. Um bom exemplo disso são as seguradoras, que contaram com a queda da sinistralidade (visto que as pessoas estavam mais em casa, dirigindo menos, postergando planos etc.), o que implica queda dos custos no setor. Porém, a volta da economia implica que as pessoas estão voltando para as ruas, o que tende a aumentar a sinistralidade, disse o gestor. Confira as principais alocações do fundo Solana Absolutto FIC FIM / Solana Long Short FIC de FIM disponível na plataforma da XP.

Já a Kapitalo está buscando empresas que conseguem financiar seus projetos com a própria geração de caixa para crescer, enquanto mantém uma posição short (vendida), ou seja apostando na queda, em ações principalmente de setores ligados a demanda interna, afirmou Carlos Woelz, da Kapitalo, gestor na Kapitalo Investimentos, durante a Expert. Saiba mais sobre os fundos da gestora  Kapitalo Kappa Advisory FIC FIM / Kapitalo Zeta Advisory FIC FIM, disponíveis na plataforma da XP.

3. Ações no exterior são boas oportunidades para diversificar risco Brasil

Enquanto as incertezas fiscais, o risco da crise hídrica e do cenário político em 2022 pesam no desempenho das ações no Brasil, as bolsas americanas têm batido recordes de alta neste ano. (veja nossa projeção para o Ibovespa neste ano) Nesse cenário, os gestores veem oportunidade de investimento em ações lá fora, e têm comprado papéis listados nas bolsas americanas. (confira a carteira recomendada de BDRs da XP).

Márcio Appel, sócio fundador e gestor da Adam Capital, contou na expert que vê oportunidades no mercado americano como não via há muito tempo. A convicção da gestora é tão alta que eles estão com, talvez, a mais alta posição nesse risco desde que a gestora nasceu. Appel destaca boas oportunidade de investimento em empresas consolidadas, que hoje estão negociando a múltiplos baixíssimos atualmente. Veja as principais posições do fundo da gestora Adam Macro Advisory FIC FIM / Adam Macro Strategy Advisory FIC FIM, disponível na plataforma da XP.

Guerra, da Legacy, vê boa oportunidade de ganho nas ações lá fora, em setores como e-commerce, saúde animal e mídias sociais, tanto nos EUA como na Europa. A gestora está com posição vendida em bolsa brasileira, isto é, apostando na queda diante do cenário de incerteza no mercado local.

A diversificação global traz ainda a possibilidade de ter exposição a setores que só encontramos nos mercados lá fora como ações de empresas de luxo, que são quase uma exclusividade da Europa a papéis de grandes líderes globais de mercado que consumimos no nosso dia-a-dia, como a Nike, Coca-Cola, Netflix ou Apple (iPhone), destacou Mark Heslop, gestor de ações europeias da Jupiter Asset Management durante a Expert. Conheça mais sobre os fundos da Jupiter.

Investir apenas no Brasil é ignorar 99% do planeta, diz gestor na Expert

 O Brasil representa apenas cerca de 3% do PIB global enquanto, em termos de capitalização de mercado (valor das empresas listadas em bolsa) a participação é de apenas 1%. Ou seja, teoricamente, o investidor que opta por alocar quase a totalidade de seu patrimônio em investimentos domésticos está ignorando 99% das oportunidades de fora, destacou Daniel Martins, co-fundador da Geo Capital. Veja as principais posições do fundo Geo Empresas Globais FIC FIA IE.

Em termos de gestão de ativos, apostar uma fatia tão grande da carteira em uma única tese de investimento (Brasil) é um risco que nem mesmo o mais otimista dos investidores deveria tomar, “é uma aposta muito otimista”, disse Martins.

4. Busca por energia limpa favorece commodities

A demanda gerada pela agenda ambiental e restrição de oferta poderá resultar em um período de preços de commodities em níveis elevados, na avaliação de Tony Volpon, Estrategista-Chefe da Wealth High Governance (WHG).

Nesse sentido, a busca por fontes de energia mais limpas, como biocombustível, por exemplo, pode elevar o preço dos grãos, destacou Marcio Fontes, Gestor do ASA Hedge na ASA Investments durante a Expert. Também é esperado uma substituição do carvão pelo gás natural como matriz energética.

Nesse cenário, a Asa tem buscado se posicionar tanto diretamente em commodities como cobre e petróleo, como em empresas desse setor.

Na Grimper Capital, o posicionamento é similar. A gestora tem exposição ao setor tanto via commodities diretamente (agrícolas, cobre, crédito de carbono), como às empresas produtoras desses produtos em sua carteira de renda variável, explicou Sylvio Castro, CIO da Grimper Capital na Expert. Conheça mais sobre o fundo Grimper Blanc Advisory FIC FIM.

Volpon lembra que a economia brasileira foi muito beneficiada pelo último ciclo de commodities, que se iniciou em em 2002-2003 com a entrada da China na Organização Mundial do Comércio, e se estendeu até os primeiros anos após a crise de 2008.

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5. Criptomoedas é mercado em potencial apontam especialistas na Expert

Nos últimos 11 anos, o preço do Bitcoin subiu, em média, 200% ao ano e a tendência é de que esse processo de alta continue, embora não livre de volatilidade, afirmou  Dr. Saifedean Ammous durante a Expert, uma das maiores referências no mundo das criptomoedas, já tendo publicado 3 livros sobre o assunto.

Bitcoin é uma nova categoria de moeda, como as utilizadas por países, porém sem um banco central por trás. O ativo possui características únicas como o limite de emissão de 21 milhões de unidades de Bitcoins. Ammous destacou que as transações com criptomoedas têm se mostrado seguras e que os “mineradores” criam a moeda e contribuem também para a evolução da rede.

Por ter alta volatilidade, Ammous não recomenda investir os recursos destinados a cobrir despesas no curto prazo em Bitcoin.

Em termos de alocação no portfólio, Marcelo Sampaio, CEO da Hashdex recomenda que se inicie com aportes de 0,5% a 1% da carteira em criptomoedas para que o investidor a se acostumar à volatilidade, podendo aumentar a exposição dependendo de seu perfil. Na XP recomendamos entre 1% a, no máximo, 5%, caso o apetite por risco seja extremamente alto. O CEO da Hashdex completa: “Ter zero (criptomoedas na carteira) custa muito caro“.

Enquanto o Bitcoin se tornou uma reserva de valor e uma potencial moeda de troca para aquisição de bens e serviços, há outros tipos de criptoativos sendo utilizados, à exemplo das NFTs, que garantem que um item digital seja único e não reproduzível, já sendo utilizado para vender obras de arte, imóveis ou ingressos de shows. Os impactos disso poderiam ser a redução de burocracias e também a coibição da pirataria.

Tendências discutidas na Expert que vieram para ficar

A pandemia mudou não só as forma com que as pessoas se relacionam no trabalho, com a adoção do trabalho remoto, como acelerou tendências como a digitalização em um momento de restrição de mobilidade. Abaixo algumas das tecnologias que vieram para ficar.

  • Blockchain – A tecnologia por trás do Bitcoin oferecer maior rapidez e segurança na transferência de dados e tem sido cada vez mais usada à medida que as pessoas se encontram mais conectadas, destacou Eunhak Bae, gestora da Wellington na Expert. Essa tecnologia permite a negociação direta entre as partes e as transações são criptografadas, validadas por todos os usuários e registradas.
  • Semicondutores – Os semicondutores estão disponíveis em importantes coisas que utilizamos em nosso dia-a-dia, tais como, o celular, computador e até mesmo nos carros mais modernos. O crescimento da demanda por esses componentes bem acima da oferta tem provocado um desiquilíbrio nas cadeias de suprimentos, que se acentuou durante a pandemia.
  • 5G – A tecnologia 5G, cujo leilão ainda deve ocorrer no Brasil, possibilitará uma maior rapidez ao uso da internet, beneficiando até a Internet das Coisas (com aparelhos eletrodomésticos e outros equipamentos conectados a rede), além do desenvolvimento de produções envolvendo realidade virtual e realidade aumentada.
  • machine learning – O uso de machine learning hoje já está presente em nossa realidade desde ao atendimento a clientes por meio de robôs nos sites ou via whatsapp até nas recomendações de filmes no Netflix ou nas assistentes virtuais dos celulares. Para Jeremy Gleeson, gestor de ativos de Estratégia para a Economia Digital, as machine-learnings (máquinas inteligentes) dominarão o futuro, sendo mais acessíveis, potentes, inteligentes e mais rápidas.
  • Inteligência Artificial (AI) – O CEO da B3, Gilson Finkelsztain, citou, na Expert, que essa tecnologia que pode gerar valor ao agregar informações de forma mais rápida aos clientes, como por exemplo: leitura de documentos, monitoramento preventiva, prevenção de lavagem de dinheiro, além de prevenir ataques cibernéticos. O CEO da XP,  Thiago Maffra, reiterou que a escalabilidade tecnológica, por meio de inteligência artificial, redes neurais e computação em cloud serão absolutamente necessárias para a empresa atingir a expansão almejada e apresentar um serviço de qualidade, mais ágil, personalizado e barato.
  • trabalho remoto – uma das mudanças trazidas pela pandemia e que vieram para ficar é a mudança no regime de trabalho com a adoção cada vez mais de um modelo híbrido ou remoto. O vice-presidente de finanças e estratégia do iFood, Diego Barreto, afirmou durante a Expert que existem cerca de 210 milhões de pessoas no Brasil, e se limitar a contratar pessoas que estão somente nas principais capitais é um erro bastante grande, o que ele espera que não seja mais o caso daqui para frente.
  • ESG– as questões sociais, ambientais e de governança têm ganhado cada vez mais importância não só para investidores como para consumidores. A adoção de boas práticas de inclusão, diversidade e sustentabilidade passam a ser cada mais exigidas por bolsas de valores no Brasil e no exterior e o mercado tem evoluído em como mensurar essas questões no valor dos ativos.

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