A página será atualizada conforme a divulgação dos resultados pelas companhias.
Confira aqui o calendário de divulgação de resultados das empresas de capital aberto
Alimentos & Bebidas
BRF
A BRF reportou receita líquida consolidada de R$ 53,6 bilhões em 2023 (+0,4% A/A), EBITDA Ajustado de R$ 4,7 bilhões (+14,8% A/A) e prejuízo líquido de R$ -1,9 bilhão (versus prejuízo de R$ -3,0 bilhões em 2022). No 4T23, a BRF registrou um resultado com sinais positivos em todas as linhas.
Os destaques foram: (i) a demanda no mercado doméstico sustentou a recuperação da margem; (ii) melhores perspectivas de fluxo de caixa em estoques mais baixos; e (iii) resultados financeiros melhores. Além disso, a operação internacional apresentou recuperação de preços em todos os mercados – tendência oposta à da Secex (Secretaria do Comércio Exterior) -, impulsionando a margem do EBITDA ajustado de 2,6% no 4T22 para 11,1% no 4T23, enquanto o Brasil reportou uma sólida margem EBITDA ajustada (15,6% no 4T23 versus 9,9% no 4T22).
O BRF+, programa de eficiência contínua, entregou R$ 2,2 bilhões em 2023. Ainda que a rentabilidade permaneça como ponto de acompanhamento, a Companhia apresentou uma alavancagem menor e um novo management, mostrando progresso em seu turnaround.
A dívida bruta encerrou em R$ 19,6 bilhões (88% no longo prazo), com caixa de R$ 10,1 bilhões, levando a uma posição de dívida líquida de R$ 9,5 bilhões. Com isso, a alavancagem encerrou em 2,01x dívida líquida/EBITDA (o que se compara a 3,55x no 4T22). A Companhia não está sujeita a covenants de alavancagem financeira.
Camil (3T23 – novembro)
No 3T23 (novembro), os preços mais altos do arroz deram o tom, e a Camil reportou uma receita recorde de R$ 3,0 bilhões (+15% A/A), também beneficiada por maiores volumes de alto giro no Brasil (+3,0% A/A). Enquanto isso, o ambiente competitivo segue difícil no açúcar, e o varejo continua pressionando por menores estoques. O aumento da receita permitiu uma maior diluição de custos e o EBITDA ajustado foi de R$ 222 milhões (+32% A/A).
Porém, a alavancagem permaneceu alta com dívida líquida/EBITDA atingindo 4,3x (acima de seu covenant de de 3,5x medido ao final de cada exercício – fevereiro de 2024). No período, o seu fluxo de caixa foi pressionado principalmente pela composição de estoque de arroz, antecipando o aumento dos preços como resultado de adversidades climáticas nos principais produtores globais. No próximo trimestre, deve ocorrer liberação de capital de giro, reforçando a geração de fluxo de caixa.
A dívida bruta encerrou em R$ 5,0 bilhões, sendo 40% no curto prazo, com caixa de R$ 1,5 bilhão, levando a uma dívida líquida de R$ 3,5 bilhões.
JBS
A JBS registrou receita líquida consolidada de R$ 364 bilhões em 2023 (-2,9% A/A), EBITDA ajustado de R$ 17,1 bilhões (-50,4% A/A) e prejuízo líquido de -R$ 1,1 bilhão, frente a um lucro líquido de R$ 15,5 bilhões em 2022.
De uma maneira geral, os aspectos negativos da US Beef e Seara ofuscaram a melhor performance em outros segmentos de atuação da Companhia, principalmente no Brasil e na Austrália. Nestes dois países, há crescimento significativo no volume de processamento de gado, a expansão das vendas de produtos de valor agregado. Por outro lado, nos Estados Unidos, em decorrência de condições sazonais, a operação americana está enfrentando queda relevante de margem. Já frangos e suínos, enfrentaram persistente pressão nos custos de produção ao longo de 2023, mas já se beneficiam da normalização dos preços dos grãos.
Em termos financeiros, o seu perfil de endividamento é alongado, com prazo médio de 11 anos e posição de caixa suficiente para fazer frente aos vencimentos de dívida dos próximos 6 anos, além de linha de crédito rotativa de USD 3,3 bilhões (aprox. R$ 16,5 bilhões) como colchão de liquidez.
O saldo bruto da dívida da Companhia foi de R$ 96,8 bilhões ao final do 4T23, sendo 96% no longo prazo. Com uma posição de caixa de R$ 22,8 bilhões, o endividamento líquido foi de R$ 74,1 bilhões. A alavancagem da Companhia, medida por meio do indicador Dívida Líquida/EBITDA, ficou 4,32x, abaixo do covenants financeiro de 4,75x.
M. Dias Branco
A M. Dias Branco reportou receita líquida consolidada de R$ 10,8 bilhões em 2023 (+7,0% A/A), EBITDA de R$ 1,4 bilhão (+59,2% A/A) e lucro líquido de R$ 888,7 milhões (+84,5% A/A). No 4T23, os resultados foram sólidos em todos os setores, e o lucro líquido foi impulsionado tanto por resultados financeiros melhores, principalmente após a desalavancagem da Companhia, quanto por um benefício de R$ 31,7 milhões em créditos fiscais (sem efeito caixa) no 4T23.
Os volumes de venda cresceram 6% T/T, apesar da sazonalidade negativa, liderados (i) pela estratégia de gestão de receita (preços 4,8% T/T); (ii) melhores números operacionais; e (iii) a recuperação da demanda de varejo (estoques de varejo de volta aos níveis do 4T22). Como resultado, a Companhia recuperou volumes e market share em valor em suas principais categorias: Biscoitos (+20bps em valor; +30bps em volume) e Massas (+40bps em valor; +30bps em volume).
O forte desempenho de volume levou à liberação do capital de giro e impulsionou o fluxo de caixa livre (geração de caixa após investimentos) para R$ 584 milhões.
A dívida bruta encerrou em R$ 2,1 bilhões (76% no longo prazo), com caixa de R$ 2,2 bilhões, levando a uma posição de caixa líquido de R$ 73,6 milhões. Com isso, a alavancagem encerrou negativa em 0,1x dívida líquida/EBITDA (o que se compara ao seu covenant de 3,0x).
Marfrig
Em 2023, Marfrig atingiu receita líquida consolidada de R$ 130,6 bilhões (+4,5% A/A), EBITDA Ajustado de R$ 9,3 bilhões (-27,1% A/A) e prejuízo líquido de R$ 1,5 bilhão (ante lucro líquido de R$ 4,2 bilhões em 2022).
No 4T23, a Mafrig demonstrou maior resiliência quando comparada aos seus pares e superou os seus pares mais próximos, tanto na América do Norte (mg. EBITDA aj. de 2,6%) como nas divisões da América do Sul (mg. EBITDA aj. 10,4%). Ainda assim, o setor demanda cautela em relação às margens da carne bovina, principalmente nos EUA, devido a uma perspectiva desafiadora para ciclo do gado.
A dívida líquida consolidada encerrou em R$ 34,5 bilhões, acréscimo de 2,9% em comparação ao 3T23, explicado principalmente pela aquisição de ações da BRF, que elevaram a participação da Marfrig para 50,06% no capital social da empresa. Por sua vez, o índice de alavancagem atingiu 3,72x (ante 3,0x em dez/22), o que se compara ao seu covenant de 4,75x. A posição de caixa ao final do 4T23 totalizou R$ 21,9 bilhões, suficientes para cobrir o vencimento dos próximos 3 anos.
Açúcar & Etanol
Adecoagro – Vale do Ivinhema (4º trimestre da safra 2023/2024 – dezembro de 2023)
Em 2023, a Adecoagro reportou receita líquida consolidada de R$ 3.476,4 milhões, +12,4% A/A, EBITDA ajustado de R$ 2.275,1 milhões, +5,0% A/A, e lucro líquido de R$ 310,0 milhões, -22,1% A/A.
No período acumulado, a moagem totalizou 12.497,0 mil toneladas de cana processada, +19,2% A/A, com um mix açúcar/etanol de 52%/48%. O cenário segue favorável ao açúcar, desta forma, as usinas tendem a permanecer com a maximização da produção voltada para o adoçante. O ATR equivalente produzido foi 20,6% superior a 2022, dos quais destinamos 52% para a produção de açúcar, comercializado em média 40% acima do etanol hidratado no Mato Grosso do Sul.
A dívida bruta encerrou em R$ 2.928,2 milhões, sendo 11% no curto prazo. A posição de caixa era de R$ 583,8 milhões, resultando em uma dívida líquida de R$ 2.344,4. A alavancagem atingiu 1,03x (ante 1,1x no mesmo período do ano anterior), o que se compara ao seu covenant de 4,0x.
CMAA – Vale do Tijuco, Vale do Pontal e Canápolis (3T23/24 – calendário safra)
Nos 9M24, a CMAA (Vale do Tijuco, Vale do Pontal e Canápolis) reportou receita líquida consolidada de R$ 2.062,1 milhões, +15,4% A/A, EBITDA ajustado de R$ 924,5 milhões, +6,1% A/A, e lucro líquido de R$ 91,8 milhões, +73,9% A/A.
No período acumulado, a moagem totalizou 9.202,8 mil toneladas de cana processada, +11,8% A/A. O cenário segue favorável ao açúcar, desta forma, as usinas tendem a permanecer com a maximização da produção voltada para o adoçante. O ATR, por sua vez, foi de 139,1 kg/tonelada, -0,6% A/A.
A dívida bruta encerrou em R$ 1.841,9 milhões, sendo 16% no curto prazo. A posição de caixa era de R$ 559,4 milhões, resultando em uma dívida líquida de R$ 1.282,5. A alavancagem atingiu 1,40x (ante 1,6x no mesmo período do ano anterior), o que se compara ao seu covenant de 3,0x.
Cocal (3T23/24 – calendário safra)
Nos 9M24, a Cocal reportou receita líquida consolidada de R$ 1.980,8 milhões, +8,3% A/A, EBITDA ajustado de R$ 1.176,4 milhões, +10,8% A/A, e lucro líquido de R$ 394,9 milhões, +0,8% A/A.
No período acumulado, a moagem totalizou 8.468,0 mil toneladas de cana processada, +5,2% A/A, com um mix açúcar/etanol de 64%/36%. O cenário segue favorável ao açúcar, desta forma, as usinas tendem a permanecer com a maximização da produção voltada para o adoçante. O ATR, por sua vez, foi de 137,1 kg/tonelada, 0,0% A/A.
A dívida bruta encerrou em R$ 3.263,7 milhões, sendo 17% no curto prazo. A posição de caixa era de R$ 1.686,9 milhões, resultando em uma dívida líquida de R$ 1.576,8. A alavancagem atingiu 0,94x (ante 1,0x no mesmo período do ano anterior), o que se compara ao seu covenant de 3,0x.
Jalles Machado (3T23/24 – calendário safra)
A Jalles apresentou resultados sólidos no 3T23/24 em meio à turbulência no mercado de etanol, com o açúcar mais do que compensando as margens reduzidas do biocombustível. A receita líquida foi ligeiramente inferior à registrada no mesmo período do ano anterior, de R$ 496 milhões, e o EBITDA ajustado foi de R$ 333 milhões (+6% vs. ano anterior), com melhora das margens A/A e T/T. Embora tenha aumentado as vendas sequencialmente em uma estratégia de mitigação de riscos, a Jalles se concentrou em aumentar os estoques de etanol durante o ano, uma estratégia que aparenta ter sido assertiva, já que os preços do etanol estão crescendo ~15% em 2024.
A dívida bruta encerrou em R$ 2,57 bilhões, sendo 7% no curto prazo, com caixa de R$ 1,1 bilhão, levando a uma dívida líquida de R$ 1,5 bilhão. Com isso, a alavancagem encerrou em 1,4x dívida líquida/EBITDA no 3T23/24, o que se compara ao seu covenant de 3,25x.
Raízen (3T23/24 – calendário safra)
A Raízen apresentou um trimestre sólido, com resultados positivos no segmento de Açúcar (preços mais altos compensando custos mais altos principalmente devido a uma temporada de moagem mais longa) e uma margem surpreendente de R$ 194/m³ em sua operação de Mobilidade Brasil. Além disso, a Companhia conseguiu monetizar R$ 1,2 bilhão em créditos fiscais. O destaque negativo permanece em Renováveis, embora a recente tendência de alta nos preços do etanol possa favorecer a estratégia da Raízen de adiar as vendas do produto. O EBITDA reportado foi de R$ 3,9 bilhões (+36% A/A), sendo que maiores estoques de etanol e maiores preços de açúcar com hedge ainda podem ser capturados no próximo trimestre.
A dívida bruta encerrou em R$ 39,6 bilhões, sendo 37% no curto prazo, com caixa de R$ 8,1 bilhões, levando a uma dívida líquida de R$ 31,5 bilhões. Com isso, a alavancagem encerrou em 1,9x dívida líquida/EBITDA no 3T23/24, sendo que a Companhia não está sujeita a covenants financeiros.
São Martinho (3T23/24 – calendário safra)
A São Martinho reportou um trimestre misto, com EBITDA ajustado de R$ 704 milhões (-9% A/A). O forte aumento na moagem de cana para 23 milhões de toneladas na safra 23/24 foi o destaque, levando a diluição de custos e maior produção de açúcar e etanol, com o primeiro em destaque e ainda não capturando preços mais altos de hedge. As vendas de etanol foram postergadas para o 4T23/24, considerando a recente tendência de alta nos preços, estratégia que aparenta ter sido assertiva. A produção de etanol de milho atingiu a capacidade total.
A dívida bruta encerrou em R$ 6,4 bilhões, sendo 11% no curto prazo, com caixa de R$ 1,7 bilhão, levando a uma dívida líquida de R$ 4,7 bilhões. Com isso, a alavancagem encerrou em 1,66x dívida líquida/EBITDA no 3T23/24, o que se compara ao seu covenant de 3,0x.
Zilor (3T23/24 – calendário safra)
Nos 9M24, a Zilor reportou receita líquida consolidada de R$ 2.570,3 milhões, +2,2% A/A, EBITDA ajustado de R$ 948,8 milhões, +14,6% A/A, e lucro líquido de R$ 363,1 milhões, -16,5% A/A.
No período acumulado, a moagem totalizou 11.420,4 mil toneladas de cana processada, +8,3% A/A, com um mix açúcar/etanol de 46,3%/53,7%. O cenário segue favorável ao açúcar, desta forma, as usinas tendem a permanecer com a maximização da produção voltada para o adoçante. O ATR, por sua vez, foi de 138,1 kg/tonelada, -0,3% A/A.
A dívida bruta encerrou em R$ 3.095,8 milhões, sendo 0% no curto prazo. A posição de caixa era de R$ 1.168,3 milhões, resultando em uma dívida líquida de R$ 1.927,5. A alavancagem atingiu 1,78x (ante 2,0x no mesmo período do ano anterior), o que se compara ao seu covenant de 2,5x.
Educação
Cogna
A Cogna reportou receita líquida consolidada de R$ 5,9 bilhões em 2023 (+15,8% A/A), EBITDA recorrente de R$ 1,7 bilhão (+18,9% A/A) e prejuízo líquido de R$ 492 milhões (ante prejuízo líquido de R$ 528,9 milhões).
No 4T23, a Cogna reportou um prejuízo líquido ajustado de R$ 373M, mas esse valor foi impactado por uma baixa de imposto diferido de R$ 434 milhões, que optamos por excluir de nosso cálculo pela natureza não recorrente e expectativa de reaver esse valor no futuro, resultando em um lucro líquido ajustado de R$ 60 milhões.
Em relação ao operacional, todas as três unidades de negócio (BUs) mantiveram a tendência positiva observada nos trimestres anteriores, resultando em um crescimento de receita de 11,6% A/A e uma expansão de margem de EBITDA ajustada de 1,3 p.p. A/A.
Embora ainda apresente alta alavancagem ajustada em 3,7x (que inclui aquisições a pagar, arrendamento e risco sacado), observamos uma clara tendência de queda em relação aos períodos anteriores. Vale destacar que, para fins de covenant (ex-arrendamentos e risco sacado), a alavancagem reportada foi de 1,83x ao final do 4T23, menor do que o 1,88x do 4T22, e dentro do limite permitido de até 3,00x.
Energia e Saneamento
AES Brasil (Cajuína)
A AES Brasil reportou receita líquida consolidada de R$ 3,4 bilhões em 2023 (+20,6% A/A), EBITDA de R$ 1,7 bilhão (+42,5% A/A) e lucro líquido de R$ 333,3 milhões (+4,1% A/A).
No 4T23, a Companhia reportou resultados operacionais com forte evolução de seu portfólio e melhor geração hídrica em relação ao ano anterior. Por outro lado, as restrições do ONS – Operador Nacional do Sistema Elétrico – afetaram parcialmente a geração eólica e solar (90,1GWh). A notícia positiva do trimestre é a evolução do projeto Cajuína 2, que está muito próximo de ser concluído (94,5%). Com isso, a Companhia poderá concentrar seus esforços em seu processo de desalavancagem.
O EBITDA ajustado foi de R$ 511,1 milhões (+42% A/A), refletindo as aquisições realizadas em dez/22 (Complexos Eólicos Ventos do Araripe, Caetés e Cassino) e a contribuição dos complexos Tucano e Cajuína. A geração hídrica teve um desempenho melhor do que no ano passado devido à melhor hidrologia e a redução no preço médio de venda.
A dívida líquida consolidada da AES Brasil atingiu R$ 11,7 bilhões em dez/23, (relação dívida líquida/EBITDA de 5,3x – sem covenants na holding), enquanto sua subsidiária AES Operações reportou uma dívida líquida de R$ 5,7 bilhões.
Vale mencionar que a AES Brasil planeja investir R$ 1,3 bilhão até 2028. O plano inclui (i) R$ 829 milhões para modernização e manutenções; (ii) R$ 131 milhões para projetos em desenvolvimento (Cajuína fase 3 e 4 e o parque solar AGV VII); e (iii) R$ 388 milhões em expansão nos complexos eólicos Tucano e Cajuína.
Cemig
A Cemig registrou receita líquida consolidada de R$ 36,85 bilhões em 2023 (+6,9% A/A), EBITDA ajustado de R$ 8,5 bilhões (+23,8% A/A) e lucro líquido ajustado de R$ 5,8 bilhões (+40,9% A/A). O resultado robusto da empresa ao longo do ano se deve, entre outros fatores, à boa performance da Cemig GT. Abaixo segue um breve resumo da performance de segmento ao longo do 4T23.
Cemig D: Os volumes de energia distribuída aumentaram 5,0% A/A, impulsionados pelo segmento residencial, que cresceu 13,4% em função das temperaturas mais altas. As perdas com inadimplência, por sua vez, aumentaram para R$ 102,3 milhões vs. R$ 43,1 milhões no 4T22.
Cemig GT + Holding: O volume de energia cresceu 2,7% A/A, para 10.398 GWh. Em relação ao balanço energético para os anos seguintes, a Cemig tem déficit de 61MW e 358 MW médios em 2024 e 2025, um aumento na posição de energia vendida a partir do último relatório indicando que a empresa viu oportunidades de venda de energia na recente alta nos preços.
Gasmig: Este segmento pesou negativamente no consolidado, com o volume caindo 8,2% e cobrança compensatória nas tarifas.
O saldo bruto da dívida da Companhia foi de R$ 9,8 bilhões ao final do 4T23, sendo 26,8% no curto prazo. Com uma posição de caixa de R$ 2,3 bilhões, o endividamento líquido foi de R$ 7,5 bilhões. A alavancagem da Companhia, medida por meio do indicador Dívida Líquida/EBITDA, ficou 0,9x, bem abaixo dos covenants atuais de 3,0x.
Eletrobras
A Eletrobras reportou receita líquida consolidada de R$ 37,2 bilhões em 2023 (+9% A/A), EBITDA Ajustado de R$ 21,5 bilhões (+19% A/A) e lucro líquido de R$ 4,4 bilhões (+4,1% A/A).
No 4T23, em relação ao balanço energético, houve pouco progresso na redução da posição não contratada. Na frente de empréstimos compulsórios, o passivo diminuiu R$ 1,9 bilhão no trimestre, embora os ganhos com contratos tenham sido compensados por novas provisões. Apesar destes resultados ainda não estarem no nível de eficiência esperado após a privatização, em nossa visão, as mudanças de gestão ocorridas no segundo semestre de 2023 poderão ser positivamente refletidas na performance de 2024.
A dívida bruta atingiu R$ 60,7 bilhões, enquanto a posição de caixa foi de R$ 18,9 bilhões. A dívida bruta diminuiu R$ 9,7 bilhões em relação ao 3T23, impactada principalmente pelas operações de captação de recursos e pela consolidação da Teles Pires. A relação dívida líquida/EBITDA ficou em 2,2x, abaixo dos seus atuais covenants de 3,75x. A Eletrobras reportou Capex de R$ 4,6 bilhões no trimestre.
Energisa
A Energisa reportou receita líquida consolidada (ex-construção) de R$ 23,6 bilhões em 2023 (-11,8% A/A), EBITDA ajustado¹ de R$ 8,1 bilhões (+8,9% A/A) e lucro líquido consolidado de R$ 2,5 bilhões (+6,4% A/A).
No 4T23, a receita líquida consolidada (ex-construção) cresceu 21,8% A/A, atingindo R$ 6,7 bilhões. O EBITDA ajustado¹ registrou R$ 2,1 bilhões (+17,1% A/A). Já as despesas PMSO (Pessoal, Material, Serviço e Outros) foram afetadas por maiores exigências regulatórias de qualidade na distribuição e cresceram 13,5% A/A. Com isso, a margem EBITDA foi de 24,3%, singela queda de 0,4p.p. A/A. O lucro líquido atingiu R$ 729 milhões, melhor desempenho do ano (+50,3% A/A), impulsionado pelo menor resultado financeiro. Os investimentos consolidados foram de R$ 1,4 bilhão no 4T23, redução de 18,2% A/A. As vendas de energia (mercado cativo + TUSD) registraram o crescimento recorde dos últimos 18 anos para o trimestre (+13% A/A), atingindo 10.840,5 GWh, como reflexo do maior consumo de energia elétrica e revisões tarifárias.
A dívida líquida consolidada totalizou R$ 24,8 bilhões, redução de R$ 757 milhões em relação ao 3T23. A posição de caixa, equivalentes e créditos setoriais totalizou R$ 7,0 bilhões, o que se compara a uma dívida de curto prazo de R$ 7,7 bilhões ao final de 2023 (aprox. 25% da dívida total). A relação dívida líquida / EBITDA reduziu para 3,1x (contra 3,3x no 3T23) e abaixo do covenant de 4,0x-4,25x.
Eneva
Em 2023, Eneva atingiu receita líquida consolidada de R$ 10,1 bilhões (+64,7% A/A), EBITDA Ajustado de R$ 4,3 bilhões (+101% A/A) e lucro líquido de R$ 303 milhões (-19%A/A).
A Eneva, por atuar no setor de energia termelétrica, depende de duas fontes de receita: i) fixa, que independe do volume gerado/despachado; e ii) variável, que dependerá do quanto gerou quando foi chamada a despachar. O despacho ocorre apenas quando o Operador Nacional do Sistema (ONS) “convoca” usinas, o que segue uma ordem crescente em relação aos custos de despacho de cada uma, priorizando usinas com custos mais baixos. Por possuir uma operação integrada com os reservatórios (R2W), a Eneva possui baixo custo operacional e é chamada a operar com frequência quando há a necessidade.
No ano de 2023, houve retomada gradual do despacho termelétrico regulatório no Sistema Interligado Nacional (SIN), contribuindo para a melhora dos indicadores operacionais da Companhia. Apesar dos ainda elevados volumes nos reservatórios e valores de PLD próximos ao piso regulatório, a intensificação do El Niño aumentou as temperaturas médias no país e, por consequência, houve picos diários de demanda de energia e maior demanda por despacho térmico.
A dívida bruta da Companhia encerrou 2023 em R$ 19,7 bilhões, sendo cerca de 8,5% no curto prazo, com caixa de R$ 2,6 bilhões, levando a uma Dívida Líquida de R$ 17,1 bilhões. O prazo médio da dívida era de 5,2 anos no final do período. Paralelamente, o melhor EBITDA reduziu o índice de alavancagem Dívida Líquida/EBITDA para 3,99x vs. 4,82x em 2022, com espaço relevante frente aos covenants de 5,5x.
Engie
A Engie reportou receita líquida consolidada de R$ 10,7 bilhões em 2023 (-9,7% A/A), EBITDA ajustado de R$ 7,2 bilhões (+4,7% A/A) e lucro líquido ajustado de R$ 3,4 bilhões (+23,8% A/A). No 4T23, o EBITDA ajustado foi de R$ 1,6 bilhão (-5,6% A/A) e, se desconsiderados itens extraordinários e a equivalência patrimonial, o EBITDA seria de R$ 1,46 bilhão.
A queda no resultado operacional pode ser explicada pelo menor EBITDA da trading e pela redução no volume de energia vendida (3.940 MW médios no 4T23 comparado com 4.398 MW médios no 4T22). Esta redução na energia vendida, por sua vez, pode ser atribuída à redução no volume de vendas às distribuidoras, devido: (i) à venda da subsidiária Pampa Sul; e (ii) ao menor volume de compras, com consequente menor volume disponível para venda.
A Engie reportou um Capex de R$ 981 milhões, principalmente relacionado aos seus ativos de geração (projetos eólicos Santo Agostinho e Serra do Assuruá) e transmissão (Novo Estado e Gavião Real).
A dívida líquida atingiu R$ 15,3 bilhões no trimestre. A dívida bruta atingiu R$ 20,6 bilhões (R$ 2,6 bilhões em circulante) e teve posição de caixa de R$ 5,2 bilhões. A relação dívida líquida/EBITDA ficou em 2,1x, abaixo dos seus atuais covenants de 3,5x.
Equatorial
Em 2023, a Equatorial atingiu receita líquida consolidada de quase R$ 41 bilhões (+51% A/A), EBITDA Ajustado de R$ 9,8 bilhões (+44% A/A) e lucro líquido de R$ 2,9 bilhões (+50%A/A).
No 4T23, o resultado melhorou em um comparativo anual devido principalmente (i) ao aumento da margem bruta nas distribuidoras, devido à consolidação da Equatorial Goiás; (ii) redução de perdas; e (iii) expansão de volume.
Os eventos climáticos atípicos ocorridos no 4T23 deterioraram o DEC e o FEC em quase todas as concessões. Em perdas, a Companhia continuou seu desempenho positivo, com suas perdas consolidadas sendo reduzidas para 18,4%, de 19,2% no trimestre anterior. O aumento da provisão para devedores duvidosos, que atingiu 1,4% da receita líquida vs. 0,2% no 4T22, deveu-se principalmente à atualização da matriz de provisão da Companhia.
Além disso, o PMSO (excluindo Goiás) aumentou 13% A/A, principalmente devido a serviços e materiais relacionados aos eventos climáticos extremos na CEEE e melhoria de qualidade no Maranhão e Piauí. Em relação à Echoenergia, a geração eólica caiu 10% A/A devido aos cortes de produção.
A dívida bruta atingiu R$ 46,8 bilhões (~ 11% no curto prazo) e posição de caixa foi de R$ 12,8 bilhões. A relação dívida líquida/EBITDA foi de 3,3x (vs. 3,6x do 3T23), bem abaixo dos seus atuais covenants (4,5x). A Equatorial reportou um Capex de R$ 2,6 bilhões, principalmente relacionado ao segmento de distribuição e projetos greenfield da Echoenergia.
Isa CTEEP
O EBITDA foi de R$ 826,7 milhões no 4T23 (+30,3% A/A), com uma melhora na margem EBITDA (+3,3 p.p. A/A), refletindo principalmente: (i) o crescimento da receita líquida, principalmente devido aos impactos do reajuste do ciclo tarifário 2023/2024; (ii) a entrada em operação de projetos de reforços e melhorias e greenfields; e (iii) o reperfilamento dos componentes financeiros da RBSE – Rede Básica do Sistema Existente; os quais compensaram parcialmente o aumento de 14,9% nos custos gerenciáveis (PMSO). Por sua vez, o aumento dos custos em questão pode ser explicado por: (i) sazonalidade do trimestre; e (ii) aumento do número de funcionários e serviços para acompanhar o crescimento da empresa.
O lucro líquido foi de R$ 900,6 milhões (+147,7% A/A), principalmente devido ao benefício fiscal sobre o pagamento de Juros sobre Capital Próprio (“JCP”) reconhecido no 4T23.
O Capex atingiu R$ 617,5, principalmente devido a projetos de reforços e melhorias.
A dívida líquida atingiu R$ 7,9 bilhões, com um índice de dívida líquida EBITDA de 2,39x, o que se compara ao seu covenant de alavancagem mais restritivo de 3,0x. Apenas 7% da dívida bruta encontrava-se classificada no curto prazo.
Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp)
A Sabesp registrou receita líquida consolidada (ex-construção) de quase R$ 20 bilhões em 2023 (+16,1% A/A), EBITDA ajustado de R$ 9,6 bilhões (+35,9% A/A) e lucro líquido de R$ 3,5 bilhões (+12,9% A/A).
Já no 4T23, o EBTIDA expandiu 72,3% em relação ao mesmo período do ano passado devido a, principalmente, (i) um aumento de 3,0% no volume total faturado A/A; (ii) tarifas médias faturadas acima do esperado em decorrência a um melhor mix de clientes; (iii) Opex abaixo do esperado refletindo a diminuição de serviços e despesas legais; e (iv) redução da provisão para devedores duvidosos devido ao retorno dos programas de faturamento a níveis mais normais (próximos a 2% da receita líquida). Por fim, vale mencionar que foi iniciada a prestação de serviços por parte da Sabesp no município de Olímpia.
Em 2023, destaca-se também o PDI (Programa de Desligamento Incentivado) implementado no final do primeiro semestre do ano, cujas rescisões contratuais começaram no dia 1º de julho de 2023 e devem continuar até 30 de junho de 2024. As indenizações somam R$ 529,6 milhões, com payback próximo a 12 meses.
O saldo bruto da dívida da Companhia foi de R$ 19,5 bilhões ao final do 4T23, sendo 86,7% no longo prazo. Com uma posição de caixa de R$ 3,3 bilhões, o endividamento líquido foi de R$ 16,2 bilhões. A alavancagem da Companhia, medida por meio do indicador Dívida Líquida/EBITDA, ficou 1,7x, bem abaixo dos covenants atuais de 3,5x.
Taesa
A Taesa reportou receita líquida consolidada (regulatória) de R$ 2,4 bilhões em 2023 (-9,0% A/A), EBITDA ajustado de R$ 2,0 bilhões (+8,5% A/A) e lucro líquido ajustado de R$ 1,1 bilhão (+4,3% A/A).
Já no 4T23, a Receita Líquida Regulatória aumentou 6% a/a, em função principalmente: (i) início da operação de Saíra (1ª fase), um dos dois lotes arrematados no leilão de dezembro de 2022; (ii) entrada em operação de novas fases de Sant’Ana (~95% da RAP total habilitada); (iii) reajuste inflacionário em IPCA do ciclo da RAP 2023/24; e (iv) menor Parcela Variável. A margem EBITDA, por outro lado, foi negativamente impactada (i) pelo reajuste negativo do IGP-M para o clico da RAP 2023/24 nos contratos da categoria 2; e (ii) pela redução de 50% da RAP da ATE III.
No trimestre, a queda do Lucro Líquido refletiu, entre outros fatores, o aumento de 20,5% nas despesas financeiras em um comparativo anual.
Em nossa visão, apesar do maior endividamento, o passivo da Companhia é alongado (prazo médio de 8,1 anos), com apenas 12% da dívida total classificada no curto prazo, e posição de caixa suficiente para fazer frente às amortizações até início de 2025. Ao final do período, a Taesa encontrava-se adimplente com seus covenants.
A dívida líquida atingiu R$ 9,8 bilhões em dez/23 (ou uma relação dívida líquida/EBITDA de 4,2x). Em termos de endividamento, a Taesa possui a maior parte da sua dívida em debêntures, com bom acesso ao mercado de capitais e perfil alongado dos passivos bancários. Ao final do 4T23, a Companhia declarou-se adimplente com os covenants presentes em seus contratos.
Imobiliário
Cyrela
A Cyrela registrou receita líquida consolidada de R$ 6,25 bilhões em 2023 (+16% A/A), Consumo de Caixa (métrica do setor ao invés de EBITDA) de R$ 101 milhões (ante Geração de Caixa de R$ 33 milhões em 2022) e lucro líquido de R$ 942 milhões (+16% A/A).
No 4T23, a Cyrela registrou sólidos resultados, com receita de R$ 1,7 bilhão (+25% A/A e 5% T/T), devido, principalmente ao notável desempenho operacional, com vendas líquidas aumentando 21% A/A e a evolução do PoC (percentual de obra concluída) impulsionando o reconhecimento de receita.
A margem bruta aumentou para 33,7% (+20bps T/T) no trimestre, com os novos lançamentos apresentando margens mais altas em relação a 2022. A Cyrela também registrou maiores despesas G&A no trimestre (+8% A/A), devido a maiores indenizações (+152% A/A). Por fim, o lucro líquido atingiu R$ 248 milhões (+19% A/A e -1% T/T), em grande parte impulsionado por (i) resultados positivos das subsidiárias (Cury, Plano, Lavvi); (ii) expansão da receita; e (iii) sólida rentabilidade. Como resultado, a margem líquida atingiu 14,5%. No trimestre, houve queima de caixa de R$ 94 milhões, explicada pela aquisição de terrenos, comparada à geração de caixa de R$ 7 milhões no 3T23.
O saldo bruto da dívida da Companhia foi de R$ 3,3 bilhões ao final do 4T23, sendo 69% no longo prazo. A alavancagem da Companhia, medida por meio do indicador Dívida Líquida/ Patrimônio Líquido, atingiu 10,7%, com folga em relação ao seu covenant de até 70%.
Direcional
A Direcional registrou receita líquida consolidada de R$ 2,35 bilhões em 2023 (+8,9% A/A), EBITDA ajustado de R$ 547 milhões (+25% A/A) e lucro líquido ajustado de R$ 324,4 milhões (+72,6% A/A).
No 4T23, a Companhia reportou resultados sólidos, com expansão do lucro líquido. A receita líquida aumentou 19% A/A, com alta de 80% A/A nas vendas líquidas, embora afetada por maior presença de vendas não consolidadas. As receitas diferidas, por sua vez, aumentaram significativamente para R$ 1,71 bilhão (+60% A/A), sugerindo um sólido reconhecimento de receita à frente. A relação entre lançamentos e receita líquida (UDM – Últimos Doze Meses) aumentou para 1,8x (vs. 1,4x no 4T22).
A margem bruta ajustada atingiu 35,7% (-0,6 p.p. A/A), impactada pelas unidades vendidas no programa habitacional Pode Entrar. Além disso, o lucro líquido ajustado foi de R$100 milhões (+27% A/A), ajudado por (i) maior resultado de equivalência patrimonial de R$15 milhões (+203% A/A), e (ii) diluição de despesas.
O saldo bruto da dívida da Companhia foi de R$ 1,3 bilhão ao final do 4T23, sendo 82% no longo prazo. A Direcional apresentou caixa líquido ajustado de R$ 72,1 milhões. Direcional possui covenants de alavancagem que preveem relação máxima Dívida Líquida Ajustada /Patrimônio Líquido ≤ 50%, o que vem conseguindo cumprir com folga.
MRV
A MRV registrou receita líquida consolidada de R$ 7,4 bilhões em 2023 (+11,8% A/A), EBITDA ajustado de R$ 463 milhões (-43,7% A/A) e prejuízo líquido reduziu para R$ 18,4 milhões (ante R$ 123 milhões em 2022).
No 4T23, a Companhia reportou resultados mistos, afetados pela pressão na margem bruta e no lucro líquido. A receita líquida da MRV&Co aumentou para R$ 1,94 bilhão (+17% A/A), ajudada pelo recorde de vendas líquidas da MRV Inc. A margem bruta continuou em uma recuperação gradual, atingindo 24,1% (+4,0 p.p. A/A), suportada pela margem bruta de novas vendas, que atingiu 36,5%, apoiada por aumentos robustos de preços no trimestre (+19% A/A).
O lucro líquido continuou pressionado, com a MRV Inc reportando prejuízo líquido de R$10 milhões (R$52 ajustado por swaps e efeitos de marcação a mercado) e a MRV&Co reportando prejuízo líquido de R$105 milhões, enquanto que Resia, Luggo e Urba aumentaram seus prejuízos. Finalmente, a Résia teve uma queima de caixa mais branda de R$40 milhões, ajudada por um investimento limitado.
O saldo bruto da dívida da Companhia foi de R$ 7,8 bilhões ao final do 4T23, sendo 17% no curto prazo. A MRV apresentou caixa líquido ajustado de R$ 3,3 bilhões. Direcional possui covenants de alavancagem que preveem as seguintes relações: (1) Dívida Líquida Ajustada + Imóveis a pagar /Patrimônio Líquido ≤ 65%; (2) Recebíveis + Receita Bruta de Vendas a apropriar + Estoques / Dívida Líquida+Imóveis a pagar + Custo de Unidades Vendidas a apropriar ≥ 1,6. Ambas métricas vem sendo cumpridas com folga.
Mineração
CSN (Consolidado)
Em 2023, a CSN atingiu receita líquida consolidada de R$ 45,4 bilhões (+2,4% A/A), EBITDA ajustado de R$ 11,9 bilhões (-14% A/A) e lucro líquido de R$ 402,6 milhões (-81,4% A/A).
No 4T23, o EBITDA foi de R$ 3,6 bilhões +29% T/T e +16% A/A, implicando em margem EBITDA de 29,1% (vs. 24,3% no 3T23 e 27,1% no 4T22).
Os principais destaques foram: (i) operações de mineração apresentando preços fortes (+22% T/T e +32% A/A), apesar de um aumento no custo caixa unitário (+5% T/T); (ii) a rentabilidade das operações siderúrgicas melhorou para 5,6% no 4T23 (de 3,4% no 3T23), com EBITDA de R$ 331 milhões (+81% T/T, -60% A/A); e (iii) um trimestre de recuperação para logística. Por outro lado, os resultados da divisão de energia recuaram, dados os menores preços devido aos altos níveis de água nos reservatórios.
A dívida líquida fechou em R$ 30,7 bilhões, resultando em alavancagem da dívida líquida/EBITDA de 2,6x (vs. 2,6x no 3T23 e 2,2x no 4T22).
CSN Mineração
Em 2023, a CSN Mineração atingiu receita líquida consolidada de R$ 17,1 bilhões (+37% A/A), EBITDA ajustado de R$ 7,9 bilhões (+30% A/A) e lucro líquido de R$ 3,5 bilhões (+20,9% A/A).
No 4T23, o EBITDA ajustado foi de R$ 2,8 bilhões (+39% T/T e +55% A/A) com melhora de preços (US$ 91,4/t, +21,5% T/T) parcialmente compensados por volumes mais baixos: 11,1mt (-4% T/T, +15% A/A), com produção de 10,9mt -6% T/T e +17% A/A. Os preços líquidos do CIF – Cost, Insurance and Freight (em português “custo, seguro e frete”) ficaram em US$ 91,4/t (vs. China CIF benchmark de US$ 128/t).
O C1 – custo caixa de de produção e frete da mina até o porto – chegou a US$ 22,5/t (+6% T/T) principalmente devido à menor diluição de custo fixo (dados os menores volumes de vendas), com menores volumes de minério de ferro de terceiros beneficiando o custo caixa.
Além disso, observamos que a empresa atingiu seu guidance de produção de 42,0-42,5 mt e o guidance para o custo caixa do C1 de US$ 22/t.
A CSN Mineração encerrou o 4T23 com posição de caixa de R$ 9,8 bilhões com posição de caixa líquido (disponibilidades em valor maior do que a dívida bruta) em R$ 1,2 bilhão.
Vale
Em 2023, a Vale atingiu receita líquida consolidada de US$ 41,8 bilhões (-4,7% A/A), EBITDA Ajustado de US$ 17,9 bilhões (-9,1% A/A) e Lucro Líquido Ajustado de US$ 7,9 bilhões (-52,2% A/A).
No 4T23, a Vale reportou resultados positivos, com EBITDA Aj. pró-forma de US$ 6,7 bilhões. Com os números operacionais já divulgados, as soluções de minério de ferro foram destaque (EBITDA ajustado +44% T/T), com custo caixa C1/t de US$ 20,8/t, melhorando 5% T/T (o valor no ano fiscal de 2023 foi de US$ 22,3/t, ligeiramente abaixo do guidance da Vale de US$ 22,5/t).
Na operação de metais para transição energética, o EBITDA Aj. atingiu US$ 523 milhões (+42% T/T, -33% A/A), dado: (i) desempenho melhor que o esperado das operações de Níquel, explicado por menores custos caixa; e (ii) desempenho pior que o esperado das operações de Cobre, dados custos acima do esperado.
Além disso, a Vale anunciou dividendos de US$ 2,4 bilhões, ainda contando com uma posição confortável de balanço, com dívida líquida expandida de US$ 16,2 bilhões já incluindo uma provisão adicional relacionada à Samarco de US$ 1,2 bilhão, atingindo alavancagem de 0,5x dívida líquida/EBITDA ajustado UDM.
A Companhia possui covenant de Dívida Bruta / EBITDA Ajustado ≤ 4,5x, indicador que estava no patamar confortável de 0,8x ao final do 4T23.
Óleo & Gás e Petroquímicas
3R Petroleum
Em 2023, 3R Petroleum atingiu receita líquida consolidada de R$ 5,6 bilhões (+226,3% A/A), EBITDA ajustado de R$ 1,9 bilhão (+165,0% A/A) e lucro líquido de R$ 425 milhões (3,3x acima do lucro do ano anterior).
No 4T23, o EBITDA ajustado foi de R$ 697 milhões (-16% T/T). O desempenho operacional foi afetado negativamente por: (i) paradas programadas da UPGN – Unidade de Processamento de Gás Natural – e da refinaria durante o trimestre, que levaram a limitações temporárias na produção de óleo e gás dos ativos; e (ii) oscilações no fornecimento de eletricidade, em decorrência de problemas operacionais com a distribuidora local de energia no Cluster Potiguar.
Em contrapartida, os resultados foram positivamente afetados por uma maior produção e por uma redução adicional no lifting cost (custo de extração) consolidado (USD 18/boe, -3% T/T), impulsionado principalmente pelas operações offshore (USD 21,8/boe, -16% T/T), compensando o aumento em onshore (USD 16,7/boe, +3% T/T).
A 3R informou uma aceleração expressiva de CAPEX, US$ 165 milhões ou R$ 815 milhões, a ocorrer a partir do 1T24, explicada por: (i) aumento no número de intervenções em poços; (ii) revitalização e expansão das instalações de produção; e (iii) aquisição de materiais e equipamentos para a campanha de investimentos de 2024.
A Dívida Líquida/EBITDA (anualizando os dois últimos trimestres) ficou em 2,2x, o que se compara ao seu covenant de alavancagem de 3,5x. Uma série de emissões de dívida reforçou a posição de caixa da Companhia.
Braskem
Em 2023, Braskem atingiu receita líquida de R$ 70,6 bilhões (-27% A/A), EBITDA ajustado de R$ 3,7 bilhões (-65% A/A) e prejuízo líquido de R$ 4,5 bilhões (versus prejuízo líquido de R$ 336 milhões no ano anterior).
Ainda que o 4T23 tenha continuado a ser um período difícil para o setor petroquímico, com preços e spreads permanecendo em níveis historicamente baixos, a Braskem reportou EBITDA ajustado de R$ 1,049 bilhão (+14% T/T) no período, devido: (i) ao melhor mix de vendas; (ii) aumento de 3% no spread médio das resinas no Brasil; (iii) aumento de 4% no spread médio dos principais produtos químicos no Brasil; (iv) aumento de 10% nos spreads de polietileno no México; (v) flexibilidade na compra de propeno nos Estados Unidos; e (vi) iniciativas corporativas para redução de custos fixos. Os volumes de venda caíram 5% no trimestre, refletindo paralisações operacionais e fraca demanda.
O fluxo de caixa livre recorrente (ex. Alagoas) foi negativo (R$ 344 milhões), impulsionado por R$ 1,1 bilhão em pagamentos de juros. Além disso, houve ~R$ 0,3 bilhão em pagamentos alagoanos.
A Companhia reporta seus dados de endividamento em dólares. A Dívida Líquida permaneceu estável T/T em cerca de US$ 5,1 bilhões e a alavancagem (Dívida Líquida / EBITDA ajustado) atingiu 8,64x (de 12,99x no 3T23 e 2,60x no 4T22). Mesmo assim, a Companhia permanece com posição de caixa robusta (US$ 3,6 bilhões, ex-Braskem Idesa e Alagoas) e com uma dívida bruta de longo prazo médio (11,8 anos) e baixo custo (6,1% em USD). A Companhia não está sujeita a covenants de alavancagem.
Enauta
Em 2023, Enauta atingiu receita líquida consolidada de R$ 1,4 bilhão (+36% A/A), EBITDAX ajustado de R$ 822 milhões (+43% A/A) e prejuízo líquido de R$ 45 milhões (versus lucro de R$ 383 milhões em 2022).
Durante o ano, houve algumas interrupções de produção de petróleo em decorrência da manutenção programada e do mal funcionamento de equipamentos de bombeio submarino do SPA de Atlanta. Contudo, em novembro de 2023, após melhorias nos componentes elétricos das bombas, a produção foi retomada. Desde janeiro de 2024, o SPA opera em plena capacidade.
A fim de expandir o seu portfólio, a Companhia adquiriu dois novos ativos: (i) campos de Uruguá e Tambaú, do FPSO Cidade de Santos e do gasoduto Uruguá-Mexilhão; e (ii) participação de 23% no Parque das Conchas, operado pela Shell. Podendo, assim, expandir a sua produção e diversificar as operações. O investimento total custará US$ 198,5 milhões. Além disso, em agosto de 2023, a Companhia vendeu a sua participação de 20% em um bloco exploratório em águas ultra-profundas na Bacia do Espírito Santo, que requer investimento elevado com potencial de monetização no prazo longo.
Para 2024, a Enauta planeja dispender cerca de US$ 344 milhões para investimentos, os quais serão destinados, em sua maioria, para a conclusão da instalação do FPSO Atlanta.
A dívida bruta encerrou 2023 em R$ 2,4 bilhões, sendo cerca de 8% no curto prazo, com caixa ajustado de R$ 1,8 bilhão, levando a uma Dívida Líquida de R$ 649 milhões. Paralelamente, o menor EBITDAX aumentou o índice de alavancagem Dívida Líquida/EBITDAX para 0,8x vs. -0,7x em 2022, com espaço relevante frente ao covenant de 2,5x. Por fim, o destaque do 4T23 foi a atribuição do rating brBBB à Enauta pela S&P Global.
Petrobras
Em 2023, a Petrobras atingiu receita líquida consolidada de USD 102,4 bilhões (-17,7% A/A), EBITDA ajustado recorrente de USD 55,1 bilhões (-18,6% A/A) e lucro líquido recorrente de USD 27,2 bilhões (-21,9% A/A).
No 4T23, o EBITDA ajustado alcançou USD 13,5 bilhões (-1% T/T). O indicador foi afetado negativamente por ~USD 1,5 bilhão de itens não recorrentes, a maioria deles (USD 1,2 bilhão) relacionados a perdas no descomissionamento de áreas devolvidas / abandonadas. Se considerarmos o EBITDA ajustado recorrente, houve um aumento de 9,5% T/T. O fluxo de caixa operacional menos o CAPEX totalizou USD 8 bilhões e o fluxo de caixa livre foi de USD 6 bilhões.
A dívida bruta aumentou novamente, encerrando em USD 62,6 bilhões (aproximando-se do nível máximo de USD 65 bilhões), sendo 23% no curto prazo. O aumento de +USD 1,6 bilhão T/T ocorreu sobretudo pelo aumento dos arrendamentos (+USD 2,3 bilhões T/T). A dívida líquida teve um pequeno aumento T/T (+2%) atingindo USD 44,7 bilhões, mas a alavancagem permanece sob controle, com Dívida Líquida/ EBITDA ajustado em 0,85x, lembrando que a empresa possui covenants de 5,5x DL/EBITDA (nas dívidas com BNDES). A Petrobras terminou o ano com uma posição de caixa confortável de USD 18 bilhões.
O destaque do trimestre foi a escolha do Conselho de Administração da Petrobras de manter os dividendos de acordo com a fórmula mínima (USD 2,9 bilhões, ~3% de yield), propondo direcionar o lucro restante do ano (USD 8,9 bilhões) para ser totalmente alocado na recém-criada reserva de remuneração de capital. Com isso, fatores um novo fator a ser acompanhado é a probabilidade de grandes movimentos de M&A ocorrerem no curto prazo (o que pode fazer com que o caixa armazenado seja devolvido aos investidores no futuro).
Prio (Petro Rio)
Em 2023, a Prio atingiu receita líquida consolidada de USD 2,4 bilhões (+94% A/A), EBITDA ajustado de USD 1,8 bilhão (+101% A/A) e lucro líquido de USD 1,0 bilhão (+53% A/A).
No 4T23, as receitas diminuíram 16% em relação ao trimestre anterior (USD 691 milhões) devido a uma redução de 14% nas compras, principalmente devido à Albacora Leste (offtake – acordo – da Repsol Sinopec, que acontece quando os estoques de petróleo atingem 1 milhão de barris) e à queda dos preços médios, impulsionados principalmente por preços mais fracos do Brent.
No período, o EBITDA ajustado foi de USD 476 milhões (-26% T/T, +292% A/A). Apesar da queda trimestral, este foi mais um trimestre de quebra de recordes, com o menor lifting cost (custo de extração), de USD 6,8/bbl, -2,9% T/T, e a maior produção (~100,3 kbbld, +0,4% T/T, +110,6% A/A). Deve-se notar que os novos avanços na eficiência operacional do campo Albacora Leste (de 84% no 4T23 vs 81% no 2T23) ajudaram a produção a aumentar +4,8% T/T.
O CAPEX foi de USD 218 milhões (principalmente para o campo Wahoo). A Dívida Líquida sobre EBITDA Ajustado ex IFRS 16, de acordo com as regras do covenant (incluindo possíveis pagamentos de earn out relacionados à aquisição de Albacora Leste, bem como uma estimativa do EBITDA ajustado gerado pelos ativos antes do fechamento), encerrou o trimestre em 0,7x, abaixo dos 0,9x do 3T23 e em conformidade com os covenants de 2,5x.
Ultrapar
Em 2023, a Ultrapar (Grupo Ultra) atingiu receita líquida consolidada de R$ 126,0 bilhões (+14% A/A), EBITDA ajustado recorrente de R$ 5,6 bilhões (+41% A/A) e Lucro Líquido de R$ 2,5 bilhões (+37% A/A).
No 4T23, a Companhia reportou resultados sólidos: (i) A Ipiranga apresentou um forte EBITDA unitário (R$ 192/m3), com lucro bruto unitário atingindo um novo recorde histórico em termos ajustados pelo CPI. O segmento apresentou um leve aumento T/T no número de postos, marcando o fim do processo de depuração iniciado em 2022. Assim como no 4T23, foi contabilizada uma nova rodada de ganhos fiscais não recorrentes relacionados à “LC 192” (R$ 563 milhões); (ii) O EBITDA da unidade Ultragaz foi de R$ 960/t (-3% T/T). Os volumes totais diminuíram, refletindo uma demanda mais fraca, sendo parcialmente compensados pelos volumes a granel; e (iii) A Ultracargo entregou um EBITDA 11% abaixo do trimestre anterior, refletindo receitas e margens menores.
A Ultrapar também divulgou seu guidance para o Capex de 2024, declarando suas intenções de investir, no total, R$ 2,6 bilhões no ano.
A dívida bruta encerrou em R$ 13,2 bilhões, sendo cerca de 15% no curto prazo, com caixa ajustado de R$ 8 bilhões, levando a uma Dívida Líquida (ajustada por recebíveis e hedge) em R$ 953 milhões no trimestre, que juntamente com o maior EBITDA reduziu o índice de alavancagem Dívida Líquida/EBITDA para 0,9x vs. 1,3x no 3T23. A Companhia não possui covenants.
Papel & Celulose e Embalagens de Papelão
Irani
Em 2023, a Irani atingiu receita líquida de R$ 1,59 bilhão (-5,5% A/A), EBITDA Ajustado de R$ 490 milhões (-8,8% A/A) e Lucro Líquido de R$ 383 milhões (+1,4% A/A). No 4T23, a Irani reportou resultados positivos, com EBITDA de R$ 133 milhões (+14% T/T), impulsionado por: (i) maior margem operacional; e (ii) volumes de papel flexível acima do esperado (25,7 kt), com volumes maiores de papel & embalagens e papelão ondulado quando comparado ao 2T23.
A relação dívida líquida/EBITDA aumentou para 2,10x no terceiro trimestre (de 1,95x no segundo trimestre), dados os maiores desembolsos da plataforma Gaia, e manteve-se estável em 2,07x no 4T23 (ainda abaixo da meta de 2,5x da Irani). O Capex foi de R$ 65 milhões no 4T23, comparado a R$ 84 milhões no 3T23.
Klabin
A Klabin reportou EBITDA Ajustado de R$ 1.620 milhões +20% T/T e -15% A/A, implicando em uma margem EBITDA de 36,0% (+5p.p. T/T). Os principais destaques são: (i) menor demanda por kraftliner impactando os volumes de vendas de papel (-22% A/A); (ii) volumes de vendas de celulose ligeiramente menores (-3% T/T), compensados por maiores preços realizados (+6% T/T); e (iii) Custos caixa de celulose estáveis T/T. Para celulose, o EBITDA atingiu R$ 495 milhões (+13% T/T), impulsionado principalmente por maiores volumes de fibra longa/fluff (+3% T/T). Para Papel e Embalagem, o EBITDA atingiu R$ 1.124 milhões (+20% T/T), impulsionado por melhor desempenho de receita (+3% T/T) e menores custos, impactando positivamente as margens (+5p.p. T/T).
A dívida líquida diminuiu para R$ 20,2 bilhões (frente R$ 20,9 bilhões no 3T23), com alavancagem em 3,2x dívida líquida/EBITDA (T/T estável). A dívida bruta aumentou R$ 2,1 bilhões no T/T, devido às novas linhas de crédito criadas no trimestre, enquanto a posição de caixa aumentou R$ 2,9 bilhões T/T, em grande parte explicado pela captação de recursos. A companhia aumentou sua posição de caixa em dólares para apoiar o Projeto Caetê, que prevê um investimento de US$ 1,16 bilhão para o 2T24. Vale destacar que a Companhia não está sujeita a covenants financeiros.
Saúde
Dasa
A Dasa registrou receita líquida consolidada de R$ 14,3 bilhões em 2023 (+12% A/A), EBITDA ajustado de R$ 2,2 bilhões (+4% A/A) e prejuízo líquido de R$ 1.158 milhões, maior em relação ao prejuízo do ano anterior de R$ 387 milhões. Já no 4T23, A receita aumentou 1,2% A/A, impulsionada pela leve melhora da receita da BU1, combinada com a receita estável da BU2.
BU1 – Hospitais e Oncologia: a receita aumentou 4% A/A (+10% A/A, ajustando para um novo modelo estatístico para provisão para glosas), impulsionada por: (i) aumento de 43% na vertical de oncologia; (ii) aumento de 1,6 p.p. na taxa de ocupação, para 76,3%; e (iii) aumento de preços e mix.
BU2 – Diagnósticos. A receita diminuiu 1% A/A (+7% excluindo o impacto cambial na operação da Argentina), devido a (i) um aumento de 6% no número de testes A/A, em conjunto com (ii) uma queda de 7% no ticket médio A/A (+1% ajustando pelo impacto cambial).
O saldo bruto da dívida da Companhia foi de R$ 10,7 bilhões ao final do 4T23, sendo 85,7% no longo prazo. Com uma posição de caixa de R$ 1,7 bilhão, o endividamento líquido foi de quase R$ 9,0 bilhões. A alavancagem da Companhia, medida por meio do indicador Dívida Líquida/EBITDA (calculado conforme escrituras das dívidas), atingiu 3,94x, muito próxima ao covenants de 4,0x. Desta forma, o atual patamar de alavancagem de Dasa acaba comprometendo os resultados operacionais da empresa com despesas financeiras.
Como evento subsequente, a empresa emitiu R$ 1,7 bilhão via debênture em janeiro de 2024, a fim de resgatar antecipadamente o saldo remanescente da 19ª Debênture da Companhia, cerca de R$ 900 milhões. Volume restante, segundo a própria Dasa, irá para reforço de caixa.
Rede D’Or
A Rede D’Or registrou receita líquida consolidada de R$ 46,5 bilhões em 2023 (+102% A/A), EBITDA ajustado de R$ 7,0 bilhões (+33,2% A/A) e lucro líquido de R$ 352 milhões (+81,1% A/A).
Ao longo do ano, o melhor resultado foi fruto, principalmente, do acréscimo na receita dos hospitais e a adição dos saldos oriundos da SulAmérica, após a combinação de negócios ocorrida em dezembro de 2022.
Já no 4T23, o negócio de hospitais registrou um aumento de 9,3% na receita, impulsionado principalmente pelo aumento do ticket médio, com a margem EBITDA crescendo 1,5 p.p. A/A, principalmente devido a eficiências de custos. O negócio de seguros continua melhorando, especialmente por meio da expansão da receita e de iniciativas para reduzir custos e despesas. O resultado financeiro contribuiu para a melhora do lucro líquido, embora tenhamos notado alguma deterioração no capital de giro da empresa.
O saldo bruto da dívida da Companhia foi de R$ 34,1 bilhões ao final do 4T23, sendo 93,8% no longo prazo. Com uma posição de caixa de R$ 17,2 bilhões, o endividamento líquido foi de R$ 16,9 bilhões. A alavancagem da Companhia, medida por meio do indicador Dívida Líquida/EBITDA, atingiu 2,3x. A Rede D’Or não possui cláusulas restritivas financeiras (covenants) a níveis de endividamento, ou com base no EBITDA e despesa financeira.
Transportes
Arteris e Litoral Sul
– Arteris – Holding (Consolidado): Em 2023, a Arteris atingiu receita líquida (ex-construção) de R$ 3,7 bilhões (+14% A/A), EBITDA ajustado de R$ 2,7 bilhões (+17% A/A) e prejuízo líquido de R$ 442 milhões (ante prejuízo líquido de R$ 1,6 bilhão no ano anterior). A alavancagem consolidada, por sua vez, reduziu de 4,3x para 3,9x. Apesar da maior parte da dívida bruta encontrar-se no longo prazo (88%), a relação de caixa / dívida de curto prazo foi apertada, de apenas 1,1x ante 1,5x no ano anterior.
– Autopista Litoral Sul: Em 2023, a Autopista Litoral Sul atingiu receita líquida (ex-construção) de R$ 677 milhões (+22% A/A), EBITDA ajustado de R$ 511 milhões (+26% A/A) e prejuízo líquido de R$ 423 milhões (ante lucro líquido de R$ 3,9 milhões no ano anterior). O faturamento foi impulsionado pela maior tarifa de veículos de passeio, bem como pelo aumento do tráfego pedagiado. Já em relação ao prejuízo, foi impactado por uma despesa de provisão para redução ao valor recuperável de R$ -722 milhões (impairment realizado no 4T23, sem efeito caixa no período, mas que pode sinalizar menor rentabilidade adiante). No 4T23, a receita líquida (ex-construção) foi de R$ 181 milhões (+32% A/A), EBITDA ajustado de R$ 140 milhões (+87% A/A) e prejuízo líquido de R$ 476 milhões (ante prejuízo líquido de R$ 38 milhões no ano anterior). O endividamento líquido foi de R$ 2,1 bilhões, +23% A/A, com queda no volume de caixa (R$ 56 milhões no 4T23 versus R$ 364 milhões no 4T22), dispendido para a realização de investimentos. O capex atingiu R$ 1,2 bilhões em 2023 e R$ 282 milhões no 4T23, +6,5% A/A e -21,6% A/A. A alavancagem dívida líquida / EBITDA foi de 4,2x (ante 4,3x no 4T22), próxima ao covenant de 4,5x em 2023 (o índice reduz para 4,0x em 2024, 3,5x em 2025 e quedas sucessivas de 0,5x anualmente até 1,0x em 2031).
Ecovias dos Imigrantes
Em 2023, Ecovias dos Imigrantes atingiu receita líquida consolidada de R$ 1,73 bilhão (+23% A/A), EBITDA Ajustado de R$ 1,13 bilhão (+20% A/A) e lucro líquido de R$ 530 milhões (+15,7%A/A). A melhora dos indicadores financeiros em 2023 foi reflexo, principalmente, do crescimento do tráfego de veículos e reajuste de tarifas de pedágio. Por outro lado, os custos e despesas operacionais tiveram aumento de 26,4% vs. 3T22, ocasionando perda relativa na margem EBITDA. Em 2023, o fluxo de caixa foi positivo em R$ 34 milhões, o que reflete o bom desempenho de tráfego no período. Já no 4T23 isoladamente, a geração foi negativa em R$ 51,8 milhões, justificada pelo maior volume de amortização de dívida e capex em relação à geração nas operações.
No 4T23, a Companhia apresentou liquidez corrente de 0,2x, ou seja, consideravelmente abaixo do patamar apropriado de 1,0x, principalmente devido à dívida de curto prazo, que atingiu 61% do total. Por outro lado, o seu índice de cobertura de juros (EBITDA / Despesa Financeira), de 4,5x, traz conforto em relação à capacidade de pagamento do custo de sua dívida. A dívida líquida encerrou o trimestre em R$ 2,2 bilhões, com caixa de R$ 115 milhões, que seria insuficiente para cobrir suas necessidades de curto prazo. Por esta razão, enxergamos que haverá necessidade de refinanciamento. O indicador dívida líquida / EBITDA Ajustado, por sua vez, finalizou o período em 2,0x. As debêntures da Ecovias requerem a manutenção de índices financeiros (covenants), aos quais a Companhia estava adimplente ao final do 4T23: (i) Dívida Líquida / EBITDA Aj. < 3,5x; e (ii) EBITDA Aj. / Desp. Fin. Líq. > 2,0x.
JSL
A JSL registrou receita líquida consolidada de R$ 8,9 bilhões em 2023 (+25,2% A/A), EBITDA ajustado de R$ 1,7 bilhão (+60,0% A/A) e lucro líquido de R$ 352 milhões (+81,1% A/A).
Já no 4T23, a empresa reportou um faturamento robusto de 2,2 bilhões (+8% T/T e +30% A/A), apoiado por uma dinâmica positiva em ambos os segmentos (ativos leves +9% T/T e ativos pesados +1% T/T). O destaque do trimestre foram as contínuas melhorias operacionais através dos esforços de reprecificação e expansão da base de contratos. Além disso, ainda vemos oportunidades de ganhos de eficiência nas aquisições mais recentes (IC Transportes e FSJ Logística), à medida que novas sinergias operacionais e financeiras possam ser alcançadas nos próximos trimestres.
Por outro lado, no trimestre, as despesas financeiras líquidas seguem elevadas (+38% A/A), apesar de uma ligeira melhora vs. 3T23 (-2% T/T), explicada por (i) um aumento na dívida líquida (+8% T/T), devido às últimas aquisições da JSL e implementações de novos projetos, e (ii) restrições de transações em dinheiro na Argentina levando a uma variação cambial de -R$ 21 milhões.
O saldo bruto da dívida da Companhia foi de R$ 6,7 bilhões ao final do 4T23, sendo 86% no longo prazo. Com uma posição de caixa de R$ 1,9 bilhão, o endividamento líquido foi de R$ 4,8 bilhões. A alavancagem da Companhia, medida por meio do indicador Dívida Líquida/EBITDA-A, ficou 2,4x, abaixo dos covenants financeiro de 3,5x.
Localiza
Em 2023, a Localiza atingiu receita líquida de R$ 14,9 bilhões (+26% A/A), EBITDA ajustado de R$ 10,6 bilhões (+27,6% A/A) e lucro líquido de R$ 750,9 milhões (+17,8% A/A).
No 4T23, a Localiza reportou receita líquida de R$ 7,9 bilhões (+8% T/T); EBITDA de R$ 2,9 bilhões (+8% T/T); e lucro líquido de R$ 751 milhões (+7% T/T). Os resultados operacionais foram consistentes, advindos de: (i) aumento de receita em RAC, com tarifa média e volumes crescendo sequencialmente (T/T) em 7% e 4%, respectivamente, sugerindo sucesso à estratégia contínua de aumento de preços da Localiza. Além disso, em Aluguel de Frotas houve tarifas e volumes médios resilientes, crescendo 5% e 4% em relação ao trimestre anterior, respectivamente.
Por outro lado, a normalização contínua dos resultados de Seminovos culminou na margem EBITDA sequencialmente menor em -1,7% vs. o 3T23 (excluindo as alterações contábeis dos custos de preparação que foram realocados de Seminovos para as divisões de aluguel no 4T23). Além disso, as operações no México representam um dreno nos resultados financeiros de curto prazo (-R$ 25 milhões de EBITDA), uma vez que as operações foram iniciadas recentemente e permanecem em fase de ramp up.
A dívida bruta atingiu R$ 40,6 bilhões, sendo ~18% no curto prazo, enquanto a posição de caixa foi de R$ 10,3 bilhões. A relação dívida líquida/EBITDA ficou em 2,78x, abaixo dos seus atuais covenants de 4,0x.
Movida
Em 2023, a Movida reportou receita líquida consolidada de R$ 10,3 bilhões (+11,2% A/A), EBITDA ajustado de R$ 3,5 bilhões (+5,1% A/A) e prejuízo líquido de R$ 167,1 milhões (ante lucro líquido de R$ 422,7 milhões em 2022).
A Movida faz parte do grupo Simpar, e representou cerca de 29% da receita líquida e 42% do EBITDA consolidado no 4T23. No trimestre, a Movida reportou crescimento do EBITDA (R$ 888 milhões, +3,5% A/A), entretanto com um resultado negativo de R$ 105 milhões.
O principal ponto positivo foi o forte desempenho de aluguel de frotas (receita líquida +9% no trimestre) por crescimento do volume (+5% no trimestre), uma vez que a demanda permanece elevada (backlog +18% no trimestre), e esforços contínuos de precificação (+4% T/T), levando a um crescimento do EBITDA de 8% T/T, embora com compressão de margem de 1,1p.p. T/T. A Movida continua seus esforços de adequação da frota, além de indicações positivas de melhoria de resultados.
Já em relação aos pontos de acompanhamento, destacamos: (i) a piora no desempenho dos Seminovos, já que a receita líquida diminuiu 16% no trimestre devido a uma redução de volume da mesma magnitude.
Por fim, sobre o endividamento, a dívida bruta encerrou em R$ 15,0 bilhões, sendo ~9% no curto prazo, com caixa de R$ 3,0 bilhões, levando a uma dívida líquida de R$ 12,0 bilhões. Com isso, a alavancagem encerrou em 3,1x dívida líquida/EBITDA ajustada no 4T23, o que se compara ao seu covenant de 3,5x.
Rumo
A Rumo registrou receita líquida consolidada de R$ 10,9 bilhões em 2023 (+11,1% A/A), EBITDA ajustado de quase R$ 5,7 bilhões (+12,9% A/A) e lucro líquido de R$ 722 milhões (+40,5% A/A).
Já no 4T23, a Rumo conseguiu reportar resultados robustos. As receitas líquidas ferroviárias foram robusta, com crescimento de +18% A/A apoiado, entre outros fatores, por (i) crescimento positivo do yield (+11% A/A, apesar dos preços do diesel 6% mais baixos A/A); e (ii) aumento de volume transportado (+9% A/A, volumes do sistema norte +13% A/A) em decorrência do aumento no transporte de milho, farelo de soja e fertilizantes.
Por outro lado, pesou negativamente nos resultados: (i) perda do market share no Porto de Santos (-9p.p. A/A), embora observemos que isso reflete o cenário positivo recente de forte produção agrícola e capacidade ferroviária limitada (excesso de demanda direcionado para outros modais /alternativas); (ii) aumento do imposto de renda (+86% A/A), atingindo uma alíquota de 98% (explicado principalmente por um ajuste de R$ 124 milhões de prejuízos fiscais não diferidos do imposto de renda devido à falta de perspectivas de cálculo de lucros tributáveis futuros na Malha Sul e Malha Oeste). Afetando, consequentemente o lucro líquido do trimestre, que foi cerca de R$ 1 milhão.
O saldo bruto da dívida da Companhia foi de R$ 18,9 bilhões ao final do 4T23, sendo 92% no longo prazo. Com uma posição de caixa de R$ 8,7 bilhões, o endividamento líquido foi de R$ 10,2 bilhões. Apesar da continuidade do Projeto Lucas do Rio Verde, que consumiu R$ 257 milhões em investimentos no trimestre, a alavancagem da Companhia, medida por meio do indicador Dívida Líquida/EBITDA, ficou estável em 1,8x, o que se compara ao seu covenant de 3.5x.
Simpar
Em 2023, a Simpar reportou receita líquida consolidada de R$ 31,8 bilhões (+32,2% A/A), EBITDA ajustado de R$ 8,17 bilhões (+20,1% A/A) e prejuízo líquido de R$ 279,8 milhões (ante lucro líquido de R$ 836,3 milhões em 2022).
No 4T23, os destaques positivos foram: (i) crescimento da receita da Automob (+17% T/T); e (ii) continuidade da JSL em melhorias operacionais através dos esforços de reprecificação e expansão da base de contratos. Os destaques negativos foram: (i) o desempenho ainda fraco dos Seminovos da Movida, aliados aos maiores níveis de depreciação impactando os resultados; e (ii) Vamos com vendas fracas nas concessionárias, em meio à desaceleração do mercado de caminhões/equipamentos.
A rentabilidade da Simpar seguiu pressionada, com prejuízo líquido de R$ 215 milhões no 4T23 vs. lucro líquido de R$ 348 milhões no 4T22, devido (a) ao aumento da depreciação (+75% A/A) e (b) ao aumento de despesas financeiras (+24% A/A).
A dívida bruta atingiu R$ 42,9 bilhões, sendo ~10% no curto prazo, enquanto a posição de caixa foi de R$11,1 bilhões. A relação dívida líquida/EBITDA ficou em 3,7x, abaixo dos seus atuais covenants de 4x.
Vamos
A Vamos reportou receita líquida consolidada de R$ 6,1 bilhões em 2023 (+23,9% A/A), EBITDA Ajustado de R$ 2,7 bilhões (+38,0% A/A) e lucro líquido de R$ 587 milhões (-12,2% A/A). Ao final do ano, mais de 91% de sua frota de de 45,7 mil ativos encontrava-se locada. O segmento de locação representou 54% da receita líquida do período, ante 39,8% em 2022, e 95,5% do EBITDA da Vamos, versus 79,1% em 2022. No 4T23, a receita líquida cresceu 4,4% A/A, e o EBITDA +16,6% A/A, e o lucro líquido reduziu 23,1% A/A.
Os novos contratos assinados no trimestre somaram R$ 1,1 bilhão em capex contratado, +9,5% A/A, demonstrando resiliência do modelo de negócio. Houve melhora de 6p.p. na margem EBITDA, para 48,6%. Por um lado, vemos perspectivas positivas para a demanda tanto para Locações quanto para Concessionárias, após um período de crédito mais apertado observado em 2023, bem como pelo alívio da pressão dos custos financeiros com as taxas de juros mais baixas. Por outro lado, houve: (i) uma retração da demanda agropecuária com impactos nas vendas de máquinas agrícolas pelas Concessionárias; (ii) estratégia de pré-compra no mercado Euro5 entrando em 2023, causando uma lacuna na demanda por caminhões; (iii) elevado consumo de capital de giro (menores fornecedores de Locação e maiores estoques nas Concessionárias) causando aumento na alavancagem, mesmo com o follow on de Jun/23 (R$ 1,3 bilhão). Ao final do 4T23, a posição de caixa era de R$ 2,3 bilhões, além de linhas compromissadas de R$ 1,35 bilhão, que somados cobririam as dívidas até meados de 2026. A dívida líquida foi de R$ 9,1 bilhões, com alavancagem¹ de 3,32x, maior do que os 3,07x observados no 4T22, porém em patamar de acordo com o covenant de 3,75x. A cobertura de juros (EBITDA / Desp. Fin. Líq.) foi de 2,11x, frente ao mínimo requerido de 2,00x.
Varejo
Assaí
A receita líquida cresceu 16% A/A, impulsionada pelo plano de expansão (+27 lojas em 2023), enquanto as vendas mesmas lojas (SSS) vieram em +2,9% A/A (vs. Atacadão em -1,8%), apesar da tendência de deflação alimentar, provavelmente refletindo a contribuição positiva das 14 conversões já contabilizadas.
Olhando para a rentabilidade, a margem bruta caiu 0,5 p.p A/A em cima de uma base comparativa difícil e menos expansões, enquanto a margem EBITDA ajustada subiu 0,5 p.p, se beneficiando de alavancagem operacional advinda da maturação das lojas e de controle de despesas. Por fim, o lucro líquido veio em R$297 milhões (-27% A/A) principalmente por despesas financeiras mais pesadas, enquanto a geração de caixa foi positiva em R$1,9 bilhões com melhores dinâmicas na linha de fornecedores e níveis de estoques mais baixos.
A dívida bruta encerrou em R$ 14,9 bilhões, sendo 14% no curto prazo, com caixa de R$ 5,5 bilhões, levando a uma dívida líquida de R$ 9,4 bilhões. A alavancagem, de acordo com a metodologia dos contratos financeiros, encerrou em 1,8x dívida líquida/EBITDA no 4T23, o que se compara ao seu covenant de 3,0x.
Carrefour (Atacadão)
A receita líquida consolidada contraiu 1% A/A, ainda pressionada pela deflação alimentar, que combinadas com o fechamento de lojas (área de vendas -13% A/A) levaram o varejo a novamente ser o destaque negativo (vendas mesmas lojas em -6%). Quanto ao atacarejo, as vendas mesmas lojas permaneceram em patamares negativos (em -2%), mas melhorando sequencialmente (+0,9p.p). No segmento do Banco, a inadimplência segue em tendência de melhora.
A margem EBITDA consolidada também contraiu (-0,3p.p), mas em uma menor magnitude, suportada pelo atacarejo (+0,9p.p) por conta da maturação das lojas e controle de despesas em todos os segmentos. No entanto, a melhora veio principalmente da otimização do parque de lojas, que levou a despesas não recorrentes de R$ 850 milhões (excluídas do EBITDA). Finalmente, o prejuízo líquido veio em R$ 565 milhões, enquanto a companhia gerou R$ 9 bilhões de caixa no trimestre, principalmente na linha de fornecedores (sendo aprox. R$ 1,2 bilhão via aumento de risco sacado).
A dívida bruta encerrou em R$ 16,4 bilhões, com caixa de R$ 12 bilhões, levando a uma posição de dívida líquida de R$ 3,4 bilhões. Com isso, a alavancagem encerrou em 1,48x dívida líquida/EBITDA ajustada no 4T23 e a companhia não está sujeita a covenant financeiro.
GPA
A receita líquida cresceu +7% A/A, suportada pela expansão (+61 novas lojas abertas em 2023) e pelo sólido desempenho de vendas mesmas lojas (+4,3%), apesar das tendências de deflação alimentar, com destaque para os formatos de proximidade (+5,6%) e o Pão de Açúcar ( +4,2%), que se beneficiaram das melhorias operacionais.
Em termos de rentabilidade, a margem bruta foi novamente o destaque, com um aumento de +3,1 p.p A/A, impulsionada por melhores condições comerciais, redução da quebra de produtos e menores custos logísticos, levado a margem EBITDA ajustada a subir 2,9 p.p no comparativo anual, ligeiramente afetado por despesas de vendas mais altas.
Por fim, o prejuízo líquido das operações continuadas foi de -R$ 87 milhões, ainda pressionado pelas despesas financeiras, enquanto o FCF foi positivo em R$ 1 bilhão, principalmente em fornecedores e estoques.
A dívida bruta encerrou em R$ 5,3 bilhões, sendo 22,6% no curto prazo, com caixa de R$ 2,9 bilhões, levando a uma dívida líquida de R$ 2,3 bilhões. A alavancagem, de acordo com a metodologia dos contratos financeiros, encerrou em 1,7x dívida líquida/EBITDA no 4T23, o que se compara ao seu covenant de 3,0x. Além disso, vale destacar que a Companhia possuía o saldo de R$ 524 milhões em operações de Risco Sacado ao final de dezembro de 2023, comparado a R$ 595 mlhões ao final de dezembro de 2022, os quais são classificados em Fornecedores, não fazendo parte do endividamento e do cálculo da alavancagem para fins de covenants.
Grupo Mateus
O Grupo Mateus reportou receita líquida consolidada de R$ 26,8 bilhões em 2023 (+23% A/A), EBITDA ajustado de R$ 2,0 bilhões (+20,2% A/A) e lucro líquido ajustado de R$ 1,2 bilhão (+16% A/A).
No 4T23, as vendas líquidas cresceram +24% nos últimos doze meses, beneficiando-se pela forte expansão da empresa (+28 novas lojas em 2023) e das sólidas tendências de SSS em todos os formatos (consolidado em +8,8%, Varejo +5,4%, Atacarejo +5,7% e Eletro +15%), suportadas pelo relevante desempenho nos eventos de fim de ano e pela melhoria da deflação alimentar. Em termos de canais, o atacarejo continua sustentando o crescimento (+33% vs. o ano anterior), seguido do atacado (+30%) e do varejo (+11%).
Em relação à rentabilidade, a margem bruta aumentou +0,6 p.p A/A, suportada pela maturação da Nova Regional, levando a margem EBITDA ajustada (ex-IFRS) a aumentar +1 p.p nos últimos doze meses, com a alavancagem operacional e as maiores receitas provenientes de iniciativas com fornecedores mais do que compensando as despesas pré-operacionais ligadas à forte expansão (+11 novas lojas abertas no 4T).
Ademais, o lucro líquido foi de R$388mn (+25% A/A), impulsionado por créditos tributários (R$45 milhões), enquanto a geração de caixa foi positiva em +R$286 milhões, principalmente devido à melhora na dinâmica de fornecedores.
A dívida bruta (ex-arrendamento) encerrou em R$ 1,8 bilhão, sendo 35% no curto prazo e com caixa de R$ 1,3 bilhão, levando, assim, a uma dívida líquida de R$ 489 milhões. A alavancagem, de acordo com a metodologia dos contratos financeiros, encerrou em 0,3x dívida líquida/EBITDA no 4T23, o que se compara ao seu covenant de 2,0x a 2,5x. Por fim, vale mencionar que a empresa possui R$ 1,9 bilhão de financiamentos de arrendamento, os quais não compõem a dívida bruta ou a alavancagem.
Outros Setores
Ambipar
A Ambipar reportou receita líquida consolidada de R$ 4,9 bilhões em 2023 (+28,6% A/A), EBITDA de R$ 1,4 bilhão (+37,3% A/A) e lucro líquido de R$ 178,5 milhões (+64,2% A/A). No 4T23, o EBITDA ajustado foi de R$ 400 milhões (+14,5% A/A):
(i) Response: apesar de um aumento de 17% na receita líquida A/A, a margem EBITDA foi prejudicada pelo aumento de 16,6% nas linhas de custos, alcançando 25,7% em comparação a 24,4% no 4T22; (ii) Environment: a margem EBITDA atingiu 34,6% vs 31,6% no 4T23, resultado da sinergia operacional e reequilíbrio do portfólio em direção a contratos mais rentáveis ao longo do ano.
A Ambipar reportou Capex de R$ 197 milhões no trimestre, versus R$ 238,9 milhões no 4T22, o menor patamar desde a abertura de capital em 2020. Isto reflete a base de ativos já instalada. A dívida líquida atingiu R$ 4,2 bilhões no trimestre, estável em relação ao 4T22. A dívida bruta atingiu R$ 7,1 bilhões (R$ 1 bilhão no curto prazo), com posição de caixa de R$ 2,9 bilhões. A relação dívida líquida/EBITDA pro forma foi de 2,63x (ante 2,98x no 4T22), abaixo dos seus covenants atuais de 2,75x (2,50x a partir de 2024).
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