Você já ouviu falar no termo “mercado financeiro”? É muito comum ele ser utilizado, seja em notícias ou em conteúdos sobre investimento.
E, principalmente se você está começando a investir, pode ser que não saiba exatamente o que é o mercado financeiro. Não se preocupe. O mundo dos investimentos é recheado de termos específicos, que nem sempre são conhecidos por todos.
Além disso, segundo dados da B3, menos de 1% da população brasileira investe na Bolsa. Isso pode ser um reflexo da falta de educação financeira brasileira. O que torna comum o desconhecimento de termos desse universo.
Se você está interessado sobre o assunto, se vai começar a investir ou se já investe, mas ainda não conhece o mercado financeiro, esse post é para você!
Boa leitura!
O que é mercado financeiro?
O mercado financeiro pode ser definido como o ambiente onde pode-se comprar e vender produtos financeiros. Ou seja, o local onde são feitas as negociações desses produtos.
Eles são ativos financeiros: podem ser, por exemplo, moedas, títulos, ações, derivativos, mercadorias, commodities e outros bens que tenham valor financeiro.
Existem dois papéis fundamentais no mercado financeiro: o dos investidores e dos tomadores. Mas qual é a diferença entre investidor e tomador?
- Os investidores são aqueles que tem recursos poupados e podem “emprestar” o dinheiro em troca de rentabilidade, escolhendo algum investimento para aplicar.
- Já os tomadores são justamente os que precisam desse dinheiro emprestado, pois necessitam de mais recursos do que possuem, para financiar projetos de empresas.
E como funciona o mercado financeiro?
Como funciona o mercado financeiro pode ser uma dúvida frequente, seja você um iniciante ou investidor experiente, afinal, ele está repleto de atualizações diárias, envolvendo contextos políticos e econômicos!
Como explicamos, o mercado financeiro possibilita o encontro entre investidores e tomadores. Ou seja, ele dá fluxo para os recursos financeiros. As instituições do mercado proporcionam que os emissores e tomadores não precisem “se encontrar” para negociar os ativos.
As negociações são feitas em ambientes seguros e intermediadas por agentes do mercado, como corretoras de valores.
Por exemplo, se você quiser investir em ações da Petrobras (PETR4), não precisa procurar a empresa diretamente. Basta abrir conta em uma corretora de confiança, como a XP Investimentos, acessar o home broker e escolher as ações da empresa.
Ou seja, você emprestará seu dinheiro para a Petrobras sem precisar ter contato direto com a empresa. Em troca, a empresa irá dividir os lucros com os investidores. Além disso, as ações podem se valorizar e você pode ganhar dinheiro.
Para que serve o mercado financeiro?
Ele justamente tem o papel de propiciar o encontro entre investidores e tomadores. Assim, quem quer investir o dinheiro tem um ambiente seguro, controlado e regulado por leis para fazê-lo.
Em economias de livre mercado, ele garante que as operações sejam feitas sem grandes intervenções, como as do Estado, por exemplo. Portanto, ele tem a função de ser um ambiente seguro para negociações de ativos com valor financeiro.
Como o mercado financeiro é dividido
Entender como funciona o mercado financeiro pode ser um desafio. mas vamos facilitar pra você. Ele pode ser subdividido em algumas partes:
Mercado de Capitais
O mercado de capitais engloba ações, títulos e derivativos na Bolsa de Valores, corretoras ou outras instituições financeiras. Por exemplo, se você investir em ações na Bolsa ou investir em uma LCA (Letra de Crédito do Agronegócio) de um banco estará investindo no mercado de capitais.
Mercado de Câmbio
Já o mercado de câmbio tem relação com a troca de moeda. No caso do Brasil, é a troca do real (R$) pela moeda de alguma outra nação, como o dólar ou o euro. Então, se você trocar seus reais por dólares, atuará no mercado de câmbio.
Mercado de Crédito
Nele são negociados recursos de curto, médio e longo prazo para pessoas físicas e jurídicas que precisam de dinheiro para capital de giro ou de consumo. Ou seja, ele engloba os empréstimos que são disponibilizados pelas instituições financeiras.
Mercado Monetário
Por fim, o mercado monetário é o ambiente de empréstimos de curto prazo, com vencimento de no máximo um ano.
Quais são as instituições que monitoram o mercado financeiro?
Para garantir o bom funcionamento do mercado financeiro, existem algumas instituições que tem o papel de regular, fiscalizar e intermediar as relações e negociações que acontecem nele. Num geral são elas:
- Bacen – Banco central do Brasil
- CVM – Comissão de Valores Mobiliários
- CMN – Conselho Monetário Nacional
- Agentes de intermediação
Para saber mais detalhadamente sobre cada uma delas é só continuar a leitura!
Bacen – Banco Central do Brasil
O Bacen foi criado em 1964 e é uma autarquia federal autônoma. Portanto, ele tem autonomia frente a outros órgãos, embora opere com supervisão do governo federal e esteja ligado ao Ministério da Economia.
O objetivo do Bacen é garantir a estabilidade do poder de compra da moeda nacional no país. Além disso, ele regulamenta o sistema financeiro.
Algumas das principais funções do Banco Central é:
- Controlar a inflação
- Depósitos de operações internacionais
- Supervisionar o sistema financeiro
- Atuar no mercado de cambio
- Emitir a moeda nacional
Se quiser entender mais sobre a atuação e como funciona a instituição, confira esse post sobre o Banco Central do Brasil.
CVM – Comissão de Valores Mobiliários
A CVM é uma autarquia vinculada ao Ministério da Fazenda. Ela foi criada em 1976 e tem o objetivo de fiscalizar e manter boas práticas no mercado de valores mobiliários.
Então, todas as instituições que atuam no mercado são monitoradas pela CVM. E, caso alguma delas descumprir as regras estabelecidas, é a CVM que irá punir.
Saiba mais sobre a Comissão de Valores Mobiliários no nosso post.
CMN – Conselho Monetário Nacional
O CMN é o órgão que está no topo do Sistema Financeiro Nacional (SFN). Ou seja, ele tem poder sobre as outras instituições. Ele garante o bom funcionamento do sistema controlando a política de moeda e crédito no Brasil.
Confira no nosso post mais detalhes sobre o Conselho Monetário Nacional.
Agentes de intermediação
Os agentes de intermediação são responsáveis por conectar os tomadores com os investidores. Podem ser: bancos, corretoras de investimento, administradoras de consórcio, instituições de pagamento e a própria Bolsa de Valores.
Agentes que participam do mercado financeiro
Existem também alguns agentes que atuam e participam do mercado financeiro. Dentre eles:
- Bolsa de Valores
- Emissões de títulos
- Investidores
Vamos falar melhor sobre eles logo abaixo!
Bolsa de Valores
Se você investe ou quer investir em ações provavelmente já ouviu falar na Bolsa de Valores. É nela que todas as empresas de capital aberto negociam parte da empresa em forma de ações. Ou seja, se você quer comprar ou vender ações, é a Bolsa de Valores que deve procurar.
Atualmente, qualquer pessoa que possua um CPF pode investir na Bolsa. As negociações devem ser feitas online através de um home broker, a plataforma onde estão listadas todas as ações da Bolsa.
Emissores de títulos
Os emissores de títulos são as instituições que disponibilizam os papéis de investimento. Os títulos podem ser públicos ou privados, de acordo com o seu emissor.
Em caso de títulos públicos, o emissor é o Tesouro Nacional. Ou seja, quando você investe no Tesouro Selic, por exemplo, o emissor é o próprio governo. Por isso, os títulos públicos são considerados os investimentos mais seguros do Brasil, pois as chances do próprio governo quebrar são muito menores do que instituições privadas.
Já em caso de títulos privados, os emissores podem ser bancos ou instituições financeiras privadas. Por exemplo, se você investir em um CDB (Certificado de depósito Bancário) investirá em um título de alguma organização privada. Nesse caso, o risco é maior. Por isso, é preciso avaliar o rating do emissor para saber se ele está bem avaliado.
Mesmo assim, para diminuir esse risco, existe o Fundo Garantidor de Crédito (FGC). Ele garante o ressarcimento dos seus investimentos em caso de quebra do emissor. Mas atenção: ele garante a devolução de, no máximo, R$ 250 mil, por instituição. E não são todos os títulos que são protegidos pelo FGC. Portanto, antes de escolher seus investimentos, procure saber sobre o emissor e se ele é protegido pelo FGC.
Investidores
Os investidores são as pessoas que tem recursos sobrando e emprestam o dinheiro para fazê-lo render. Seja para empresas, para instituições financeiras ou para o governo.
Produtos do mercado financeiro
Se você está pensando em investir seu dinheiro, primeiro é necessário conhecer os tipos de investimento. Você pode investir em renda fixa ou em renda variável.
Renda fixa
Na renda fixa a remuneração ou a forma de cálculo pode ser definida previamente no momento da aplicação. Exemplos de investimentos em renda fixa são: Fundos DI e Renda Fixa, títulos públicos e CDBs.
Os investimentos de renda fixa não estão tão sujeitos às oscilações do mercado. Além disso, como o investidor já conhece sua rentabilidade, são investimentos considerados menos arriscados, adequados para quem tem o perfil conservador ou está começando a investir.
Renda Variável
Já na renda variável o investidor não sabe previamente qual a rentabilidade do ativo. O preço dos ativos pode sofrer variações o tempo todo, sendo afetados por acontecimentos da economia e do mercado financeiro.
Porém, justamente por trazer mais riscos, a renda variável pode trazer mais rentabilidade. Um exemplo de renda variável é investir em ações. O risco é alto, mas pode trazer um bom retorno. Mas, pelo risco ser alto, é um investimento indicado para investidores arrojados.
Conheça alguns investimentos disponíveis no mercado
Ficou interessado em investir? Primeiro, conheça o seu tipo de investidor: é muito importante que você escolha investimentos que estão de acordo com a sua tolerância ao risco. Existem três tipos de investidores: conservador, moderado e arrojado. E para cada um existem opções adequadas para investir.
Descobriu? Então vamos explicar alguns dos investimentos existentes do mercado financeiro:
Tesouro Direto
Como falamos, o Tesouro Direto é considerado o investimento mais seguro do Brasil – indicado para quem está começando a investir ou para a sua reserva de emergência.
Ele foi criado em 2002 para democratizar o acesso a títulos públicos. Para começar a investir no Tesouro Direto não é necessário muito dinheiro: com apenas R$ 37,00 já é possível começar.
E existem opções com diferentes datas de vencimento para diferentes objetivos. Outra vantagem é a liquidez: ela é diária. Ou seja, é um investimento seguro e que te dará mais rentabilidade do que a poupança.
CDB
A sigla significa Certificado de Depósito Bancário. O CDB, assim como o Tesouro Direto, é um investimento de renda fixa. Porém, o emissor não é o governo, e sim bancos privados.
Então, nesse caso, você empresta seu dinheiro para o banco, que irá devolver a quantia aplicada + juros acordados no momento da aplicação.
Um ponto importante desse tipo de investimento é se certificar que o banco emissor tem um bom rating. Ou seja, escolher instituições de confiança que possuem menos possibilidade de quebrar.
Todavia, o CDB é um investimento pelo FGC. Então, até R$250 mil você está garantido em casos de falência do banco.
Debêntures
Elas são títulos de dívida de médio e longo prazo. As debêntures são emitidas por Sociedades Anônimas de capital aberto ou fechado. Ou seja, o emissor é sempre uma instituição privada.
Elas são utilizadas pelas companhias emissoras para o financiamento de projetos, aumento de capital ou da capacidade produtiva e para a reestruturação de dívidas.
Diferente do CDB, esse investimento não é protegido pelo FGC. Isso significa que, se o emissor falir, você não receberá o valor investido de volta.
Para minimizar essa possibilidade, é importante consultar as notas de classificação de risco da empresa emissora em questão, dadas por agências de rating. Essas notas indicam a qualidade de crédito das empresas emissoras.
Ações
As ações representam uma parte do capital social de uma empresa. Ou seja, quando você compra uma ação, se torna sócio da empresa. Inclusive, participa dos lucros e prejuízos.
As ações são um investimento de renda variável. Você não sabe a rentabilidade no momento da aplicação. Inclusive, não há garantias de rentabilidade. Pense que você está apostando no sucesso de uma empresa e ele pode ocorrer ou não. Ou seja, o risco é alto.
Conclusão
Deu para perceber que o mercado financeiro é onde ocorrem as negociações de ativos, reguladas, monitoradas e fiscalizadas por instituições que fazem parte do mercado.
Qualquer pessoa física ou jurídica com CPF ou CNPJ pode atuar diretamente nesse ambiente. O importante é sempre escolher investimentos de acordo com suas necessidades e perfil.
Além disso, escolher instituições de confiança para investir.
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Se você ainda não tem conta na XP Investimentos, abra a sua!