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Entenda o ciclo de alta das commodities e como surfar esse movimento

Preços de minério de ferro e celulose perto das máximas históricas e cotações de grãos e carnes nas alturas favorecem as empresas exportadoras. Entenda o que está por trás disso e conheça os ativos que tem se beneficiado do ciclo de alta das commodities

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Entenda o ciclo de alta das commodities e como surfar esse movimento

Preços de minério de ferro batendo recordes dia após dia, cotações da celulose perto das máximas históricas e cotações de grãos e carnes nas alturas. Você deve se perguntar como isso é possível em plena pandemia? Parte da explicação tem a ver com o está sendo chamado de “ciclo de alta das commodities”. Mas afinal, o que isso significa e como posso buscar investimentos para se beneficiar desse movimento, que tem ajudado o desempenho do Ibovespa neste ano?

Temos um novo ciclo de alta das commodities?

Os preços das commodities como o minério de ferro e celulose estão nos maiores patamares históricos, levando alguns analistas a afirmarem que estamos passando por um novo boom de preços de commodities. Os preços das commodities metálicas e agrícolas têm sido impulsionados pela maior demanda da China e também pela maior liquidez global, com o anúncio de diversos pacotes de estímulo e taxas de juros baixas para ajudar a recuperar as economias pós-pandemia. Só os Estados Unidos anunciaram um pacote de 2,25 trilhões de dólares voltado para infraestrutura.

Além disso, o descompasso entre a oferta e demanda no caso dos metais minério de ferro e cobre; da proteína animal- com o surgimento da peste suína na China – e de alguns grãos- devido a questões climáticas- tem ajudado a sustentar o rali dos preços dessas commodities.

O índice CRB que acompanha uma cesta diversificada de commodities, subia 24,56% no ano, até o dia 13 de maio de 2021, e acumulava alta de 70,47% em 12 meses.

Algumas commodities, como o minério de ferro tem batido recordes de alta. O preço do minério refinado com teor de 62% Fe atingiu o recorde de 237,57 dólares na China em 12 de maio de 2021, segundo publicação especializada Fastmarkets MB, e caía em 13 de maio refletindo um movimento de correção.

O investimento em energia limpa, como a produção de carros elétricos, por exemplo, tem aumentado a demanda por outros minerais como o cobre, o que fez o preço desse metal subir também.

Outras matérias-primas como a celulose, usada na fabricação de papéis, também estão em alta. A fibra curta de celulose está sendo negociada perto das máximas históricas e atingiu 778,83 dólares por tonelada no dia 9 de maio.

Já o preço do petróleo negocia acima dos níveis pré-covid com a diminuição das restrições de circulando permitindo a retomada da atividade econômica. O petróleo Brent – a referência global – estava cotado a 67,94 dólares o barril em 13 de maio, maior nível desde 10 de março.

Mas como isso me afeta e como se beneficiar desse movimento?

O Brasil, como um dos principais exportadores de commodities do mundo, tem se beneficiado desse cenário. Isso se reflete na valorização dos papéis das empresas exportadoras de matérias-primas na bolsa, que tem se beneficiado desse movimento e também da desvalorização do real frente ao dólar.

A ação da Vale (VALE3) já sobe 42,71% no ano, até 12 de maio, e a mineradora tem atraído grandes investidores como a BlackRock e Capital Research,  que tem posições relevantes na companhia.

A Aura (AURA33) reportou números mais fortes que o esperado no 1º trimestre, beneficiada pela alta do preço do cobre e subia 13,46% no ano, até 12 de maio.

Preços do aço em alta e corte de produção na China beneficiam siderúrgicas
Preços do aço em ata e corte de produção na China beneficiam siderúrgicas

As ações das siderúrgicas também se beneficiam desse movimento, em meio a cortes de produção na China e recuperação da economia. As ações da CSN (CSNA3) , Usiminas (USIM5)  e Gerdau (GGBR4) acumulam alta de 61,48%, 53,91% e 51,3% respectivamente no ano, até 12 de maio.

Os papéis dos frigoríficos como Minerva (BEEF3) , Marfrig (MRFG3) e JBS (JBSS3) também acumulam alta no ano, até 12 de maio, de 4,38%, 33,22% e 31,2% respectivamente.

As ações de empresas de petróleo também tem se beneficiado da alta do preços dos combustíveis. Os papéis da Petrobras (PETR4) e da PetroRio (PRIO3) acumulam queda de 9,63% e 26,86% respectivamente.

Já as ações da Klabin (KLBN11) e da Suzano (SUZB3) tem se valorizado impulsionadas pela maior demanda por celulose por parte da China e subiam 4,41% e 26,86% respectivamente no ano, até 12 de maio.

Ajuda profissional para achar as melhores oportunidades

Se você com não entende muito da dinâmica dos preços das commodities, uma boa maneira de surfar essa onda é investindo em fundos que alocam nesses ativos ligados a commodities.

O Trend Commodities FIM, disponível na plataforma da XP, oferece uma exposição ao mercado de commodities com uma aplicação a partir de R$ 100, e não apresenta exposição cambial, ou seja, o investidor não sofrerá com as variações do câmbio nessa carteira. O Trend Commodities tem o desempenho atrelado ao fundo listado em bolsa (ETF) DBC – Invesco DB Commodity Index Tracking Fund, que tem exposição a commodities de energéticas, agrícolas e metálicas.

No Brasil, o investir pode investir em ETF atrelado à variação do ouro. O GOLD11, disponível na plataforma da XP, busca replicar a performance do preço do ouro, em dólar, através do iShares Gold Trust, gerido pela BlackRock.

Outros fundos de ações ou mesmo multimercados disponíveis na plataforma da XP também têm buscado investimentos atrelados a commodities. É o caso da gestora HIX Investimentos,  cujo fundo de ações HIX Capital Advisory FIC FIA, está disponível na plataforma da XP. A gestora recentemente tem visto oportunidade na ação da Boa Safra Sementes (SOJA3) , líder na produção de sementes de soja no Brasil. A empresa estreou na bolsa em 29 de abril e segunda a gestora HIX oferece oportunidade diante da perspectiva de crescimento do mercado, da possibilidade de consolidação e de um modelo de negócios com alto retorno.

Exista ainda a opção de investir em commodities via Certificação de Operações Estruturadas (COE), que são um tipo de investimento estruturado com alocações em renda fixa e outros ativos, mas com volatilidade controlada. O Solactive XP Índice de Commodities VT 15% , por exemplo, tem o desempenho atrelado a dois investimentos: ao fundo listado em bolsa (ETF) Invesco Optimum Yield Diversified Commodity Strategy, focado em investimentos em instrumentos financeiros expostos às commodities mais negociadas no mundo, e a outra parte em renda fixa, que permite controlar melhor o risco, mirando uma volatilidade máxima de 15% da carteira.

Riscos adiante

Como vimos, há vários instrumentos que possibilitam surfar o rali de commodities, mas o ideal é buscar as alocações de acordo com seu perfil de risco.

O ciclo de alta de commodities tem beneficiado diversos ativos brasileiros, mas o lado negativo dessa equação é que a alta de preços acaba pesando no bolso dos brasileiros, pressionando a inflação. Você já deve ter percebido que o preço do churrasco está mais caro e a gasolina e os materiais de construção aumentaram.

Entre os riscos para esse cenário está uma elevação maior que a esperada das taxas de juros no mundo, reduzindo a liquidez global. Além disso, novas medidas de restrição por conta do coranavírus poderiam atrasar a retomada da atividade econômica podendo levar a uma correção do preço das commodities.

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