Apesar do cenário incerto, a temporada de resultados americana do segundo trimestre, que caminha para o seu fim atualmente, segue em tom positivo. Com 76% das empresas do S&P 500 superando as expectativas, a surpresa agregada nos lucros ficou na casa de 4,1%. O crescimento dos lucros vs. períodos anteriores também continua em um patamar saudável, com a média de 7,7% para o 2º trimestre de 2022. Entretanto, importante avaliarmos que a leitura positiva reforça a ideia de que os números parecem transmitir uma mensagem de que o impacto da desaceleração global ainda não afetou materialmente as empresas. Dessa forma, entendemos que ainda há espaço para possíveis compressões de margens das empresas frente ao aumento da probabilidade de recessão.
Contexto macroeconômico durante a temporada de resultados
Sinais de desaceleração na inflação americana acabaram impulsionando o S&P 500 recentemente. Seria hora de ficar otimista? Na nossa visão ainda é cedo para ter uma visão construtiva em relação à bolsa americana. Leia nosso relatório Bolsa americana volta a subir, é hora de ficar otimista?, onde trazemos a análise macro da região e endereçando os dois principais riscos que enxergamos: i) o rumo da política monetária americana, e ii) os risco de queda nas projeções de lucros das empresas em caso de recessão. Embora o mercado tenha corrigido alguns “exageros” em termos de valuation, o cenário segue complexo. Oportunidades começam a aparecer no radar dos investidores, mas não é hora de tentar ser herói.
Resultado consolidado e performance setorial
Apesar do cenário incerto, a temporada de resultados americana do segundo trimestre, que caminha para o seu fim atualmente, segue em tom positivo. Mais de 95% das empresas do S&P 500 já divulgaram seus números, apresentando uma superação das expectativas tanto de receitas quanto lucros. Com 76% das empresas do S&P 500 superando as expectativas, a surpresa agregada nos lucros ficou na casa de 4,1%. Apesar de ser o número mais baixo desde o 1º trimestre de 2020, ainda ficou próximo do nível de surpresa do trimestre anterior (4,6% no 1T22), evidenciando que, apesar da tendência de desaceleração que temos acompanhado, a deterioração do cenário macro parece ainda não refletir nos números.
Dentre os setores, destacamos Energia, Utilidades Públicas e Saúde como os principais na ponta positiva, com resultados entre 7% e 10% acima do esperado. Já na ponta negativa, temos o setor de Comunicação, sendo este o único a reportar lucros agregados abaixo do esperado.
O crescimento vs. períodos anteriores também continua em um patamar saudável. A média do crescimento nos lucros foi de 7,7% para o 2º trimestre de 2022, mantendo um patamar próximo do último trimestre, quando registrou 7,8% no 1T22. Energia segue o mesmo movimento dos períodos passados (4T21 e 1T22), como destaque positivo com incremento acima de 302% nos lucros (ficando fora do gráfico por questões de escala), sendo um dos setores que se beneficiou do aumento do preço do petróleo e outras commodities. O setor foi o principal contribuinte para o crescimento de lucros no agregado do trimestre do S&P 500, enquanto Consumo Básico, Comunicação e Financeiro apareceram na ponta oposta como detratores do crescimento de lucros no agregado do índice.
O que esperar daqui para frente?
Observamos, nessa temporada, o mercado recompensar surpresas de lucros positivas com uma valorização maior do que as quedas em caso de resultados abaixo do esperado. Vimos, inclusive, depois de passar pelo pior primeiro semestre dos últimos 50 anos, o S&P 500 subir mais de 9% em julho. O rally recente também sugere que o mercado encarou as novas divulgações como menor piores do que antecipado, o que reduziu parte do sentimento negativo. Outro fator que pode ter pesado é que as empresas do S&P 500 tenham sido menos negativas em suas perspectivas para o terceiro trimestre do que a média histórica.
Entretanto, importante avaliarmos que a leitura positiva reforça a ideia de que os números parecem transmitir uma mensagem de que o impacto da desaceleração global ainda não afetou materialmente as empresas. Apesar das surpresas nas divulgações, as empresas seguem sinalizando um cenário conturbado à frente, com uma forte pressão de custos, gargalos persistentes nas cadeias de abastecimento e arrefecimento de demanda. Dessa forma, entendemos que ainda há espaço para possíveis compressões de margens das empresas frente ao aumento da probabilidade de recessão, sendo esses os dois grande riscos daqui pra frente.
Vale pontuar que a deterioração do cenário em 2022 aparece nos valuations, com um movimento de correção do múltiplo de Preço/Lucro (P/L). Apesar da expansão de múltiplos com com o rally recente, eles continuam negociando em patamares mais atrativos do que no início deste ano. Fazendo uma análise direcionada, essa correção aparece de forma mais evidente nos setores de Telecomunicações, Materiais, Financeiro, Energia e Imobiliário, que continuam sendo negociados abaixo da média histórica dos últimos dez anos.
Para saber nossas preferências setoriais do mercado americano leia o relatório Bolsa americana volta a subir, é hora de ficar otimista?
Dados consolidados das empresas internacionais
Abaixo, mostramos os destaques financeiros das principais empresas do S&P 500 e outras companhias internacionais, comparando a expectativa dos analistas e o resultado publicado. Além disso, mostramos a reação do mercado após a divulgação dos números.
Principais nomes
Indústria
Delta Airlines relata aumento de demanda por viagens, mas decepciona em lucros: A companhia aérea reportou seus resultados nesta terça-feira, no período pré-mercado, com uma receita de US$ 12,3bi vs. US$ 12,3bi, em linha com as projeções; o lucro líquido foi de US$ 921mi vs. US$ 974mi, uma decepção de -5,4% e, gerando um LPA de US$ 1,44. Apesar dos problemas com congestionamentos nos aeroportos e falta de funcionários durante o início da temporada de viagens de verão, a Delta (NYSE: DAL, BDR: DEAI34) relatou que demanda aumentou tanto para viagens de negócios quanto de lazer. As vendas domésticas de viagens corporativas estão 80% recuperadas antes da pandemia de Covid, um aumento de 25% em relação ao primeiro trimestre do ano.
Contudo, a decepção nos lucros se deve à forte pressão de gastos em suas margens. Os custos da empresa para cada assento que voou uma milha, excluindo combustível, aumentaram 22% em relação a 2019 nos três meses encerrados em 30 de junho. Já as despesas com combustível aumentaram 41% em relação a três anos atrás, para US$ 3,2 bilhões. Olhando para o próximo trimestre, a companhia espera operar com 84% da capacidade total de 2019, recuperar de 93% a 97% da receita pré-pandemia e manter as margens operacionais em dois dígitos (12%-14%).
Indo agora para o setor de defesa…A Lockheed Martin (NYSE: LTM, BDR: LMTB34), empresa fabricante de produtos aeroespaciais, divulgou seus resultados com uma receita de US$ 15,4i vs. US$ 16,0 esperados, o LPA foi de US$ 6,32 vs. US$ 6,40 projetados pelo mercado. As vendas trimestrais da maior unidade da Lockheed, Aeronautics, que fabrica o F-35, caíram 12%, para US$ 5,8 bilhões. O diretor financeiro Jay Malave disse que as vendas foram prejudicadas pelo fim de alguns financiamentos federais, enquanto os problemas da cadeia de suprimentos atingiram amplamente a unidade aeronáutica. A Lockheed recentemente mudou algumas obrigações de pensão, comprando contratos de anuidade de uma seguradora. A taxa foi de aproximadamente US$ 4,50 por ação. A cobrança é realmente uma coisa boa e, essencialmente, representa uma forma de pagamento da dívida que torna o balanço menos arriscado. Contudo, a Lockheed agora espera que as vendas de 2022 sejam de cerca de US$ 65,3 bilhões, abaixo da orientação anterior dada em abril que previa US$ 66 bilhões em vendas.
Aumento de custos pesa no balanço da United Airlines: A empresa aérea divulgou seus resultados nesta quarta-feira com uma receita de US$ 12,1bi, em linha com as estimativas do consenso; o LPA foi de US$ 1,43 vs. US$ 1,88 dos analistas, uma decepção de -24%. A empresa relatou forte demanda por viagens aéreas, que corroboraram para um aumento de 24% vs. o mesmo período de 2019 (usado como comparação pré-pandemia). Contudo, o salto no faturamento foi negativamente compensado por um crescimento de +17% nos custos, excluindo combustíveis, vs. o mesmo período de 2019.
Olhando para o futuro, a United espera que a demanda por viagens continue bem aquecida até o final da temporada de verão no hemisfério norte. Ainda assim, a companhia espera que o aumento de custos e nos preços de combustíveis continue exercendo uma pressão sobre suas margens.
Indo agora para o setor de mineração … a Freeport McMoRan (NYSE: FCX, BDR: FCXO34) reportou receita de US$ 5,4 bilhões vs. US$ 6,4 bilhões esperado pelos analistas, o LPA foi de US$ 0,58 vs. US$ 0,60. Operacionalmente, a companhia apresentou um forte desempenho e, olhando para frente, apesar da queda de 1% na projeção das vendas de cobre para 2022, o número foi parcialmente compensado por um aumento na ordem de 6% nas vendas de ouro para o ano. Embora a companhia tenha sinalizado oportunidades para flexibilizar os níveis de gastos, se necessário (e também destacou as dificuldades contínuas com projetos de crescimento em andamento), a administração apontou a relativa atratividade de recomprar suas próprias ações nos níveis de preço atuais, em vez de investir em novos projetos. Em um ambiente de custos elevados e incerteza macro, provavelmente a Freeport atrasará ainda mais as decisões de investimento e como manter a flexibilidade a medida em que a deterioração do mercado se materializa.
Financeiro
JP Morgan suspende recompra de ações diante do cenário macro mais desafiador: O JP Morgan (NYSE: JPM, BDR: JPMC34) foi o primeiro grande banco de Wall Street a divulgar seus resultados, com uma receita de US$31,6 bilhões vs. US$32,0 bilhões esperados pelo mercado, o Lucro Por Ação (LPA) foi de US$ 2,76 vs. US$ 2,88, uma surpresa negativa de -4,3%. O lucro líquido caiu -28% em relação ao mesmo trimestre do ano passado, uma vez que o banco aumentou suas reservas para potenciais perdas com empréstimos em US$ 428 milhões. Olhando para os segmentos do banco, a receita de negociação de renda fixa saltou 15% para US$ 4,71 bilhões, mas ainda estava bem abaixo da estimativa de US$ 5,14 bilhões dos analistas para o trimestre, já que os fortes resultados em macro trading foram compensados pela fraqueza no crédito e produtos securitizados. A receita do segmento de trading de ações também saltou +15%, para US$ 3,08 bilhões, superando a estimativa de US$ 2,96 bilhões.
Jamie Dimon, CEO do banco, tentou esclarecer suas preocupações com a economia em conversa com analistas na manhã de quinta-feira. Embora tenha observado que há fortes ventos contrários, inflação, aperto quantitativo do Fed e a guerra na Ucrânia, Dimon tentou enfatizar que o banco está equipado para lidar com os desafios. Contudo, diante do cenário macro, o banco optou por suspender temporariamente as recompras de ações. Olhando para o futuro, Dimon foi bastante vago, mas afirmou que o banco está se preparando para um ano potencialmente difícil pela frente.
Lucros do Morgan Stanley são atingidos pela desaceleração do segmento de Investment Banking: O Morgan Stanley (NYSE: MS, BDR: foi MSBR34), mais um dos grandes bancos que reportou seus resultados, com uma receita de US$ 13,1bi vs. US$ 13,3bi, e LPA de US$ 1,44 vs. US$ 1,57. A divisão de Investment Banking da empresa produziu US$ 1,07 bilhão em receita no segundo trimestre, US$ 400 milhões abaixo da estimativa de analistas de US$ 1,47 bilhão, que foi reduzida nas últimas semanas. A gigante divisão de gestão de patrimônio do banco produziu US$ 5,74 bilhões em receita, abaixo da estimativa de US$ 5,99 bilhões, já que a desvalorização dos ativos reduziu as taxas de administração.
O co-presidente do Morgan Stanley, Ted Pick, disse no mês passado que os mercados seriam dominados pela preocupação com a inflação e a recessão em um período de transição, após quase 15 anos de políticas de dinheiro fácil dos bancos centrais chegarem ao fim. O Morgan, assim como JP Morgan foi vago em relação ao futuro, mas reiterou que o cenário macro vai ser desafiador no restante do ano.
Citigroup supera estimativas de lucro à medida que banco se beneficia do aumento das taxas de juros: O Citi (NYSE: C, BDR: CTGP34) foi mais um dos grandes bancos a divulgar resultados, com uma receita de US$ 19,6bi vs. US$ 18,4bi, com um LPA de US$ 2,19 vs. US$ 1,70 projetados pelos analistas, uma surpresa positiva de quase 29%. Durante o trimestre, o banco viu a receita de juros crescer, além de bons resultados em sua divisão comercial e de serviços institucionais. O grupo de clientes institucionais da empresa registrou um salto de 20% na receita, para US$ 11,4 bilhões, cerca de US$ 1,1 bilhão a mais do que os analistas esperavam, impulsionado por fortes resultados comerciais e crescimento nos negócios de gerenciamento de caixa corporativo do banco. As soluções de tesouraria e comércio geraram um aumento de 33% na receita, para US$ 3 bilhões.
Jane Fraser, CEO do Citi revelou que em um ambiente macro e geopolítico desafiador, a equipe do banco apresentou resultados sólidos e está em uma posição forte para enfrentar tempos incertos, dada a liquidez, qualidade de crédito e níveis de reservas. Mas nem todas as notícias foram positivas. O banco também anunciou está pausando as recompras de ações. Após o teste de estresse do Federal Reserve do mês passado, alguns bancos foram pegos com menos capital do que o necessário antes de exigências cada vez mais rigorosas. Ao congelar os dividendos e pausar as recompras, os bancos podem estocar capital para ajudá-los a atingir suas metas. Olhando para o futuro, o Citi foi vago. Mas, para ajudar a recuperar a empresa, Fraser anunciou planos de sair dos mercados bancários de varejo fora dos EUA e definir metas de retorno de médio prazo.
Wells Fargo é mais um dos grandes bancos a desapontar as expectativas do mercado: O Wells Fargo (NYSE: WFC, BDR: WFCO34) também reportou seus resultados com uma receita de US$ 17,0bi vs. US$ 17,5bi projetados pelo mercado, o LPA foi de US$ 0,74 vs. US$ 0,80 esperado pelos analistas, uma surpresa negativa de -7,8%. No mês passado, os executivos do banco divulgaram que a receita de hipotecas do segundo trimestre estava destinada a um declínio de 50% em relação ao primeiro trimestre, uma vez que as taxas de juros acentuadamente mais altas reduziram a atividade de compra e refinanciamento.
O banco também disse que disse que as “condições de mercado” os forçaram a registrar uma redução no valor de US$ 576 milhões no segundo trimestre em títulos patrimoniais vinculados ao seu negócio de venture capital. O banco também tinha uma provisão de US$ 580 milhões para perdas com crédito no trimestre, uma forte reversão em relação ao ano anterior, quando o Wells Fargo se beneficiou da liberação de reservas à medida que os mutuários pagavam suas dívidas. O banco foi vago em relação a suas perspectivas para os próximos períodos, mas anunciou que era possível um novo declínio na receita de hipotecas durante o terceiro trimestre.
Goldman Sachs lucra com a volatilidade dos mercados e supera consenso: O Goldman Sachs (NYSE: GS, BDR: GSGI34) reportou uma receita de US$ 11,9 bilhões vs. US$ 10,7 bilhões projetado pelos analistas, o LPA foi de US$ 7,73 vs. US$ 6,65 esperados pelo mercado, uma surpresa positiva de 16,3%. As operações de renda fixa do banco geraram US$ 3,61 bilhões em receita, superando a estimativa de US$ 2,89 bilhões da StreetAccount. O Goldman atribuiu o desempenho à atividade comercial “significativamente mais alta” em taxas de juros, commodities e moedas. A receita com a negociação de ações subiu 11%, para US$ 2,86 bilhões, superando a estimativa de US$ 2,68 bilhões da StreetAccount. Por outro lado, o faturamento com o gerenciamento de recursos caiu 79% em relação ao ano anterior, para US$ 1,08 bilhão, superando a estimativa de US$ 924,4 milhões. O declínio veio de perdas em ações negociadas em bolsa e ganhos menores em participações de private equity, disse o banco.
A receita de investment banking, como esperado, foi fraca, caindo 41%, para US$ 2,14 bilhões, devido à menor receita provenientes de IPOs e emissão de dívidas. O Goldman também reservou US$ 667 milhões em provisões para perdas de crédito no segundo trimestre, em comparação com uma liberação de reservas de US$ 92 milhões no segundo trimestre de 2021. Olhando para o futuro, o CEO do banco, David Solomon, disse na call de resultados que o tom para os próximos trimestres era de cautela, dadas as incertezas globais e os movimentos de aperto do Federal Reserve para reduzir a inflação e que o banco deve continuar reduzindo o número de contratações.
Bank of America divulga resultados em linha e segue otimista com os próximos trimestres: O Bank of America (NYSE: BAC, BDR: BOAC34) reportou uma receita de US$22,8 bilhões vs. US$22,9 bilhões projetados pelo mercado, o LPA foi de US$0,73 vs. US$0,75 esperado pelos analistas, em linha com o consenso. As despesas não decorrentes de juros no trimestre aumentaram 2% em relação ao ano anterior, incluindo cerca de US$ 425 milhões em custos vinculados a questões regulatórias. Aproximadamente metade desse valor estava vinculado a multas anunciadas na semana passada, totalizando US$ 225 milhões referentes às medidas e benefícios de desemprego durante a pandemia de Covid adotados pelo banco; o restante é relacionado à uma investigação de todo o setor sobre o pessoal de negociação usando aplicativos de mensagens.
Por outro lado, a receita do segmento de trading subiu 17%, para US$ 4,2 bilhões, incluindo ganhos líquidos de ajuste de avaliação de débito de US$ 158 milhões. Olhando para o futuro, Alastair Borthwick, diretor financeiro do Bank of America, disse que o banco espera que a receita líquida de juros aumente entre US$ 900 milhões e US$ 1 bilhão durante o terceiro trimestre em relação ao segundo trimestre. A administração acredita que pode crescer ainda mais rápido no quarto trimestre de forma sequencial.
American Express supera expectativas do mercado graças ao retorno às viagens: A American Express (NYSE: AXP, BDR: AXPB34) reportou seus resultados com uma receita de US$13,4 bilhões vs. US$12,5 bilhões esperados pelo mercado, o LPA foi de US$2,57 vs. US$2,40 projetados pelos analistas, uma surpresa positiva de 7,3%. Os níveis recordes de receita da AmEx foram impulsionados, em grande parte, pelo retorno dos gastos com viagens e entretenimento aos níveis pré-pandemia. Como todas as empresas, a AmEx está atenta nas condições econômicas que pesam sobre famílias e empresas, como inflação e aumento das taxas de juros. Contudo, apesar dos ventos contrários, a empresa está otimista até agora, observando que as inadimplências e baixas contábeis estão próximas da média histórica.
A empresa ainda aumentou sua reserva para perdas com crédito em US$ 410 milhões, em comparação com uma liberação de reserva de US$ 866 milhões no mesmo trimestre do ano passado. Essa construção é parcialmente responsável pela queda de 14% nos lucros que a Amex viu no segundo trimestre, com lucro líquido totalizando US$ 1,9 bilhão, abaixo dos US$ 2,3 bilhões do ano anterior. Olhando para o futuro, com base no desempenho até agora, a AmEx elevou sua orientação de crescimento de receita anual para uma faixa de 23% a 25%, acima da faixa anterior de 18% a 20%. A orientação de ganhos para o ano inteiro permanece a mesma, em uma faixa de US$ 9,25 a US$ 9,65 por ação.
Ainda no setor financeiro … a Visa (NYSE: N, BDR: VISA34), empresa financeira de bandeira de cartões, divulgou uma receita de US$ 7,3 bilhões vs. US$ 7,1 projetados pelo mercado, o LPA foi de US$ 1,98 vs. US$ 1,75. Os bancos pagam à Visa uma fatia das taxas que cobram dos comerciantes cada vez que um consumidor usa um cartão no caixa, e o volume de pagamentos subiu para US$ 2,93 trilhões no trimestre referência. Embora o número tenha ficado abaixo da média de US$ 2,97 trilhões das expectativas, os resultados foram beneficiados por um aumento maior do que o esperado nos gastos no exterior. A companhia está se favorecendo dos gastos dos consumidores americanos com viagens, bens e serviços, que seguem altos mesmo com a inflação em seu nível mais alto em 40 anos.
Mastercard supera as expectativas se beneficiando do aumento de gastos: A Mastercard (NYSE: MA, BDR: MSCD34) reportou receita de US$ 5,5 bilhões vs. US$ 5,3 projetados pelo mercado, enquanto o LPA foi de US$ 2,56 vs. US$ 2,37. A companhia tem se beneficiado com o aumento de gastos do consumidor e da recuperação na Ásia, com a flexibilização das restrições de viagem sendo um sinal positivo para a sustentação do crescimento de receita da operadora de cartões. Somado a isso, o aumento dos gastos com viagens, que têm superado os níveis pré-pandemia no hemisfério norte, também impulsionaram os resultados da Mastercard. Entretanto, embora a inflação elevada possa aumentar a receita marginalmente, custos mais altos também são um risco para os lucros, especialmente porque a administração espera cerca de 4% de crescimento nas despesas com aquisições. O câmbio também pode pesar nos resultados, com um dólar mais forte, especialmente em relação ao euro, impactando a receita da região.
Softbank reporta prejuízo recorde com a desaceleração das ações de tecnologia: O investidor global de tecnologia, SoftBank, reportou um prejuízo trimestral recorde de mais de US$ 23 bilhões. Segundo o CEO, Masayoshi Son, o resultado reflete uma euforia exacerbada em pulverizar os investimentos em startup por parte da empresa de investimentos nos últimos 5 anos, principalmente no ano passado, quando os preços atingiram o pico. “Quando estávamos obtendo grandes lucros, fiquei um pouco delirante e, olhando para mim mesmo agora, estou bastante envergonhado e com remorso”, disse Son em entrevista coletiva. Depois de acelerar durante o pico, o SoftBank recuou, segundo o CEO a empresa está avançando com uma nova disciplina. Um exemplo disso é a estratégia recente do Vision Funds, que aprovou cerca de US$ 600 milhões em investimentos no trimestre de abril a junho, abaixo do pico de US$ 20,6 bilhões no mesmo trimestre do ano anterior.
Apesar das pesadas perdas, as ações do SoftBank se mantiveram muito bem durante a recente derrota das empresas tech, com as ações subindo mais de 3% desde o início do ano. Isso se deve em grande parte a uma estratégia de recompra gigante, já que o SoftBank vem reduzindo suas grandes participações de longa data em empresas de tecnologia mais antigas e usando parte do dinheiro para ajudar a aumentar o preço de suas próprias ações.
Tecnologia
TSMC registra lucro recorde e acalma preocupações sobre o mercado de chips: A TSMC (NYSE: TSMC, BDR: TSMC34), maior fabricante de chips do mundo, registrou lucro líquido recorde no segundo trimestre, ajudando a amenizar os temores sobre a fraca demanda e o excesso de semicondutores no mercado. Com receita de 534,1 bilhões de dólares taiwaneses (US$ 18,16 bilhões), um aumento de 43,5% em relação ao ano anterior, superando a média das expectativas de 523,2 bilhões de dólares de Taiwan, enquanto o LPA foi de 45,70 dólares de Taiwan, versus 42,48 esperados pelo mercado. A empresa, que é a fornecedora de chips mais importante da Apple, possui um dos processos de fabricação mais avançados do mundo. Sobre os resultados, a TSMC disse que viu fraqueza no mercado de smartphones e PCs, mas que a demanda de data centers e automóveis permaneceu estável.
Amenizada a escassez de chips que acompanhamos nos últimos anos, pressionada pelas interrupções na cadeia de suprimentos, guerra Rússia-Ucrânia e aumento dos custos de materiais, agora os investidores estão preocupados com um potencial excesso de chips no mercado. Segundo a CNBC, os estoque estão aumentando, sugerindo uma demanda fraca que pode pressionar os preços dos semicondutores. Os resultados da TSMC aliviaram algumas das preocupações no mercado de chips e particularmente em torno da própria empresa. No entanto, o CEO da companhia comentou sobre “maiores desafios nas cadeias de suprimentos para 2023”, com aumento dos prazos de entrega de alguns equipamentos de fabricação de chips, vendo um potencial aumento de despesas no próximo ano. Apesar do cenário desafiador, a TSMC estima receita entre US$ 19,8 bilhões e US$ 20,6 bilhões no terceiro trimestre, superando os US$ 14,8 bilhões no mesmo período do ano passado.
IBM relata forte demanda e supera levemente expectativas, mas projeções desanimam: A IBM (NYSE: IBM, BDR: IBMB34) reportou seus resultados no período pós-mercado, com uma receita de US$ 15,5bi vs. US$ 15,2bi; o LPA foi de US$ 2,31 vs. US$ 2,29, em linha com as estimativas. O sólido da resultado da companhia deriva da forte e resiliente demanda global por seus produtos e serviços. “A demanda é bastante forte e, em uma base global, a tecnologia é o contrapeso para taxas de juros e inflação mais altas.” – disse o CEO Arvind Krishna. O maior destaque ficou por conta do segmento de infraestrutura, com um salto de 19% no faturamento ano contra ano, seguido por nuvem (+16% a.a.), consultoria (+10% a.a.) e software (+6,0% a.a.).
O CEO complementou afirmando que a forte demanda foi bem distribuída geograficamente e permanece sólida até mesmo na Europa, que passa por problemas com a guerra na Ucrânia. Quando questionado sobre a elasticidade da demanda por seus serviços de consultoria, também respondeu em tom positivo: “A tecnologia é mais essencial para nossos clientes. Eles precisam da nossa ajuda e da nossa experiência.”. Por fim, a companhia reiterou suas projeções de crescimento de receita em torno de 5% para este ano fiscal, mas reduziu suas expectativas para a geração de caixa livre, em US$ 500 milhões, para US$ 10bi.
ASML diminui previsões de crescimento de receita por conta de entrega rápida de equipamentos: A ASML (NASDAQ: ASML, BDR: ASML34) reportou uma receita de €5,4 bilhões vs. € 5,3 projetados pelo mercado, o LPA foi de € 3,54 vs. € 3, 47 esperados pelos analistas. Peter Wennink, CEO da empresa informou que alguns clientes estão indicando sinais de desaceleração da demanda em certos segmentos de mercado voltados para o consumidor, mas que a empresa ainda vê uma forte demanda, impulsionada por megatendências globais no setor automotivo, computação de alto desempenho e transição para energia verde. Vale lembrar que as ações da ASML estão sob pressão extra nas últimas semanas, enquanto os EUA pressionam a Holanda para proibir a fabricante de maquinário de chips de vender alguns sistemas de litografia ultravioleta profunda para a China. Washington está focada em proibir as vendas do tipo mais avançado de tecnologia DUV, máquinas de litografia por imersão.
Voltando para o setor de tecnologia…A Intel (NASDAQ: INTC, BDR: ITLC34) divulgou uma receita de US$ 15,3 bilhões vs. US$ 18,0 bilhões; o LPA foi de US$ 0,29 vs. US$ 0,69, uma surpresa negativa de -58%. Durante o segundo trimestre, o Client Computing Group da Intel, que inclui chips de PC, gerou US$ 7,7 bilhões em receita, queda de 25% e consideravelmente abaixo da estimativa de consenso de US$ 8,9 bilhões segundo a StreetAccount. A pressão competitiva prejudicou a receita da unidade, disse a Intel. Olhando para o futuro, a empresa reduziu suas expectativas e disse que agora vê o lucro ajustado para o ano de US$ 2,30 por ação e receita de US$ 65 bilhões a US$ 68 bilhões. A orientação de três meses atrás era de US$ 3,60 em lucro ajustado por ação sobre US$ 76,0 bilhões em receita. Na divulgação de resultados, a administração da empresa disse que os negócios de data center da Intel cresceriam mais lentamente do que o mercado geral. Analistas de Wall Street e da Barron’s afirmam que a fabricante de chips provavelmente perderá participação de mercado para seu principal concorrente, AMD (NASDAQ: AMD, BDR: A1MD34).
Contudo, o que chamou a atenção na divulgação de resultados foi a orientação futura da empresa, que acabou reduzindo sua previsão de crescimento de receitas em 2022 de 20% para 10%. A causa do rebaixamento foi devido a atrasos na cadeia de suprimentos que levaram o fornecedor de equipamentos de chip a acelerar os envios aos clientes, entregando unidades antes do teste final. Isso resulta em um atraso no reconhecimento de receita até que o teste final e a aceitação formal ocorram no site do cliente.
A SAP (NYSE: SAP, BDR: SAPP34) divulgou receita de € 7,5 bilhões vs. € 7,3 bilhões esperado pelos analistas, e LPA de € 1,09 vs. € 1,04. O grupo alemão, que fabrica software para gerenciamento de processos, está migrando para serviços em nuvem, com receita antecipada pelo modelo de assinatura. Segundo a companhia, o negócio de nuvem já se tornou a principal linha de receita da SAP, vendo um incremento de 34%, para € 3,06 bilhões no trimestre. No entanto, a empresa reduziu sua perspectiva de lucro ajustado para 2022 para entre € 7,6 bilhões e € 7,9 bilhões, de um intervalo de € 7,8 bilhões para € 8,25 bilhões. A SAP citou um impacto de € 350 milhões no lucro ajustado da guerra na Ucrânia e um potencial declínio na receita de licenças de software.
Outra empresa de tecnologia que reportou seus resultados foi a Qualcomm (NASDAQ: QCOM, BDR: QCOM34). A companhia de semicondutores relatou uma receita de US$ 10,9bi, em linha com as estimativas; o LPA foi de US$ 2,96 vs. US$ 2,87, uma leve surpresa vs. projeções e um crescimento de 53% ano contra ano. O CEO da Qualcomm, Cristiano Amon, disse em comunicado que os resultados da empresa foram fortes apesar de estar em um “ambiente macroeconômico desafiador”. Como segundo destaque, também houve o anúncio da parceria com a Samsung até 2030 que inclui licenciamento de patentes e fornecimento de processadores Snapdragon para aparelhos. O comunicado foi bem recebido, uma vez que Samsung é a maior fabricante de smartphones do mundo.
Microsoft divulga resultados ligeiramente abaixo das previsões do mercado, mas com projeções otimistas: A Microsoft (NASDAQ: MSFT, BDR: MSFT34) divulgou uma receita de US$ 51,9 bilhões vs. US$ 52,4 projetados pelo mercado, o LPA foi de US$ 2,23 vs. US$ 2,29. Segundo a companhia, a receita aumentou 20% em relação ao ano anterior, com o segmento Intelligent Cloud apresentando um crescimento de 25,5%; o negócio de Computação Pessoal, que inclui Windows, dispositivos e jogos, expandiu em 15,5%; e a linha de Processos de Negócios, que inclui Office, Dynamics e LinkedIn, representando um crescimento de 19%. Durante o trimestre, a Microsoft lançou o Windows 11 como o sucessor do Windows 10 e introduziu o Surface Laptop SE de US$ 249 para uso escolar, que executa uma versão especial do Windows 11.
Amy Hood, diretora de finanças da Microsoft, aliviou as preocupações dos investidores sobre os resultados, indicando que a demanda continua forte em grande parte dos negócios, e afirmando que vê um aumento de margem operacional para esse ano. Hood disse que a empresa espera receita de US$ 48,5 bilhões a US$ 49,3 bilhões no próximo trimestre, superando o consenso de US$ 48,23 bilhões da Refinitiv. A projeção positiva por parte da companhia contribuiu para que o mercado tivesse uma reação positiva após a divulgação, com a ação subindo no after-market.
AMD supera estimativa, mas decepciona com projeção para o próximo trimestre: A AMD (NASDAQ: AMD, BDR: A1MD34) divulgou uma receita de US$ 6,6 bilhões vs. US$ 6,5 bilhões esperados pelo mercado; o LPA foi de US$ 1,05 vs. US$ 1,05 projetado. Apesar de superar as estimativas, a fabricante de chips deu uma previsão para o trimestre atual que ficou abaixo das projeções dos analistas. A AMD espera US$ 6,7 bilhões em receita durante o próximo trimestre, versus projeções que estavam na casa de US$ 6,83 bilhões. Atualmente, a AMD tem uma oportunidade de mercado significativa, pois sua principal rival para processadores de PC e servidor, a Intel, tem tropeçado na execução. Os chips da AMD superaram os da Intel em termos de desempenho, o que tende a levar a companhia a tirar participação de mercado de seu rival.
Todos os quatro principais segmentos da AMD cresceram durante o trimestre, no qual a receita geral aumentou 70% ano a ano. A AMD disse que as vendas de data centers aumentaram 83% ano a ano, para US$ 1,5 bilhão. As fortes vendas de processadores para servidores impulsionaram o crescimento, segundo a companhia, acrescentando que não prevê uma desaceleração na demanda por esses chips. No entanto, a CEO, Lisa Su, admitiu que viu declínios no trimestre atual para o negócio de PCs. A AMD disse que recomprou US$ 920 milhões de suas ações durante o segundo trimestre.
Apple supera as expectativas com vendas de IPhones melhor que o esperado: A Apple (NASDAQ: AAPL, BDR: AAPL34) reportou receita de US$ 83,0 bilhões vs. US$ 82,7 projetados pelo mercado, enquanto o Lucro Por Ação (LPA) foi de US$ 1,20 vs. US$ 1,15. Os números do trimestre ficaram levemente acima das expectativas, com as vendas do iPhone se mantendo melhor do que o esperado. A Apple alertou no início deste ano que esse trimestre seria um período difícil, com problemas na cadeia de suprimentos, reduzindo as projeções de vendas em US$ 4 bilhões a US$ 8 bilhões. Mas, no estilo típico da companhia, entregaram um número melhor que o esperado. Ainda assim, os números do iPhone sugerem que a companhia está enfrentando uma desaceleração nos gastos com smartphones.
Embora o CEO Tim Cook tenha abordado o cenário desafiador, com “ventos contrários” que prejudicaram a Apple, ele previu que as vendas podem começar a aumentar nos próximos meses. Mas, pontuou que o dólar forte ameaça afetar a receita. Cook também observou que as restrições de oferta podem ter mascarado se a demanda do consumidor está diminuindo. Como o Mac e o iPad, por exemplo, “não tínhamos produto suficiente para testar a demanda”, disse ele. A Apple não forneceu orientações específicas para o período, dando continuidade a uma abordagem adotada no início da pandemia.
Resultados da Roblox ficam abaixo das expectativas do mercado: A Roblox (NYSE: RBLX, BDR: R2BL34) reportou uma receita de US$ 639,9 milhões vs. US$ 656,5 milhões projetados pelos analistas, uma queda 4% a/a; o Lucro Por Ação (LPA) foi de US$ -0,24 vs. US$ -0,11 esperados pelo mercado. A Roblox relatou 52,2 milhões de usuários ativos diários médios, cerca de um milhão a menos do consenso do StreetAccount. Esse número é 21% acima do mesmo período do ano anterior, mas abaixo dos 54,1 milhões de usuários ativos diários relatados no primeiro trimestre. Os usuários gastaram mais de 11 bilhões de horas envolvidos no Roblox durante o segundo trimestre. A empresa gera receita com as vendas de sua moeda virtual chamada Robux, que os jogadores usam para vestir seus avatares e comprar outros recursos premium nos jogos.
Olhando para frente, a empresa não forneceu uma perspectiva para o trimestre atual, mas forneceu as principais métricas do primeiro mês. Segundo a companhia, as receitas de julho ficaram entre US$ 243 milhões e US$ 247 milhões, o último valor representando um crescimento de 10% a/a. Os usuários ativos diários de julho aumentaram 26% em relação ao ano anterior, para 58,5 milhões, enquanto as horas ocupadas aumentaram 25%, para 4,7 milhões.
Applied Materials, fabricante de máquinas para semicondutores, dá previsão otimista diante da desaceleração: A Applied Materials (NASDAQ:AMAT, BDR: A1MT34), maior fabricante de máquinas usadas na fabricação de semicondutores, deu uma previsão de vendas otimista para o período atual, dizendo que pode resistir à desaceleração que aflige o setor. Segundo a empresa, a receita será de cerca de US$ 6,65 bilhões no quarto trimestre fiscal, que vai até outubro, acima da média das expectativas de US$ 6,55 bilhões, de acordo com a Bloomberg. A perspectiva sinaliza que a indústria de chips pode estar se saindo melhor do que alguns temiam, dado que as máquinas da Applied Materials são cruciais para o processo de fabricação de semicondutores, estando no centro das fábricas de empresas como Samsung, Intel e Taiwan Semiconductor Manufacturing. Apesar de grandes clientes como Intel e Micron Technology já cortaram seus orçamentos para novos equipamentos após relatórios de lucros fracos, muitos clientes ainda estão investindo para melhorar sua tecnologia de produção, disse o CEO Gary Dickerson em entrevista.
A carteira de pedidos da Applied Materials está aumentando à medida que a empresa luta para obter suprimento suficiente de chips para fabricar seus equipamentos, disse o CEO, ainda complementando “A demanda ainda está excedendo a oferta em uma quantidade razoável”. A empresa disse que provavelmente não será capaz de satisfazer toda a demanda que está recebendo nos próximos trimestres e, mesmo que haja uma queda nos pedidos causada pela economia, os lucros permanecerão mais fortes do que em crises anteriores porque os clientes estão competindo para melhorar sua produção. Dickerson argumentou também que o crescente uso de semicondutores em novos tipos de dispositivos está diminuindo a dependência da indústria de computadores pessoais e smartphones. Isso pode ajudá-lo a evitar os altos e baixos que sofreu nos últimos anos. A empresa também superou as expectativas com os resultados do terceiro trimestre divulgados na semana passada, a receita foi de US$ 6,52 bilhões vs. US$ 6,26 bilhões projetados, e o Lucro Por Ação (LPA) foi de US$ 1,94 vs. US$ 1,57 esperados pelos analistas.
Nvidia relata cenário desafiador e projeções futuras decepcionam: A gigante dos semicondutores reportou seus resultados com uma receita de US$ 6,7bi vs. US$ 8,1bi do consenso; o lucro líquido por ação foi de US$ 0,51 vs. 1,21 esperado. “Os ventos contrários macroeconômicos em todo o mundo levaram a uma desaceleração repentina na demanda do consumidor”, disse a CFO da Nvidia, Colette Kress. A receita do departamento de jogos da Nvidia caiu 33% ano a ano, para US$ 2,04 bilhões, um declínio mais acentuado do que a empresa previa. Outro desafio da empresa é identificar se parte dessa queda nas vendas é proveniente das criptomoedas: “Não conseguimos quantificar com precisão até que ponto a redução da mineração de criptomoedas contribuiu para o declínio na demanda de jogos”, continuou Kress.
Já a linha de negócios de data centers da empresa se saiu um pouco melhor. Esta subiu 61% anualmente, para US$ 3,8 bilhões, impulsionado pelo que a empresa chama de clientes de “hiperescala”, que são grandes provedores de nuvem. Olhando pro futuro, a Nvidia (Nasdaq: NVDA | BDR: NVDC34) disse que ajustará os preços com seus varejistas para lidar com “condições de mercado desafiadoras” que devem persistir até o trimestre atual. Além disso, a fabricante de chips disse esperar US$ 5,9 bilhões em vendas em seu terceiro trimestre fiscal, um número abaixo das estimativas de consenso da Refinitiv de US$ 6,95 bilhões.
Serviços de comunicação
Netflix sobe depois de reportar queda de assinantes menor que o esperado e sinalizar expectativa de crescimento: A Netflix (NASDAQ: NFLX, BDR: NFLX34) reportou uma receita de US$ 7,97 bilhões vs. US$ 8,04 bilhões projetado pelos analistas, o LPA foi de US$ 3,73 vs. US$ 2,98 esperados pelo mercado, uma surpresa positiva de 25,2%. As ações reagiram positivamente, principalmente depois da notícia que o streaming perdeu menos assinantes do que o previsto durante o segundo trimestre. A Netflix havia alertado aos investidores que esperava perder cerca de 2 milhões de assinantes no último trimestre, mas perdeu apenas cerca de 970.000 durante o período. A empresa também informou que está nos planos lançar, no início de 2023, seu plano de baixo custo, que será sustentado por anúncios. Isso depois da Netflix ter escolhido a Microsoft para ser sua parceira na oferta suportada por anúncios. “Provavelmente começaremos em alguns mercados onde os gastos com publicidade são significativos”, explicou a Netflix.
Olhando para frente, a empresa espera que as adições líquidas atinjam 1 milhão no terceiro trimestre, revertendo parte das perdas observadas durante o primeiro semestre do ano. Analistas previam que a Netflix guiaria um crescimento de cerca de 1,8 milhão. A companhia também informou que está nos estágios iniciais de seu plano de compartilhamento pago. Este é um esforço mencionado no último trimestre que cobraria alguns membros por compartilhar sua assinatura com familiares ou amigos que moram fora de casa.
Ações do Snap caem 25% com resultados do segundo trimestre: O Snap (NYSE: SNAP, BDR: S1NA34) reportou uma receita de US$ 1,1 bilhão vs. US$ 1,1 bilhão esperado pelos analistas e Lucro Por Ação (LPA) de US$ -0,02 vs. US$ -0,04. A empresa atribuiu seus resultados à desaceleração da demanda por sua plataforma de anúncios online. O momento atual, economicamente desafiador; a atualização do iOS da Apple em 2021; e o aumento da concorrência de empresas como o TikTok, levaram profissionais de marketing a reduzirem seus gastos com anúncios digitais. A companhia também afirmou que mesmo algumas empresas relativamente saudáveis estavam reduzindo seus compromissos devido a “pressão dos custos de insumos impulsionada pela inflação”.
Olhando para o futuro, em sua carta ao investidor, o Snap disse que não está fornecendo orientação para o terceiro trimestre porque “a visibilidade prospectiva continua incrivelmente desafiadora”. Segundo a companhia, a receita até agora é “aproximadamente estável” em relação ao ano anterior. A divulgação de resultados é o capítulo mais recente de um ano difícil para o Snap, cujas ações perderam quase dois terços de seu valor em 2022. Em maio, a companhia disse que não cumpriria a orientação do segundo trimestre definida no mês anterior, levando a um tombo de 43% no preço das ações.
Orientações da AT&T decepcionam mercado: A AT&T (NYSE: T, BDR: ATTB34) reportou uma receita de US$ 29,6 bilhões vs. US$ 29,6 bilhões projetados pelo mercado, e abaixo dos US$ 35,7 bilhões do mesmo período do ano passado. Excluindo o impacto dos desinvestimentos, a receita operacional cresceu cerca de 2%. O LPA foi de US$ 0,65 vs. US$ 0,62 esperados pelos analistas. Segundo a companhia, o fluxo de caixa foi prejudicado pelos pagamentos posteriores dos clientes, uma vez que a empresa investiu no estabelecimento de infraestrutura 5G. A companhia informou que os consumidores estão pagando suas contas cerca de dois dias depois do que no mesmo período do ano passado. Isso impactou o fluxo de caixa em cerca de US$ 1 bilhão no trimestre.
A AT&T relatou adições líquidas pós-pagas acima do esperado, uma métrica muito importante para empresas sem fio, que se refere a clientes que pagam uma conta mensal de quase 1,1 milhão, adicionando 813.000 telefones. A AT&T também adicionou 316.000 assinantes líquidos de fibra no segundo trimestre, atingindo um total de 6,6 milhões, superando a estimativa média de 294.000 dos analistas. No entanto, dados o aumento de custos, incluindo investimentos no crescimento de assinantes, a AT&T reduziu sua orientação de fluxo de caixa livre para o ano de US$ 16 bilhões para a faixa de US$ 14 bilhões, mas ainda pretende gastar cerca de US$ 24 bilhões este ano na construção de suas redes 5G e de fibra.
Resultados do Twitter refletem queda nas atividades de anúncios digitais: O Twitter (NASDAQ: TWTR, BDR: TWTR34) divulgou seus balanços do segundo trimestres nesta última sexta-feira com uma receita de US$ 1,2bi, levemente abaixo das projeções de US$ 1,3bi dos analistas de mercado; o prejuízo líquido por ação foi de -US$ 0,08 vs. um lucro por ação de US$ 0,14 projetado pelo consenso. A companhia relatou que decepção na linha inferior de seu balanço é resultado dos ventos contrários provenientes do cenário macroeconômico, que estão causando uma desaceleração na indústria de anúncios digitais.
Além disso, a rede social afirma ter registrado um aumento de custos relacionados ao processo de aquisição do Elon Musk, as despesas com a atividade totalizaram US$ 33 milhões no segundo trimestre. Dadas as grandes incertezas do processo de aquisição, a empresa não realizou a conferência de resultados e optou por não fornecer projeções para os próximos trimestres.
Ações da Verizon caem -6,7% após cortes de projeções: A Verizon (NYSE: VZ, BDR: VERZ34), empresa de telefonia, reportou seus resultados com uma receita de US$ 33,8bi, em linha com o consenso; o lucro por ação foi de US$ 1,31 vs. US$ 1,33 levemente abaixo das projeções. A companhia relatou que sua rentabilidade foi impactada pelo aumento de gastos, dada a elevada inflação, um aumento significativo de seus estoques, e investimentos em marketing para se manter competitiva em uma indústria cada vez mais desafiadora. O volume de usuários de internet aumentou em 39 mil vs. o trimestre anterior e um aumento de 430 mil novos assinantes pós-pagos em sua linha corporativa.
Por fim, a empresa realizou um corte em suas projeções de lucro por ação de US$ 5,40 – US$ 5,50 para US$ 5,10 – US$ 5,25. As projeções acabaram causando um sentimento negativo e catalisaram uma queda de -6,7% das ações durante a última sexta-feira.
Google mostra resiliência no negócio de anúncios: A Alphabet (NASDAQ: GOOGL, BDR: GOGL34), controladora do Google, divulgou uma receita de US$ 69,7 bilhões vs. US$ 58,0 projetados pelo mercado, o LPA (Lucro Por Ação) foi de US$ 1,21 vs. US$ 1,39 esperados. As vendas de anúncios do Google superaram as expectativas dos analistas. O resultado do grupo indica que o negócio de publicidade da empresa – especialmente os anúncios de busca – pode estar posicionado para resistir a uma crise na redução dos gastos com marketing, que afetou concorrentes menores, como Snap (NYSE: SNAP, BDR: S1NA34) e Twitter (NASDAQ: TWTR, BDR: TWTR34).
Já o Youtube, está competindo cada vez mais por dinheiro publicitário e atenção com o TikTok, da Bytedance, enquanto gerencia os efeitos dos requisitos de privacidade da Apple (NYSE: AAPL, BDR: AAPL34), que dificulta o direcionamento da publicidade. A divisão de nuvem do Google, apesar de ainda não gerar lucro, é vista como uma das melhores apostas da empresa para o crescimento à medida que o negócio principal de buscas amadurece. O mercado recebeu de maneira positiva os resultados do grupo, com a ação subindo quase 5% após a divulgação. Olhando para frente, a empresa se mostrou cautelosa, dizendo que interrompeu temporariamente as contratações.
Meta reporta queda de faturamento pela primeira vez: A gigante de tecnologia, Meta (NASDAQ: META, BDR: M1TA4), divulgou seus resultados com uma receita de US$ 28,8bi vs. US$ 28,9bi, em linha com as projeções; o Lucro Por Ação (LPA) foi de US$ 2,46 vs. 3,14, uma decepção de -21% em relação às estimativas. A receita no segundo trimestre caiu quase 1% em relação ao ano anterior. Mark Zuckerberg afirmou que o resultado da empresa é continuação do ambiente fraco de demanda por publicidade ao longo do segundo trimestre, que a Meta acredita estar sendo impactada pela incerteza macroeconômica proveniente da alta inflação e riscos de recessão. Além disso, a empresa também reportou ainda ter dificuldades em se adequar às mudanças nas políticas de privacidade da Apple, gerando um obstáculo adicional em sua principal linha de negócios.
Os lucros abaixo do esperado ocorreram à medida que o aumento de custos com vendas e marketing aumentaram 10% ano contra ano, acompanhados de gastos com o metaverso e uma maior representatividade do Reels, o qual a companhia ainda não monetiza com eficiência, em suas linhas de faturamento. Olhando para o próximo trimestre, a Meta prevê uma receita entre US$ 26 bilhões e US$ 28,5 bilhões, muito abaixo da previsão de consenso de Wall Street de US$ 30,7 bilhões. Caso a parte inferior dessa faixa se concretize, a receita da Meta cairia mais de 10% em relação ao mesmo período do ano passado. As ações caíram -4,65% no pós-mercado.
Spotify supera expectativas de receita e espera atingir 450 milhões de usuários no terceiro trimestre: O Spotify (NYSE: SPOT, BDR: S1PO34) reportou uma receita de € 2,9 bilhões vs. € 2,8 projetados pelo mercado, o LPA foi de € -0,85 vs. € -0,70. O Spotify continuou a investir em publicidade e a receita suportada por anúncios cresceu 31% ano a ano, para € 360 milhões, atingindo um recorde histórico de 13% da receita total do trimestre. Apesar do fechamento de suas operações na Rússia, a empresa registrou 433 milhões de usuários ativos mensais em seu segundo trimestre, um aumento de 19% a/a e 5 milhões acima da orientação. A empresa disse que esse crescimento pode ser atribuído a campanhas de marketing bem-sucedidas, aumento da presença de usuários da Geração Z na América Latina e reativações de contas na Europa.
O crescimento de assinantes pagos também superou a orientação de um milhão de usuários, crescendo 14% ano a ano, para 188 milhões. Olhando para o futuro, o Spotify espera adicionar aproximadamente 17 milhões de novos usuários ativos mensais no terceiro trimestre, elevando seu total para 450 milhões. Além disso, a companhia espera registrar 194 milhões de assinantes pagos no trimestre, implicando um aumento de 6 milhões e prevê que sua receita aumente para € 3,0 bilhões.
Resultados da Activision Blizzard decepcionam com fraco desempenho da franquia Call of Duty: A Activision Blizzard (NASDAQ: ATVI, BDR: ATVI34), maior holding de jogos dos Estados Unidos reportou uma receita de US$ 1,6 bilhão vs. US$ 1,6 bilhão, com um LPA de US$ 0,48 vs. US$ 0,48 das expectativas, quase 50% abaixo do ano anterior. O Call of Duty Vanguard, do outono passado, recebeu críticas negativas e enfrentou forte concorrência de novas entradas das populares séries Halo e Battlefield. A indústria de videogames enfrentou um ano lento, a medida que lida com problemas de cadeia de suprimentos de hardware que afetam consoles, inflação e falta de grandes sucessos. O interesse em jogos também esfriou à medida que os efeitos da quarentena foram acabando e as pessoas retomaram interesses e atividades externas. Os gastos na indústria de videogames devem cair 8,7% este ano, de acordo com um relatório da empresa de análise NPD Group.
Bobby Kotick, executivo-chefe da Activision informou que sua força de trabalho aumentou 25% a/a, mesmo em um ambiente econômico desafiador, com tantas empresas anunciando congelamento de contratações e demissões. Olhando para o futuro, a empresa não deu muitas informações sobre expectativas de receita, mas anunciou que planeja lançar Call of Duty: Modern Warfare 2 em 28 de outubro de 2022, Overwatch 2 em 2 de outubro de 2022 como um jogo free-to-play, e o RPG de ação Diablo 4, que está programado para ser lançado em algum momento no primeiro semestre de 2023. Vale lembrar quea a Activision (NASDAQ: MSFT, BDR: MSFT34) está atualmente em processo de aquisição pela Microsoft por quase US$ 69 bilhões. O acordo está atualmente em revisão regulatória e deve ser finalizado antes de 30 de junho de 2023.
Crescimento de assinantes de streaming do Disney+ supera as estimativas do mercado: A Disney (NYSE: DIS, BDR: DISB34) reportou uma receita de US$ 21,5 bilhões vs. US$ 21,0 bilhões esperados pelos analistas; o LPA foi de US$ 1,09 vs. US$ 0,96 projetados pelo mercado. A divisão de parques, experiências e produtos da Disney viu a receita aumentar 72% para US$ 7,4 bilhões durante o trimestre, acima dos US$ 4,3 bilhões no mesmo período do ano passado. A empresa relatou aumento do público, noites ocupadas e viagens de cruzeiro. Com relação ao streaming, a empresa informou que o total de assinaturas do Disney+ subiu para 152,1 milhões durante o terceiro trimestre fiscal, acima dos 147 milhões previstos por analistas, segundo a StreetAccount.
A empresa também revelou uma nova estrutura de preços que incorpora um Disney+ apoiado por publicidade como parte de um esforço para tornar seu negócio de streaming lucrativo, além de um aumento no valor dos planos nos Estados Unidos. Durante o terceiro trimestre fiscal, Disney+, Hulu e ESPN+ juntos perderam US$ 1,1 bilhão, refletindo o maior custo de conteúdo nos serviços. Olhando para o futuro, a Disney reduziu sua previsão para 2024 colocando como projeção o intervalo entre 215 milhões e 245 milhões de assinantes para o Disney+, uma queda de 15 milhões tanto no limite inferior quanto no superior da orientação anterior da empresa.
Zoom não consegue manter crescimento após pandemia: Os resultados da Zoom mostraram que sua transição de uma ferramenta essencial da era Covid para uma plataforma de negócios corporativos levará mais tempo do que o esperado. A receita do segundo trimestre aumentou 7,6% a.a., para US$ 1,1 bilhão, em linha com o consenso, mas o menor crescimento ano a ano já registrado pela Zoom. O lucro ajustado, foi de US$ 1,05 por ação, levemente acima da estimativa média de 92 centavos. Os ventos de cauda proporcionados pela pandemia parecem perder força e a empresa agora passa por um período de normalização da demanda. Embora o Zoom tenha dito que está gerando uma porcentagem crescente de receita com clientes corporativos, a fabricante de software não adicionou tantos no segundo trimestre fiscal quanto os analistas esperavam.
No período encerrado em 31 de julho, a empresa informou ter 204,1 mil clientes corporativos vs. 205,8 mil esperados pelos analistas, representando um aumento de 18% em relação ao ano anterior. O crescimento da companhia parece esfriar à medida que a competição se intensifica com plataformas como o Microsoft Teams. A empresa também cortou sua previsão de receita anual para US$ 1,1bi vs. US$ 1,2bi do consenso da Bloomberg, dizendo que está perdendo vendas de consumidores e pequenas empresas mais rapidamente do que o previsto. As ações caíram para um mínimo de US$ 87 em negociações prolongadas após fecharem em US$ 97,44 em Nova York. No ano, as ações já acumulam queda de 47%.
Saúde
Johnson & Johnson diminui previsões de lucros e receita por conta da força do dólar: A Johnson & Johnson (NYSE: JNJ, BDR: JNJB34) reportou uma receita de US$ 24 bilhões vs. US$ 24 bilhões projetados pelo mercado, o LPA foi de US$ 2,59 vs. US$ 2,55 esperados pelos analistas. A unidade farmacêutica foi o destaque, uma vez que as vendas de medicamentos subiram 6,7%, para US$ 13,3 bilhões, impulsionadas por terapias contra o câncer e imunologia e pela vacina Covid. A receita das vacinas gerou US$ 544 milhões, mais que o dobro da estimativa média dos analistas, com a grande maioria da receita vinda de fora dos EUA. A unidade de dispositivos enfrentou problemas na China, disse o diretor financeiro da J&J, Joseph Wolk, onde um surto de Covid levou a uma redução de 25% a 30% nos procedimentos antes da pandemia. Ainda assim, disse ele, os números de cirurgias na China melhoraram em junho, e o segundo semestre parece mais forte.
A J&J também está avançando na cisão de sua unidade de saúde do consumidor, que ainda é esperada para o próximo ano. As vendas da divisão caíram 1,3%, para US$ 3,8 bilhões, ainda superando por pouco a visão média. Por fim, olhando para o futuro, a empresa disse que espera um lucro ajustado para o ano de US$ 10 a US$ 10,10 por ação, abaixo da previsão anterior de US$ 10,15 a US$ 10,35 por ação. As vendas para o ano foram previstas em US$ 93,3 bilhões a US$ 94,3 bilhões, contra expectativas anteriores de US$ 94,8 bilhões a US$ 95,8 bilhões, segundo corte de previsão da J&J este ano devido ao cenário macroeconômico, uma vez que um dólar mais forte deve impactar as vendas internacionais.
Merck surpreende mercado com divulgação de resultados e eleva orientação de receita: A Merck (NYSE: MRK, BDR: MRCK34), divulgou uma receita de US$ 14,6 bilhões vs. US$ 13,9 bilhões projetados pelo mercado, o LPA foi de US$ 1,87 vs. US$ 1,69 esperados pelos analistas. A receita foi impulsionada pelas vendas acima do esperado do medicamento mais vendido da empresa, Keytruda, e do aumento da demanda por sua vacina Gardasil, que protege contra cânceres causados pelo papilomavírus humano (HPV). As vendas do medicamento antiviral para Covid-19 da Merck, Lagevrio, foram de US$ 1,2 bilhão no trimestre, acima das estimativas de US$ 1,1 bilhão, segundo a Bloomberg. Olhando para o futuro, a Merck disse que prevê vendas mundiais em 2022 entre US$ 57,5 bilhões e US$ 58,5 bilhões, anteriormente, a empresa esperava de US$ 56,9 bilhões a US$ 58,1 bilhões. A companhia espera ganhos ajustados para o ano de US$ 7,25 a US$ 7,35 por ação; a orientação anterior era de lucro ajustado de US$ 7,24 a US$ 7,36 por ação.
Moderna supera estimativas e anuncia US$ 3 bilhões em recompra de ações: A Moderna (NYSE: MRNA, BDR: M1RN34 ) reportou uma receita de US$ 4,7 bilhões vs. US$ 4,0 bilhões projetados pelo mercado, o LPA foi de US$ 5,24 vs. US$ 4,54 esperados pelos analistas. Os custos da empresa de biotecnologia subiram para US$ 1,4 bilhão, ou 30% da receita gerada por sua vacina. A Moderna sofreu com baixas contábeis de US$ 500 milhões em vacinas que expiraram ou devem expirar antes de poderem ser usadas. A empresa também perdeu US$ 184 milhões em compromissos de compra de vacinas e teve US$ 131 milhões em despesas com capacidade de fabricação não utilizada. Essas cobranças se devem a reduções substanciais nas entregas de vacinas esperadas para a Covax.
Olhando para o futuro, a Moderna não mudou suas projeções para o ano inteiro, dizendo que atualmente possui acordos avançados de compra no valor de US$ 21 bilhões para entregas em 2022. Isso apesar de um acordo de US$ 1,7 bilhão que a empresa anunciou com o governo dos EUA na sexta-feira. A empresa disse que o valor foi ajustado para levar em conta as doses garantidas pela Covax. Por fim, a companhia disse que as vendas de vacinas no quarto trimestre devem ser maiores do que as vendas no terceiro trimestre e anunciou que recompraria US$ 3 bilhões em suas próprias ações.
CVS surpreende o consenso e registra aumento de vendas por loja: A empresa de saúde americana reportou seus resultados no período pré-mercado desta quarta-feira, com uma receita de US$ 80,6bi vs. US$ 76,5bi; o lucro por ação foi de US$ 2,4 vs. US$ 2,17 das projeções. Os resultados refletem a forte diversificação da empresa em vários ramos nos negócios de saúde. A CVS (NYSE: CVS, BDR: CVSH34) possui uma grande presença em drogarias, é proprietária da seguradora Aetna e do gerente de benefícios farmacêuticos CVS Caremark, além oferece atendimento ao paciente por meio da MinuteClinics dentro de suas lojas. “Nossa equipe está apresentando um progresso significativo em nossa estratégia, pois estamos nos esforçando para nos tornarmos a empresa líder em soluções de saúde do país.” – Karen Lynch, CEO.
As vendas nas mesmas lojas aumentaram 8% em comparação com o mesmo período do ano passado, uma vez que os clientes compraram kits de teste de Covid em casa e medicamentos para tosse, resfriado e gripe. Isso excedeu em muito uma queda esperada nas vendas mesmas lojas de 0,3%, de acordo com estimativas de consenso da StreetAccount. Ainda assim, embora as vendas tenham aumentado no trimestre, a CVS disse em um comunicado à imprensa que o crescimento foi parcialmente compensado por um declínio nos testes e vacinas contra a Covid-19, a introdução de novos medicamentos genéricos e a pressão sobre os reembolsos sobre as receitas obtidas nas farmácias. Olhando para o futuro, a empresa aumentou suas projeções de LPA de US$ 8,20 – US$ 8,40 para US$ 8,40 – US$ 8,60.
Consumo Discricionário
Tesla surpreende em lucros mesmo com produção reduzida: A companhia do emblemático CEO, Elon Musk, reportou seus resultados no período pós-mercado, com uma receita de US$ 16,9bi, em linha com as expectativas dos analistas; o lucro por ação foi de US$ 2,27 vs. US$ 1,83, marcando uma surpresa positiva de +24% sobre o consenso. A companhia de veículos elétricos superou as estimativas mesmo com os contratempos em sua fabricação devido às restrições contra a Covid-19 na China, escassez de semicondutores e problemas logísticos, que resultaram em uma queda de produção de -18% neste trimestre vs. o período anterior. Além disso, o aumento nos custos dos componentes causou uma leve contração em sua margem bruta, de 32,9% no trimestre anterior para 27,9% no atual.
Em consequência da deterioração no cenário macroeconômico, a companhia também acabou se desfazendo de 75% das suas reservas de Bitcoin para aumentar sua liquidez. Olhando para o futuro, Elon Musk se sente confiante em uma melhora tanto na capacidade de produção quanto nos gargalos das cadeias de suprimentos. A empresa manteve suas projeções para continuar aumentando o volume de produção de veículos em 50% anualmente.
General Motors divulga resultados abaixo das expectativas, com a crise na cadeia de suprimentos ainda sendo um desafio: General Motors (NYSE: GM, BDR: GMCO34) divulgou uma receita de US$ 35,8 bilhões vs. US$ 34,8 bilhões esperados pelos analistas, enquanto o LPA foi de US$ 1,14 vs. US$ 1,31 projetados pelo mercado. A empresa continua sendo impactada pela crise na cadeia de suprimentos, impulsionada pela guerra entre Ucrânia e Rússia. Essas interrupções foram sentidas nas concessionárias da GM nos EUA, onde os estoques continuam apertados. Os revendedores tiveram apenas 10 a 15 dias de estoque no ano passado, inclusive no segundo trimestre. Isso é muito mais apertado do que o valor de 60 a 90 dias que era típico antes da pandemia de Covid-19. A empresa anunciou também que não conseguiu entregar cerca de 100.000 veículos no trimestre devido à escassez de peças. Por fim, olhando para o futuro, a empresa manteve sua orientação anterior de ganhos para o ano, com um lucro líquido entre US$ 9,6 bilhões e US$ 11,2 bilhões para 2022, dizendo estar confiante de que será capaz de aumentar a produção no segundo semestre de 2022.
Shopify reporta resultados abaixo das expectativas do mercado: O Shopify (NYSE: SHOP, BDR: S2HO34) reportou uma receita de US$ 1,3 bilhão vs. US$ 1,3 bilhão esperados pelos analistas, o LPA foi de US$ -0,03, vs. US$ 0,02 projetados pelo mercado. O volume bruto de mercadorias, ou a quantidade total de mercadorias vendidas na plataforma, foi de US$ 46,9 bilhões, abaixo das projeções de US$ 48,8 bilhões, refletindo a volta do consumidor às lojas físicas em conjunto com uma economia global incerta e potencialmente recessiva. Os resultados vêm um dia depois que Shopify disse que estava demitindo cerca de 1.000 funcionários, ou 10% de sua força de trabalho global, em meio ao crescimento estagnado do e-commerce. O anúncio fez as ações da empresa caírem e fecharem em queda de 14% na terça-feira.
A companhia disse que espera que a inflação mais alta persista “no futuro próximo”, o que, combinado com o aumento das taxas de juros, “pressionará as carteiras dos consumidores para a compra de bens”. Olhando para o futuro, o Shopify prevê uma perda operacional ajustada no quarto trimestre que será menor do que no terceiro trimestre, mas maior do que no segundo período.
Ação da Amazon salta depois da empresa reportar vendas fortes e aliviar preocupações: A Amazon (NASDAQ: AMZN, BDR: AMZO34) reportou receita de US$ 121,2 bilhões vs. US$ 119,5 projetados pelo mercado, enquanto o Lucro Por Ação (LPA) foi de US$ 0,51 vs. US$ 0,52. A companhia superou as estimativas e deu uma forte previsão de vendas para o trimestre atual, aliviando as preocupações dos investidores e fazendo com que as ações reagissem em alta após o fechamento. Na divulgação do resultado, O CEO Andy Jassy mostrou-se concentrando em reativar o crescimento das vendas e determinado a desfazer a expansão da era da pandemia, que sobrecarregou a Amazon com um excesso de espaço de armazenamento e muitos funcionários. A companhia está tentando sublocar parte de seu espaço e reduzir contratações. “Apesar das contínuas pressões inflacionárias nos gastos com combustível, energia e transporte, estamos progredindo nos custos mais controláveis, melhorando particularmente a produtividade de nossa rede de atendimento”, disse Jassy no comunicado.
Com as vendas online desacelerando, Jassy está buscando novas fontes de receita. No início deste mês, a Amazon anunciou a compra da empresa de saúde One Medical. A Amazon Web Services, a lucrativa divisão de computação em nuvem, gerou vendas de US$ 19,7 bilhões no trimestre, superando a média das estimativa dos analistas de US$ 19,4 bilhões. A companhia também afirmou que teve uma perda líquida de US$ 2 bilhões nesse trimestre, em comparação com um lucro líquido de US$ 7,8 bilhões no mesmo trimestre do ano anterior. O prejuízo inclui perdas no investimento na fabricante de veículos elétricos Rivian.
LVMH apresenta bons resultados impulsionados pelas vendas nos Estados Unidos e Europa: A LVMH reportou receita de € 18,7 bilhões vs. € 17,6 bilhões projetados pelo mercado. O conglomerado de luxo europeu entregou resultados melhores do que o esperado no segundo trimestre, com um crescimento robusto nos EUA e uma recuperação na Europa, compensando o declínio da receita na Ásia, onde os bloqueios na China interromperam os negócios. O diretor financeiro, Jean Guiony, sinalizou alguma melhora no mercado chinês no final do trimestre, mas disse que não era “nada muito significativo”, acrescentando que o tráfego de lojas no país ainda estava “bem abaixo” dos níveis do ano passado. O grupo não viu nenhuma reação dos consumidores depois que a maioria das marcas aumentou os preços entre 3% e 8%, disse Guiony, acrescentando que não espera que o grupo fizesse grandes movimentos na frente de preços no segundo semestre do ano.
Ford aumenta produção e supera expectativas mesmo com desafios da cadeia de suprimentos: A Ford (NYSE: F, BDR: FDMO34) reportou receita de US$ 40,2 bilhões vs. US$ 34,8 projetados pelo mercado, enquanto o LPA foi de US$ 0,68 vs. US$ 0,45. As vendas da montadora aumentaram 1,8% nos EUA no segundo trimestre (ano contra ano), impulsionadas pelo aumento nas vendas de SUV, o que contribuiu para o aumento de margens de lucro do grupo, já que esses modelos possuem uma rentabilidade maior do que opções que foram descontinuados. Apesar dos desafios contínuos da cadeia de suprimentos, a Ford conseguiu aumentar o volume de produção dos modelos populares para revenda nos EUA quando comparado com o ano anterior. Mas, apesar do resultado positivo, a companhia reportou perdas de US$ 2,4 bilhões no valor de sua participação na startup de veículos elétricos Rivian. Olhando para frente, a Ford também reiterou sua projeção anterior para o ano e disse que aumentará seu dividendo trimestral para 15 centavos por ação, valor pago antes da pandemia.
Uber dispara após superar expectativa de receita: A Uber (NYSE: UBER, BDR: U1BE34) divulgou uma receita de US$ 8,1 bilhões vs. US$ 7,4 bilhões esperados pelo mercado; o LPA foi de US$ -0,04 vs. US$ 0,14 projetado. O CEO Dara Khosrowshahi destacou que a companhia vem apresentando bons resultados em um momento turbulento para as empresas de tecnologia, já que a inflação alimenta temores de uma retração nos gastos do consumidor com serviços como entrega de alimentos e passeios. A receita do Uber Eats cresceu 25% em relação ao ano anterior e Khosrowshahi disse que um foco importante para a empresa no restante deste ano será aumentar a lucratividade no segmento de entrega.
A Uber anunciou recentemente novas mudanças que podem ajudá-la a continuar a atrair e manter os motoristas. Eles poderão escolher as viagens que desejam, por exemplo, e poderão ver quanto ganharão antes de aceitar uma viagem. A empresa registrou 1,87 bilhão de viagens na plataforma durante o trimestre, um aumento de 9% em relação ao trimestre anterior e um aumento de 24% ano a ano. Os consumidores ativos mensais atingiram 122 milhões, um aumento de 21% ano a ano. Motoristas e entregadores ganharam um total de US$ 10,8 bilhões durante o trimestre, um aumento de 37% ano a ano. Olhando para o futuro, a empresa projetou lucro ajustado antes de juros, impostos, depreciação e amortização de US$ 440 milhões a US$ 470 milhões, superando as expectativas de US$ 391,6 milhões.
Ações do Airbnb caem apesar de recordes de reservas: o Airbnb (NASDAQ: ABNB, BDR: AIRB34) divulgou uma receita de US$ 2,1 bilhões vs. US$ 2,1 bilhões esperados pelo mercado; o LPA foi de US$ 0,56 vs. US$ 0,51 projetados. A receita saltou 58% ano a ano, para US$ 2,1 bilhões, ajudando a impulsionar o segundo trimestre mais lucrativo da empresa até o momento. Ainda assim, esse crescimento foi mais lento do que no trimestre passado, quando a receita aumentou 70% em relação ao primeiro trimestre de 2020. As ações caíram cerca de 9% após o fechamento, mostrando que, apesar do que parecia ser um resultado forte, o mercado estava buscando um crescimento mais rápido. A empresa disse que foi impactada por cancelamentos de voos no final do período. O Airbnb antecipou receita recorde durante o terceiro trimestre, apesar dos ventos contrários das flutuações cambiais, especificamente o enfraquecimento do euro em relação ao dólar. O projeção de receita da companhia para o próximo período ficou na faixa de US$ 2,78 bilhões e US$ 2,88 bilhões, acima da estimativa de US$ 2,77 bilhões da StreetAccount. A empresa também anunciou um programa de recompra de ações de US$ 2 bilhões.
Lucro do Starbucks supera estimativas de Wall Street, impulsionado pela demanda dos EUA: O Starbucks (NASDAQ: SBUX, BDR: SBUB34) reportou uma receita de US$ 8,2 bilhões vs. US$ 8,1 bilhões projetados pelos analistas, o LPA foi de US$ 0,84 vs. US$ 0,76 esperados pelos mercado. As vendas nas lojas cresceram 3% no trimestre, praticamente em linha com as expectativas. Esse número exclui a China, onde as contínuas restrições relacionadas à pandemia levaram a uma queda de 44% nas vendas comparáveis. As vendas comparáveis nos EUA subiram 9%. O lucro acima do esperado é uma mudança bem-vinda para a empresa, principalmente quando os consumidores começam a voltar aos seus hábitos pré-pandemia. A empresa não dei muitos detalhes sobre o trimestre atual, mas disse que planeja realizar um evento de investidores no dia 13 de setembro em Seattle para compartilhar mais sobre sua estratégia para o futuro.
DoorDash dispara depois de registrar número recorde de pedidos: A DoorDash (NYSE: DASH, BDR: D2AS34) reportou receita de USD 1,6 bilhões vs. USD 1,5 bilhões esperados pelos analistas, e um prejuízo por ação de US$ -0,08 vs. US$ -0,09 projetados pelo mercado. Segundo a companhia, o número total de pedidos entregues cresceu 23% ano a ano, para 426 milhões, um recorde histórico. A receita cresceu 30% ano a ano, o que a empresa atribuiu ao aumento da frequência de pedidos e mais usuários ativos mensais. Para compensar o impacto dos altos preços da gasolina, a DoorDash gastou mais de US$ 40 milhões fornecendo economia extra de gasolina e pagamentos de bônus baseados em milhagem aos motoristas no segundo trimestre. A empresa estendeu seu programa de economia de combustível até agosto.
Para o segundo semestre, a companhia disse que prevê um “ambiente de gastos do consumidor mais suave”, alertando os investidores de que os gastos do consumidor podem se deteriorar mais rápido do que o previsto, o que pode levar a resultados abaixo de suas expectativas. A DoorDash disse estar ciente de que existem condições macroeconômicas desafiadoras para os consumidores à medida que lidam com incertezas e altos níveis de inflação, mas que não viu mudanças em seu envolvimento com os clientes nos EUA.
Ralph Lauren reforça resiliência da marca: A Ralph Lauren (NYSE: RL, BDR: R1LC34) reportou receita de US$ 1,49 bilhões vs. US$ 1,41 bilhões projetados pelos analistas, e o LPA foi de US$ 1,88 vs. US$ 1,75 esperados pelo mercado. O crescimento de receita foi impulsionado por um forte aumento em todas as regiões, com destaque para as lojas focadas no público adolescente. “Nosso forte desempenho no trimestre ressalta o poder de nossa marca e o impulso de nossa estratégia em todo o mundo, com significativas atualizações em vários anos”, disse Patrice Louvet, presidente e diretor executivo.
Segundo a companhia, a estratégia segue focada em direcionar investimentos às prioridades de investimento, além de remunerar o acionista. Nessa linha, a Ralph Lauren recomprou aproximadamente US$ 213 milhões no trimestre. Olhando à frente, a empresa reiterou a perspectiva para o ano fiscal de 2023 com receita líquida crescendo na casa de um dígito alto, e margem operacional ajustada entre 14,0% a 14,5%.
Home Depot supera expectativas de lucro e mantém projeção para 2022: A Home Depot (NYSE: HD, BDR: HOME34) reportou uma receita de US$ 43,8 bilhões vs. US$ 43,6 bilhões projetados pelo mercado, o LPA foi de US$ 5,05 vs. US$ 4,98 esperados pelos analistas. As vendas nas mesmas lojas aumentaram 5,8% no trimestre, também superando as expectativas dos analistas de 4,9%, segundo a FactSet. No período de três meses encerrado em 31 de julho, o total de transações de clientes caiu para 467,4 milhões, de 481,7 milhões um ano atrás, enquanto o ticket médio cresceu 9%, para US$ 90,02, de US$ 82,48, principalmente como resultado da inflação. Os estoques também aumentaram 38%, para US$ 26,1 bilhões, em relação ao mesmo período de 2021.
Na teleconferência de resultados, os executivos da companhia disseram que as carteiras de pedidos ainda estavam saudáveis, apesar do mercado imobiliário mais fraco, e que os clientes ainda não estavam negociando para itens mais baratos, apesar da inflação. Durante a pandemia, muitas pessoas investiram nas residências enquanto passavam mais tempo em casa. Agora, os investidores acompanham se os gatos com reforma e decoração ainda estão sendo priorizados, mesmo em um ambiente econômico cada vez mais apertado. A Home Depot manteve sua previsão de que as vendas totais cresçam cerca de 3% no ano.
Sea Limited suspende orientações para o resto de 2022 no segmento de e-commerce: A Sea Limited reportou uma receita de US$ 2,94 bilhões vs. US$ 2,97 bilhões projetados pelo mercado, o LPA foi de US$ -1,03 vs. US$ -1,00 esperados pelos analistas. Segundo a empresa, a Shopee, plataforma de e-commerce do grupo, continuou a ocupar o primeiro lugar na Indonésia e Taiwan com o maior número de usuários ativos mensais, e seguiu seu forte crescimento no Brasil, com a receita aumentando 270% ano/ano. No entanto, com a economia global cada vez mais fraca devido ao aumento das taxas de juros, desaceleração da atividade do consumidor e incertezas geopolíticas, a Sea disse que vai focar ainda mais na eficiência e otimização, buscando lucratividade de longo prazo do segmento de e-commerce.
A Garena, segmento de jogos, ainda vem enfrentando ventos contrários com a reabertura econômica, com usuários ativos trimestrais caindo 15% ano/ano, enquanto os usuários pagantes caíram 39% no comparativo anual. Olhando para o futuro, a empresa suspendeu a orientação de receita do e-commerce para todo o ano de 2022. A Sea disse acreditar que os esforços atuais fortalecerão ainda mais a capacidade de capturar melhores oportunidades de crescimento no longo prazo, sobre as quais permanecem altamente positivos.
Lucros do Target caem 90% a/a, mas varejista reitera projeções: A varejista Target (NYSE: TGT | BDR: TGTB34) reportou seus resultados com uma receita de US$ 25,7bi vs. US$ 25,8bi, em linha com as projeções; o lucro por ação foi de US$ 0,39 vs. US$ 0,72, uma decepção de -46%. A compressão nos lucros foi causada por várias frentes. O Target teve que realizar cortes de preços para conseguir vender mercadorias em excesso no estoque. Além disso, os custos de frete aumentaram à medida que os preços dos combustíveis subiram e, a empresa teve que aumentar o número de funcionários, principalmente nos seus centros de distribuição, para conseguir escoar o excesso de mercadorias. Mesmo com as liquidações, os estoques do Target ainda permanecem em US$ 15,3bi vs, US$ 15,1bi do primeiro trimestre, um patamar ainda bem elevado.
Além disso, a empresa relatou um arrefecimento no consumo dos produtos discricionários, como vestuário e eletrônicos, ainda maior que no mesmo período de 2019, desconsiderando os 2 últimos anos quando a empresa cresceu bastante com os ventos de cauda da pandemia. Olhando para o futuro, a empresa reiterou sua projeção de margem operacional em torno de 6% para o segundo semestre e um crescimento de receitas de um dígito para o ano fiscal.
Perspectivas da Estee Lauder preocupam investidores: A Estee Lauder (NYSE: EL | BDR: ELCI34) reportou seus resultados no período pré-mercado com uma receita de US$ 3,5bi vs. US$ 3,4bi, em linha com as projeções; o lucro por ação foi de US$ 0,42 vs. US$ 0,32, superando em 31,6% as estimativas. Segundo a companhia, as restrições pandêmicas na China atrapalharam o resultado, dado que a região representa um terço da receita do grupo. Em maio, a empresa reduziu sua previsão anual em grande parte devido à capacidade limitada nos centros de distribuição em Xangai.
Entretanto, mais do que os números apresentados, o que chamou a atenção do mercado foi o anúncio da companhia sobre o próximo ano fiscal, que se inicia no trimestre atual. A Estee Lauder espera uma queda de 8% a 10% nas vendas no trimestre em comparação com o ano passado, enquanto a média das expectativas da Bloomberg indicavam que a receita ficaria estável no período. A previsão anual da empresa também frustrou as estimativas. Segundo a companhia, a volta recente dos bloqueios na China, a pressão do fortalecimento do dólar e o fim dos contratos de licença de marcas como Donna Karan New York, DKNY, Michael Kors, Tommy Hilfiger e Ermenegildo Zegna devem prejudicar o trimestre.
Macy’s supera expectativas mas corta projeções frente inflação e aumento de estoques: A varejista Macy’s (NYSE: M | BDR: MACY34) reportou seus resultados com receita de US$ 5,6bi vs. US$ 5,49bi; e lucro por ação de US$ 1,00 vs. US$ 0,85. Apesar de superar as expectativas, a Macy’s cortou sua previsão para o ano, prevendo uma deterioração dos gastos do consumidor em itens discricionários, como roupas, que forçarão a cadeia de lojas de departamento a usar grandes descontos para retirar itens das prateleiras. Segundo a companhia, a receita fiscal de 2022 ficará em uma faixa de US$ 24,34 bilhões a US$ 24,58 bilhões, abaixo das estimativas anteriores de US$ 24,46 bilhões a US$ 24,7 bilhões, enquanto o lucro anual por ação ficará em uma faixa de US$ 4 a US$ 4,20, abaixo da orientação anterior de US$ 4,53 a US$ 4,95. “O consumidor não está tão saudável quanto nos trimestres anteriores”, disse o diretor financeiro Adrian Mitchell na teleconferência. “Vimos um declínio no tráfego de varejo em áreas de enfraquecimento das vendas de vestuário ao longo do trimestre, pois o consumidor enfrenta custos mais altos em bens essenciais, principalmente mercearias”.
A Macy’s observou que as bandeiras Bloomingdale’s e Bluemercury, focadas em clientes de renda mais alta, capturaram a demanda por itens de luxo. Ambos os negócios tiveram desempenho superior, segundo a companhia. A rede de lojas de departamentos também disse que, embora os consumidores de baixa renda tenham diminuído seus gastos durante o trimestre, eles não necessariamente optaram por marcas menos caras. Em vez disso, estão apenas sendo mais seletivos. Os níveis de estoque da Macy’s no segundo trimestre aumentaram 7% em relação aos níveis do ano anterior. A rede de lojas de departamentos disse que está visando níveis de estoque “apropriados” até o final do ano.
Bens de consumo
Coca-Cola supera estimativas de lucros e eleva a orientação de receita para 2022: A Coca-Cola (NYSE: KO, BDR: COCA34) divulgou uma receita de US$ 11,3 bilhões vs. US$ 10,7 projetados pelo mercado, o LPA foi de US$ 0,70 vs. US$ 0,67 esperados pelos analistas. A empresa disse que sua receita no segundo trimestre aumentou 12% em relação ao ano anterior devido a preços mais altos e um aumento no volume global, que foi impulsionado pela recuperação em seus negócios fora dos Estados Unidos. Antes da pandemia, a empresa gerava cerca de metade de sua receita fora do país, como compras de refrigerantes em cinemas ou restaurantes.
A companhia elevou os preços para administrar os custos mais altos de frete, xarope de milho rico em frutose e alumínio. Em uma teleconferência com analistas na terça-feira, o CEO James Quincey disse que a empresa está observando mudanças no comportamento do consumidor e se preparando para um ambiente econômico mais desafiador. Por fim, olhando para o futuro, a Coca-Cola disse que agora espera um crescimento de receita de 12% a 13% para o ano inteiro, acima da previsão anterior de 7% a 8%. Contudo, observou que a inflação dos preços das commodities deve ser mais acentuada do que o previsto anteriormente, e manteve sua perspectiva de que os lucros comparáveis por ação cresçam de 5% a 6% em relação ao ano anterior.
Walmart mantém perspectiva do segundo semestre após superar expectativas de lucro: O Walmart (NYSE: WMT, BDR: WALM34) reportou uma receita de US$ 152,9 bilhões vs. US$ 151 bilhões projetados pelo mercado, o Lucro Por Ação (LPA) foi de US$ 1,77 vs. US$ 1,63 esperados pelos analistas. Dado que a base de clientes do Walmart se parece muito com a população dos EUA, os números superarem a expectativa marca uma boa notícia para a economia em geral. Vale lembrar que, no mês passado, a varejista soltou um alerta sobre o impacto da inflação nos lucros da companhia. Analisando o resultado, o crescimento das vendas nas mesmas lojas nos EUA foi melhor do que o previsto, aumentando 6,5% no segundo trimestre. Apesar do número ter sido impulsionado pela inflação, o crescimento reforça que a reputação de ser um varejista de descontos está atraindo mais compradores, inclusive de média e alta renda segundo a companhia. Embora o estoque tenha subido 26%, para US$ 59,9 bilhões no final do segundo trimestre em comparação com o ano anterior, isso é inferior ao final do primeiro trimestre.
Olhando para frente, o Walmart espera que os atuais padrões de gastos persistam e reiterou sua previsão para o segundo semestre. A companhia espera que o lucro ajustado por ação no ano fiscal (até o final do próximo janeiro) caia em até 11% – uma ligeira melhora na queda de 13% prevista no final de julho. Entre os desafios, além de trabalhar com o excesso de estoque, o varejista também terá que controlar os custos crescentes. A empresa espera que as vendas mesmas lojas do Walmart nos EUA cresçam cerca de 3%, excluindo combustível, no segundo semestre do ano, ou cerca de 4% no ano inteiro.
Energia
Chevron anuncia recompra de ações e ganhos impulsionados pelo aumento da demanda de petróleo: A Chevron (NYSE: CVX, BDR: CHVX34) reportou uma receita de US$ 68,8 bilhões vs. US$ 58,8 bilhões projetados pelo mercado; o Lucro Por Ação (LPA) foi de US$ 5,82 por ação, mais do que os US$ 4,96 que os analistas da Bloomberg estavam esperando para o trimestre de junho. A companhia confirmou que o aumento dos preços do petróleo ajudou a elevar os resultados. Os ganhos com a produção de petróleo e gás mais que dobraram, apesar da empresa produzir menos do que no ano passado. Além disso, sua divisão de refino foi um destaque ainda maior, já que os lucros multiplicaram mais de quatro vezes em relação aos resultados do ano passado. A crescente demanda por produtos como gasolina e diesel e a escassez de refinarias em todo o mundo levaram a margens de refino recordes nos últimos meses.
O CEO Mike Wirth, afirmou que a empresa mais que dobrou seu investimento em relação ao ano passado para expandir a produção na Bacia do Permiano, uma área rica em petróleo que abrange o Texas e o Novo México. Olhando para o futuro, a Chevron disse que provavelmente comprará de volta de US$ 5 bilhões a US$ 15 bilhões em ações, acima da faixa anterior de US$ 5 bilhões a US$ 10 bilhões. Uma previsão ainda anterior era de US$ 3 bilhões a US$ 5 bilhões.
Exxon Mobil reporta lucro acima da expectativa e anuncia aumento de produção: A Exxon Mobil (NYSE: XOM, BDR: EXXO34) reportou uma receita de US$ 115,7 bilhões vs. US$ 119,4 bilhões projetados pelo mercado; o LPA foi de US$ 4,14 vs. US$ 3,98 esperados pelos analistas. Darren Woods, CEO da empresa, informou que os ganhos e o fluxo de caixa se beneficiaram do aumento da produção e do rígido controle de custos A Exxon se beneficiou de margens crescentes para produtos refinados como gasolina e diesel, que estão em falta desde a invasão da Ucrânia pela Rússia devido a sanções e falta de capacidade global de refino.
Esses lucros atraíram o escrutínio do governo, devido aos altos preços da gasolina e do diesel. O governo Biden vem pressionando as empresas de petróleo e gás para aumentar o refino e assim ajudar a baixar os preços. A empresa informou que está expandindo sua capacidade de refino em cerca de 250.000 barris por dia no primeiro trimestre de 2023. A Exxon expandirá uma refinaria no Texas, aumentando sua capacidade na Costa do Golfo em 17%. Alguns analistas esperam que todo esse fluxo de caixa resulte em maiores pagamentos aos investidores
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