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A semana na Renda Fixa (12/04 a 16/04)

Acompanhe os principais movimentos da semana no mercado de renda fixa e o que esperar para a semana que se inicia.

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A divulgação de indicadores macroeconômicos acima do esperado vindos dos Estados Unidos e a forte expansão do PIB Chinês foram responsáveis pelo sentimento de maior apetite ao risco global na semana, com queda nas taxas das Treasuries norte-americanas e valorização das moedas de países emergentes frente ao dólar.

Esse cenário impactou positivamente o desempenho do mercado doméstico, mesmo com a demora em se encontrar uma saída para o Orçamento de 2021: houve queda nas taxas futuras de juros e leve redução na inclinação da curva. Para os títulos do Tesouro Direto, observou-se valorização nos ativos prefixados, após sequências de quedas nas últimas semanas, e desvalorização na maior parte dos ativos indexados à inflação.

Destaca-se na agenda econômica internacional da próxima semana os índices de gerente de compras de indústria e serviços na Zona do Euro, economias europeias e Reino Unido, além do Japão. Destaque também para indicadores de inflação na Alemanha e Reino Unido, e índices de confiança, atividade e pedidos de seguro desemprego nos EUA.

No Brasil, o principal ponto de atenção será a decisão sobre o Orçamento de 2021, cuja data limite para sanção da Presidência é dia 22 (quinta-feira). Na seara de indicadores, haverá divulgação do indicador de atividade medido pelo Banco Central (IBC-Br), além de dados de arrecadação federal referentes a março.

Cenário macroeconômico

Elaborado pelo time de Economia da XP

Conforme relatório publicado, destaca-se no campo internacional da semana a divulgação de série de indicadores macroeconômicos nos Estados Unidos: (i) em inflação, o índice de inflação ao consumidor (IPC) subiu 0,6% ao mês (ante 0,4% no mês anterior), o que surpreendeu o consenso de mercado para cima, e refletiu forte alta em combustíveis, além de serviços relacionados à normalização da atividade; (ii) na seara de atividade, as vendas no varejo surpreenderam positivamente ao registrar alta de 9,8% frente ao mês anterior, e o Empire Manufacturing Index (levantamento sobre atividade industrial) alcançou o patamar mais elevado desde outubro de 2017, enquanto a Sondagem Industrial do Fed Filadélfia atingiu o patamar mais alto em quase 50 anos, dados que reforçaram o cenário de recuperação econômica robusta nos EUA; e (iii) no mercado de trabalho, os pedidos de auxílio-desemprego recuaram de forma expressiva na semana passada, para 576 mil, o menor nível em mais de um ano. Além disso, as vendas no varejo cresceram 9,8% entre fevereiro e março, resultado muito acima das expectativas do mercado (de alta de 6,1%).

Também seguem as discussões sobre o pacote de infraestrutura norte-americano de USD 2,25 trilhões, prioridade na agenda democrata. Apesar de correligionários de Biden manifestarem interesse em obter apoio republicano, não descartam a possibilidade do projeto avançar via reconciliation, prática que permite aprovação de matérias orçamentárias por maioria simples.

Na Zona do Euro, os dados de atividade referentes a fevereiro vieram em primeiro plano, assim como os indicadores antecedentes de março. Apesar da ainda apresentar volatilidade, os indicadores reforçam a visão de que a segunda onda da Covid-19 teve um efeito moderado na atividade econômica da região. Já na China, o PIB do 1º trimestre de 2021 apresentou expansão de 18,3% na comparação interanual, apenas um pouco abaixo da expectativa de mercado (19,2%). O grande destaque positivo ficou por conta das vendas no varejo, que cresceram mais de 6 p.p. acima das projeções de mercado. Os investimentos em ativos fixos e a produção industrial também tiveram bom desempenho no período. A despeito da base comparativa muito fraca, o resultado sinalizou retomada firme na economia do país asiático.

No cenário doméstico, a discussão sobre o Orçamento de 2021 seguiu o principal tema ao longo dessa semana: a tendência apontada pela ala política do Governo é de um veto parcial por parte do Presidente da peça legislativa aprovada pelo Congresso. Outro tema em debate é a maneira de viabilizar gastos extras no enfrentamento à pandemia, como a votação da proposta que modifica a LDO de 2021, o que liberaria créditos extraordinários para a reedição do BEm e do Pronampe. Ainda na seara fiscal, o Ministério da Economia apresentou a PLDO (Proposta de Lei de Diretrizes Orçamentárias) de 2022, onde há expectativa de espaço adicional de aproximadamente R$ 70 bilhões dentro do teto de gastos para o ano seguinte – em contraste ao atual cenário de fortes restrições fiscais.

Na frente de indicadores, as vendas no varejo referentes a fevereiro vieram mais fortes do que o esperado, com o conceito ampliado registrando alta de 4,1% (m/m). Na mesma linha, as receitas reais do setor de serviços cresceram 3,7% entre janeiro e fevereiro, também muito acima das previsões – retomando o patamar pré-pandemia. Apesar dos resultados positivos reforçarem as projeções de ligeiro aumento do PIB no primeiro trimestre, a demanda final segue enfraquecendo, refletindo a queda da renda disponível, o mercado de trabalho ainda fraco, a piora da pandemia e a alta da inflação.

Leia tudo o que aconteceu na semana em economia.

Curva DI e NTN-B

O cenário de maior apetite ao risco nos mercados internacionais, com queda nas taxas das Treasuries norte-americanas e valorização das moedas de países emergentes frente ao dólar, foi responsável pela queda nas taxas futuras de juros e leve redução na inclinação da curva.

Contudo, os agentes de mercado seguem monitorando novidades na área fiscal, principalmente em relação à aprovação do Orçamento de 2021, cujo impasse continua a manter a curva inclinada e apresentando volatilidade.

O movimento das taxas dos títulos do Tesouro indexados à inflação (NTN-B) apresentou relativa estabilidade em comparação com a semana anterior, com alta na ponta curta e no miolo da curva.

Fonte: Bloomberg. Elaboração: XP Investimentos.

Leilões do Tesouro Nacional

Leilão do dia 13/04 – NTN-B

A oferta de Notas do Tesouro Nacional – Série B (NTN-B) no leilão da última terça feira, que totalizou 4,3 milhões, foi significativamente superior aos 2,75 milhões ofertados na semana anterior.

O Tesouro Nacional vendeu a totalidade do lote de 2,5 milhões com vencimento para 2024, a taxas máxima e média de 3,320%; 1,1 milhão de papéis para 2028, a taxas máxima e média de 4,080%, inferior à oferta de total; e todo o lote de 300 mil títulos para 2040, a taxas máxima e média de 4,3099%.

Fonte: Tesouro Nacional. Elaboração: XP Investimentos.

Leilão do dia 16/04 – LTN, NTN-F e LFT

No leilão da última quinta-feira, o Tesouro Nacional aumentou a oferta de lotes de Letras do Tesouro Nacional (LTNs), de 14 milhões na semana anterior para 21 milhões, e Notas do Tesouro Nacional – Série F (NTN-Fs), de 100 mil para 200 mil. Enquanto isso, o montante ofertado de Letras Financeiras do Tesouro (LTF) apresentou redução de 1 milhão para 750 mil papeis.

Ressalta-se que as LTNs e NTN-Fs são ofertadas em lotes individuais, enquanto as LFTs são ofertadas em leilão híbrido, com vencimentos em lotes agrupados (ou seja, soma-se o volume colocado nos dois vértices ofertados de LFT e este valor é comparado com a oferta de um dos vértices demonstrados na tabela abaixo).

O Tesouro Nacional vendeu a totalidade da oferta de LTNs, que foi dividida em lote de 8 milhões com vencimento em 2022, outros 8 milhões com vencimento em 2023 e 5 milhões para 2024. O volume financeiro somou R$ 18,5 bilhões.

Quanto às NTN-Fs, a oferta também foi colocada integralmente, com 50 mil papéis para 2029 e 150 mil para 2031, assim como para o lote de LTFs ofertado.

Fonte: Tesouro Nacional. Elaboração: XP Investimentos.

Tesouro Direto

Dentre os títulos do Tesouro Direto, houve valorização nos ativos prefixados durante a semana, após sequências de quedas nas últimas semanas, e desvalorização na maior parte dos ativos indexados à inflação. Na terça-feira, houve leilão de NTN-B (Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais) com vencimento em 2040, cuja colocação foi integral e apresentou forte corte nas taxas, o que pode explicar o comportamento diferente deste papel.

O preço dos títulos sobe quando a expectativa de juro futuro cai (e vice-versa) devido à relação inversa entre os dois. Esse mecanismo que mostra o efeito dos juros sobre preços é a marcação a mercado. Entenda mais aqui.

Fonte: Tesouro Nacional. Elaboração: XP Investimentos.

Crédito Privado

Fluxo

Na última semana, o fluxo médio diário de negociações em debêntures foi de R$ 853 milhões (vs. R$ 887 milhões na semana anterior), R$ 102 milhões em CRAs (vs. R$ 174 milhões) e R$ 44 milhões em CRIs (vs. R$ 150 milhões).

Os papeis mais negociados por classe de ativos foram debêntures participativas da Vale (CVRDA6), CRI Prevent Senior e CRA BTG Pactual Commodities.

Vale lembrar que, como não são disponibilizados a tempo da publicação do relatório, os dados da sexta-feira não são considerados e podem alterar o apresentado.

Fonte: Anbima e Cetip. Elaboração: XP Investimentos.

Spreads de crédito

Enquanto a curva de juros futuros fechou na semana, as debêntures apresentaram abertura nos spreads de crédito, tanto nos papeis classificadas com ratings “AAA”, quanto em “AA” e “A”, em semana de liquidez mais fraca do que a anterior.

Assim como nos dados de fluxo, os números da sexta-feira para os spreads de crédito também não são considerados e podem alterar o apresentado.

As curvas são extraídas a partir de debêntures precificadas diariamente pela ANBIMA (DI Percentual, DI+spread e IPCA+spread) e refletem estruturas de spread zero-cupom sobre a curva soberana para diferentes níveis de risco.

Fonte: Anbima. Elaboração: XP Investimentos.

Ações de rating

Fonte: Fitch Ratings e Moody’s. Elaboração: XP Investimentos.

Para os relatórios publicados durante a semana, dirija-se ao final do relatório.

O que esperar – Semana de 19/04 a 23/04

Agenda econômica

Em relatório publicado pelo time Macro da XP, destaca-se na agenda econômica internacional da próxima semana os índices de gerente de compras de indústria e serviços na Zona do Euro, economias europeias e Reino Unido, além do Japão. Destaque também para indicadores de inflação na Alemanha e Reino Unido, e índices de confiança, atividade e pedidos de seguro desemprego nos EUA.

No Brasil, o principal ponto de atenção será a decisão sobre o Orçamento de 2021, cuja data limite para sanção da Presidência é dia 22 (quinta-feira). Na seara de indicadores, haverá divulgação do indicador de atividade medido pelo Banco Central (IBC-Br), além de dados de arrecadação federal referentes a março.

Acesse aqui o Boletim Focus do dia 19/04 (disponível a partir de segunda-feira)

Leilões do Tesouro Nacional

Fonte: Tesouro Nacional. Elaboração: XP Investimentos.

Vencimentos de debêntures da próxima semana

Fonte: Anbima. Elaboração: XP Investimentos.

Relatórios publicados na semana de 12/04 a 16/04

Renda Fixa

Artigos

Resumo sobre as debêntures da Supervia

Debêntures participativas da Vale: Entenda o que são e por que estão falando delas

Atualizações

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Outros

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Outras editorias

Boletim Focus – 12/04/2021

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