IBOVESPA -1,5% | 114.835 Pontos
CÂMBIO -0,5% | 5,56/USD
O que pode impactar o mercado hoje
O Ibovespa encerrou a quinta-feira em queda de 1,5%, seguindo o pessimismo nas bolsas americanas. Em Wall Street, os índices de ações despencaram puxados pelas ações de empresas de alta tecnologia, em meio ao avanço de 10 pontos-base nos rendimentos dos títulos do Tesouro dos Estados Unidos com vencimento em 10 anos, que atingiram 1,72% ao ano. Enquanto isso, o dólar comercial caiu 0,5%, a R$ 5,56.
Já as taxas futuras de juros dispararam na ponta curta, enquanto as taxas longas apresentaram queda. O movimento da curva de juros é explicado pelo aperto da Selic acima do esperado por boa parte do mercado e a sinalização de que o Copom deverá repetir o mesmo ajuste de 0,75 ponto percentual na próxima reunião. Além disso, os juros longos também reagiram à mais uma alta no vencimento de 10 anos da T-Note. DI jan/22 fechou em 4,60%; DI jan/24 encerrou em 7,00%; DI jan/26 foi para 7,66%; e DI jan/28 fechou em 8,06%.
Nessa sexta-feira, mercados globais amanhecem em território misto. Nos EUA (+0,2%), a perspectiva de reabertura econômica foi evidenciada após autoridade do governo sugerir, para maio, “grandes mudanças nas restrições às viagens”, diante do avanço da vacinação. Enquanto isso, os Estados Unidos e a China deram início conturbado ao seu primeiro encontro entre autoridades de alto escalão desde a eleição de Joe Biden. Autoridades trocaram farpas sobre temas como segurança cibernética, direitos humanos, comércio e até fizeram ataques pessoais. O evento continua nesta sexta-feira (19) e se espera que a China procure marcar encontro entre Xi Jingping e Biden, que poderia acontecer no Dia da Terra, 22 de abril, para marcar interesse dos países de cooperar para combater mudanças climáticas.
E na Europa, a Alemanha, Itália, França, e outros países anunciaram retomada do uso da vacina AstraZeneca nos próximos dias, após a Agência Europeia de Medicamentos (EMA) reafirmar a segurança do imunizante
Em economia, o Comitê de Política Monetária do Banco da Inglaterra manteve o ritmo de seu estímulo inalterado, em sua reunião de ontem. O comitê não demonstrou preocupação com o aumento dos juros dos títulos em países desenvolvidos, uma postura semelhante adotada pelo Fed dos EUA. O BCE, por sua vez, tenta conter o movimento com a promessa de acelerar o ritmo de compras de ativos. Já o Banco Central do Japão anunciou medidas para dar mais flexibilidade ao combate à deflação.
No Brasil, a demanda por novas medidas de auxílio aumentam, à medida que os casos e mortes da Covid-19 continuam acelerando. O Planalto editou ontem a medida provisória número 1.039, com as novas regras para o auxílio emergencial, que será pago por quatro meses a partir de abril. O benefício padrão será de R$ 250, indo a R$ 150 para quem mora sozinho e R$ 375 para mulheres solteiras chefes de família. O texto prevê a possibilidade de prorrogação do programa por ato do Executivo, desde que haja disponibilidade financeira e orçamentária. Outras duas medidas provisórias liberam os recursos para o pagamento e para a operacionalização do programa.
Virada essa página, as discussões tendem a se concentrar em outras medidas emergenciais. O governo ainda define novas regras para o pagamento do benefício para manutenção de emprego com redução ou suspensão de jornada e salário. E, no Congresso, crescem conversas sobre uma nova rodada de refinanciamento de dívidas, ainda sem previsão de implementação.
Na seara político-corporativa, o Banco do Brasil anunciou ontem a renúncia de seu presidente, o Sr. André Brandão, e a nomeação pelo Ministério da Economia de um substituto de carreira, Sr. Fausto Ribeiro. Acreditamos que a notícia seja negativa devido tanto a perda de um executivo relevante, quanto pelo possível aumento na percepção de risco político por investidores. Porém acreditamos que o evento já era esperado há algumas semanas. Por fim, reiteramos nossa recomendação de compra e preço-alvo de R$ 43 devido a percepção de que o evento já esteja precificado e que existe margem de segurança no atual patamar de preço das ações.
Finalmente, o Grupo Soma reportou sólidos resultados do 4T20, além de anunciar a criação da Soma Ventures e de seu primeiro investimento através dela: a LAUF – a primeira marca do segmento fitness no portfolio da companhia. Nós reiteramos nossa recomendação de Compra e a empresa como nossa preferência no setor, e mantemos nosso preço alvo de R$17,0 por ação para o fim de 2021.Veja mais detalhes aqui.
Tópicos do dia
Agenda de resultados
Temporada de Resultados do 4° Trimestre – O que esperar?
Calendário do 4T20
Resumo dos resultados do 4º tri de 2020: Superando nossas estimativas até o momento
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Internacional
- Política internacional: EUA e China trocam farpas em primeiro dia de encontro entre autoridades
- Petróleo: Preços caem com novo temor de redução da demanda devido a aumento de casos de COVID-19
Acesse aqui o relatório internacional
Empresas
- Por que a próxima década será dos Mercados Emergentes?
- Banco do Brasil (BBAS3): Renúncia do CEO
- Cyrela (CYRE3) – 4T20: Mais um forte trimestre
- Hapvida (HAPV3) – 4T20: Resultado impactado por provisões do SUS acima do esperado
- Grupo Soma (SOMA3): Entregando mais e mais; M&A e Resultados 4T20 sólidos
- C&A Modas (CEAB3): Digital entrando na moda; Resultados sólidos do 4T20
- Melnick (MELK3) – 4T20: Resultado ameno, impactado pela inflação dos materiais de construção
- Even (EVEN3) – 4T20: Resultados mais amenos compensado por geração de caixa recorde
- Lavvi (LAVV3) – 4T20: Resultados Fortes; Fechando o ano com boa sinalização
- Ambev (ABEV3): Empresa indica quatro novos membros para o Conselho, com foco em tecnologia e ESG
Veja todos os detalhes
Internacional
Política internacional: EUA e China trocam farpas em primeiro dia de encontro entre autoridades
- Na seara internacional, os Estados Unidos e a China deram início conturbado ao seu primeiro encontro entre autoridades de alto escalão desde a eleição de Joe Biden. Autoridades trocaram farpas sobre temas como segurança cibernética, direitos humanos, comércio e até fizeram ataques pessoais. O evento continua nesta sexta-feira (19) e se espera que a China procure marcar encontro entre Xi Jingping e Biden, que poderia acontecer no Dia da Terra, 22 de abril, para marcar interesse dos países de cooperar para combater mudanças climáticas;
- Também na seara diplomática, o Palácio do Planalto divulgou nesta manhã trechos de uma carta enviada pelo presidente americano em resposta a mensagem de Jair Bolsonaro por ocasião de sua posse. O documento, enviado em 26 de fevereiro, destaca oportunidades de colaboração entre os governos, inclusive na seara ambiental e no combate a pandemia
- Ainda, os EUA devem enviar quatro milhões de vacinas AstraZeneca ao México (1,5 milhão) e Canadá (2,5 milhões) em formato de ‘empréstimo’ (a serem devolvidas posteriormente). Em paralelo, o México deve ajustar controle de sua fronteira com Guatemala. O acordo, ainda sendo finalizado, ocorre em meio a críticas do governo americano por segurarem estoque de imunizante;
- E na Europa, a Alemanha, Itália, França, entre outros países anunciaram retomada do uso da vacina AstraZeneca nos próximos dias após a Agência Europeia de Medicamentos (EMA) reafirmar a segurança do imunizante.
Petróleo: Preços caem com novo temor de redução da demanda devido a aumento de casos de COVID-19
- Ontem os preços do petróleo (Brent) caíram -6,9% fechando em US$63,3/barril impulsionados por um aumento das preocupações com a demanda pela commodity no curto prazo. O aumento das preocupações reflete a desaceleração nos programas de vacinação na Europa somado a perspectiva de reestablecimento restrições mais rígidas à movimentação de pessoas, o que diminui as expectativas de uma recuperação de demanda de combustível no curto prazo;
- Nesta semana várias grandes economias europeias tiveram que reestablecer novamente lockowns com o aumento de casos de COVID-19 na região enquanto os programas de vacinação na União Europeia apresentaram desaceleração devido a preocupações com os efeitos colaterais da vacina da AstraZeneca que estava sendo amplamente distribuída na Europa;
- Adicionalmente, os estoques de petróleo dos EUA aumentaram pela quarta semana consecutiva, o que é visto como negativo por indicar uma maior oferta em relação à demanda;
- Por outro lado, notamos que a produção de petróleo dos EUA permanece estável no nível de 10,9 a 11 milhões de barris ao dia (mbpd), abaixo do pico de 13 mbpd imediatamente anterior ao início da pandemia de COVID-19. Da mesma forma, no acumulado do ano o aumento de sondas de perfuração nos EUA contabilizado pela Baker Hughes tem ocorrido de forma muito gradual, o que sinaliza uma maior disciplina dos produtores de petróleo de xisto no país. Além disso, notamos que na última reunião da OPEP+, a Arábia Saudita manteve seu corte voluntário de -1mbpd em seus níveis de produção justamente para fazer frente a eventuais preocupações acerca da recuperação da demanda pela commodity.
Empresas
Por que a próxima década será dos Mercados Emergentes?
- Os Mercados Emergentes deverão ser os grandes propulsores de crescimento econômico nos próximos dez anos. A região está projetada para crescer+6,0%, um ritmo mais acelerado do que o crescimento de +3,9% em Mercados Desenvolvidos;
- O mercado de renda variável providencia exposição a inovações ao crescente setor de tecnologia, que representa 21% do índice MSCI Mercados Emergentes contra a menos de 1% do Ibovespa;
- Na próximos dez anos, estima-se que quase 1,5 bilhões de pessoas irão entrar na classe média da Ásia emergente, intensificando o consumo de produtos e serviços de vários setores;
- Perspectivas de um dólar mais fraco deve beneficiar diretamente o desempenho desse mercado;
- Veja o nosso relatório completo.
Banco do Brasil (BBAS3): Renúncia do CEO
- Ontem o Banco do Brasil anunciou a renúncia de seu presidente, o Sr. André Brandão, e a nomeação pelo Ministério da Economia de um substituto de carreira, Sr. Fausto Ribeiro;
- Acreditamos que a notícia seja negativa devido tanto a perda de um executivo relevante, quanto pelo possível aumento na percepção de risco político por investidores. Porém acreditamos que o evento já era esperado há algumas semanas;
- Por fim, reiteramos nossa recomendação de compra e preço-alvo de R$ 43 devido a percepção de que o evento já esteja precificado e que existe margem de segurança no atual patamar de preço das ações;
- Clique aqui para acessar o relatório completo.
Cyrela (CYRE3) – 4T20: Mais um forte trimestre
- A Cyrela apresentou fortes resultados referente ao quarto trimestre de 2020 e em linha com nossas estimativas pela recuperação da performance operacional (vendas líquidas de R$1.568 milhões e lançamentos de R$2.457 milhões) e pelo forte resultado financeiro (impulsionado pela CashMe, sua subsidiária de empréstimos com garantia imobiliária, ou home equity). No balanço patrimonial, a companhia registrou uma queima de caixa de R$261 milhões devido à forte distribuição de dividendos no quarto trimestre (de aproximadamente R$699 milhões), o que levou a Cyrela a registrar uma baixa alavancagem de 5,1% dívida líquida/PL. Vemos os resultados positivos e reiteramos nossa recomendação de compra e preço-alvo de R$33,0/ação;
- Receita líquida publicada foi praticamente em linha com nossas estimativas e atingiu R$1.057 milhões (12,9% acima do quarto trimestre de 2019 e 2,9% abaixo das nossas estimativas), enquanto a margem bruta ajustada atingiu 33,8% (-0.3 p.p em relação ao nosso número). O menor lucro bruto foi parcialmente compensado pelo impacto positivo das ações da Cury e Plano&Plano (ganho líquido de R$40 milhões) e resultados financeiros líquidos mais fortes do que o esperado, impulsionado pelas operações da CashMe, o que levou o lucro líquido para R$261 milhões (+75,1% ano contra ano e -3,4% abaixo do nosso número);
- No balanço patrimonial, a companhia registrou uma queima de caixa de R$261 milhões após a robusta distribuição de dividendos durante o trimestre de R$699 milhões. Excluindo o impacto da distribuição de dividendos, a Cyrela apresentou robusta geração operacional de caixa de R$479 milhões. Isso implica em uma alavancagem de 5,1% dívida líquida/PL, que vemos como baixa. Para mais detalhes, acesse o relatório completo.
Hapvida (HAPV3) – 4T20: Resultado impactado por provisões do SUS acima do esperado
- A Hapvida apresentou um desempenho sólido na receita, ofuscado por provisões do SUS acima do esperado;
- O número de beneficiários de planos de saúde atingiu 3.744 mil, um aumento de 6,6% A/A – 1,0% acima de nossas estimativas. O número de beneficiários de planos odontológicos atingiu 2.929 mil, um aumento de 4% em relação ao 4T19 e 0,6% abaixo de nossas estimativas;
- A receita líquida atingiu R$2,27 bilhões, um aumento de 27,3% A/A e apenas 1,1% abaixo de nossas estimativas;
- Em termos de margens, houve uma pressão esperada sobre os custos médicos, pois a Covid-19 alterou a sazonalidade do 4T20. A sinistralidade caixa atingiu 59,5%, um aumento de 2,7pp em relação ao 4T19 e apenas 0.2pp acima de nossas estimativas, pois houve um aumento atípico de procedimentos eletivos que foram adiados de meses anteriores devido à pandemia. A surpresa negativa foi relacionada às provisões do SUS que atingiram R$106M no trimestre contra R$69M no 4T19, o que representa uma pressão de 0,8pp nas margens;
- Este impacto foi parcialmente compensado por menores despesas de SG&A como percentual da receita, consequentemente, o EBITDA atingiu R$432M no trimestre, 15,2% acima do ano passado e 6,2% abaixo de nossas estimativas. A margem EBITDA atingiu 19%, 2,0pp abaixo do ano anterior. O lucro líquido, negativamente impactado por maiores despesas financeiras (também relacionadas às provisões do SUS), maiores impostos e maior amortização de mais valia, atingiu R$94M, uma redução de 55% A/A;
- Em suma, apesar das maiores provisões para o SUS no 4T20, a Hapvida apresentou um forte desempenho no ano com um aumento de 64% no EBITDA e uma expansão de 1,7pp nas margens. Além disso, a geração de caixa livre (ex-aquisições) totalizou R$1,5B em 2020, um aumento de 52% em relação a 2019, o que confirma a forte capacidade operacional da Hapvida;
- O foco de curto prazo, no entanto, deve ser na fusão com a GNDI que deve criar muito valor por meio de sinergias. Reiteramos nossa recomendação de compra para a ação e nosso preço alvo de R$21,0/ação. Clique aqui para ver o relatório.
Grupo Soma (SOMA3): Entregando mais e mais; M&A e Resultados 4T20 sólidos
- O Grupo Soma reportou sólidos resultados referentes ao quarto trimestre de 2020 (4T20), com a receita acima das nossas estimativas, devido a um crescimento de vendas mesmas lojas de 7,6% A/A, e EBITDA em linha, devido a uma margem bruta menor do que nossa estimativa;
- Esperamos uma reação positiva do mercado. Vemos os resultados como sólidos, com um crescimento de receita de 15% A/A e vendas mesmas lojas em +7,6% A/A acima de outros players de vestuário (-0.8% para LREN e CEAB), além de uma expansão de margem bruta por canal. No entanto, a margem consolidada foi pressionada por um aumento temporário da participação do Atacado (devido ao deslocamento do 3T para o 4T) combinado com uma performance mais fraca de marcas mais premium, como a Cris Barros, onde o varejo físico é mais relevante para a experiência de compra. A companhia trouxe ainda um detalhamento bastante completo de diversas iniciativas, com um destaque para i) a forte performance e perspectiva da FARM global; ii) lançamento do App Animale com um aumento de 35% na frequência de compra (com o próximo lançamento sendo o app da FARM); e iii) crescimento de vendas de live commerce (Lojix), que já representou 1,2% das vendas totais no segundo trimestre de lançamento;
- Além do resultado, a companhia também anunciou a criação do Soma Ventures, um braço de corporate venture da companhia, assim como seu primeiro investimento através dela: a LAUF, a primeira marca do segmento fitness no portfolio da companhia. Vemos ambos anúncios como positivos, pois a estrutura abre uma nova avenida de crescimento, sem grande comprometimento de caixa inicialmente, mas participando e acelerando o desenvolvimento de marcas menores enquanto acreditamos que o segmento fitness tem muito potencial de crescimento, uma vez que há um crescente movimento em direção à saúde e bem estar, impulsionado pela pandemia;
- Finalmente, a companhia também anunciou que está substituindo o atual CFO (link), Haroldo Lorena, pelo Gabriel Silva Lobo Leite, que atuava como Diretor Financeiro, tendo liderado as últimas aquisições da companhia e o IPO. Veja nosso relatório completo aqui.
C&A Modas (CEAB3): Digital entrando na moda; Resultados sólidos do 4T20
- C&A reportou resultados do 4T20 em linha com as nossas estimativas. Vemos o resultado como sólido devido ao forte desempenho do canal digital e uma receita estável A/A apesar de um cenário mais desafiador no principal mês do ano para o segmento;
- Esperamos uma reação neutra/positiva do mercado uma vez que o canal digital da companhia segue com forte desempenho (GMV Galeria C&A +278% A/A) com uma penetração de 9,3% das vendas enquanto o crescimento de receita consolidado veio em linha com o reportado pela Lojas Renner, com vendas mesmas lojas -0,8% A/A. Ainda, destacamos que a pressão de margem bruta de vestuário (-1,4p.p. A/A) nos pareceu bastante controlada, devido a um contexto mais promocional do setor e ao comparar com a queda de 4,1p.p. reportada por Renner;
- O momento de curto prazo deve seguir difícil, devido às incertezas em relação à velocidade da campanha de vacinação combinado ao aumento recente de casos da Covid-19 e seu impacto na confiança do consumidor. Porém, acreditamos que as iniciativas digitais e multicanais, a estratégia bastante ativa de marketing (ex: parceria com BBB) e em inovações de coleções devem ajudar a mitigar o impacto negativo de curto prazo. Além disso, vemos o setor de vestuário como um dos principais beneficiários da recuperação econômica e da retomada da normalidade. Mantemos nossa recomendação Compra e preço alvo de R$18,0 por ação para o fim de 2021. Clique aqui para ver nosso relatório.
Melnick (MELK3) – 4T20: Resultado ameno, impactado pela inflação dos materiais de construção
- A Melnick registrou resultados mais amenos referente ao quarto trimestre de 2020, apesar da receita líquida acima do esperado, compensada por maiores custos de construção e gerou um ajuste pontual de R$14,7 milhões em seu resultado. Isso levou a um impacto momentâneo de 6,5 p.p em sua margem bruta, que terminou no patamar de 17,4% e levou a um lucro líquido de R$7 milhões (um pouco abaixo das nossas projeções; queda de 54,9% contra o ano passado). No balanço patrimonial, a Melnick apresentou uma geração de caixa de R$28,6 milhões, encerrando o ano com uma posição de caixa líquido considerável de R$622 milhões (dívida líquida/PL de -52%). Embora possamos ver uma reação ligeiramente negativa devido aos impactos nos custos de construção, vemos isso como uma pressão momentânea e esperamos que a companhia recupere gradualmente as margens por meio de aumentos de preços ao longo do ano. Com isso, mantemos a nossa visão positiva e reiteramos a recomendação de compra (preço-alvo de R$9,00/ação);
- A receita líquida mais forte do que o esperado de R$148 milhões (+0,9% acima do ano passado e 20% acima do nosso número), provavelmente em razão de um mix de vendas mais favorável e normalização mais rápida do ritmo de construção (lembrando que os canteiros de obras em Porto Alegre foram fechados durante 92 dias durante a pandemia). Por outro lado, os maiores custos com material de construção desencadearam uma revisão positiva nos orçamentos de seus projetos e levaram a um ajuste pontual de R$14,7 milhões no quarto trimestre (cerca de 2% do orçamento para obras em andamento). Isso pressionou a margem bruta ajustada para 17,4% (-19,1 p.p contra o trimestre passado e 13,8 p.p abaixo do nosso número) e levou o lucro líquido para R$7 milhões (-54,9% abaixo do ano passado e R$6 milhões abaixo da nossa projeção). Para mais detalhes, acesse o relatório completo.
Even (EVEN3) – 4T20: Resultados mais amenos compensado por geração de caixa recorde
- Even (EVEN3) apresentou resultados mistos referente ao quarto trimestre de 2020. A receita líquida mais forte do que o esperado de R$455 milhões (9,0% acima das nossas estimativas) foi compensada pelos resultados financeiros mais fracos e prejuízos de impairment da descontinuação das operações no Rio de Janeiro acima do esperado (aproximadamente R$200 milhões), levando a um prejuízo líquido de R$89 milhões. Do lado positivo, a recente venda de ativos não estratégicos implicou em uma geração de caixa recorde de R$447 milhões, levando a Even a encerrar o ano com uma robusta posição de caixa líquido de R$836 milhões (-33,7% dívida líquida/PL). Dito isso, vemos os resultados mais fracos sendo compensados pela robusta geração de caixa, o que possível levará a uma reação neutra das ações. Mantemos nossa recomendação neutra e preço alvo de R$13,00/ação;
- A receita líquida foi de R$455 milhões (queda de 5,1% contra o mesmo período do ano passado; 9,0% acima das nossas estimativas), enquanto a margem bruta ajustada foi de 36,0% (1,4 p.p acima da nossa projeção). No entanto, o resultado bruto mais forte foi compensada por resultados financeiros mais fracos e impairment acima do esperado (aproximadamente R$200 milhões) referente a descontinuidade da unidade de negócio do Rio de Janeiro, levando a um prejuízo líquido de R$89 milhões;
- No balanço patrimonial, a companhia registrou uma geração de caixa recorde R$447 milhões, impulsionada pela venda do estoque no Rio de Janeiro para um fundo imobiliário por R$238 milhões e R$62 milhões recebidos do adiantamento de 20% da comercialização do Hotel Fasano. Consequentemente, a Even atingiu uma posição de caixa líquido de R$863 milhões, resultando em dívida líquida/PL de -33,7%. Além disso, outros R$248 milhões da venda do Hotel Fasano foram recebidos em janeiro de 2021 e deverão fortalecer ainda mais o balanço da Even. Para mais detalhes, acesse o relatório completo.
Lavvi (LAVV3) – 4T20: Resultados Fortes; Fechando o ano com boa sinalização
- Lavvi (LAVV3) reportou números mais fortes do que o esperado referente ao quarto trimestre de 2020. A receita mais forte (provavelmente devido a um ritmo de construção mais rápida dos lançamentos recentes) e margens brutas mais fortes levaram seu lucro líquido para R$53 milhões (30% acima das nossas estimativas e +177% ano contra ano). No balanço patrimonial, a Lavvi apresentou uma geração de caixa moderada de R$3,9 milhões, fazendo com que sua alavancagem permanecesse estável no trimestre com caixa líquido robusto de R$965 milhões (dívida líquida/PL de -74,2%). Em nossa opinião, seu sólido balanço patrimonial e sólidos resultados abrem caminho para a companhia apresentar crescimento robusto nos próximos anos. Esperamos uma reação positiva do mercado e reiteramos nossa recomendação de compra e preço-alvo de R$11,5/ação, sendo a Lavvi uma das nossas principais recomendação no segmento de média e alta renda;
- Vemos como positivo a divulgação das informações ESG pela Lavvi. Na frente ambiental, a companhia destacou o processo de avaliação, fiscalização e descontaminação de terrenos com possíveis problemas ambientais. Além disso, a companhia implementou planos de gerenciamento de resíduos em todas as suas obras durante todo o processo de construção (inclusive nos estandes de vendas). Na frente social, Lavvi informou que 69% de seu quadro de funcionários é composto por mulheres, o que consideramos positivo no ponto de vista de diversidade e igualdade de gênero. Isto inclui também os cargos de alta gestão, representada pela Sra. Sandra Petzenbaum (CFO e Diretora de RI) e Sra. Daniella Figueira (membro do conselho de administração). Além disso, a companhia construiu um centro temporário de atendimento (CTA) em São Paulo, destinado ao acolhimento cidadãos sem teto. Por fim, em governança, a companhia destacou que seus executivos trouxeram as melhores práticas da Cyrela (fruto de sua origem como JV da Cyrela). Para mais detalhes, acesse nosso relatório do radar ESG do setor.
Ambev (ABEV3): Empresa indica quatro novos membros para o Conselho, com foco em tecnologia e ESG
- A Ambev anunciou ontem quatro novos nomes para seu conselho de administração, que, na nossa visão, reforçam o comprometimento da companhia com a agenda ESG. Nas palavras do CEO Jean Jereissati, essa é uma busca por “um futuro ainda mais tecnológico, inovador e verdadeiramente comprometido com a sustentabilidade”;
- Os nomes indicados são: Lia Machado de Matos, CSO da Stone há seis anos e ex-consultora da McKinsey, Claudia Woods, CEO do Uber no Brasil, Fabio Colletti Barbosa, ex-presidente dos bancos Real e Santander; e Fernando Tennenbaum, ex-CFO da Ambev e hoje ocupa o mesmo cargo na Anheuser-Busch Inbev. Os novos conselheiros irão substituir Vicente Falconi e José Gracioso, que estão no conselho desde a criação da Ambev, além de Felipe Dutra e Cecília Sicupira;
- Das quatro indicações, duas são mulheres, seguindo uma tendência que tem ganhado cada vez mais importância mundo afora. Ontem, por exemplo, o regulador financeiro do Reino Unido afirmou estar avaliando requisitos semelhantes aos da bolsa americana, que passou a exigir por mais mulheres e pessoas negras na alta liderança das empresas listadas;
- Vemos o anúncio da Ambev como positivo e, na nossa visão, reforça o comprometimento da companhia com a agenda ESG, além de permitir uma rotação no conselho que vemos com bons olhos, dado o o alto número de conselheiros com longo mandato. Conforme destacamos em nosso último relatório (link), vemos a Ambev como uma das empresas melhores posicionadas em ESG sob a cobertura da XP e reiteramos nossa recomendação de Compra, com preço-alvo de R$17,15.
Se você ainda não tem conta na XP Investimentos, abra a sua!