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Selic sobe para 5,25% ao ano: Conheça 20 ações que pagam dividendos acima dos juros brasileiros

Conheça os papeis que têm boas perspectivas com a alta na Selic e saiba quais empresas pagam proventos acima do atual patamar dos juros brasileiros.

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Conforme esperado, o Banco Central, em mais uma reunião de seu Comitê de Política Monetária (Copom), elevou a taxa Selic em 1,0 p.p. para 5,25% ao ano, subindo pela quarta vez no ano os juros básicos brasileiros. Trata-se da maior alta desde 2003, e o maior patamar da taxa Selic desde 2019.

Nossa visão: Continuamos otimistas com a Bolsa

Para a Bolsa, vários investidores nos perguntam se a alta da taxa de juros impactará a trajetória do Ibovespa e, principalmente, se afetará o fluxo de renda fixa para ações.

Primeiramente, o dividend yield (rendimento de dividendos) das empresas do Ibovespa, que foi bem abaixo da taxa Selic ao longo dos últimos dez anos, continua em níveis bem competitivos com a taxa básica de juros, apesar da sua alta recente.

Além disso, os juros reais (juros nominais subtraído da inflação) devem continuar próximos de zero. Levando em consideração que a nossa expectativa de inflação é em 6,70%, e da Selic em 6,75% para o final de 2021, as taxas reais continuarão baixas, prevendo ainda um baixo retorno real para investidores em renda fixa.

Ações pagadoras de dividendos ainda superam taxa de juros; saiba quais são elas

Apesar da alta na taxa Selic, de 4,25% para 5,25% ao ano, as ações conhecidas por distribuir bons e recorrentes dividendos ainda superam a taxa básica de juros.

Nesse sentido, os rendimentos de dividendos acima da taxa de juros para algumas empresas são vistos como uma boa oportunidade pois os investidores possuem uma “garantia” de retorno, além de seus possíveis ganhos com a performance da ação. Ou seja, além da possibilidade de ganho de capital, o investidor conta também com uma rentabilidade adicional na forma de proventos.

Dessa forma, listamos as 20 ações da nossa cobertura que podem pagar um dividend yield  (rendimento dos dividendos) acima de 5,3% ao ano. Confira:

Entenda melhor as maiores pagadoras de dividendos da nossa cobertura:

Banco do Brasil (BBAS3) - Compra

Setor de atuação: financeiro
O banco combina: i) preço atrativo, pela sua carteira de crédito defendida e pela soma das partes atraente; e ii) uma frente digital competitiva. Acreditamos que a distribuição de dividendos do banco deve se tornar relevante, pois o banco deve aumentar seu payout em um cenário de: i) maior capitalização; ii) recuperação de lucros; iii) Previ I com superávit de R$ 22 bilhões; e iv) um atrativo 0,7x P/VP. Estimamos um payout de 60% em 2022 e vemos um dividend yield de 13,7%. Temos recomendação de Compra para Banco do Brasil e preço-alvo de R$ 52/ação.

Engie (EGIE3) - Neutro

Setor de atuação: geração de energia elétrica
A Engie Brasil se destaca por sua capacidade diferenciada de se proteger de efeitos hidrológicos adversos, somada a sua diversificação de portifólio com a entrada nos setores de transmissão de energia e transporte de gás. Acreditamos que a companhia deverá manter uma prática de distribuição de 100% do Lucro Líquido aos acionistas em 2021, assim como ocorreu em 2020. Estimamos um dividend yield 9,8% em 2021-22. Temos recomendação neutra em EGIE3 com preço-alvo de R$ 48/ação.

TAESA (TAEE11) - Neutro

Setor de atuação: geração de energia elétrica
Vemos a posição da Taesa como confortável para manter a distribuição de 100% de lucros em 2021.  De acordo com o Estatuto Social da Companhia, o dividendo anual mínimo distribuído é de 50% do lucro líquido ajustado do exercício. Entretanto, a companhia tem apresentado um histórico de pagamento de dividendos bem acima da remuneração mínima que consta em seu Estatuto. Estimamos um dividend yield de 7,6% em 2021-22 para TAEE11. Mantemos nossa recomendação neutra em TAESA, com preço-alvo de R$ 37/unit.

Copel (CPLE6) - Compra

Setor de atuação: geração de energia elétrica
A companhia divulgou uma nova e robusta política de dividendos em 2021. De acordo com a nova política as propostas de dividendos regulares serão calculadas conforme os critérios: (i) alavancagem abaixo de 1,5x = 65% do Lucro Líquido Ajustado, (ii) alavancagem entre 1,5x e 2,7x = 50% do Lucro Líquido Ajustado e (iii) alavancagem acima de 2,7x = 25% do Lucro Líquido Ajustado. Com isso, estimamos um dividend yield de 12,2% em 2021-22 para CPLE6. Mantemos nossa recomendação de Compra nas ações da Copel, com um preço-alvo de R$ 7,5/ação para CPLE6 e R$ 37,50/unit para CPLE11.

Bradesco (BBDC4) - Neutro

Setor de atuação: financeiro
O banco combina: i) uma fonte diversificada de receitas, incluindo a maior seguradora do Brasil em market share; ii) a terceira maior carteira de crédito; iii) maior espaço para corte de custos do que o Itaú e Santander; e iv) sinergia entre seus negócios. Embora o banco tenha mostrado esforços em iniciativas como o banco Next, Ágora e Cielo, acreditamos que não haja claras oportunidades para o banco empregar grandes quantidades de capital incremental com taxas de retorno altas, tornando atrativa a distribuição de dividendos. Estimamos um payout de 75% em 2022 e vemos um dividend yield de 9,3% em 2022. Temos recomendação Neutra para o Bradesco e preço-alvo de R$ 26/ação.

BB Seguridade (BBSE3) - Compra

Setor de atuação: financeiro
Esperamos que a seguradora se beneficie principalmente de: i) crescimento de prêmios impulsionado pela retomada da atividade econômica; e ii) da capacidade de distribuição pelas agências do Banco do Brasil. Desta forma, dada a baixa necessidade de capital, a BB Corretora apresenta margens altas impulsionando os retornos da companhia. Portanto, vemos um dividend yield de 8,6% em 2022 e temos recomendação de Compra para a BB Seguridade com preço-alvo de R$ 35/ação.

Plano & Plano (PLPL3) - Compra

Setor de atuação: imobiliário
A Plano&Plano é uma incorporadora focada no segmento de baixa renda (dentro do programa habitacional Casa Verde e Amarela), operando principalmente na Região Metropolitana de São Paulo, onde possui vasta experiência. Vemos a combinação de execução sólida e sua abordagem mais asset-light impulsionando suas operações nos próximos anos com um dos maiores retornos do segmento (ROE ou retorno sobre PL de 55% para 2022) e baixa alavancagem financeira (4% de dívida líquida/PL em 2022), o que deve levar a companhia pagar robustos dividendos nos próximos anos.

AES Brasil (AESB3) - Compra

Setor de atuação: geração de energia elétrica
A AES Brasil (antiga AES Tietê TIET11) usualmente apresenta lucros consistentes, embora possa haver um certo grau de volatilidade dependendo da incidência de chuvas. Em 2020 a companhia apresentou um payout de 88% que se traduz em um dividend yield de 5,4% no ano, o que reforça nossa visão de que a AES Brasil é uma das nossas preferidas como pagadora de dividendos. Estimamos um dividend yield de 7,1% em 2021-22 para as ações. Temos recomendação de compra em AESB3 com preço-alvo de R$ 17/ação.

Santander (SANB11) - Venda

Setor de atuação: financeiro
Apesar de o Santander ser o banco com menor diversificação de receita entre os incumbentes, apresenta uma combinação de: i) alta exposição ao crédito de varejo; e ii) níveis de inadimplência relativamente abaixo da média. Acreditamos que, enquanto não haja boas oportunidades para o banco empregar grandes quantidades de capital incremental com taxas de retorno altas, a distribuição de dividendos pode ser uma alternativa atrativa. Estimamos um payout de 75% em 2022 e vemos um dividend yield de 8,1%.

CESP (CESP6) - Compra

Setor de atuação: geração de energia elétrica
A companhia vem reforçando sua sólida geração de caixa nos últimos trimestres. Com isso, acreditamos que a companhia deve continuar a distribuir pelo menos o dividendo mínimo de R$1,85/ação previsto pelo seu estatuto. Em 2020 a companhia atingiu uma distribuição de 49% sobre o lucro líquido, reforçando a nossa visão de que a CESP é uma das nossas preferidas como pagadora de dividendos. Estimamos um dividend yield de 7,9% entre 2021 e 2022. Reiteramos nossa recomendação de Compra na CESP, com um preço-alvo de R$ 34/ação.

Entenda mais sobre os dividendos:

O que são dividendos?

Dividendos são uma parte do lucro de uma determinada empresa que é distribuído aos seus acionistas.

De acordo com a Lei das S.A., as empresas de capital aberto têm que distribuir no mínimo 25% dos seus lucros a acionistas.

Tal lucro também pode ser distribuído na forma de Juros Sobre Capital Próprio (JCP). Esta é uma forma diferente de distribuir os lucros de uma empresa entre os seus acionistas.

Qual é a diferença entre dividendos e Juros sobre Capital Próprio?

O JCP é tributado em 15% pela Receita Federal na data do depósito, enquanto dividendos são isentos de tributação.

Como funciona a distribuição de dividendos?

Primeiro, o Conselho de Administração da companhia verifica se a empresa obteve lucro ao longo do exercício para distribuir uma parte aos acionistas.

Em afirmativo, a empresa deve deliberar sobre os dividendos a distribuir, e informar publicamente os valores e datas de pagamento.

A periodicidade de pagamento de dividendos varia de empresa para empresa, podendo ser mensal, trimestral ou anual.

O que é dividend yield?

O cálculo do dividend yield é feito com base na divisão do valor esperado em dividendos pelo preço das ações.

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