XP Expert

Tudo sobre Renda Fixa em março (e o que esperar)

Leia aqui sobre os principais indicadores macroeconômicos e como impactam os produtos de renda fixa, além do desempenho de títulos públicos e o que esperar para os próximos meses.

Compartilhar:

  • Compartilhar no Facebook
  • Compartilhar no X
  • Compartilhar no Whatsapp
  • Compartilhar no LinkedIn
  • Compartilhar via E-mail
Onde Investir em 2025 banner

Para melhor experiência de leitura, recomendamos navegação através do índice à esquerda.

Caso esteja iniciando sua jornada na Renda Fixa, recomendamos começar pelo conteúdo "Renda Fixa: O que é preciso saber?"

Renda Fixa: tudo sobre o que passou e o que esperar.

O mês de março foi fortemente marcado pela crise provocada pelo coronavírus. Em movimento análogo ao de outros bancos centrais globais, o Banco Central do Brasil realizou novo corte na taxa Selic, de 0,50 ponto percentual, a levando a 3,75% ao ano. O mercado continua esperando novos cortes ainda este ano, uma vez que se espera recessão este ano. Vimos impacto no mercado de renda fixa, com menos emissões no mês, como já esperávamos e dificuldade de leitura dos níveis adequados de spread de crédito.

Para os próximos meses, continuamos em cenário de incerteza. Não se sabe ao certo por quanto tempo o isolamento social durará e qual será o impacto disso na economia. Seguiremos acompanhando as medidas anunciadas pelo governo federal e banco central para conter os efeitos negativos. O momento de incerteza reforça nossa visão sobre a importância da renda fixa em todas as carteiras.

Se você ainda não tem conta na XP, abra a sua aqui.

Alocação recomendada

Ativos de renda fixa são recomendados para todos os perfis de investidor. O que muda, basicamente, são três quesitos importantes: o tipo de ativo, o indicador e o percentual a ser alocado. Ou seja: é muito importante manter uma carteira diversificada.

A alocação recomendada em renda fixa para cada perfil de investidor em nosso relatório Onde Investir em Abril é a seguinte:

No Radar

Destaques do mês de março

  1. Após expectativa de fim do ciclo de cortes da Selic, a crise gerada pelo covid-19 levou a novo corte, dessa vez de 0,5 ponto percentual, para 3,75%.
  2. Projeções econômicas revisadas.
  3. Inclinação da curva DI, com expectativas de juros mais elevadas no longo prazo.

Como agir?

  1. Esperamos que o cenário de juros baixos se aprofunde e continue por mais tempo.
    1. Por isso, a recomendação é de busca por diversificação. No entanto, em contraste com nossa recomendação anterior, o cenário atual exige maior cautela em relação ao perfil de risco dos emissores.
    • Escolha sempre de acordo com seu perfil.
  2. Indicamos o Tesouro Prefixado 2023, com base em nossa visão de oportunidades na parte intermediária da curva (cerca de três anos).
  3. No caso de investimentos acima de quatro anos, preferimos ativos indexados à inflação, possibilitando ganhos acima do IPCA por prazos mais longos.

Veja nossa visão sobre os impactos do coronavírus na renda fixa

O mercado de Renda Fixa

Poupança

No mês de março, a captação líquida da Poupança ficou positiva em R$ 12 bilhões.

Nos últimos dois anos, março foi um mês de captação líquida. Este ano, porém, a captação foi a maior do período para o mês.

O cenário adverso faz com que investidores busquem ativos de menos risco e a poupança ainda é a aplicação mais conhecida pelos investidores brasileiros e preferida em momentos de incerteza, mesmo não sendo a mais segura nem a mais rentável.

Considerando a taxa Selic em sua mínima histórica, combinada ao rendimento da caderneta de poupança, de apenas 70% dessa taxa, essa aplicação fica cada vez menos atraente.

Veja mais sobre comparações do investimento em Poupança em relação a outras aplicações também conservadoras, como o Tesouro Selic e emissões bancárias.

Tesouro Direto

Captação Líquida

No caso do Tesouro Direto, em fevereiro (último dado disponível) foi possível observar captação líquida negativa, em R$ 960 milhões. O resultado apresenta reversão significativa em relação ao mesmo mês de 2019.

O principal ativo comprado por investidores foi o Tesouro Selic, historicamente o mais buscado.

Os investidores continuam comprando principalmente ativos com prazo entre 5 e 10 anos de vencimento, alongando o perfil de seus investimentos, possivelmente visando maior rentabilidade.

Rentabilidade

No mês de março, quase todos os títulos negociados no Tesouro Direto apresentaram desvalorização.

Isso se deve à abertura da curva DI futuro (veja em "No Radar") nos vértices mais longos, como resultado de temores com os desdobramentos do coronavírus sobre a economia global.

O efeito é mais forte sobre os títulos mais longos. Quanto mais longo o título, maior o risco e maior a sensibilidade a variações nas expectativas de juros.

Entenda mais sobre a relação entre preços dos títulos e os juros aqui.

Emissões Bancárias

O estoque de emissões bancárias apresentou evolução de 7% no mês de março.

Os principais destaques foram crescimento de 12% no estoque de CDBs, de 3,9% em LIGs e queda de 3,5% no estoque de LCs.

Os números fazem sentido em um momento em que investidores voltam a buscar ativos de baixo risco, principalmente os mais conhecidos, como CDBs.

Além disso, bancos buscam liquidez para atravessar os próximos meses, captando, dentre outros, através de plataformas de investimentos.

Crédito Privado

O estoque de ativos de crédito privado se manteve novamente constante no mês de março.

No segundo slide (acima), vemos que a emissão de debêntures (incentivadas ou não) atingiu R$ 3,7 bilhões no mês, muito abaixo dos R$ 10,7 bilhões no mês de março de 2019.

O prazo médio das emissões do mês subiu para 6,5 anos, em comparação aos 5,7 anos em média das emissões de março de 2019, porém apresentou certa retração em relação aos 6,7 anos em média das emissões realizadas em fevereiro.

Acreditamos que, em meio ao cenário adverso que atravessamos atualmente e às incertezas acerca dos próximos meses, o apetite para novas emissões reduza, especialmente para prazos mais longos.

Debêntures incentivadas

O volume emitido de debêntures incentivadas, com foco em financiamento à infraestrutura e isentas de imposto de renda, mostra tendência de crescimento no ano (em janeiro foram emitidos R$ 300 milhões vs R$ 1,7 bi em fevereiro).

Apesar do crescimento mês a mês, observamos queda de 30% em relação ao mesmo período do ano anterior.

As emissões realizadas no mês foram do setor de energia elétrica e do setor de transporte e logística. É interessante observar o aumento em emissões de transporte/logística nos últimos meses. Esperamos que essa tendência continue em 2020.

Acreditamos que a tendência de alta de emissões deva continuar. Apesar de nossa revisão de crescimento econômico, investimentos em infraestrutura serão importantes para a retomada da economia. Além disso, entendemos que a participação privada nos projetos reduz riscos de execução.

Spreads de crédito

Conforme apresentamos em nossos relatórios mensais mais recentes, os últimos meses de 2019 foram marcados por abertura dos spreads de crédito (aumento dos prêmios de risco).

Após aquele período, desde dezembro pudemos enxergar movimento de consolidação de novos patamares, indicando estabilização dos spreads e possível fim desse ciclo de ajuste técnico.

No entanto, com a crise instaurada pelo alastramento do covid-19, observamos um mercado muito estressado durante o mês de março. Com isso, os spreads de crédito voltaram a abrir expressivamente.

Alguns fatores ajudam a explicar este movimento:

  • Aumento do risco de crédito (embora não enxerguemos deterioração na magnitude refletida nos spreads).
  • Baixa liquidez dos mercados, principalmente nas duas primeiras semanas após o início da quarentena no Brasil.
  • Resgates de cotistas de fundos de crédito privado
    • Receio da marcação das cotas para baixo.
    • Chamadas de margem (necessidade de liquidez imediata).
    • Busca por oportunidades em ativos de maior risco.

De modo geral, esperamos que novas emissões de crédito privado sejam realizadas a taxas mais elevadas, acompanhando o ajuste ocorrido nos últimos meses.

Ratings

No mês de março, foram realizadas diversas ações de rebaixamento de ratings, em decorrência dos desdobramentos da crise do covid-19 sobre as empresas e expectativas desses efeitos no futuro.

Essas foram as ações de ratings das principais agências de classificadoras de risco*:

Veja mais

XPInc CTA

Se você ainda não tem conta na XP Investimentos, abra a sua!

XP Expert

Avaliação

O quão foi útil este conteúdo pra você?


Newsletter
Newsletter

Gostaria de receber nossos conteúdos por e-mail?

Cadastre-se e receba grátis nossos relatórios e recomendações de investimentos

Disclaimer:

Este material foi elaborado pela XP Investimentos CCTVM S/A (“XP Investimentos” ou “XP”) tem caráter meramente informativo, não constitui e nem deve ser interpretado como sendo material promocional, solicitação de compra ou venda, oferta ou recomendação de qualquer ativo financeiro, investimento, sugestão de alocação ou adoção de estratégias por parte dos destinatários. Os prazos, taxas e condições aqui contidas são meramente indicativas. As informações contidas neste relatório foram consideradas razoáveis na data em que ele foi divulgado e foram obtidas de fontes públicas consideradas confiáveis. A XP Investimentos não dá nenhuma segurança ou garantia, seja de forma expressa ou implícita, sobre a integridade, confiabilidade ou exatidão dessas informações. Este relatório também não tem a intenção de ser uma relação completa ou resumida dos mercados ou desdobramentos nele abordados.
Os instrumentos financeiros discutidos neste material podem não ser adequados para todos os investidores. Este material não leva em consideração os objetivos de investimento, situação financeira ou necessidades específicas de qualquer investidor. Os investidores devem obter orientação financeira independente, com base em suas características pessoais, antes de tomar uma decisão de investimento. A XP Investimentos não se responsabiliza por decisões de investimentos que venham a ser tomadas com base nas informações divulgadas e se exime de qualquer responsabilidade por quaisquer prejuízos, diretos ou indiretos, que venham a decorrer da utilização deste material ou seu conteúdo. Os desempenhos anteriores não são necessariamente indicativos de resultados futuros. Este relatório é destinado à circulação exclusiva para a rede de relacionamento da XP Investimentos, incluindo agentes autônomos da XP e clientes da XP, podendo também ser divulgado no site da XP. Fica proibida sua reprodução ou redistribuição para qualquer pessoa, no todo ou em parte, qualquer que seja o propósito, sem o prévio consentimento expresso da XP Investimentos. A Ouvidoria da XP Investimentos tem a missão de servir de canal de contato sempre que os clientes que não se sentirem satisfeitos com as soluções dadas pela empresa aos seus problemas. O contato pode ser realizado por meio do telefone: 0800 722 3710.

A XP Investimentos CCTVM S/A, inscrita sob o CNPJ: 02.332.886/0001-04, é uma instituição financeira autorizada a funcionar pelo Banco Central do Brasil.Toda comunicação através de rede mundial de computadores está sujeita a interrupções ou atrasos, podendo impedir ou prejudicar o envio de ordens ou a recepção de informações atualizadas. A XP Investimentos exime-se de responsabilidade por danos sofridos por seus clientes, por força de falha de serviços disponibilizados por terceiros. A XP Investimentos CCTVM S/A é instituição autorizada a funcionar pelo Banco Central do Brasil.


Este site usa cookies e dados pessoais de acordo com a nossa Política de Cookies (gerencie suas preferências de cookies) e a nossa Política de Privacidade.