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Resumo: As taxas futuras de juros se movimentaram para baixo ao longo da semana por influência dos desdobramentos do Comitê de Política Monetária (COPOM), que apesar do aumento já esperado de 150 pontos na taxa Selic, sinalizou ao mercado uma desaceleração no ciclo de alta de juro. Movimento de queda foi mais acentuado nos vértices de curto e médio prazo, com destaque para o fluxo estrangeiro, e juros longos estáveis.
As taxas dos títulos do Tesouro indexados à inflação (NTN-B), seguiram com muita volatilidade nos vértices curtos, principalmente 2022 e 2023, com o desenrolar das propostas de emenda constitucional para isentar impostos federais nos combustíveis. Na parte média da curva, redução do juro real acompanhou o movimento no juro nominal, e redução marginal nos prêmios mais longos a partir de 2040.
Para a próxima semana, destaque no cenário internacional para a divulgação da inflação ao consumidor (CPI) de janeiro nos Estados Unidos e na Alemanha. No Brasil, teremos a divulgação da ata do Copom, cujo tom deve dar ao mercado uma perspectiva melhor dos próximos passos na política monetária. Outros destaques serão a divulgação da inflação de janeiro medida pelo IPCA e pelo IGP-DI, assim como as vendas no varejo (PMC), o volume de serviços (PMS) e o IBC-Br (proxy do PIB) de dezembro do lado de atividade. No campo político, ainda vamos observar o desenrolar da PEC dos Combustíveis.
Cenário macroeconômico
No cenário internacional a alta de juros global vai ficando mais clara. A necessidade de reduzir os estímulos monetários – ou seja, subir os juros - para segurar a inflação está cada vez mais clara nos países desenvolvidos. Na semana passada o Fed, banco central americano, já tinha avisado que deve subir a taxa de juros por três ou quatro vezes este ano. Mas fará mais, se for preciso.
Na mesma direção, A presidente do banco central europeu (BCE), Christine Lagarde, disse que já não descarta elevar os juros ainda esse ano, preocupada com a inflação que alcançou 5,1% em janeiro, o maior nível desde a criação do Euro.
Mesmo com a indicação de alta de juros nos países desenvolvidos, que enxuga a liquidez dos mercados e desaquece a economia global, as commodities seguem em alta. O petróleo se aproximou de 95 dólares o barril. O minério de ferro subiu quase 50% desde dezembro do ano passado. Commodities agrícolas como grãos e algodão também mostraram altas importantes nas últimas semanas.
Um dos fatores por trás do aumento do preço do petróleo e do gás natural é a tensão geopolítica e incerteza acerca da movimentação das tropas Russas na fronteira da Ucrânia. Saídas diplomáticas vem sendo discutidas, mas com pouca evolução. Este tema deve seguir movimentando mercados internacionais nas próximas semanas.
Já no Brasil, a pressão altista nas commodities pode beneficiar. Mantemos nossa projeção de estabilidade do PIB em 2022 e crescimento moderado de 1,2% em 2023, e a projeção de elevação do IPCA em 2022 em 5,2% - apesar das pressões de curto prazo - e em 2023 de 3,25%. O Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) elevou a taxa Selic em 1,5 pp, o que fez com que a taxa básica de juros atingisse 10,75% a.a. Foi a oitava alta consecutiva, desde março de 2021, em resposta à tendência de alta da inflação.
O fiscal segue sendo o principal risco para o Brasil. Apesar das chances de melhor desempenho da arrecadação, a tendência de elevação da dívida se mantém. Um dos pontos relevantes da semana foram que o banco central divulgou o resultado primário do setor público consolidado, que registrou superávit de R$ 123 milhões em dezembro.
O mercado de trabalho segue melhorando, mas a taxas lentas, cujo indicador do Caged indicou destruição de 265,8 mil vagas em dezembro (XP: -185 mil; consenso: -175 mil). Já a produção industrial brasileira saltou 2,9% entre novembro e dezembro (XP: 1,4%; consenso: 1,6%). Por fim, seguimos acompanhando a apresentação de projetos pelo governo para redução de impostos para combustíveis (PIS/Cofins).
Leia tudo o que aconteceu nesta semana em economia.
Juros e inflação
As taxas futuras de juros se movimentaram para baixo ao longo da semana por influência dos desdobramentos do Comitê de Política Monetária (COPOM), que apesar do aumento já esperado de 150 pontos na taxa Selic, sinalizou ao mercado uma desaceleração no ciclo de alta de juro. Movimento de queda foi mais acentuado nos vértices de curto e médio prazo, com destaque para o fluxo estrangeiro, e juros longos estáveis.
As taxas dos títulos do Tesouro indexados à inflação (NTN-B), seguiram com muita volatilidade nos vértices curtos, principalmente 2022 e 2023, com o desenrolar das propostas de emenda constitucional para isentar impostos federais nos combustíveis. Na parte média da curva, redução do juro real acompanhou o movimento no juro nominal, e redução marginal nos prêmios mais longos a partir de 2040.
De acordo com a precificação de mercado, é esperado uma taxa Selic de 12,089% ao final de 2022, acima da expectativa da XP de 11,25%, 10,479% em 2023 (vs. 7,5% da XP), 10,746% em 2024 e 11,497% em 2025. Para inflação, o mercado aponta estimativa de cerca de 5,19% em 2022 (vs. 5,2% da XP), e 5,83% em 2023 (vs. 3,25%). Para 2024 e 2025, o mercado espera 6,11% e 6,54%, respectivamente, o que sinaliza mais uma vez aumento nas expectativas.


A curva de juros pode ser compreendida como as expectativas dos rendimentos médios de títulos públicos prefixados sem cupom (ou seja, sem pagamentos semestrais), a partir dos contratos futuros de juros (ou DI). Entenda mais aqui.
Títulos públicos
Mercado primário (leilões)
Para mais informações sobre o funcionamento de leilões de títulos públicos, clique aqui.
Leilão do dia 01/02 – NTN-B e LFT

Na terça-feira, no primeiro dia do mês de fevereiro, o Tesouro Nacional (TN) ofertou 700 mil papéis de Notas do Tesouro Nacional - Série B (NTN-B) e até 1.250 milhão de Letras Financeiras do Tesouro (LFT).
O TN vendeu 667 mil NTN-Bs, papéis indexados ao IPCA, e o volume financeiro somou R$ 2,628 bilhões. Também vendeu integralmente a oferta de LFTs em leilão. O volume financeiro somou R$ 13,994 bilhões.
Leilão do dia 03/02 – LTN e NTN-F

Na quinta-feira, o Tesouro Nacional divulgou a realização dos leilões de vendas de 1,3 milhão de Letras do Tesouro Nacional (LTN) e 3,5 milhões de Notas do Tesouro Nacional - Série F (NTN-F).
O TN vendeu a oferta integral de 3,5 milhões de NTN-Fs, num total financeiro de R$ 3,323 bilhões divididos em dois vencimentos. Adicionalmente, vendeu 800 mil LTNs e o volume financeiro foi de R$ 657 milhões dividida em três vencimentos.
Mercado Secundário
O IMA-B representa a evolução, a preços de mercado, da carteira de títulos públicos indexados ao IPCA (NTN-B). O IRF-M representa a evolução, a preços de mercado, da carteira de títulos públicos prefixados (LTN e NTN-F). Ambos são calculados pela Anbima.
O começo desta semana foi conduzido pela espera da reunião do Comitê de Política Monetária, na quarta-feira, e fluxo de entrada estrangeiro pressionando os juros para baixo. Ao longo da semana, foi observado maior demanda pelas LFTs em todos os vencimentos, com rolagem do vencimento de 2022 para vértices mais longos como 2027 e 2028.
Esse comportamento de alongamento dos vencimentos foi visto também no mercado prefixado, com rolagens das LTNs de 2022 e 2023. Na NTN-F de vencimento em 2025 foi notado alocação por capital estrangeiro.
Já na série indexada ao IPCA, a NTN-B 2022 seguiu com fluxo anormal e muita volatilidade, com players montando e desmontando posições de inflação implícita, devido às incertezas sobre a PEC dos Combustíveis e evidência de alta nas commodities persistindo.

Tesouro Direto
O preço dos títulos sobe quando a expectativa de juro futuro cai (e vice-versa) devido à relação inversa entre os dois. Esse mecanismo que mostra o efeito dos juros sobre preços é a marcação a mercado. Entenda mais aqui.
Apesar de uma variação menor do que nas semanas anteriores, os títulos de médio e longo prazo indexados à inflação desvalorizaram, acumulando uma queda nos últimos 12 meses de cerca de 28% no Tesouro IPCA+ 2045 e 16% no Tesouro IPCA+ com juros semestrais de vencimento em 2055. A exceção foi o Tesouro IPCA+2026, com valorização de por volta de 0,8% na semana com a expectativa de possível redução de inflação com a pauta da PEC dos Combustíveis sendo discutida pelo governo.
As séries do Tesouro Prefixado, com e sem juros semestrais, apresentaram valorização em seus preços no encerramento da semana devido o tom mais leve no Comitê de Política Monetária (COPOM), com sinalização de redução no ritmo de alta da taxa Selic. As séries de títulos pós-fixados, Tesouro Selic, valorizaram por volta de 0,12% na semana.
Crédito Privado
Fluxo
Na última semana, o fluxo médio diário de negociações em debêntures não incentivadas foi de R$ 845 milhões (ante R$ 490 milhões na semana anterior), R$ 449 milhões em debêntures incentivadas (vs. R$ 502 milhões), R$ 416 milhões em CRIs (vs. R$ 459 milhões) e R$ 146 milhões em CRAs (vs. R$ 151 milhões).
Os papeis mais negociados por classe de ativos foram as debêntures da Unidas, a debênture incentivada da Holding do Araguaia, CRI Cipasa e CRA Ubyfol.
Como não são disponibilizados a tempo da publicação do relatório, os dados desta sexta-feira não são considerados e podem alterar o apresentado. Para trazer uma aproximação do resultado em cinco dias, os dados abrangem desde a sexta-feira da semana anterior até a quinta-feira da semana corrente.
Ações de rating
Ratings são notas atribuídas por agências classificadoras de risco de crédito que podem impactar diretamente seus investimentos em Renda Fixa. Entenda mais aqui.

Spreads de Crédito
Nesta seção, apresentamos a movimentação dos spreads de crédito consolidados, com spread médio no intervalo de duas semanas. Intercalamos dessa forma para melhor análise da movimentação dos spreads por rating e é possível conferir no relatório anterior clicando aqui. A próxima série será apresentada no dia 11/02.
O que esperar - Semana de 07/02 a 11/02
Agenda econômica
Para a próxima semana, destaque no cenário internacional para a divulgação da inflação ao consumidor (CPI) de janeiro nos Estados Unidos e também na Alemanha.
No Brasil, teremos a divulgação da ata do Copom, cujo tom deve dar ao mercado uma perspectiva melhor dos próximos passos na política monetária. Outros destaques serão a divulgação da inflação de janeiro medida pelo IPCA e pelo IGP-DI, assim como as vendas no varejo (PMC), o volume de serviços (PMS) e o IBC-Br (proxy do PIB) de dezembro do lado de atividade. No campo político, ainda vamos observar o desenrolar da PEC dos Combustíveis.
Leilões do Tesouro Nacional

Vencimentos de debêntures da próxima semana

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