Confira os principais assuntos discutidos pelos maiores gestores globais na International Week

A XP Internaional Week, realizada de 7 a 10 de junho, reuniu as maiores gestoras do mundo como BlackRock, Pimco, Western Asset, Wellington, J.P. Morgan, Goldman Sachs, Morgan Stanley, Ashmore, Aberdeen entre outras para falar sobre oportunidades de investimentos em ativos internacionais, no maior evento online gratuito do Brasil.

Se você perdeu ou não conseguiu ver todos os painéis, não tem problema. Destacamos abaixo os principais pontos discutidos no evento, as novidades das gestoras sobre a oferta de novos produtos no Brasil divulgadas em primeira mão durante o evento, bem os instrumentos disponíveis hoje para os investidores brasileiros montarem uma carteira global e diversificada.

Quer saber mais detalhes? Se inscreva na página do evento e veja o vídeo das palestras. O mundo oferece muitas oportunidades e você não precisa ficar preso à taxa Selic.

Investir no exterior é necessidade diante de juros reais negativos

Em um mundo com taxas de juros reais negativas, inclusive no Brasil com a taxa Selic em 4,25% e inflação em 8,06% em 12 meses até maio, tem crescido o interesse dos investidores brasileiros pela alocação em ativos internacionais.

Além de diversificar o risco Brasil com a exposição a diferentes regiões, o investimento em ativos no exterior  permite acessar uma gama ampla de produtos, como ativos que não são comercializados no Brasil como diferentes commodities metálicas e ações de fabricantes de carros elétricos, possibilitando retornos adicionais à carteira.

Segundo o  head de estratégia corporativa e internacional da BlackRock, Mark Wiedman, com os estímulos fiscais e monetários na Europa e Estados Unidos e em outros países como resposta à crise provocada pela Covid-19, as taxas de juros reais negativas, que antes eram um problema visto no Japão e na Europa, passa a ser global.

“Com a inflação subindo, o Brasil tem hoje taxa de juro real negativa, e isso é novo,” disse Wiedman durante o painel “Investimentos no exterior: desafios e oportunidades”, na abertura do evento.

Alocação dos brasileiros em ativos no exterior está abaixo da AL

Mark Wiedman, da BlackRock: Brasileiros terão que investir 30% do portfólio no exterior
Wiedman: Brasileiros terão que investir 30% do portfólio no exterior

Apesar do aumento de instrumentos disponíveis no mercado local para os brasileiros investirem em ativos internacionais, essa alocação ainda é muito pequena no Brasil. Somente 2% dos recursos de investidores de varejo e institucionais no Brasil estão alocados em ativos no exterior, revelou Wiedman, da BlackRock.  Se olhar para fundos de pensão esse número é menor ainda. Em outros países da América Latina esse número é de 10%, nos Estados Unidos 25% do portfólio de investidores institucionais estão investidos no exterior, enquanto no Japão esse número é 42%. “O Brasil é um ponto fora da curva, com uma alocação muito baixa. Nossa visão é que os investidores brasileiros terão que investir 30% do portfólio internacionalmente”, diz Wiedman.

“Se você diversifica seu carteira com ativos não correlacionados você vai melhor que a média”, diz Wiedman, que recomenda a exposição a ativos no exterior sem fazer o hedge cambial.

A XP distribui alguns fundos da BlackRock sem hedge cambial como o fundo de ações Blackrock Global Impact Dolar Advisory FIC FIA IE, inserido na plataforma global de investimento sustentável da gestora, e o multimercado Blackrock ESG Multi Asset Dolar Advisory FIC FIM IE.

Diversificação geográfica

A alocação em ativos internacionais permite diversificar o risco Brasil e proteger a carteira de oscilações do mercado diante de incertezas com a política fiscal e cenário eleitoral doméstico. O head de Research da XP, Fernando Ferreira, lembra que o Brasil representa apenas 2% do PIB global e 1% do valor de mercado global.  “Se você só investe no Brasil e tem um problema político, o portfólio inteiro está exposto a esse risco”, disse Ferreira no painel “Investimentos no exterior: desafios e oportunidades”.

Para se proteger da variação cambial, o CEO e fundador da OHM Research, Roberto Attuch Jr., recomenda dividir os investimentos em dois bolsos: “um bolso com reais, outro com moedas estrangeiras”. Segundo o especialista, essa prática vai proteger os investimentos da variação das diferentes moedas, que podem ter reações diferentes e em tempos diferentes, aos mesmos estímulos globais.

Os fundos da família de fundos Selection da XP, como o Selection Mult Internacional FIC FIM IE e o Selection Ações Globais FIC FIA IE, oferecem o acesso a gestores globais de forma prática e acessível. Conheça as opções da família Selection.

Instrumentos no Brasil para investir em ativos internacionais

Os fundos de índices listados em bolsa, chamados de ETFs (Exchange Traded Funds), e os BDRs (Brazilian Depositary Receipts) , que são recibos de ativos listados no exterior como ações ou ETFs e são negociados na bolsa brasileira, têm ajudado a democratizar a exposição a ativos globais no Brasil.

Por meio dos BDRs, seja pela compra direta desses ativos ou via fundos, o investidor brasileiro pode investir em ações de empresas de setores que não estão na bolsa brasileira como a Netflix, de streaming.

Com a reabertura econômica , o setor de consumo é um dos preferidos das gestoras da Wellington/Compass e Western Asset, que participaram do painel “BDRs: as melhores empresas globais ao alcance do investidor brasileiro”.

Para George Kerr, Country Head Brazil da Compass, a Amazon (AMZO34) é uma das empresas mais bem posicionadas, sendo referência no e-commerce.

Também no setor do varejo, mas em outra vertente, Marc Forster, Head da Western Asset Management no Brasil, citou a Advance Auto Parts (A1AP34), uma varejista de peças automotivas, como uma boa oportunidade.

Os gestores também veem boas oportunidades com a descentralização e digitalização dos serviços financeiros, com destaque para os BDRs da plataforma de serviços financeiros americana Charles Schwab (SCHW34) e da Fidelity Information Services (FINI34), que oferece soluções tecnológicas para o setor. Confira mais opção na carteira recomendada Top 10 Ações Internacionais (BDRs) XP – Junho 2021.

Fundos de BDRs

Os fundos de BDRs são outra forma de investir em ações de empresas estrangeiras, contando com uma gestão profissionalizada. “Temos 569 BDRs listados no Brasil e não é razoável imaginar que as pessoas físicas tem condição de ficar operando a carteira, fazendo trocas e ainda assim superar o indicador, seja qual for” disse Forster.

O fundo Western Asset FIA BDR Nível I oferece a opção para o investidor ter acesso das principais empresas do mundo com alocação a partir de R$ 1000.

A Wellington/Compass deve lançar no Brasil neste mês de junho de 2021 o fundo Wellington BDR, focado em ações de empresas americanas, mercado, segundo Kerr, a questão de superação da pandemia está em estágio mais avançado.

Diversificando a carteira com ETFs

Já os ETFs , um mercado que soma 9 trilhões de dólares e que cresceu muito desde 2008,  tem a vantagem de permitirem a exposição a uma infinidade de setores e ativos com custo acessível, transparência e  liquidez, afirmou Carlos Takahashi, presidente da BlackRock Brasil, maior gestora de ETFs do mundo, durante o painel “ETFs: diversificando a carteira com os principais índices mundiais”.

Gilson Finkelsztain, CEO da B3, destacou que o ETF é, muitas vezes, a porta de entrada para o investidor pessoa física na bolsa, permitindo a diversificação da carteira por meio do acesso a índices internacionais como S&P500 e Nasdaq 100, índices ESG, de renda fixa e até criptomoedas, oferecendo ótimas possibilidades de diversificação para sua carteira.

Além dos ETFs, a BlackRock trouxe para o Brasil BDRs de ETF, ou seja, os recibos de fundos de índices listados no exterior permitem ter exposição a um mercado ou setor inteiro em um único investimento. A gestora pretende trazer mais BDRs de fundos de índices europeus para serem listados no Brasil, revelou Wiedman.

Há ainda ETF de novos ativos, como o ETF Hashdex Nasdaq Crypto Index (HASH11), negociado na B3. O ETF tem exposição de 100% a um índice, o Nasdaq Crypto Index (NCI), que segue uma carteira com seis criptomoedas, que é o mesmo índice dos fundos distribuídos pela XP Hashdex 40 Nasdaq Crypto Index e o Hashdex 20 Nasdaq Crypto Index FIC FIM.

Para o sócio e diretor de distribuição da gestora Hashdex, Stefano Sergole, as criptomoedas como o Bitcoin devem fazer parte da carteira dos investidores como mais uma opção para diversificação e uma forma de ter a exposição a uma nova tecnologia. Mas, em função da alta volatilidade, que pode chegar a 70% a 80%, é recomendado ter uma posição pequena da carteira nesses ativos, com zero alavancagem, destacou no painel “Criptomoedas: mercado potencial ou futuro incerto?”.

Inflação alta nos EUA deve ser transitória e cenário continua favorável para ações

Tony Crescenzi, da Pimco:  inflação alta nos EUA é transitória
Tony Crescenzi, da Pimco: inflação alta nos EUA é transitória

A forte recuperação das economias desenvolvidas com o avanço das vacinas e o aumento da inflação nos Estados Unidos trouxeram a preocupação sobre o impacto para a política monetária americana e para a retirada dos estímulos, que devem ser o grande driver dos mercados daqui para frente.

Na avaliação dos gestores que participaram da International Week, o movimento de alta da inflação nos Estados Unidos é transitório. “As taxas de inflação devem alcançar o pico daqui alguns meses nos EUA, devemos passar os 3%, mas vemos um aumento potencial da produção que vai diminuir a pressão inflacionária”, disse Tony Crescenzi, vice-presidente e gestor de portfólio da Pimco, que tinha USD 2,16 trilhões sob gestão em março e é conhecida como uma das maiores gestoras do mundo na alocação de títulos de dívida (bonds), sendo responsável pela gestão do fundo Pimco Income, distribuído pela XP. Crescenzi participou do painel “Mercado de bonds: um mundo muito maior que a Selic”.

Nesse cenário, o executivo da Pimco espera que o banco central americano, Federal Reserve, pode começar a retirada do programa de estímulos de USD 230 bilhões em dezembro ou janeiro de 2022 até o fim do ano que vem, e começar a subir os juros a partir da segunda metade 2023. O Fed manteve a taxas de juros entre 0% e 0,25% em 16 de junho, além de continuar com as compras de ativos de US$ 80 bilhões por mês.

Já o gestor de ações da Wellington, John Boselli, espera que o Fed comece a reduzir a compra de títulos para dar mais liquidez aos mercados (tapering) no quarto quarto trimestre deste ano, seguido de aumento da taxa básica de juros americana em 2022 em 150 pontos-base, disse no painel “Programas de estímulo e o impacto para o mercado global de ações”.

Nesse contexto, alguns ativos que podem se beneficiar desse ciclo, com destaque para os mercados emergentes. “Vimos que as ações de mercados emergentes vão se beneficiar pela ligação com a alta nos preços de commodities e títulos high yield [com risco de crédito abaixo do grau de investimento] atrelados à inflação de médio prazo em diante. Já dentro dos EUA, vemos mais potencial de crescimento nas small caps focadas em commodities, real estate e infraestrutura”, disse Cristiano Castro, diretor da BlackRock.

Enquanto os Estados Unidos apresentam um forte crescimento econômico, na Europa essa retomada deve ser mais lenta, principalmente diante das divergências das economias regionais, afirmou Mike Swell, head de gestão de portfólio global para renda fixa da Goldman Sachs Asset Management, no painel “Mercado de bonds: um mundo muito maior que a Selic”.

Essas divergências também trazem oportunidades de investimento como no mercado de crédito corporativo, dívidas subordinadas, papéis de bancos como os “CoCo bonds (contingent convertible bonds) e na parte mais longa da curva de juros.

Quer saber como investir em bonds do Brasil? Conheça o fundo Goldman Sachs Emerging Market Corporate Bonds Advisory FIC FIM CP IE e Trend High Yield Americano FIM voltado para aproveitar as oportunidades nesse mercado.

Recuperação traz oportunidade em ações de setores cíclicos

A crise provocada pela pandemia do Covid-19 trouxe algumas oportunidades sobretudo nos setores cíclicos, cujas ações foram mais impactadas. “Em uma situação de recessão como vimos ano passado, investidores vendem ações cíclicas e isso aconteceu em 2020, 2008 e também nos anos 2000 e 1999”, disse Andrew Slimmon, head do time de Applied Equity Advisors da Morgan Stanley Asset Management, no painel “Programas de estímulo e impacto para o mercado global de ações“. O gestor vê oportunidades principalmente nos setores financeiro e de energia.

A gestora Wellington também está com posição overweight (acima da média do mercado) no setor de tecnologia cíclico , como semicondutores e softwares de gestão empresarial (enterprise software), setor financeiro e industrial , tendo uma posição maior em setores cíclicos. A Wellington está com posição underweight (abaixo da média do mercado) em setores de bens de consumo básico, de energia e saneamento e de saúde.

Geograficamente, a Wellington está com posição overweight na América do Norte, China e Europa.

Conheça mais oportunidades de investimento em mercados de ações globais com os fundos Wellington Ventura Advisory FIA IE, Morgan Stanley Global Opportunities Advisory FIC FIA IE e Trend Bolsas Globais FIM disponíveis na plataforma da XP.

Oportunidades em mercados de ações emergentes

Embora algumas economias emergentes tenham enfrentado mais dificuldade no combate à crise provocada pela Covid-19, alguns países como China, Taiwan e Coréia do Sul oferecem oportunidades interessantes de investimento, sobretudo na produção de microships e semicondutores com alta demanda com a indústria de carros elétricos, apontaram Fernando Assad, Multi-Asset and Equity Portfolio Manager da Ashmore, e Saul Henry, Co-head de Produtos Alternativos e Multiestratégia e head para EMEA da Wellington Management no painel “Oportunidades em ações de mercados emergentes e recuperação das economias pós-covid”.

A XP distribui alguns fundos focados em mercados emergentes como o Ashmore EM Equity Advisory FIC FIA IE , o Trend Bolsas Emergentes FIM e o Wellington Emerging Market Development Advisory FIA IE.

O chief market strategist para Ásia da J.P. Morgan Asset Management, Tai Hui, avalia que com o desempenho abaixo do esperado do mercado de ações da China em 2021 pode ser uma oportunidade para alocação nesse mercado, dado que ele não foi provocado por uma desaceleração da retomada da economia chinesa, disse no painel “Ações Chinesas: um celeiro de oportunidades”.

A Senior Investment Director on the Asian Equities da Aberdeen Standard Investments, Pruksa Iamthongthong, destacou no memso painel que o enriquecimento da população chinesa deve gerar oportunidades nos setores de consumo, tecnologia, saúde e serviços financeiros.

Conheça os fundos JP Morgan China Equity Advisory FIA IE, Aberdeen China Equity Advisory FIA IE e Trend Bolsa Chinesa FIM e saiba como aproveitar as oportunidades no mercado acionário chinês. Abra sua conta na XP Investimentos.

Brasil deve se beneficiar da recuperação de emergentes

Apesar dos desafios de curto prazo em relação à situação da pandemia, que atrasou a recuperação econômica, e das questões políticas e fiscais, o gestor da Goldman Sachs, Mike Swell, vê os ativos brasileiros como atrativos quando olha para os títulos de dívida emitidos por empresas brasileiras em dólar e também os papéis soberanos emitidos pelo governo brasileiro. “Vamos ver uma melhora nos mercados emergentes e isso vai acontecer também com o Brasil”, disse Swell.

Crescenzi, da Pimco, também vê as taxas de juros locais de mais curto prazo, até 2024, com prêmios atrativos.

Wiedman, da BlackRock, também está otimista com o país no longo prazo. “Estou mais otimista hoje do que já fui anteriormente,” destacando como vantagens do país a inovação e o sistema bancário resiliente.

Riscos ambientais e geopolíticos no radar dos gestores

Olhando para a construção de um portfólio de longo prazo, a questão da sustentabilidade deixou de ser um produto de nicho e passou a abranger as decisões de investimento, afirmou Hilde Jenssen, chefe da equipe de fundamental equities da Nordea Asset Management, no painel  “ESG e o futuro dos investimento”. “A questão da sustentabilidade está presente em todo nosso portfólio”, afirmou Robbie Parker, diretor de investimento da gestora Osmosis, que gere USD 3 bilhões.

Nesse sentido, o risco de mudança climática e seu impacto sobre as economias é o risco mais importante para se olhar em relação a investimentos sustentáveis e os gestores devem favorecer empresas que oferecem um risco menor, afirmaram os gestores. Saiba mais sobre os investimentos ligados à sustentabilidade e opções de fundos ligados a índices ESG neste link .

Em relação ao risco geopolítico, a relação entre Estados Unidos e China continuam dominando as atenções. Segundo Wiedman, da BlackRock,  a política externa do novo presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, deve ser mais clara que a do seu antecessor, buscando seus aliados na Ásia – como Japão, Austrália e Índia – e também Europa e Reino Unido para uma coalisão para negociar com a China.

Isso envolveria a revisão de regras em relação à competição no setor de tecnologia e também a revisão da relação comercial, já que a China ainda é considerada país em desenvolvimento pela Organização Mundial do Comércio (OMC), afirma Wiedman.

“Estamos menos preocupados em relação a uma escalada da guerra comercial, mas acho que a tensão entre China e Estados Unidos não deve ir embora tão cedo”, afirmou Tai Hui, da J.P. Morgan Asset.

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