Você já ouviu falar em fundos de renda fixa? Eles funcionam como uma carteira de investimentos segura com ativos de rendimentos previsíveis, como CDBs, títulos públicos e outros — a diferença é que é administrada por um gestor profissional.
Assim, quando você investe em um fundo de investimentos deste tipo, estará adquirindo cotas do fundo, e seu dinheiro passará a ser gerido pelo gestor. Por isso, você não precisa acompanhar o desempenho dos ativos o tempo todo.
Ficou interessado no assunto? Nesse artigo, abordamos tudo o que é importante para você começar a investir em fundos de renda fixa com segurança e assertividade. Vamos lá?
O que são fundos de renda fixa?
Fundos de renda fixa são uma carteira de investimentos formada por opções da renda fixa, como LCI / LCA, CDBs e títulos do Tesouro Direto. Os fundos são controlados por um gestor especializado, tendo como objetivo entregar um bom rendimento aos investidores, com um baixo risco.
Os fundos de renda fixa permitem que você invista em vários produtos de renda fixa a partir de um único investimento. Ele pode ser composto por títulos privados e públicos.
Na prática, a maioria dessa categoria de fundos possui, no mínimo, 80% de aplicações em renda fixa. Assim, existe a possibilidade de os outros 20% serem derivativos.
A presença dos derivativos é relativa a possíveis alavancagens, principalmente em momentos econômicos em que o rendimento da renda fixa está em baixa.
Apesar de poder ser composto por títulos cobertos pelo Fundo Garantidor de Créditos (FGC), os fundos de renda fixa não são cobertos por essa garantia.
Afinal, muito deles são compostos por títulos de crédito privado como debêntures e outros produtos da renda fixa que possuem mais risco.
Uma das vantagens dessa categoria de fundo é a capacidade de se adaptar ao mercado, além de ser um fundo gerido por instituições financeiras idôneas.
Dessa maneira, é possível alocar seu dinheiro em diferentes ativos, sem a necessidade de realizar aportes separados. Com isso, os riscos de possíveis perdas também são reduzidos.
O rendimento de um fundo de renda fixa está diretamente ligado ao desempenho dos ativos, além das taxas cobradas.
Como funcionam os fundos de renda fixa
Ao investir em fundos de renda fixa, você compra parte dele. Essa parte é conhecida como cota. O gestor então pode realizar aportes em diferentes ativos, conforme a política do fundo em questão. Ele, aliás, é o único que pode ajustar a composição desse fundo.
Quando investir em fundos de renda fixa, é importante que você acompanhe todos os relatórios e informativos divulgados acerca dos fundos. Só assim é possível identificar se o rendimento em questão está de acordo com seus objetivos financeiros.
Qual a diferença entre renda fixa e fundo de renda fixa?
A principal diferença entre renda fixa e fundo de renda fixa está na forma de investir. Enquanto a renda fixa é um tipo de investimento, o fundo de renda fixa é um veículo de investimento que reúne recursos de diversos investidores para aplicação em ativos de renda fixa.
Tipos de fundos de renda fixa
Os fundos de renda fixa possuem diferentes classificações baseadas em sua composição, prazo e objetivo, previstas pela CVM (Comissão de Valores Mobiliários).
Os principais tipos são:
Simples
Um fundo de renda fixa simples é focado em investidores pequenos e iniciantes. Isso se dá porque, normalmente, suas metas são de custos menores.
Por conta disso, 95% da sua formação é referente a títulos públicos e alternativas privadas de baixo risco.
Neste caso, não é permitido que o gestor do fundo realize aportes em investimentos do exterior. Com isso, ele proteger os investidores de uma possível volatilidade.
Curto prazo
Os fundos de curto prazo possuem títulos com prazos de vencimentos menores. Seu prazo é de 365 dias, sendo que o limite da carteira não pode ultrapassar 60 dias.
Apesar disso, seu risco também é baixo. Assim, o gestor só pode compor sua carteira ou com títulos privados – atrelados à Taxa Selic, ou prefixados. Existem também as demais opções do Tesouro Direto.
Longo prazo
Um fundo de longo prazo possui um vencimento acima de 365 dias, flexibilizando a atuação do gestor.
Em sua composição pode haver títulos privados e títulos públicos, pós e pré-fixados. Dessa maneira, o risco envolvido é um pouco maior. Existe também a vantagem de a rentabilidade ser maior que das outras categorias.
Referenciado DI
O fundo de renda fixa referenciado tem seu rendimento baseado em um índice de referência, como o IPCA. Assim, 95% dos aportes realizados pelo gestor são em títulos indexados ao índice em questão.
Apesar disso, é preciso possuir um mínimo de 80% de títulos de baixo risco na composição desse tipo de carteira.
Dívida externa
Este fundo possui, no mínimo, 80% de suas aplicações em títulos da dívida externa do Governo Federal. Com isso, o gestor não pode realizar aportes em títulos nacionais.
Crédito privado
Esse fundo oferece risco um pouco maior, já que ele costuma ser mais flexível. Pelo menos metade dessa carteira é composta por títulos privados, como debêntures, emissões bancárias e FIDCs. Podem ser divididos em três tipos de produto:
- Grau de Investimento (high grade) – investem em ativos de baixa classificação de risco de crédito, como letras financeiras, CDBs de grandes bancos e debêntures de liquidez elevada. Usualmente, os fundos apresentam prazo curto de cotização de resgate, variando de 0 a 15 dias.
- High Yield – possuem perfil de risco mais elevado, se comparado aos fundos grau de investimento, e consequentemente maiores objetivos de retorno. Em geral, os fundos possuem prazo de cotização de resgate de 15 a 30 dias, podendo chegar a 60 dias ou mais, a depender da liquidez dos ativos da carteira.
- Debêntures Incentivadas – investem em debêntures de infraestrutura, de acordo com a Lei 12.431. Dada a importância do financiamento dessas empresas com projetos de longo prazo, o investidor pessoa física que aplica nesses fundos possui isenção fiscal do imposto de renda.
Nota 1: há fundos da estratégia crédito privado que pertencem à classe multimercado, mas investem prioritariamente nos mesmos ativos que os fundos de renda fixa, com a diferença de que possuem liberdade para fazer operações com derivativos como forma de proteger o portfólio ou comprar ativos no exterior. Ex.: AZ Quest Altro FIC FIM CP
Nota 2: os ativos de crédito privado, por serem negociados em mercado de balcão, tendem a apresentar volume reduzido de negociação, o que dificulta seu processo de precificação. Com isso, nem sempre a volatilidade do papel reflete o risco de crédito associado.
No caso de inadimplência de uma empresa ou instituição, ocorre o chamado evento de crédito, e o ativo sofre uma desvalorização brusca, impactando a performance do fundo.
Além dos fundos de crédito, existem produtos focados no investimento em juros ou inflação.
- Juros: investem apenas em taxas de juros, a partir de LTNs ou contratos futuros de DI. Podem apresentar gestão ativa ou passiva.
- Inflação: investem apenas em inflação, por meio de NTN-Bs ou contratos futuros de juro real. Assim, como os fundos de juros, podem apresentar gestão ativa ou passiva.
Vantagens de investir no fundo de renda fixa
Ao investir em um fundo de renda fixa, você conta com diversas vantagens, que podem ajudar a alcançar objetivos financeiros.
É fundamental que você conheça as principais vantagens dos fundos de renda fixa:
- Gestão profissional: ao contar com a administração de um profissional especializado, você não precisa gerir a compra e venda de ativos da sua carteira;
- Praticidade: ao investir em fundos de renda fixa, não há a necessidade de acompanhar todos os dias os resultados do mercado financeiro;
- Diversificação: através desse tipo de fundo, é possível investir em diversas opções de aplicações ao mesmo tempo;
- Rentabilidade: a rentabilidade de um fundo de renda fixa costuma ser maior que a do CDI;
- Liquidez elevada da aplicação: se comparado ao investimento em emissões bancárias, cujo resgate é feito de 1 a 2 anos em geral;
- Facilidade operacional: na aplicação via fundo de investimento, dado que não é preciso resgatar a aplicação ao vencimento dos ativos do portfólio.
Um fundo de renda fixa pode ser agressivo?
Sim. Tudo vai depender da composição do fundo de renda fixa escolhido. Assim, é importante que você conheça quais ativos compõem cada um deles, a fim de alcançar mais rapidamente seus objetivos financeiros.
Quanto rende o fundo de renda fixa?
Antes de investir em qualquer tipo de ativo da renda fixa, é importante entender como funciona sua rentabilidade. É essencial realizar simulações com base na quantia que você possui e no tempo que seu dinheiro irá permanecer aplicado.
Aproveite e acesse o simulador de investimentos da XP. Aqui, você consegue ver de forma personalizada quais os investimentos mais adequados para o seu perfil e objetivo de vida.
Quem pode investir em fundos de renda fixa?
Um fundo de renda fixa pode ser uma ótima opção para investidores iniciantes. Principalmente porque, por meio deles, é possível ter uma boa rentabilidade com um baixo risco. O mesmo serve para perfis de investimento conservadores ou moderados.
Por ser um fundo gerido por profissionais, você só se preocupa com seu rendimento. Fundos de renda fixa também são ideais para investidores que possuem patrimônios reduzidos. Isso porque com esse fundo, é possível investir em diversos produtos de renda fixa, como derivativos e títulos públicos.
Eles também costumam oferecer baixo risco e um rendimento maior que o CDI, o que diminui a volatilidade no curto prazo.
Como investir em fundos de renda fixa com a XP Investimentos
Para começar, é importante abrir sua conta na XP Investimentos. Ela é 100% gratuita e digital. A partir disso, fica mais fácil conhecer seu perfil de investidor dentro do seu acesso na plataforma.
Também é necessário conhecer a política do fundo de renda fixa em questão. Acesse os documentos dos fundos, as lâminas de dados e seu regulamento.
Apesar de a rentabilidade histórica não garantir uma performance futura, você precisa analisar o histórico do fundo. Principalmente, analise seu comportamento em períodos de crise econômica e de estresse do mercado.
Para isso, você pode utilizar os rankings disponibilizados pela XP.
Quais os custos e taxas para investir em fundos de renda fixa?
Existem algumas taxas e custos para investir em fundos de renda fixa. Então, procure conhecer essas taxas antes de realizar qualquer aporte.
IOF
O IOF é o Imposto sobre Operações Financeiras. Sua incidência se dá sobre o investimento nos primeiros 30 dias de aplicação.
Então, caso você resgate seu patrimônio dentro desse período, sua rentabilidade será reduzida.

Imposto de Renda
Além do IOF, o Imposto de Renda (IR) regressivo também é cobrado sobre o rendimento dos seus investimentos de fundos de renda fixa.
Quanto mais tempo você deixar seu dinheiro aplicado, menor será a porcentagem de IR cobrado. A alíquota do imposto varia conforme uma tabela regressiva, que depende da classificação tributária do fundo, seja curto prazo ou longo prazo.
Esse valor incide automaticamente sobre o lucro do investimento, seja no momento do resgate da aplicação, ou nos meses de maio e novembro, em que a cobrança do imposto é antecipada pela Receita Federal por meio do come-cotas.
Confira abaixo como funciona a regressão da alíquota desse imposto:

Tabela regressiva do Imposto de Renda – Fonte: Receita Federal
Taxa de administração
A taxa de administração está presente em todos os tipos de fundo. Ela é cobrada anualmente, e é destinada ao pagamento da estrutura, do gestor e da instituição emissora desse investimento.
Esse percentual pode variar de acordo com o fundo.
Taxa de performance
A taxa de performance incide sobre a rentabilidade de um determinado fundo, quando ele rende acima do esperado. Quando isso acontece, dizemos que ele superou o benchmark.
No entanto, não são todos os fundos que cobram esse tributo.
Conclusão
Um fundo de renda fixa é uma carteira que possui, em média, 80% de títulos públicos. Além disso, seu rendimento é sempre comparado com o CDI.
Ele é controlado por um profissional que possui o know-how necessário para gerir seu investimento da melhor forma possível. Esse gestor controla a venda e compra de ativos da sua carteira, buscando obter a melhor rentabilidade para seus investidores.
Para investir em um fundo, você precisa adquirir partes deles, as chamadas cotas. Ele conta com a incidência do IOF, Imposto de Renda, taxa de administração e, em alguns casos, taxa de performance.
Essa é uma opção bastante indicada para investidores iniciantes ou conservadores, já que é considerado de baixo risco.
Existem alguns modelos de fundo de renda fixa:
- Simples
- Curto prazo
- Longo prazo
- Referenciado
- Dívida externa
- Crédito privado
É fundamental conhecer profundamente todos esses fundos de renda fixa antes de investir.
Não esqueça de analisar o histórico de rentabilidade do fundo em questão, além das tributações adotadas.
Caso você queira saber mais sobre as opções da renda fixa, continue aprendendo com os conteúdos da XP.

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