A divulgação dos resultados do 2° trimestre de 2021 (2T21) das empresas listadas na Bolsa começou na semana do dia 19 de julho e, até agora, 83% das empresas do Ibovespa já reportaram seus resultados.
Vemos os resultados do segundo trimestre como sólidos até agora, com 69% das empresas reportando Lucros Operacionais (EBITDA) em linha ou acima do que esperávamos. 54% das empresas que divulgaram balanços superaram nossas expectativas , 15% foram em linha e 31% vieram abaixo. Já em relação ao consenso, 57% dos resultados vieram acima dos números projetados pelo mercado, 9% em linha, enquanto 35% foram abaixo das estimativas.
O segundo trimestre deste ano foi marcado pela redução dos riscos fiscais, melhora dos dados de Covid-19 com queda da taxa de ocupação dos hospitais e do número de óbitos, a vacinação em andamento e dados econômicos melhores do que o esperado.
Após dados econômicos mais negativos em março, fortemente afetados pelo agravamento da pandemia e consequente adoção de restrições mais rígidas de mobilidade, observamos uma recuperação firme dos principais indicadores de atividade. A reabertura econômica, em meio a avanços significativos na campanha de vacinação contra a Covid-19, explicou, em grande parte, a recuperação melhor do que o originalmente esperado nos últimos meses.
Com a melhora nas perspectivas econômicas e redução de riscos ao longo do segundo trimestre, os lucros continuam a mostrar crescimento. E é importante lembrar que os lucros gerados pelas empresas são os fatores que impulsionam a Bolsa no médio e longo prazo.
Quando consideramos o Lucro Operacional (EBITDA) das empresas sob a cobertura XP, 54% dos resultados superaram as nossas expectativas, 15% foram em linha e 31% vieram abaixo do esperado. Já em relação à receita, 46% dos resultados foram acima do esperado pelos nossos analistas, 35% foram em linha e 19% vieram abaixo do esperado.
Até agora, para as empresas que cobrimos do Ibovespa, o EBITDA e a receita superaram as nossas estimativas, na média, em +0,4% e +3,6%, respectivamente.
Revisão de Lucros segue forte após temporada do segundo trimestre
Um sinal claro de que a temporada de resultados está sendo sólida é que os lucros do Ibovespa seguem sendo revisados para cima. Desde o início da temporada de resultados, as estimativas do consenso para o Lucro Por Ação (LPA) do Ibovespa para os próximos 12 meses, para 2021 e para 2022, já subiram entre +10 a +11%.
Desde o início do ano, as estimativas de LPA já subiram em +52% para os próximos 12 meses, de 8,993 pontos em Dezembro para 13,694 pontos atualmente.
Veja abaixo a comparação entre as expectativas e os números reportados para cada uma das empresas que já divulgaram seus resultados e fazem parte da nossa cobertura.
Destaques dos Resultados Divulgados
Allied (ALLD3): A Allied divulgou um 2T21 muito forte e bastante acima das expectativas. A empresa atingiu uma receita líquida de R$1,5 bilhão (+84% A/A e ~60% acima de nossas estimativas), impulsionada pelo crescimento surpreendente nas linhas de distribuição e varejo digital – mesmo diante da forte base comparativa com o 2T20 – que mais do que compensaram a piora no varejo físico. O forte crescimento também veio acompanhado de melhores margens, mesmo com o menor resultado do varejo físico, o qual possui margens maiores, reflexo da maior eficiência nas despesas operacionais. Com isso, o lucro líquido recorrente de R$74,3 milhões veio 2x acima da nossa estimativa de R$36,7M.
Assaí (ASAI3): O Assaí reportou resultados sólidos, levemente acima das nossas expectativas e do consenso. A receita líquida cresceu 22% A/A, impulsionada pelo crescimento de vendas mesmas lojas em +9% A/A e 19 novas lojas nos últimos 12 meses. Ambas as margens bruta e EBITDA expandiram A/A (+0,6p.p. e +0,3p.p., respectivamente) levando a um crescimento do lucro líquido de 40% A/A, excluindo um efeito não recorrente (reconhecimento de um crédito fiscal de R$62 milhões).
B3 (B3SA3): A B3 publicou o resultado do 2T21 acima das expectativas, com lucro recorrente de R$1,23 bi (vs. R$1,15 bi do consensus Eikon) expandindo 21,6% A/A e diminuindo 7,9% na comparação trimestral, e EBITDA de R$1,85 bi (vs. R$1,65 bi do consensus) expandindo 30,6% A/A e diminuindo 4,8% T/T. A empresa continua a se beneficiar de: i) ADTV elevado, expandindo 17,1% A/A; ii) atividade recorde de ECM, totalizando 13 IPOs e 10 follow-ups no trimestre; e iii) aumento de receitas em todos os segmentos. Esperamos uma reação positiva no pregão de hoje e reiteramos nossa recomendação Neutra para as ações B3SA3 e preço-alvo de R$21,7/ação , uma vez que acreditamos que o preço da empresa está refletindo a maioria das melhorias operacionais e crescimento que virão.
Blau (BLAU3): A Blau reportou um forte resultado no 2T21 com receita superior à esperada e margens também melhores. O forte desempenho de especialidades, oncológicos e outros medicamentos, compensou o resultado abaixo do esperado dos produtos biológicos levando a um crescimento de receita de 15% em comparação ao 2T20 e 4% acima de nossas estimativas. A alavancagem operacional com vendas maiores levou a uma melhora importante da margem EBITDA que atingiu 40,5%, com isso o EBITDA atingiu R$150M, 7% acima das nossas estimativas e 32% acima de 2020. O lucro líquido atingiu R$99,5M, 8% acima de nossas estimativas e 35% acima do 2T20, devido ao forte desempenho operacional. O Capex em 2021 de R$93M é 2x maior do que em 2020, já que a empresa investe em capacidade adicional e inovação para garantir o crescimento futuro. Os resultados reforçam a nossa visão construtiva sobre a Blau que tem uma perspectiva de crescimento muito forte, fruto do desenvolvimento de novos medicamentos aliado a uma maior capacidade de produção.
BR Partners (BRBI11): A BR Partners apresentou bons resultados, com lucro de R$ 35 milhões (vs. R$ 31 milhões no 1T21 e R$ 24 milhões no 2T20), o que implica um bom Retorno Sobre Patrimônio Líquido (ROE) de 19% no trimestre (recursos do IPO já incorporados). O resultado foi impulsionado principalmente por: i) Sales & Trading, que saltou 81% anualmente e 159% trimestralmente para R$ 10,4 milhões, impulsionado pela maior demanda e capacidade do banco de aumentar limites devido aos recursos; ii) Mercado de Capitais, que continuou a apresentar bons resultados, expandindo 76% anualmente para R$ 18 milhões; e iii) Menor Alíquota de Imposto, uma vez que a empresa beneficiou de um crédito tributário extraordinário. Por outro lado, as despesas de pessoal foram piores do que o esperado, crescendo 135% anualmente e 43% trimestralmente para R$ 22 milhões, implicando em um índice de remuneração de 25% (vs. 22% esperado para 2021, embora acreditemos que seja sazonal).
Cielo (CIEL3): A Cielo apresentou resultados fortes no 2T21, com lucro recorrente de R$ 180,4 milhões acima da estimativa do consenso de R$ 165,3 milhões da VisibleAlpha, apresentando uma expansão de 33% na comparação trimestral. Os principais destaques foram: i) volumes, impulsionado pela retomada da atividade econômica; e ii) queda de gastos, com a companhia seguindo com a agenda de ganho de eficiência operacional.
Copel (CPLE6): Em 11 de agosto, a Copel reportou um EBITDA Ajustado de R$ 1.432,5 milhões no 2T21, 18% acima da nossa estimativa de R$ 1.217,6 milhões e 15% acima do consenso da Bloomberg de R$ 1.248,0 milhões. O Lucro Líquido foi de R$ 1.004,5 milhões, superando nossa estimativa de R$ 603,2 milhões, e do consenso da Bloomberg de R$ 862,0 milhões. O resultado reflete a combinação de (i) um crescimento de 10,0% na receita de “fornecimento de energia elétrica” em razão, sobretudo, do maior volume de energia vendida para consumidores livres da Copel Mercado Livre, parcialmente compensado por (ii) um aumento no custo da “energia elétrica comprada para revenda” devido ao menor GSF em junho (0,70 ante 0,77 em junho de 2020) e ao maior PLD médio no trimestre (R$ 233,36 / MWh ante R$ 75,47 / MWh no 2T20); e, (iii) crescimento de 126,2% na linha “encargos de uso da rede elétrica”. Vemos o resultado da Copel no 2T21 como positivo, visto que o EBITDA Ajustado do período veio acima das nossas expectativas. Por fim, aproveitamos para elogiar o esforço contínuo em direção a operações mais eficientes. Mantemos nossa recomendação de compra, com preços-alvo de R$ 7,5 / ação para CPLE6 e R$ 37,5/unit para CPLE11.
d1000 (DMVF3): A d1000 reportou sólidos resultados no 2T21, com um forte crescimento de receita bruta (+27% A/A), beneficiadas pela volta parcial das lojas de shopping e pelo impacto positivo do reajuste de medicamentos. O EBITDA veio 42% acima do esperado, explicado por uma diluição de despesas com vendas mais forte do que esperado e receitas referentes à reversão de provisões de aluguel. Finalmente, destacamos que a companhia gerou caixa no trimestre, após três trimestre consecutivos de queima de caixa.
Equatorial Energia (EQTL3): Equatorial Energia reportou seus resultados do 2T21. O lucro líquido veio em R$509.7milhões, em linha (-0.6%) com nossos R$512.9 mn e com o consenso de R$541.3 (-5.8%). O EBITDA Ajustado foi de R$1,148.0 milhões, acima da nossa estimativa de R$914.8 milhões, mas em linha com o consenso de R$1,091.0 (+5.2%). Os destaques operacionais incluem: o volume que atingiu 5.921 GWh, com um crescimento consolidado de 10.7% na comparação com o mesmo trimestre do ano passado. Evidenciamos também as concessões do Piauí e Pará, que reportaram um crescimento de 14.7% e 13.2%, respectivamente, na comparação com o 2T20. Nós temos uma visão positive sobre o resultado da Equatorial, dado que o EBITDA veio acima de nossas expectativas. Mantemos nossa recomendação Neutra em Equatorial, com um preço alvo de R$24/ação. Clique aqui para acessar o relatório completo.
Even (EVEN3): A Even apresentou resultados sólidos no 2T21, ligeiramente acima de nossa projeção. A receita ficou próxima das nossas estimativas (+4% vs. XPe), mas uma margem bruta mais forte do que o esperado de 28,4% (+1,4 pp vs. XPe) levou o lucro líquido para R$54 milhões (+13% vs. XPe). No balanço patrimonial, a Even registrou geração de caixa marginal de R$11 milhões, o que levou o dívida líquida/PL para -34,5%. Embora possamos observar uma reação positiva do mercado, mantemos nossa visão conservadora sobre a ação e neutra (preço-alvo de R$13,0/ação).
Hypera (HYPE3): A companhia apresentou mais um sólido trimestre especialmente em relação ao crescimento orgânico e melhora de margens. O EBITDA ajustado foi 50% superior A/A e 5% acima de nossas estimativas com uma melhora de margem de 1,4p.p. vs o 2T20, como resultado da diluição de despesas comerciais, gerais e administrativas devido à integração do portfólio da Takeda. A receita líquida atingiu R$1,5B, apenas 3% abaixo das nossas estimativas, e o lucro líquido ficou em R$479M, 20% maior A/A e 29% acima de nossas estimativas.
Irani (RANI3): A Irani reportou resultado operacional mais forte do que o esperado no 2T21, com EBITDA de R$119 milhões, 13% acima do nosso (alta de 19% na comparação trimestral). O principal motivo para o resultado acima do esperado foi o preço realizado mais forte compensando a alta no preço das aparas. Outro destaque foi o volume de papelão ondulado de 41 mil toneladas (+22% A/A), acima dos números da Empapel (+17% A/A).
JBS (JBSS3): A JBS reportou Lucro Líquido recorde no 2T21 de R$ 4,4 bilhões (+29,7% A/A), EBITDA aj. recorde de R$ 11,7 bilhões (+10,3% A/A) e distribuição de dividendos de R$ 2,5 bilhões (rendimento de 3%). Enquanto as receitas aumentaram em todas as operações, no comparativo trimestral houve melhora no EBITDA da JBS USA Beef (o que já era esperado), na Pilgrim’s Pride (resultado reportado ao final de julho e já absorvido pelo mercado) e JBS Brasil (que foi uma surpresa positiva). A busca da JBS por diversificação geográfica e de portfólio é algo que enxergamos como positiva, aproveitando o momento positivo nas operações dos EUA para expandir em novas frentes, enquanto mantém uma alavancagem historicamente baixa (1,73x USD).
JHSF (JHSF3): A JHSF (JHSF3) apresentou resultados positivos, superando nossas estimativas. O desempenho foi principalmente atribuído ao maior reconhecimento de receita do segmento residencial, impulsionado pelo forte desempenho de vendas do Complexo Boa Vista e da venda de um terreno no Catarina Town. Além disso, o segmento de shopping centers apresentou um desempenho operacional robusto, com vendas dos lojistas ultrapassando os números de 2019.
Gerdau (GGBR4): A Gerdau reportou um EBITDA Ajustado recorde para um trimestre da companhia, de R$5,9 bilhões, +37% acima do primeiro trimestre e 5% acima das estimativas do consenso. Os principais destaques foram os preços mais fortes em todas as unidades de negócios, resultando em margens saudáveis em praticamente todas as linhas. O Fluxo de Caixa Livre foi de R$1,2 bilhão com o forte resultado operacional sendo parcialmente compensado pela recomposição do capital de giro (-R$3,0 bilhões). A Dívida Líquida atingiu R$10,2 bilhões (de R$10,8 bilhões no 1T), enquanto a alavancagem, medida pela razão Dívida Líquida/EBITDA, caiu para 0,65x, contra 0,98x no 1T21. Adicionalmente, a empresa anunciou dividendos de R$0,54/ação (yield de 1,7%, data ex em 17 de agosto).
Locaweb (LWSA3): Locaweb reportou resultados sólidos no segundo trimestre, ligeiramente acima de nossas estimativas. O forte desempenho da receita líquida (+ 57,1% A/A) foi impulsionado principalmente pelo crescimento de + 159,3% A/A no segmento de Commerce. Destacamos a aceleração no ritmo de adição de novas lojas no 2T21 mesmo com a reabertura da economia, contribuindo para o aumento da participação do segmento na receita total (de 27,9% no 2T20 para 46,0% no 2T21).Esperamos uma reação positiva do mercado refletindo os resultados sólidos no 1T21, bem como o resultado positivo das recentes integrações de empresas adquiridas. Conforme mencionado em nosso relatório recente, continuamos otimistas com as perspectivas futuras, visto que vemos espaço para uma maior consolidação do mercado, dada a sólida posição de caixa após seu recente aumento de capital, enquanto acreditamos que a Locaweb possui um ecossistema digital completo para capturar e reter pequenas e médias empresas no canal digital.
Marfrig (MRFG3): No 2T21, a Marfrig entregou seu 2º maior EBITDA ajustado de todos os tempos, de R$ 3,9bi – apenas 3,6% abaixo dos níveis do 2T20, um trimestre que já tinha sido recorde. O resultado positivo deve-se à situação favorável nos Estados Unidos, responsável por 96% do EBITDA da empresa neste trimestre. Por outro lado, a América do Sul segue em um cenário desafiador. Com um lucro líquido recorde de R$ 1,7bi, a empresa planeja distribuir R$ 958mi em dividendos, ou cerca de 7% de seu valor de mercado, um fato que enxergamos com bons olhos. Adicionalmente, os níveis de endividamento da empresa atingiram os patamares mais baixos de sua história: 1,45x dívida líquida / EBITDA em reais ou 1,55x em dólares. Tal situação dá margem para investidores se questionaram quais são os próximos passos em termos de alocação de capital para a empresa.
Movida (MOVI3): Movida reportou resultados fortes e acima do consenso no 2T21, com lucro líquido de R$174 milhões (+59% T/T), significativamente acima das nossas expectativas e do mercado. Os principais pontos positivos foram: (i) forte desempenho do aluguel de frotas (receita líquida e margem EBITDA +19% e +5p.p. T/T, respectivamente); e (ii) dinâmica positiva das vendas de carros usados, refletindo a elevação dos preços dos carros usados (preço médio dos carros vendidos + 33% A/A); +5% T/T). Do lado negativo, notamos (i) queda da margem EBITDA do RAC (-5p.p. T/T), impactada pelas restrições relacionadas à pandemia, bem como pelo ambiente restritivo de fornecimento de automóveis.
Pague Menos (PGMN3): A Pague Menos reportou fortes resultados, acima das nossas expectativas nos principais indicadores. Destacamos o sólido desempenho de vendas mesmas lojas (SSS) de +19,7% A/A (vs. +19,1% XPie), beneficiadas pela base de comparação mais fraca e pelo reajuste de preços dos medicamentos. Por fim, a companhia continuou a apresentar melhora de rentabilidade, com a margem bruta em 31% (+1,6p.p. A/A) e margem EBITDA de 9,4% (+1,2p.p. A/A) decorrente de melhorias operacionais e impactos positivos do reajuste no estoque. Dessa forma, a margem líquida atingiu um nível recorde, em 3,5%.
Porto Seguro (PSSA3): A Porto Seguro reportou resultados sólidos, com lucro líquido de R$ 657 milhões (vs. R$ 369 milhões do consenso VisibleAlpha), implicando um ROE de 31,9%. Os principais destaques do trimestre foram: i) crescimento de receitas em todas as verticais; ii) redução da sinistralidade no segmento Auto, beneficiado pelas medidas de restrição e isolamento social; e iii) queda do índice combinado, devido às menores despesas.
Positivo (POSI3): A Positivo reportou resultados sólidos, acima de nossas estimativas. A companhia continua tendo forte demanda em todas as suas unidades de negócios. O forte desempenho da receita líquida (+ 88,5% A/A) foi impulsionado (i) pelo crescimento das vendas de notebooks e produtos de tecnologia nos segmentos de varejo e corporativo (ii) maior mix de produtos e (iii) aumento do ticket médio. O lucro bruto foi de R$ 204 milhões (+ 241% A/A), + 32,2% acima das nossas estimativas e a margem bruta foi de 25,9% (vs. 14,3% no 2T20). O EBITDA ajustado foi de R $ 102 milhões, (vs. R$ 8 milhões no 2T20 e + 71% acima das nossas estimativas), com margem de 13,0% (vs. 1,7% no 2T20 e 8,6% XPe), principalmente devido à alavancagem operacional. Por fim, o lucro líquido reportado foi de R$ 52 milhões no 2T21 (aumento de 75% A/A e prejuízo líquido de R$ 9 milhões no 2T20. Após um 1S21 marcado por números históricos e crescimentos nos principais indicadores operacionais e financeiros da companhia, a empresa reforçou sua confiança na continuidade dessa tendência para o 2S21 já que historicamente cerca de 55% da receita anual está concentrada no segundo semestre. Esperamos uma reação positiva do mercado, já que a empresa reportou um crescimento sólido e acima das nossas estimativas nas vendas e na lucratividade.
Raia Drogasil (RADL3): RD reportou sólidos resultados, com EBITDA 5% acima das nossas estimativas e forte lucro líquido (R$266mi vs. XPie em R$209mi), beneficiado por créditos fiscais não recorrentes de R$58mi. A forte performance de vendas mesmas lojas de +26% A/A (vs. XPie em +20%), beneficiadas pela fraca base de comparação e pelo reajuste de preços de medicamentos, ganhos de participação de mercado em todas as regiões e as margens de rentabilidade sólidas foram os principais destaques.
Rede D’Or São Luiz (RDOR3): Rede D’Or apresentou resultados muito fortes, superando nossas estimativas, impulsionados por um crescimento robusto da receita (+11% T/T, +8% vs XPe) devido a uma combinação de um desempenho positivo de: i) leitos operacionais, ii) taxa de ocupação e iii) ticket médio. Além disso, a empresa apresentou uma melhora importante na Margem EBITDA Ajustada (+1,8p.p em relação ao 1T21, 5,2p.p. acima de nossas estimativas) devido à maior eficiência e alavancagem operacional. O forte conjunto de indicadores operacionais combinado com a agenda de M&A muito ativa (830 leitos adquiridos no acumulado do ano, ou 1,6k desde outubro de 2020) reforça nossa visão positiva sobre a Rede D’Or.
Santos Brasil (STBP3): a Santos Brasil apresentou resultados fortes, com uma combinação de: (i) fortes resultados operacionais (EBITDA de R$148 milhões aumentou 48% T/T); e (ii) revisão para cima do guidance financeiro (EBITDA para 2021 agora é esperado pela empresa na faixa de R$530-580 milhões, +31% vs. indicação anterior da empresa e +13% vs. consenso). Operacionalmente, o forte desempenho foi impulsionado principalmente por um sólido desempenho de receita do Tecon Santos (+68% A/A | +21% T/T), com: (i) fortes volumes de movimentação de contêineres (+31% A/A); (ii) melhor mix de carga (importação de contêineres cheios +74% A/A); e (iii) melhor ambiente de precificação (impulsionado pela renegociação contratual com clientes armadores).
São Martinho (SMTO3): Diante de uma das piores secas dos últimos anos, além do trimestre mais curto devido ao início tardio da colheita, a São Martinho divulgou um trimestre robusto com EBITDA crescendo 40,1% A/A e EBIT +99,4% A/A, sanando qualquer dúvida sobre o momento positivo para o setor de açúcar e etanol. A alta dos preços do açúcar e do etanol deve sustentar a briga pelo ATR no mercado, o que mais do que compensa os efeitos negativos na produtividade devido a uma das piores estiagens em muito tempo, somando ainda plantações queimadas pela geada que afetaram inúmeras empresas do setor, felizmente a São Martinho não foi uma delas.
Unidas (LCAM3): Unidas voltou a apresentar resultados fortes com um lucro de R$241 milhões ligeiramente acima das nossas estimativas e consenso (+3% e +4%, respectivamente, e +4% T/T). Os principais pontos positivos foram: (i) segmento de GTF (gestão e terceirização de frota), com receita líquida +40% A/A e + 10% T/T, (a) ainda mostrando um alinhamento positivo de crescimento de volumes [+22% A/A; + 7% T/T] e tarifas médias [+15% A/A; +3% T/T]), e (b) expressiva atividade comercial, com novos contratos somando ~15,6 mil veículos ao longo do 2T21 (+ 36% T/T); e (ii) sólida dinâmica de vendas de carros usados garantindo forte expansão de lucro, com margens recordes do Seminovos refletindo preços mais altos dos carros vendidos (preço médio dos carros vendidos + 53% A/A; + 7% T/T).
Aeris (AERI3): A Aeris reportou resultados do 2T21 mais fracos que o esperado, com o EBITDA de R$49 milhões 20% abaixo de nossas estimativas. Neste relatório: (i) analisamos os resultados do 2T21; (ii) introduzimos preço-alvo para 2022 de R$10/ação (reduzido de um preço-alvo para 2021 de R$15/ação); e (iii) atualizamos o nosso nosso modelo, com (a) receitas de longo prazo estáveis e (b) menores expectativas para EBITDA e lucro líquido, em contrapartida à uma pior curva de rentabilidade (principal fator de redução do preço-alvo). Nesse contexto, estamos mudando nossa recomendação para a Aeris de Compra para Neutro, devido à (i) recuperação mais lenta de seus níveis de retorno (ROIC de ~11-20% em 2021-23, contra ~21% em 2020), e (ii) menores expectativas para os lucros dos próximos anos. Mesmo com um sólido crescimento esperado de lucro de 42% ao ano nos próximos anos, vemos um espaço limitado para alta das ações (2022 P/L de 32x bem acima da média de ~26x de empresas expostas à energia eólica).
AES Brasil (AESB3): AES Brasil reportou um EBITDA ajustado de R$ 246,3 milhões no 2T21, abaixo de nossa estimativa de R$ 286,4 milhões (-10%), mas acima do consenso de mercado de R$ 220,6 milhões. Os resultados refletiram principalmente uma menor margem de contribuição (receitas menos custos de aquisição e transmissão de energia) de R$ 353,2 milhões em relação aos nossos R$ 401,2 milhões. Isso por sua vez reflete o impacto de elevados preços de energia no mercado de curto prazo e rebaixamento da garantia física da companhia dentro do Mecanismo de Realocação de Energia (MRE) devido ao cenário pressionado de condições de chuvas e reservatórios no período.
Aura (AURA33): A Aura reportou um EBITDA ajustado de US$40 milhões no segundo trimestre, 15 abaixo do nosso e 13% abaixo do consenso (+23% T/T, +112% A/A). A produção menor por conta da concentração mais baixa de ouro em algumas minas, devido ao plano de expansão da companhia, mais do que compensou o preço mais alto do cobre e resultou em margens mais baixas no período. Entretanto, mantemos nossa visão positiva em relação aos projetos de expansão da Aura e acreditamos que pode destravar valor na medida em que atualize sua base de recursos e reservas. Adicionalmente, estimamos um retorno com fluxo de caixa de 14% em 2021E e Dívida Líquida/EBITDA de -0,5x 2021E.
BB Seguridade (BBSE3): O BB Seg publicou resultados fracos com lucro de R$753 milhões (vs. R$944 milhões de consenso, com 6 estimativas, R$977 milhões no 1T21 e R$982 milhões no 2T20). O resultado foi impactado principalmente por: i) a operação de seguros, que ficou 50% abaixo numa comparação trimestral e 55% abaixo versus o mesmo período do ano anterior atingindo R$235 milhões, impulsionada por maiores sinistros de seguro de vida impactados pela pandemia Covid-19; e ii) pelo segmento de previdência, que apresentou resultado 80% inferior ao trimestre anterior e 82% a/a chegando a R$39 milhões, justificado pela diferença entre os índices de ativos e passivos que impactou o resultado financeiro do trimestre.
Bradesco (BBDC4): O Bradesco apresentou resultados abaixo das nossas expectativas, apesar da menor qualidade do resultado devido ao menor provisionamento, com um lucro de R$6,3 bi, o que representa um ROE de 17%. O resultado foi impactado principalmente por um baixo desempenho do segmento de seguro e despesas administrativas e operacionais acima do esperado que mais do que compensaram o menor provisionamento (índice de cobertura diminuiu 500bps para 325%) e a linha de outros resultados operacionais melhor. Em nossa opinião, a qualidade geral do resultado piorou à medida que os níveis de provisionamento caíram, apesar da possibilidade de um aumento nos níveis de inadimplência no futuro. Por fim, esperamos que as ações do banco tenham um desempenho baixo amanhã e reiteramos nossa classificação neutra e preço-alvo de R$26 por ação para o banco com sede em Osasco, pois acreditamos que o banco está menos exposto à disrupção do setor bancário devido ao seu negócio de seguros.
C&A Modas (CEAB3): A C&A registrou resultados fracos, com EBITDA mais fraco (R$ 1 milhão vs. XPe em R$ 11 milhões) e lucro líquido mais forte (R$ 69,2 milhões vs. XPe em -R$ 33 milhões) que o esperado por nós, principalmente devido a um efeito positivo e pontual de reconhecimento de créditos tributários no montante de R$ 126 milhões. Nós já esperávamos resultados pressionados frente às restrições da Covid-19 no trimestre e aos preços de matéria-prima elevados, mas acreditamos que o mais importante seja direcionar nossas atenções para as perspectivas da segunda metade do ano, que esperamos que seja melhor com a vacinação mais ampla e melhora da confiança do consumidor.
Cesp (CESP6): A empresa reportou um prejuízo líquido de R$ (18,1) milhões, comparado a nossa estimativa de lucro líquido de R$ 21,1 milhões e consenso da Bloomberg de R$ 12,4 milhões. O EBITDA ajustado foi de R$ 221,7 milhões, -11,7% abaixo de nossa estimativa de R$ 251,0 milhões e -17,5% abaixo do consenso de R$ 268,7 milhões. O desempenho reflete principalmente as condições hídricas deterioradas ao longo do trimestre e o GSF mais baixo associado portanto a custos mais altos de aquisição de energia.
Copasa (CSMG3): O EBITDA ajustado de R$ 494,0 milhões veio 11,6% abaixo da nossa estimativa de R$ 503,5 milhões e do 10,5% abaixo do consenso de R$ 552,0 milhões. Tal performance reflete uma combinação de (i) uma tarifa média mais baixa em relação às nossas expectativas (-1,3% para água e -3,6% para o esgoto) devido uma maior participação do segmento residencial social no mix de clientes, parcialmente compensado por (ii) um volume faturado maior do que o esperado (2,4% para água e 3,2% para o esgoto) e (iii) custos gerenciáveis (pessoal, material e serviços) 9,1% acima das nossas expectativas.
CTEEP (TRPL4): A CTEEP anunciou seu resultado do 2T21 com EBITDA ajustado de R$ 641,8mi, em linha com nossa estimativa de R$ 667,5mi (-3,9%) e com o consenso da Bloomberg de R$ 668,0mi. No entanto, o lucro líquido foi de R$ 248,1mi, bem abaixo da nossa estimativa de R$ 484,7mi. A diferença com relação a nossa estimativa pode ser explicada por: (i) uma despesa financeira maior do que a esperada e, (ii) uma equivalência patrimonial menor do que a esperada.
Estapar (ALPK3): Estapar divulgou resultados fracos no 2T21 conforme o esperado, devido ao endurecimento das restrições de mobilidade social ao longo de abril e maio. Diante desse cenário, a receita líquida atingiu R$175,6 milhões (+104,6% vs 2T20; -34,8% vs 2T19), enquanto a margem bruta caixa de 36% veio levemente abaixo do 1T21 (36,5%). No entanto, a companhia deu indícios de que o pior ficou para trás após os dados de julho evidenciarem uma melhora relevante em todas as linhas de negócios por conta do afrouxamento das restrições. Apesar de acreditarmos em uma melhora sequencial dos resultados, mantemos nossa recomendação Neutra (preço-alvo R$9,7/ação) devido às incertezas em relação ao elevado patamar de endividamento da companhia.
Grendene (GRND3): A Grendene divulgou resultados fracos e abaixo de nossas expectativas, mostrando redução do volume de pares vendidos e nas margens de rentabilidade (piores margens bruta e EBITDA dos últimos 10 anos), devido à queda no consumo gerada por conta da pandemia e do aumento de custo das matérias-primas que impactaram diretamente o desempenho da companhia no trimestre. Apesar do resultado, o mês de junho trouxe um faturamento expressivo (+81,5% vs maio) como resultado da reabertura do comércio, o que traz uma expectativa positiva para os próximos trimestres.
GNDI (GNDI3): O GNDI postou resultados ruins com pressão de sinistralidade mais alta (+18p.p. A/A e + 4p.p. acima vs XPe) levando a uma queda de 75% A/A no EBITDA (-33% abaixo vs XPe), que compensou o crescimento robusto da receita devido a um aumento sólido no número de beneficiários de planos de saúde. O número de beneficiários de planos de saúde atingiu 4,3M, +18% A/A (+2% orgânico) e 0,6% acima vs XPe. Beneficiários de planos odontológicos atingiram 2,9M, aumento de 13% A/A. A receita líquida totalizou R$3,2B, aumento de 23% A/A e apenas 0,7% abaixo vs XPe. A sinistralidade caixa atingiu 82,7%, um aumento de 18p.p. em relação ao ano anterior e 4p.p. acima vs XPe. Este impacto foi parcialmente compensado por menores despesas de vendas e administrativas, consequentemente, o EBITDA Ajustado atingiu R$132M no trimestre, queda de 75% A/A e em linha com nossas estimativas, com Margem EBITDA de 4% – queda de 16p.p. A/A. No entanto, vemos esse impacto como transitório e não estrutural e estamos otimistas com as perspectivas de sinergias com a fusão com a Hapvida. Dessa forma, reiteramos nossa recomendação de Compra e preço-alvo de R$110/ação.
Grupo Pão de Açúcar (PCAR3): O GPA (GPA Brasil e Grupo Exito) reportou resultados referentes ao 2T21, fortemente impactados por maiores restrições relacionados a Covid e uma forte base de comparação. Apesar do GPA Brasil ter apresentado uma rentabilidade acima da nossa estimativa, isso foi mais que compensado por uma pior rentabilidade no Grupo Éxito, levando a um EBITDA consolidado 4% abaixo do nosso.
Hapvida (HAPV3): A Hapvida apresentou um desempenho positivo em termos de beneficiários e ticket médio que levou a um crescimento de receita de 3% no trimestre, mas a sinistralidade mais alta, principalmente devido à Covid, resultou em um queda de 33% no EBITDA no trimestre. O número de beneficiários de planos de saúde atingiu 4,1 milhões, um aumento de 17% A/A (+2% orgânico) – 0,8% acima vs XPe. O número de beneficiários de planos odontológicos atingiu 3,1 milhões, um aumento de 13% em relação ao ano anterior. A receita líquida atingiu R$2,4 bilhões, aumento de 16% A/A e +2% vs XPe. A sinistralidade caixa atingiu 66,6%, 2,2p.p. vs XPe e 14p.p. acima do ano anterior. É importante destacar que em julho o número de internações relacionadas à Covid já era 50% menor que a média mensal do 2T21 e continua em tendência de queda. Assim, acreditamos que deveremos observar uma redução importante da sinistralidade no 2S21 vs 1S21. Além da maior sinistralidade, despesas de vendas, gerais e administrativas acima do esperado (especialmente com pessoal) levaram a um EBITDA 23% inferior às nossas estimativas, que atingiu R$312 milhões, queda de 49% A/A.
Multiplan (MULT3): A receita líquida atingiu R$276 milhões, em linha com nossas estimativas e Ebitda ficou um pouco abaixo das nossas estimativas. Do lado operacional, o portfólio operou aproximadamente 72% da capacidade no trimestre, mas subiu rapidamente e passou a operar em 97% em julho. Destacamos o alugueis nas mesmas lojas (SSR) positivo em relação a 2019 (alta de 12% em relação ao segundo trimestre de 2019), a taxa de ocupação estável em 94,6% e a sólida atividade de locação.
Omega Geração (OMGE3): Os resultados vieram abaixo de nossas expectativas principalmente devido a maiores despesas de O&M (operação e manutenção), compras de energia e despesas financeiras. Porém, a geração de energia veio em linha com nossos números (1501 GWh). No entanto, ainda acreditamos na capacidade da empresa de crescer por meio de fusões e aquisições que geram valor, como acabamos de ver em Ventos da Bahia 3.
SulAmérica(SULA11): A SulAmérica reportou resultados abaixo do esperado no segundo trimestre de 2021 (2T21), com lucro líquido de R$ 29,3 milhões (vs. R$ 115 milhões do consenso Reuters), implicando um Retorno Sobre Patrimônio Líquido Médio (ROAE) de 23,9%. O destaque negativo do trimestre foi o elevado índice de sinistralidade nos segmentos Saúde e Vida, principalmente impactados pela maior frequência de sinistros relacionados à pandemia em conjunto à retomada dos procedimentos eletivos, que já alcançam níveis próximos a normalidade. Esperamos uma reação negativa no próximo pregão, mas reiteramos nossa recomendação de Compra e preço-alvo de R$ 58,00/ação, uma vez que o trimestre não deve ser tratado como recorrente.
Tenda (TEND3): A Tenda apresentou resultados mais amenos no 2T21. O aumento dos custos de materiais de construção levou a uma queda na margem bruta, mas, por outro lado, a companhia vem aumentando o preço das unidades (cerca de 8% acima de 2020), o que deve diminuir o risco de novas revisões.
AmBev (ABEV3): Recuperação da receita líquida com forte aumento nos volumes, confirmando a melhora sequencial nos resultados. Dos 10 maiores mercados onde atua, 7 já performam acima do 2T19. A inovação tem desempenhado um papel cada vez mais importante. A pressão de custos, no entanto, segue presente, com o custo por hectolitro aumentando mais rápido do que os preços médios.
Banco do Brasil (BBAS3): O lucro veio em linha com nossas estimativas de R$5,0 bilhões, mas muito acima dos R$4,4 bilhões do consenso de mercado (8 estimativas). O resultado também apresentou uma boa qualidade de ganhos, considerando que: i) não houve consumo de cobertura; ii) apresentou melhoria de custos; e iii) taxas recuperadas. Além disso, o banco também revisou para cima seu guidance de lucro, em linha com nossas estimativas atualizadas recentemente.
Carrefour (CRFB3): Apesar do Atacadão ter apresentado um sólido crescimento de receita (+20% A/A e vendas mesmas lojas +10% A/A) e a companhia ter destacado que a integração das lojas Makro está superando as expectativas, a rentabilidade segue pressionada, com ambas as margens bruta e EBITDA caindo A/A (-0,8p.p. e -1,2p.p., respectivamente). Além disso, o varejo enfrentou uma forte base de comparação, principalmente para varejo não alimentar (com vendas mesmas lojas -24,5% A/A) enquanto as margens também foram pressionados por conta do programa de fidelidade da companhia. Entretanto, o Banco Carrefour foi um destaque positivo, com receita líquida e EBITDA voltando para níveis pré-pandemia, sendo o último ajudado por um efeito não recorrente (venda de uma carteira inadimplente).
CSN Mineração (CMIN3): A CSN Mineração reportou fortes números no 2T21, com EBITDA de R$4,96 bilhões, -3% abaixo do nosso e -1% abaixo do consenso da Bloomberg (+35% na comparação trimestral e +256% no comparativo anual). Os volumes de minério de ferro acima do esperado no período (9,1 milhões toneladas, +11% T/T e +18% A/A) compensaram parcialmente as despesas operacionais por tonelada mais altas (US$47/t, +17% T/T). O fluxo de caixa livre de R$2,9 bilhões foi impulsionado pelo maior EBITDA. Como resultado, a Dívida Líquida/EBITDA diminuiu para -0,41x (de -0,34x no 1T).
Direcional (DIRR3): Direcional apresentou resultados positivos referente ao segundo trimestre de 2021 e em linha com nossas estimativas. Ao contrário da maioria dos seus pares de mercado, a companhia conseguiu apresentar uma melhora na margem bruta, apesar dos custos crescentes nos materiais de construção. Isso foi atribuído principalmente à redução de custos de projetos em estágios mais avançados do ciclo de construção. O resultado positivo reforça nossa visão positiva para o papel e reiteramos nossa recomendação de compra e preço-alvo de R$20,50/ação;
Ecorodovias (ECOR3): A Ecorodovias apresentou resultados neutros, com EBITDA ajustado de R$571 milhões ligeiramente abaixo de nossas estimativas (-3%) e +33% A/A, refletindo as melhorias de tráfego conforme os impactos do COVID-19 suavizam. Do lado positivo, destacamos a melhoria contínua do tráfego ao longo do 2T21, com tráfego comparável +1,7% vs. 2T19 (período pré-pandêmico), com os dados de tráfego de maio e junho 3,6% e 2,7% acima dos níveis de 2019, respectivamente, recuperando-se da queda de 3,8% no tráfego em abril (impactado pela segunda onda da pandemia no Brasil). Do lado negativo, notamos uma contração da margem EBITDA de ~0,5p.p. A/A para concessões maduras de rodovias, refletindo pressão de custos durante o 2T21, apesar da contínua recuperação da receita ao longo do trimestre.
Engie Brasil (EGIE3): A empresa reportou um EBITDA Ajustado de R$ 1.377,6 milhões, em linha com nossa estimativa de R$ 1.453,6 milhões e com consenso de mercado de R$ 1.459,6 milhões. O resultado reflete (i) um aumento nas vendas no mercado regulado e de curto-prazo (28% acima das nossas estimativas); (ii) maiores compras de energia (R$ 628,8 milhões vs. R$ 455 milhões das nossas estimativas) resultando em uma margem de contribuição em linha com nossas estimativas.
Energias do Brasil (ENBR3): Energias do Brasil reportou seus resultados do 2T21 com um EBITDA Ajustado (cálculo XP) de R$ 580,1 milhões, em linha (+2,7%) com nossas estimativas de R$ 565 milhões e abaixo do consenso de R$688,9 milhões (-16,0%). Esse desempenho reflete uma combinação de (i) uma margem de contribuição em linha com nossas expectativas (+0,5%) e (ii) custos gerenciáveis em linha com nossas expectativas mas 14,6% acima do 2T20. O lucro líquido recorrente no 2T21 foi de R$ 199,8 milhões (cálculo XP), ligeiramente abaixo do nossos R$ 228,5 milhões e do consenso de R$ 219,1 milhões, afetado por uma maior despesa financeira.
Fleury (FLRY3): O Fleury registrou resultados mistos no 2T21, com uma surpresa positiva do aumento da receita de novos negócios, mas que foi compensada por margens mais baixas devido a custos mais altos. A receita líquida ficou em linha com nossas estimativas em R$932 milhões, mas o EBITDA Ajustado atingiu R$249 milhões (-15% em comparação ao que esperávamos) com uma margem EBITDA Ajustada de 27%, queda de 5,2p.p. em comparação ao trimestre anterior e 4,6 pontos percentuais abaixo de nossas estimativas. O lucro líquido ficou em R$66 milhões, uma queda de 45% em relação ao 1T21 e 48% abaixo de nossas estimativas.
Itaú (ITUB4): O Itaú acaba de publicar seu resultados com lucro líquido em linha com nossas estimativas e aumento de 56% A/A para R$6,5 bilhões, o que representa um ROE (Retorno sobre PL) de 19% no trimestre. Embora o lucro tenha vindo em linha com o que esperávamos, observamos uma melhora na qualidade geral dos resultados, com a inadimplência abaixo do esperado apoiando o melhor desempenho. No entanto, os investidores devem observar que, no semestre, a margem financeira foi positivamente impactada por menores despesas de recursos de mercados interbancários, que vieram abaixo do esperado devido às variações cambiais.
JSL (JSLG3): A JSL apresentou resultados neutros no 2T21, com EBITDA recorrente de R$124 milhões (-3% T/T), em linha com nossas estimativas. Os principais pontos positivos foram: (i) recuperação contínua da receita nas divisões “asset-light” e “asset-heavy”, com receita líquida +4% e +9% T/T, respectivamente; com (ii) fortes indícios de atividade comercial, com R$900 milhões de receita contratada assinada ao longo do 2T21 (R$2,5 bilhões no 1S21). Do lado negativo, notamos (i) aumento nos custos de insumos, e (ii) a necessidade de reajustar os salários devido à negociação sindical ajudando a explicar a contração de margem EBITDA de ~1,3p.p. durante o 2T21 vs. 1T21.
Klabin (KLBN11): A Klabin reportou números operacionais em linha com o esperado no segundo trimestre. O EBITDA recorrente de R$1.8 bilhão foi 1.5% acima da nossa estimativa e 2% acima do consenso (+41% T/T, +35% A/A). Os principais destaques positivos foram os volumes de papel mais fortes e melhores preços realizados no segmento de celulose. Os preços mais fortes de celulose mais do que compensaram a alta no custo caixa. Esperamos uma reação neutra e mantemos nossa recomendação de Compra (preço-alvo de R$32/ação).
LOG CP (LOGG3): A LOG apresentou resultados positivos e em linha com nossas estimativas. Sua performance deve-se principalmente à forte demanda pelos seus ativos logísticos. A companhia apresentou forte absorção bruta de 203 mil m² (vs. 213 mil m² no trimestre passado), implicando em uma baixa vacância de 2,0% no trimestre.
Localiza (RENT3): A Localiza reportou bons resultados no 2T21 (em linha com as nossas expectativas e as do mercado), com lucro líquido de R$ 448 milhões (apenas 7% inferior ao trimestre anterior apesar do impacto negativo da segunda onda de COVID no trimestre). Os principais pontos positivos foram: (i) Dinâmica consistente do aluguel de frotas evidenciada por variações positivas T/T no resultado (tarifas, volumes, EBITDA e margem EBITDA); e (ii) bons resultados do Seminovos, com menor depreciação e margens fortes refletindo preços mais altos de carros usados (preço médio do carro vendido +31% A/A). Do lado negativo, notamos o volume mais fraco do Rent-a-Car (RaC) e a dinâmica da margem (queda de 8% e 4,2p.p. T/T respectivamente).
Melnick (MELK3): Melnick postou resultados próximos do esperado no 2T21. A receita líquida ficou acima da nossa estimativa, mas foi compensada pela margem bruta mais fraca devido ao impacto dos custos mais elevados de material de construção. Adicionalmente, as despesas operacionais mais altas levaram o lucro líquido para próximo das nossas estimativas. No balanço patrimonial, a Melnick reportou uma queima de caixa de R$23 milhões, levando para uma alavancagem de -47% dívida líquida /PL, que consideramos saudável. Apesar da pressão momentânea nas margens por conta do aumento dos custos, esperamos uma recuperação gradual nos próximos trimestres à medida que a companhia consiga repassar inflação para os preços.
MRV (MRVE3): MRV apresentou resultados ligeiramente acima das nossas estimativas. A receita líquida foi um pouco acima dos nossos números, mas foi compensado pela margem bruta abaixo do esperado devido ao maior custo de construção. Adicionalmente, seus resultados foram impulsionados pela venda de dois empreendimentos da AHS, gerando um lucro líquido um pouco acima do esperado. No balanço patrimonial, a empresa registrou uma leve queima de caixa de R$30 milhões, levando sua alavancagem para 39% dívida líquida/PL no segundo trimestre. Assim, não vemos o resultado como um gatilho para a ação e mantemos nossa recomendação neutra e preço-alvo de R$23,0/ação. A receita líquida foi acima das nossas expectativas e atingiu R$1.816 milhões (+11% vs. estimativas da XP; +10% ano contra ano), mas a margem bruta abaixo das expectativas de 27,5% (-1,9 p.p dos nossos números e -3,5 p.p. ano contra ano), impactada pela maior inflação de materiais de construção. Assim, o EBITDA de R$296 milhões (+3% contra XP, +30% ano contra ano) e o lucro líquido de R$203 milhões (+10% contra XP e +86% ano contra ano) foram ligeiramente acima do esperado, impactado positivamente pela venda de dois empreendimentos da AHS (subsidiária da MRV nos Estados Unidos). No balanço patrimonial, MRV reportou uma pequena queima de caixa de R$30 milhões em razão das mudanças de critério da Caixa Econômica Federal nos recebimentos das parcelas e também na antecipação de compra de matéria prima visando conter aumentos adicionais nos custos de materiais. Como resultado, dívida líquida/PL atingiu 39% no segundo trimestre. No entanto, MRV anunciou a venda do seu portfólio de pró-soluto pós chaves pelo valor de R$241 milhões (montante líquido de R$198 milhões) em agosto, o que deve aliviar parcialmente sua alavancagem nos próximos trimestres.
TAESA (TAEE11): Taesa reportou um EBITDA Ajustado de R$ 331,1 milhões, em linha com nossa estimativa de R$ 310,0 milhões (+ 6,8%) e com o consenso da Bloomberg de 340,0 milhões (-2,6%). Os resultados refletem: (i) despesas gerenciáveis (PMSO) em linha com nossas estimativas (135,6 vs. 132,9 XPe); (ii) atualização monetária da RAP do ciclo 2020-2021 (6,51% do IGP-M e 1,88% do IPCA), parcialmente compensada por; (iii) redução pré-determinada da RAP de algumas concessões. O Lucro Líquido foi de R$ 111,9 milhões, abaixo de nossa estimativa de R$ 273,7 milhões, refletindo principalmente um resultado de equivalência patrimonial abaixo do esperado. Temos uma avaliação neutra dos resultados da Taesa no 2T21, uma vez que os números do EBITDA Ajustado vieram em linha com nossas estimativas. Embora tenhamos uma visão positiva sobre a estabilidade do segmento de transmissão, com base em uma estrutura de receita fixa, vemos a ação já precificada corretamente. Mantemos nossa recomendação Neutra na TAESA, com um preço-alvo de R$ 37/unit.
Vale (VALE3): O EBITDA ajustado proforma de US$11,2 bilhões (+33% T/T, -3.5% vs. XPe) exclui despesas de Brumadinho e doações relacionadas à Covid-19 de US$201 milhões. Esses números mais fortes foram resultado de preços realizados mais fortes compensando os custos de produção e frete mais elevados. O fluxo de caixa operacional foi de US$6,5 bilhões devido ao forte EBITDA compensando o aumento no capital de giro.
Vulcabras (VULC3): Vulcabras divulgou um 2T21 neutro. Mesmo diante do cenário desafiador no trimestre, a empresa apresentou um forte crescimento de receita no período, inclusive quando comparado ao 2T19 (+22,1%), mas viu suas margens comprimirem por conta de fatores relacionados à Covid-19 e à adaptação para o início de produção dos calçados da marca Mizuno. Diante disso, a empresa atingiu uma receita líquida de R$399,4 milhões (+305% A/A e 11,7% acima XPe) com uma margem bruta de 34,1% (vs 34,0% no 2T19 e 35,2% XPe). Apesar das menores margens irem contra nossa tese, elas são resultado de eventos não recorrentes e acreditamos que a empresa alcance um patamar de rentabilidade superior já nos próximos trimestres.
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