IBOVESPA -0,8% | 112.008 Pontos
CÂMBIO -1,0% | 5,01/USD
O que pode impactar o mercado hoje
Destaque do dia
A crise entre Rússia e Ucrânia chegou a novos patamares na madrugada desta quinta-feira (24), quando Moscou iniciou ataques em uma “operação militar especial para proteger o povo da região separatista de Donbas”, segundo Vladimir Putin. Em pronunciamento na noite de quarta-feira, Putin anunciou a autorização de uma operação militar nas regiões separatistas do leste da Ucrânia, devido as ameaças apresentadas pelo país e prometeu liberar o povo de suposta opressão. Explosões foram ouvidas em Kiev, capital ucraniana, logo após o anúncio;
O presidente russo recomendou ainda que os militares locais deixassem as armas e retornassem a suas casas. Ele ainda mencionou o objetivo de “desmilitarizar a Ucrânia”, mas não ocupar o país.
Reações globais aos ataques
A incursão na região foi condenada na maior parte do mundo, especialmente nos Estados Unidos e na Europa. Os governos ocidentais provavelmente anunciarão sanções mais severas contra a Rússia ao longo desta quinta-feira, o que será acompanhado de perto pelos agentes de mercado. Não há expectativa de ações militares diretas dos americanos e da OTAN;
Por sua vez, a China não condenou as ações do Kremlin e afirmou confiança de que uma solução pacífica à crise ainda fosse possível. No lado econômico, Beijing destacou que Moscou continua sendo um aliado e atividade comercial não deve ser alterada pelos eventos.
Brasil
Após uma abertura positiva, o Ibovespa mudou de direção no dia de ontem com a divulgação do IPCA-15 acima do consenso. Com esse dado e com o aumento das tensões entre Rússia e Ucrânia, a bolsa brasileira fechou em -0,78%, aos 112.008 pontos. As taxas futuras de juros encerraram a sessão de ontem em queda, repercutindo o recuo do dólar e a entrada de fluxo de capitais externos, que poderá permanecer por mais tempo em razão da inflação ainda pior que a esperada e Selic em patamar elevado. DI jan/23 fechou em 12,33%; DI jan/24 foi para 11,79%; DI jan/26 encerrou em 11,12%; e DI jan/28 fechou em 11,23%.
Inflação no Brasil
Ainda no Brasil, o IPCA-15 (prévia da inflação mensal) subiu 0,99% em fevereiro, muito acima da nossa projeção (0,81%) e da mediana das expectativas de mercado (0,87%), conforme divulgado ontem. Apesar da recente apreciação cambial e da desaceleração da demanda interna, os preços industriais devem continuar em tendência ascendente no curto prazo, como sugerem os preços no atacado. O aumento adicional dos preços das commodities contribui para maior preocupação sobre a dinâmica dos preços nos próximos meses. Atribuímos um viés altista à projeção atual de 5,2% para o IPCA de 2022.
Mundo
As bolsas internacionais amanhecem fortemente negativas (EUA -2,1% e Europa -3,1%) após a confirmação da invasão russa ao território ucraniano. Com o aumento das tensões geopolíticas, os investidores seguem em movimento de aversão ao risco, puxando o preço do ouro (+2,5%) para cima e causando um recuo nos juros americanos de 10 anos para 1,87%. Na China, o índice de Hang Seng (-3,2%) encerra em forte baixa, acompanhando os movimentos globais somados à queda de expectativas em relação a esta temporada de resultados. Por fim, o petróleo (+8,2%) ultrapassou a marca dos US$ 100/barril pela primeira vez desde 2014, em virtude das preocupações com novos gargalos de abastecimento da commodity devido ao conflito.
Agenda econômica internacional
Na agenda econômica internacional de hoje, destaque para a divulgação da segunda leitura do PIB dos Estados Unidos referente ao 4º trimestre de 2021, além do resultado das despesas de consumo pessoal no mesmo período (PCE, na sigla em inglês) e dos pedidos iniciais de seguro-desemprego relativos à semana encerrada em 19/fev.
Agenda econômica Brasil
Haverá publicação da PNAD Contínua – pesquisa sobre mercado de trabalho – de dezembro (XP e mercado esperam taxa de desemprego de 11,2%), além do resultado primário do governo central (XP: R$ 75,7 bilhões; consenso: R$ 71,3 bilhões) e das estatísticas de crédito referentes a janeiro.
Mercado em Gráfico

Os preços do barril de petróleo no mercado internacional têm se recuperado nos últimos meses, influenciados principalmente devido ao desequilíbrio entre oferta e demanda – o crescimento do consumo esperado no pós-pandemia é maior que o aumento da produção, chegando a ser negociado, em janeiro, acima dos 90 dólares, até então, sua maior marca nos últimos 7 anos. Porém, na madrugada dessa quinta-feira (24), o preço do barril Brent já havia superado os 101 dólares, depois que o presidente russo, Vladmir Putin, anunciou uma “operação militar” na Ucrânia. A iminência de um conflito em larga escala no leste europeu desatou os temores sobre um possível desabastecimento da commodity, já que a Rússia é o terceiro maior produtor global do produto.
Veja todos os detalhes
Agenda de resultados
Ambev (ABEV3): Antes da abertura
Americanas (AMER3): Após o fechamento
Burger King (BKBR3): Após o fechamento
CCR (CCRO3): Após o fechamento
Grendene (GRND3): Após o fechamento
Grupo SBF (SBFG3): Após o fechamento
IRB (IRBR3): Após o fechamento
JHSF (JHSF3): Após o fechamento
Randon (RAPT4): Após o fechamento
Simpar (SIMH4): Após o fechamento
Vale (VALE3): Após o fechamento
Temporada de resultados do 4º trimestre 2021 – o que esperar?
Economia
Rússia realiza operação militar contra Ucrânia e ativos financeiros despencam; no Brasil, IPCA-15 de fevereiro vem muito acima das expectativas
- O governo da Rússia intensificou ainda mais a crise contra a Ucrânia na noite de quarta-feira (manhã de quinta-feira no horário russo) ao anunciar o início de uma “operação militar especial para proteger o povo da região separatista de Donbas”. Explosões foram ouvidas em Kiev, capital ucraniana, logo após o anúncio. O Presidente Vladimir Putin mencionou que a Rússia teria como objetivo “desmilitarizar a Ucrânia”, mas não ocupar o país. A autoridade também disse que “a Rússia se defenderia daqueles que tomassem a Ucrânia como refém”, sinalizando duramente contra os Estados Unidos e aliados da OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte). Além disso, Putin argumentou sobre o direito à autodeterminação dos povos locais, sugerindo que o governo russo poderia organizar referendos em regiões da Ucrânia uma vez que a operação militar fosse concluída (semelhante ao ocorrido na região da Crimeia em 2014). Ademais, o governo russo emitiu um alerta geral ao afirmar que “qualquer um que tentar interferir, ou mais ainda, criar ameaças para nosso país e nosso povo, deve saber que a resposta da Rússia será imediata e que isso implicará consequências como nunca experimentadas na história” (tradução própria). A operação militar na Ucrânia foi condenada na maior parte do mundo, especialmente nos Estados Unidos e na Europa. Os governos ocidentais provavelmente anunciarão mais sanções contra a Rússia ao longo desta quinta-feira, o que será acompanhado de perto pelos agentes de mercado. Não há expectativa de ações militares diretas dos americanos e da OTAN;
- Os mercados financeiros mostram perdas expressivas nesta manhã, como reflexo do maior tensionamento geopolítico. Por exemplo, o preço do petróleo (barril tipo Brent) cruzou a marca de US$ 100 pela primeira vez desde 2014, atingindo US$ 104 (elevação ao redor de 7,5%). O EuroStoxx recua 3,7%, enquanto os futuros do S&P 500 e do Nasdaq despencam 2,0% e 2,5%, respectivamente. A equipe de Estratégia Global da XP mantém a avaliação de que o Ocidente não se envolverá diretamente no conflito militar na Ucrânia, tendo como cenário base uma solução intermediária para o imbróglio geopolítico, que poderia incluir restrições à expansão da OTAN. Considerando um cenário estressado de invasão da Rússia em grande escala na Ucrânia (com as forças militares assumindo Kiev e derrubando o atual governo ucraniano), os preços de energia, metais e alimentos tenderiam a exibir saltos adicionais, tornando ainda mais desafiadora a tarefa dos bancos centrais de controlar a pressão inflacionária no curto prazo;
- Conforme publicado ontem (23) pelo IBGE, o IPCA-15 (prévia da inflação mensal) subiu 0,99% em fevereiro, muito acima da nossa projeção (0,81%) e da mediana das expectativas de mercado (0,87%). O desvio de 0,18 p.p. em relação à nossa projeção decorreu, em grande medida, da elevação mais expressiva dos preços de automóveis novos e usados, combinada às surpresas altistas com artigos de residência e vestuário. Todos esses itens fazem parte do grupo de bens industrializados, que registrou avanço de 1,17% no mês. Embora tenha recuado em fevereiro, o índice de difusão da inflação permanece em patamar bastante elevado, de 69%. E a média das medidas de núcleo de inflação não apresentou o arrefecimento projetado, ao passar de 0,95% em janeiro para 0,98% em fevereiro. Apesar da recente apreciação cambial e da desaceleração da demanda interna, os preços industriais devem continuar em tendência ascendente no curto prazo, como sugerem os preços no atacado. As tensões geopolíticas entre Rússia e Ucrânia e o aumento dos preços das commodities também contribuem para maior preocupação sobre a dinâmica dos preços nos próximos meses. Atribuímos um viés altista à projeção atual de 5,2% para o IPCA de 2022;
- A arrecadação tributária federal totalizou R$ 235,3 bilhões em janeiro, crescimento real de 18,3% em comparação ao mesmo mês de 2021. O resultado veio acima do consenso de mercado (R$ 212,7 bilhões) e mais ou menos em linha com nossa projeção (R$ 233,7 bilhões), representando a melhor marca mensal da série histórica de dados iniciada em 1995. Em janeiro, destaque para as receitas de IRPJ/CSSL, que subiram 32,4% ante dezembro, também em termos reais. Os resultados positivos de janeiro evidenciaram que a arrecadação tributária segue forte no início de 2022. E isso deve continuar até o final do primeiro semestre, em nossa opinião. Esperamos desaceleração mais clara ao longo da segunda metade do ano, em linha com o arrefecimento da atividade doméstica e de alguma acomodação nos preços de commodities. Isto posto, há riscos altista e baixistas em torno da projeção, sendo os primeiros relacionados à continuidade da pressão inflacionária (sobretudo de commodities) e os últimos devido aos recentes projetos de lei – em tramitação no Congresso – que podem reduzir tributos sobre combustíveis e gás;
- Em janeiro, a conta corrente brasileira registrou déficit de US$ 8,1 bilhões, resultado praticamente em linha com as expectativas de mercado (US$ 7,8 bilhões). Com isso, o déficit acumulado em 12 meses recuou ligeiramente para 1,7% do PIB. Em relação à conta financeira, o Investimento Direto no País (IDP) atingiu US$ 4,7 bilhões, leitura acima das expectativas do mercado (US$ 3,5 bilhões). Em 12 meses, os ingressos de IDP totalizaram 2,9% do PIB, o equivalente a US$ 28,9 bilhões. Para fevereiro, o Banco Central projeta US$ 10,0 bilhões de IDP, o que representaria o melhor resultado mensal desde janeiro de 2017. Enquanto isso, os investimentos em carteira no mercado doméstico acumularam ingressos de US$ 5,7 bilhões em janeiro (US$ 2,2 bilhões em ações/fundos de investimento e US$ 3,5 bilhões em títulos de renda fixa). Dados preliminares até 18/fev mostram que houve saques de US$ 2,3 bilhões em títulos de dívida, ao passo que investimentos em ações e fundos de investimento alcançaram US$ 5,0 bilhões. Em síntese, os dados do balanço de pagamentos reforçam que a economia brasileira tem recebido fluxos financeiros significativos do exterior. Neste sentido, o fluxo cambial financeiro já atingiu US$ 10,8 bilhões no acumulado deste ano, muito acima dos níveis históricos para o período;
- Na agenda econômica internacional de hoje, destaque para a divulgação da segunda leitura do PIB dos Estados Unidos referente ao 4º trimestre de 2021, além do resultado das despesas de consumo pessoal (PCE, na sigla em inglês) e dos pedidos iniciais de seguro-desemprego relativos à semana encerrada em 19/fev. No Brasil, haverá publicação da PNAD Contínua – pesquisa sobre mercado de trabalho – de dezembro (XP e mercado esperam taxa de desemprego de 11,2%), além do resultado primário do governo central (XP: R$ 75,7 bilhões; consenso: R$ 71,3 bilhões) e das estatísticas de crédito referentes a janeiro.
Política
Rússia invade Ucrânia
- A crise entre Rússia e Ucrânia chegou a novos patamares na madrugada desta quinta-feira (24), quando Moscou iniciou ataque das principais cidades ucranianas, entre elas Kyiev;
- Em pronunciamento na noite de quarta-feira, Putin anunciou a autorização de uma operação militar nas regiões separatistas do leste da Ucrânia, devido as ameaças apresentadas pelo país, e prometeu liberar o povo de suposta opressão. Recomendou ainda que os militares locais deixassem as armas e retornassem a suas casas.
A visão dos líderes globais
- Vale notar que, após ações iniciais limitadas, os Estados Unidos e União Europeia prometem sanções severas contra Moscoú, além de apoio contínuo ao governo ucraniano;
- Por sua vez, a China não condenou as ações do Kremlin e afirmou confiança de que uma solução pacífica à crise ainda fosse possível. No lado econômico, Beijing destacou que Moscou continua sendo um aliado e atividade comercial não deve ser alterada pelos eventos.
Empresas
Carteiras XP: Top 10, Dividendos, Small Caps e BDRs
- Na Carteira Top 10 XP, fizemos duas alterações, em que 1) trocamos um nome do setor de Bens de Capital por um da área de Saúde e 2) optamos por aumentar o peso de um dos nossos papéis na carteira (veja link);
- Na Carteira Top BDR XP, realizamos uma mudança diante de riscos geopolíticos entre Rússia e Ucrânia, além de uma persistente inflação global (veja link);
- Na Carteira Top Small Caps XP, realizamos uma alteração, retirando um nome do setor de Agro, e colocando um papel do setor de Shoppings (veja link);
- E por fim, na Carteira Top Dividendos XP, realizamos uma alteração, retirando um nome do setor de Elétricas e adicionando um papel do setor de Petróleo e Gás (veja link).
Petrobras (PETR4): EBITDA um pouco abaixo da nossa expectativa, mas ainda uma forte geração de caixa
- Ontem (23) a Petrobras divulgou seus resultados trimestrais, com EBITDA ligeiramente abaixo de nossos números (-6%) e consenso de mercado, mas com maior geração de caixa por conta de capital de giro melhor que o esperado;
- Os principais destaques foram: (i) maiores preços médios de venda em geral devido ao aumento do Brent; (ii) custo de extração acima do esperado no pré-sal e (iii) maiores custos de gás importado levando o EBITDA do G&P para território negativo;
- O preço médio de venda do petróleo foi de US$ 77,56/bbl (+8,5% T/T e +80,3% A/A);
- O custo de extração do pré-sal (com arrendamentos) ficou em US$ 5,26/bbl (+21% T/T e 17,5% A/A), principalmente devido a intervenções em poços no campo de Búzios e maiores gastos com manutenção de plataformas arrendadas, parcialmente compensados pelo efeito da depreciação do real;
- O Fluxo de Caixa Livre (caixa líquido gerado pelas atividades operacionais menos CAPEX) foi de US$ 7,5bi (-16% T/T e +32% A/A), e a empresa também captou US$ 1,9bi de desinvestimentos (principalmente RLAM). A dívida bruta foi de US$ 58,7 bilhões (uma ligeira redução em relação ao 3T21 em US$ 59,6 bilhões), e o caixa e equivalentes encerrou o ano em US$ 11,1 bilhões;
- A robusta situação financeira da Petrobras permitiu que a empresa anunciasse a aprovação de mais uma rodada de distribuição de dividendos, de R$ 2,86/ação (8,3% dividend yield) equivalente a R$ 37,3bi (US$ 7,5bi na cotação atual). A data de registro é 13 de abril para detentores de ações PETR3/PETR4 negociadas na B3 e 18 de abril para detentores de ADRs (NYSE). As ações serão negociadas ex-dividendos na B3 e na NYSE a partir de 14 de abril. As datas de pagamento são 16 de maio para ações da B3 e 14 de abril para ADR;
- Mantemos nossa recomendação de compra no nome com preço alvo de R$ 45,3/ação;
- Acesse o relatório completo aqui.
AmBev (ABEV3) – 4T21: resultados positivos, porém em linha
- A AmBev registrou um 4T21 positivo e estabeleceu um novo recorde de volume em 2021 de 180 milhões de hectolitros (hl), superando o recorde anterior (2014) em 8mi hl e 15mi hl acima de 2020, performance acima da média da indústria. O volume de Cerveja Brasil atingiu 25,585mi hl, em linha com nossa projeção (-3% A/A e +2% vs. XPe);
- A pressão de custos persiste, portanto, apesar dos esforços nos canais digitais (BEEs e Zé Delivery) e um processo contínuo de “premiumização” do portfólio, a taxa de câmbio e as matérias-primas pressionaram a margem EBITDA para 30,8% no 4T21 (em linha com nossa estimativa), melhorando QoQ, mas menor YoY, ainda em um patamar baixo em relação aos níveis históricos;
- Esperamos um ano desafiador pela frente, com pressão de custos em todas as operações e inflação persistente, mas continuamos otimistas e impressionados com a rapidez com que uma empresa com mais de 100 anos conseguiu mudar durante a pior crise de todos os tempos, aumentando sua vantagem sobre seus pares, principalmente na frente comercial, portanto mantemos nossa recomendação de Compra e preço-alvo de R$ 18,80 por ação;
- Clique aqui para acessar nosso relatório completo.
Gerdau (GGBR4): Resultados do quarto trimestre – Margens normalizando após um bom ano, mas não em todas as regiões
- Destaques Financeiros: A Gerdau reportou um EBITDA Ajustado de R$ 5.983 milhões no trimestre, 7% acima dos nossos números e do consenso. Os resultados refletem principalmente um faturamento acima do esperado de R$ 21.555, 7% acima de nossas expectativas devido a volumes maiores (3.165 mil toneladas vs 3.055 mil toneladas de nossas estimativas) e melhores preços (média de US$ 1.233/t vs US$ 1.194/t de nossas estimativas), parcialmente compensado pelo maior custo, resultando em uma margem EBITDA consolidada de 27,8%, em linha com nossos números;
- Brasil: Os volumes totais caíram -6% contra o trimestre anterior (T/T), superando o mercado interno que caiu 16% T/T. Isso é explicado pela estratégia da Gerdau de aumentar as exportações para 365 mil toneladas (+93% T/T) para manter a alavancagem operacional enquanto as vendas domésticas caíram 20% T/T. No entanto, tal estratégia está associada a maiores custos de produção (+7,2% T/T), que levaram a margem EBITDA para 31,5%, uma queda de 8,3p.p em relação ao terceiro trimestre de 2021 (3T21), ficando um pouco abaixo da nossa estimativa de 33%;
- América do Norte: A divisão foi o destaque do trimestre, sendo o único segmento com margens EBITDA em expansão (27,4% vs 25,4% no 3T21) devido ao melhor preço (+6,8% T/T) e maior spread de metal no trimestre enquanto as vendas permaneceram constantes na comparação anual. Isso resultou em um EBITDA de R$ 2.162 milhões, 19% acima de nossas estimativas;
- Nossa Visão: Vemos os resultados da Gerdau como neutros, pois vieram acima das expectativas do mercado, mas com tendência de queda de margens. Embora ainda vejamos uma margem EBITDA historicamente alta para a Gerdau de 27,8%, e um ótimo ano em 2021, a menor demanda no Brasil está começando a reduzir os preços, forçando a Gerdau a exportar maiores volumes, reduzindo as margens no futuro. Mantemos nossa recomendação de compra em GGBR4 com preço alvo de R$33,8/ação;
- Para mais detalhes, acesse o relatório completo aqui.
Rede D’Or (RDOR3): O Mais Arrojado dos Movimentos
- A Rede D’Or anunciou um acordo que celebrou para adquirir a Sul América por R$15,4B em uma troca de ações (ou R$ 17,1B considerando o preço de fechamento de quarta-feira);
- Com esta transação, a RDOR estará presente em toda a cadeia de valor da saúde, podendo (i) atuar de forma mais integrada, (ii) oferecer novos produtos e (iii) aumentar o número de planos de saúde;
- No entanto, vemos um alto risco de que este negócio prejudique o relacionamento com as operadoras de planos de saúde responsáveis pela maior parte das receitas da Rede D’Or;
- A família Moll será diluída para 43,8% do total de ações enquanto o bloco de controle da SULA passará a deter 3,9% das ações;
- Nossa visão é mista para a RDOR, pois consideramos que o risco que a transação traz pode superar os benefícios;
- Acesse o relatório completo aqui.
Natura&Co. (NTCO3): O que a pesquisa Beauty Plan 2022 nos disse
- A B4A (Beauty 4 All) publicou a sua pesquisa anual Beauty Plan, onde ela monitora as tendências no setor de Beleza, focando principalmente em i) demanda; ii) padrões de consumo de categorias; e iii) canais;
- Nesse relatório, nós trazemos o que, na nossa visão, foram os principais destaques do estudo assim como potenciais leituras para NTCO;
- Clique aqui para ver o relatório completo.
GPA (PCAR3): Resultados do 4T21 em linha; Novo GPA Brasil supera pares
- O GPA foi a terceira companhia de varejo alimentar da nossa companhia a reportar seus resultados do 4T21;
- Os resultados vieram em linha com nossas estimativas, com margens pressionadas pela liquidação do Extra;
- No entanto, a companhia abriu a performance do novo GPA Brasil (excl. Hiper e farmácias), que superou seus pares, com vendas mesmas lojas em +2,3% A/A e margem EBITDA em 8,4%;
- Clique aqui para acessar o relatório completo.
CTEEP (TRPL4): Resultados do 4T21 sem surpresas; Neutro
- Destaques Financeiros: O EBITDA ajustado ficou em R$ 478,0 milhões, abaixo da nossa estimativa de R$ 631,8 milhões e do consenso de R$ 562,4 milhões (-24% e -15% respectivamente). O lucro líquido ficou em R$ 133,4 milhões abaixo dos nossos R$ 254,0 milhões. A diferença em nossas estimativas reflete: (i) uma despesa financeira acima do esperado e, (ii) uma equivalência patrimonial abaixo do esperado;
- O maior efeito no resultado deve-se: (i) ao reperfilamento de parte da RBSE (-R$ 150 milhões), reduzindo o componente financeiro dos ciclos tarifários 21/22 e 22/23; compensado parcialmente (ii) pelo reajuste do IPCA sobre a RAP do ciclo, início de novos projetos de retrofitting (+R$ 25,2 milhões) e projetos greenfield conquistados em leilões (+R$ 29,7 milhões), além da aquisição da Piratininga – Bandeirantes Transmissora de Energia (PBTE), que passou a integrar o resultado financeiro consolidado da Companhia desde março de 2021 (+R$ 53,2 milhões). Reforçamos que a reformulação da RBSE não tem efeito em termos de valuation para a CTEEP;
- Na frente ESG, em 2021 a CTEEP buscou fortalecer seus pilares ESG impulsionados principalmente por (E) títulos verdes (R$ 950 milhões) emitidos em novembro para contribuir com projetos de infraestrutura ambientalmente sustentáveis; (S) programa de estágio que priorizou a diversidade e a inclusão por meio de um processo seletivo direcionado majoritariamente a mulheres, negros e pardos e pessoas com deficiência; e (G) um novo Código de Ética e Conduta, com foco na sustentabilidade empresarial;
- Vemos o resultado da CTEEP como neutro, embora tenha ficado abaixo de nossas estimativas e consenso de mercado, pois seu principal componente negativo não afeta o valuation da companhia (reperfilamento da RBSE). Mantemos nossa recomendação Neutra na CTEEP, com preço-alvo de R$ 26/ação;
- Clique aqui para ver o relatório completo.
Fras-le (FRAS3) 4T21: Performance Positiva no Trimestre, Poluída por Itens Não Recorrentes
- A Fras-le reportou números neutros no 4T21, com EBITDA ajustado de R$ 83 milhões desfocado pelo reconhecimento de provisão referente a desconto contratual com um grande cliente, impactando as vendas e resultados operacionais do 4T21 em ~R$ 31 milhões – estimamos um EBITDA recorrente de R$103 milhões no 4T21 (veja a Figura 1), -10% A/A e -4% T/T, com margem EBITDA recorrente de 14,6% contraindo ~2p.p. vs. 3T21 devido aos aumentos de preços de matérias-primas e sazonalidade (volumes -11% T/T);
- Além disso, notamos um desempenho positivo da receita líquida no 4T21, com receita líquida ajustada de R$ 704 milhões +18% A/A e +7% T/T, com melhores preços compensando menores volumes;
- Reiteramos nossa recomendação Neutra devido a nossa visão de um valuation justo (7,3x EV/EBITDA 2022 vs. média histórica de ~6x);
- Clique aqui para acessar o relatório completo.
TIM (TIMS3): Resultados sólidos, mas em linha com o esperado para o 4T21; todos os olhos no closing com da Oi Móvel
- A Tim reportou resultados sólidos no quarto trimestre, em linha com nossas estimativas. As receitas de serviços cresceram 4,0% no trimestre, em linha com nossos números e consenso. A receita de Serviços Móveis (MSR) totalizou R$ 4,3 bilhões no 4T, crescendo 3,8% a/a, enquanto a receita de telefonia fixa registrou crescimento de 7,1%;
- Apesar de um ano desafiador com os impactos da pandemia, a empresa entregou seu guidance de curto prazo. A empresa também divulgou seu plano estratégico 2022-2024 com poucas mudanças em relação ao plano divulgado no ano passado. Reiteramos nossa recomendação de Compra e preço-alvo de R$21/ação para o final de 2022;
- Clique aqui para conferir o conteúdo completo.
Principais notícias dos setores
Nestas publicações diárias, trazemos as principais notícias nacionais e internacionais dos setores: Financeiro, Varejo (e-commerce, supermercados, lojas de roupa, farmácias, etc.), Agro, Alimentos e Bebidas e Energia (óleo & gás e elétricas).
- Notícias Diárias do Setor Financeiro
- SulAmérica é comprada pela Rede D’Or (Valor);
- Nubank despenca 14,55% e tem queda recorde após divulgar primeiro balanço (Valor);
- Clique aqui para acessar o relatório.
- Entrega XP: Notícias diárias do setor de varejo
- IPCA-15, prévia da inflação, chega a 0,99% em fevereiro, acima das projeções do mercado (Estadão);
- Follow-on da Alpargatas sai a R$ 26,3 por ação e levanta R$ 2,49 bi (Folha);
- No mercado digital chinês, ‘o tigre briga com o leão’ (Valor);
- Clique aqui para acessar o relatório.
- Agro, Alimentos & Bebidas: confira as principais notícias
- Rússia inicia invasão em larga escala da Ucrânia; EUA prometem sanções amplas (Valor);
- Lucro da AmBev recua 45,6% no 4º trimestre de 2021, para R$ 3,747 bilhões (Valor);
- Após dividendos gordos, Minerva mira aquisições na Austrália e Colômbia (Valor);
- Clique aqui para acessar o relatório completo.
- Radar Energia XP: Notícias diárias do setor de energia
- Petróleo avança, com investidores de olho na crise envolvendo Ucrânia, Rússia e Ocidente (Valor);
- Eletrobras: Minoritários aprovam privatização com muitos questionamentos, dizem fontes (Valor);
- Clique aqui para acessar o relatório.
Mercados
Radar Global: Análises das principais empresas e tendências sob o nosso Radar | Segurança cibernética da Microsoft
- Resultados do Booking decepcionam as expectativas;
- Microsoft registra crescimento de 45% ano contra ano em seus serviços de segurança cibernética;
- ASML procura alternativas para o fornecimento de componente chave devido ao conflito entre Rússia e Ucrânia;
- Indicadores mostram alívio na cadeia de abastecimento nos EUA;
- Acesse aqui o relatório internacional.
ESG
Carteira ESG XP: Uma alteração no nosso portfólio para março
- Com o objetivo de ajudar os investidores no processo de alocação de recursos, lançamos em setembro/21 nossa carteira recomendada ESG, combinando 10 nomes que gostamos sob uma perspectiva fundamentalista e que possuem altos padrões ESG;
- Para março, estamos realizando uma mudança, trocando um nome cujo cenário positivo acreditamos já estar em boa parte precificado, e adicionando uma companhia que vemos como uma opção interessante de investimento no setor de aviação brasileiro, sendo a melhor posicionada na indústria sob as lentes ESG;
- Clique aqui para acessar o conteúdo completo.

Se você ainda não tem conta na XP Investimentos, abra a sua!