IBOVESPA -7,6% | 85.171 Pontos
CÂMBIO -3,6% | 4,82/USD
O que pode impactar o mercado hoje
O Ibovespa teve queda de 7,6% ontem a 85.171 pontos, após o segundo circuit breaker da semana, com as preocupações quanto aos impactos do coronavírus ainda mais elevadas.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou o vírus uma pandemia, e segundo o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, isso não altera nada na prática para o Brasil porque o país já havia registrado casos e vinha adotando procedimentos mais cautelosos em comparação a outros países. Por outro lado, novas restrições e medidas que contém a atividade podem acelerar o processo de uma desaceleração econômica global.
Nesta manhã, mercados internacionais aceleram a queda. Após o fechamento de ontem de -5%, o S&P 500 se econtra 20% abaixo do topo de fevereiro, e futuros hoje apontam para mais um dia difícil, com queda de 5%. Europa desaba 6%, após bolsas na Ásia fecharem com queda entre 2-4%.
As observações do presidente norte-americano Donald Trump sobre o coronavírus foram o catalisador desse último movimento: uma combinação de restrições de viagem entre os EUA e a Europa e medidas de estímulo aquém do esperado fez pouco para tranquilizar os investidores.
Ontem à noite, Trump anunciou medidas de emergência, incluindo a proibição dos voos oriundos da Europa pelos próximos 30 dias, a partir da meia-noite de sexta-feira e medidas econômicas que visam gerar liquidez de US$ 200 bilhões na economia americana para o combate ao Covid-19.
No Brasil, senadores e deputados derrubaram ontem um veto presidencial à ampliação do acesso ao BPC. Hoje o benefício é pago a idosos e pessoas com deficiência cuja renda per capita é inferior a 25% do salário mínimo, o veto impedia o aumento do critério para 50% do salário mínimo. O impacto é de R$ 20,1 bi em 1 ano e R$ 217 bi em 10 anos, segundo estimativa do Ministério da Economia. Uma alternativa é usar um entendimento do TCU para empurrar a despesa para 2021 e tentar reverte-la no Congresso até lá ou questionar a constitucionalidade da medida, que não tem compensação apontada pelo Congresso.
A pressão pelo anúncio de medidas econômicas capazes de fazer frente aos efeitos negativos do coronavírus segue aumentando. O senador Eduardo Gomes, afirmou que o Executivo deve editar uma medida provisória para garantir aproximadamente R$ 5 bilhões para combater os efeitos do coronavírus. De acordo com o senador, o texto pode ser editado ainda hoje pelo presidente. Os recursos estarão desvinculados do Orçamento e não precisam respeitar o teto de gastos. Na mesma linha, o noticiário local sugere que bancos públicos seguem se preparando para tomar a liderança nesse processo ao reforçar linhas de créditos para pessoas físicas e jurídicas.
Na agenda do dia, o Banco Central do Brasil realizará a partir das 9h10 mais um leilão de US$ 1,5 bilhão à vista na tentativa de conter a desvalorização acentuada do Real. No lado internacional, o Banco Central Europeu anuncia sua decisão de política monetária às 9h45. A presidente da instituição, Christine Lagarde, fará pronunciamento logo em seguida e deverá falar a respeito dos efeitos econômicos causados pela pandemia do coronavirus.
Por fim, publicamos relatório comparando o momento de hoje a crises dos últimos 20 anos. As preocupações atuais se concentram, em grande parte, no cenário global. A principal dúvida, no entanto, é como esse cenário impactará as condições domésticas que, até então, estavam em processo gradual de melhora. Clique aqui para mais detalhes.
Mantemos nossa visão positiva para a bolsa no longo prazo, mas as incertezas elevadas devem manter a volatilidade do mercado muito alta no curto prazo, com potencial de queda adicional para o Ibovespa nos próximos dias. Olhando o histórico de volatilidade global, podemos esperar pelo menos mais 4 meses pela recuperação.
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Brasil
- Governo estuda medidas para conter o avanço do coronavírus e enfrentar seus impactos na economia
Internacional
- Petróleo: Preço de petróleo opera em queda de -5,9% em US$33,7/barril
Empresas
- IRB (IRBR3): posterga a entrega da FIP à SUSEP
- Marfrig (MRFG3): empresa estaria mirando aquisição de frigorífico no Paraguai
Veja todos os detalhes
Brasil
Governo estuda medidas para conter o avanço do coronavírus e enfrentar seus impactos na economia
- Para ajudar a enfrentar o impacto da pandemia do coronavírus na economia, a Caixa Econômica Federal, o Banco do Brasil e o BNDES têm um arsenal de pelo menos R$ 207,8 bilhões de recursos para emprestar a empresas e pessoas físicas. A orientação do ministro da Economia, Paulo Guedes, é de que os próprios bancos comuniquem seus clientes de que há crédito abundante nesse momento. De acordo com o Estadão, o Banco do Brasil prevê um aumento do crédito de R$ 57, 8 bilhões e a Caixa Econômica de pelo menos R$ 50 bilhões. Já o BNDES tem recursos em caixa para liberar cerca de R$ 100 bilhões;
- Além disso, o líder do governo no Congresso, senador Eduardo Gomes, disse que o Executivo deve editar uma medida provisória para garantir pelo menos R$ 5 bilhões para ajudar a combater o avanço do coronavírus. De acordo com Davi Alcolumbre, os consultores do Senado se manifestaram a favor de uma medida provisória emergencial que libere os recursos imediatamente e que não tenha problema algum relacionado ao teto de gastos. A expectativa é de que uma reunião ocorra nesta quinta-feira entre os presidentes da Câmara, Rodrigo Maia, do Senado, Davi Alcolumbre e Bolsonaro para discutir as medidas de combate;
- Por fim, o secretário de Política Econômica do Ministério da Economia, Adolfo Saschida, disse que o governo estuda a possibilidade de permitir que trabalhadores usem recursos de suas contas do FGTS como garantia em operações do cartão de crédito. A medida deve ajudar a reduzir os juros cobrados aos consumidores nessa modalidade.
Internacional
Petróleo: Preço de petróleo opera em queda de -5,9% em US$33,7/barril
- Os preços do petróleo operam em queda nessa quinta-feira, após restrições de viagem impostas pelo presidente dos EUA, Donald Trump, na tentativa de impedir a propagação do coronavírus depois que a Organização Mundial da Saúde descreveu o surto como uma pandemia;
- Além disso, segundo a Agência de Informação de Energia dos EUA (EIA) os estoques de petróleo dos EUA cresceram 7,6 milhões de barris/dia (mbpd) nesta semana, ante expectativas do mercado de um aumento de 2,226 mbpd nos estoques, o que pressiona os preços ainda mais;
- Finalmente, destacamos que a estatal petrolífera dos Emirados Árabes, a ANDOC, também informou que planeja um aumento significativo de produção a partir de abril, refletindo os efeitos do fim dos acordos de cortes de produção da OPEP+;
- A commodity opera em território negativo, com o petróleo Brent em queda de -5,9% em US$33,7/barril.
Empresas
IRB (IRBR3): posterga a entrega da FIP à SUSEP
- De acordo com a mídia, a resseguradora decidiu postergar a entrega do Formulário de Informações Periódicas (FIP) à Superintendência de Seguros Privados (SUSEP), em função de aprimorar o relatório dos dados financeiros;
- Os números da resseguradora tem sido questionados por parte do mercado desde a gestora carioca Squadra Investimentos divulgou sua análise sobre a recorrência dos resultados da mesma. Nessa mesma análise, a gestora questionava a inconsistência entre os dados reportados pela resseguradora ao mercado e ao regulador (SUSEP);
- Acreditamos que o ato pode ser positivo na medida que a nova administração está olhando com atenção os números a serem reportados, e isto pode esclarecer algumas das incertezas remanescentes em torno do IRB. No entanto, ainda é cedo para tirar conclusões.
Marfrig (MRFG3): empresa estaria mirando aquisição de frigorífico no Paraguai
- Segundo o Valor Econômico, a Marfrig seria a principal candidata para comprar o Frigonorte, frigorífico no Paraguai que está à venda em meio à dificuldades de capital de giro e ao envolvimento de um de seus sócios em investigações de corrupção no Brasil;
- Com faturamento anual de cerca de US$ 150 milhões (o equivalente a R$ 690 milhões, considerando a atual taxa de câmbio), o Frigonorte é uma empresa de médio porte, com abates entre 700 e 800 cabeças de bovinos por dia. Se concretizada, a transação representará a entrada da Marfrig no Paraguai;
- No Paraguai, os principais players de carne bovina são a brasileira Minerva Foods, que pode abater 4,6 mil cabeças por dia, e o grupo Concepción. Juntas, as duas companhias respondem por 70% das exportações de carne bovina do país vizinho.
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