IBOVESPA -1,6% | 108.347 Pontos
CÂMBIO +0,3% | 4,89/USD
O que pode impactar o mercado hoje
Destaque do dia
Banco Central Europeu anuncia decisão de taxa de juros; no Brasil, IPCA de maio e propostas para redução dos preços de combustíveis no centro das atenções.
Brasil
Repercutindo a queda dos mercados globais, a bolsa brasileira fechou em terreno negativo nesta quarta-feira (08), encerrando o pregão aos 108.347 pontos com uma queda de 1,55%, esse é o quarto dia de queda consecutiva do índice. Enquanto o dólar se valorizou, com uma alta de 0,33% aos R$ 4,89. As taxas futuras de juros tiveram dia de direções mistas, após forte alta no dia anterior com a proposta do governo de desonerar combustíveis, que levaria a aumento importante nos gastos do governo, elevando o risco fiscal. O movimento do câmbio e fatores técnicos relacionados ao mercado de NTN-B também influenciaram. DI jan/23 fechou em 13,495%; DI jan/24 encerrou em 13,23%; DI jan/25 foi para 12,695%; DI jan/27 fechou em 12,605%; e DI jan/29 encerrou em 12,68%.
Mundo
Mercados globais amanhecem mistos (EUA +0,3% e Europa -0,5%) enquanto investidores aguardam a decisão de política monetária do Banco Central Europeu. Nos EUA, o foco seguirá por conta dos dados da inflação ao consumidor, a serem divulgados nesta sexta-feira. Na Europa, o mercado espera que o BCE encerre a compra de títulos de dívida e confirme a sua intenção de realizar um aumento na taxa de juros em julho e outra em setembro, como sinalizado pela Christine Lagarde no mês passado. Na China, o índice de Hang Seng (-0,7%) encerra em baixa, após Xangai anunciar que irá retomar restrições para combater a Covid-19 em algumas partes da cidade. O sentimento negativo do anúncio foi levemente compensado por uma surpresa positiva no número de exportações, que cresceu 16,9% no comparativo anual de maio vs. 8% esperados pelo consenso.
Zona do Euro
Na agenda econômica de hoje, o Banco Central Europeu (BCE) anunciará sua decisão de política monetária. Os agentes de mercado esperam que a autoridade apresente o prazo para o fim do Programa de Compra de Ativos (APP), e que sinalize aumento da taxa de juros de referência na próxima reunião (21/07). O mercado precifica que a taxa, atualmente em -0,50pp, atingirá 0,75pp até dezembro, restando quatro reuniões do banco central em 2022. O BCE também divulgará projeções econômicas atualizadas, e há expectativa de redução nas estimativas de crescimento do PIB e revisões altistas no cenário de inflação. Conforme publicado recentemente, a inflação ao consumidor da zona do euro chegou a 8,1% em maio (em termos anualizados), o patamar mais elevado em mais de 40 anos.
China
Na China, as exportações exibiram forte recuperação em maio, após as autoridades locais relaxarem as restrições ligadas à pandemia em regiões importantes do país. Conforme divulgado no início desta manhã (09), as exportações saltaram 16,9% em relação ao mesmo mês de 2021, a maior taxa de crescimento desde janeiro de 2022 e mais que o dobro apontado pelo consenso de mercado (aumento de 8,0%). Por sua vez, as importações avançaram 4,1% em maio, a primeira leitura positiva em três meses e também acima da expectativa dos analistas (alta de 2,0%). Com isso, a China registrou superávit comercial de US$ 78,8 bilhões no mês passado, resultado muito superior ao saldo de US$ 51,1 bilhões observado em abril e da projeção de mercado (US$ 58,0 bilhões). Apesar das surpresas positivas com as estatísticas de maio, as perspectivas para a balança comercial chinesa ainda seguem repletas de riscos, tendo em vista o impacto da guerra no leste europeu, o aumento acentuado dos custos de matérias-primas e a política monetária mais apertada nos Estados Unidos e na Europa (alimentando, assim, preocupações acerca de uma recessão global).
PEC Combustíveis
No Brasil, destaque para a publicação do IPCA (medida oficial de inflação) de maio. O time econômico da XP espera aumento de 0,58% em relação a abril e 11,86% nos últimos 12 meses, enquanto o consenso de mercado aponta para altas de 0,60% e 11,88%. Na leitura prévia do mês (IPCA-15), os preços de serviços mostraram aceleração relevante, surpreendendo os analistas, e os preços de bens industrializados seguiram bastante pressionados. A XP projeta elevação de 9,2% para o IPCA de 2022, mas com viés baixista devido ao conjunto de propostas legislativas que visam a redução dos preços de combustíveis e energia elétrica (entre outros bens e serviços).
A propósito, o conteúdo e mecanismos da chamada “PEC dos Combustíveis” foram conhecidos ontem. A proposta fixa um teto de R$ 29,6 bilhões para a União compensar as unidades da federação que reduzirem o ICMS incidente sobre diesel, GLP, gás natural e etanol, com um cronograma de cinco parcelas de R$ 5,92 bilhões.
Mercado em Gráfico
Nos EUA, o índice de preços ao consumidor do país (CPI, na sigla em inglês) acumula alta de 8,3% em abril, uma leve desaceleração em relação a março. Ainda assim, a inflação norte-americana está nos maiores patamares dos últimos 40 anos. Preocupado com o cenário de inflação elevada no país, o Federal Reserve, banco central americano, anunciou recentemente que acionará um mecanismo chamado quantitative tightening. O quantitative tightening (QT) é um dos mecanismos que um banco central pode acionar para intervir na economia do país. Nesse caso, trata-se de uma ferramenta de retração monetária, ou seja, consiste na retirada de reservas financeiras em circulação no mercado. O QT é uma medida para diminuir o volume de reservas em circulação. Para isso, quando os títulos do Tesouro atingem a data de vencimento, eles são pagos pelo governo, não havendo substituição por novos títulos, reduzindo o chamado balanço patrimonial. Com menos dinheiro em circulação, e a consequente alta dos prêmios dos títulos do governo, o efeito esperado é que a população passe a poupar mais que consumir, desestimulando a economia e diminuindo a inflação. Para entender melhor como funciona o QT e seus impactos para o mercado, acesse nosso relatório.
Veja todos os detalhes
Economia
Banco Central Europeu anuncia decisão de taxa de juros; no Brasil, IPCA de maio e propostas para redução dos preços de combustíveis no centro das atenções
- As exportações da China exibiram forte recuperação em maio, após as autoridades locais relaxarem as restrições ligadas à pandemia em regiões importantes do país. Conforme divulgado no início desta manhã (09), as exportações saltaram 16,9% em relação ao mesmo mês de 2021, a maior taxa de crescimento desde janeiro de 2022 e mais que o dobro apontado pelo consenso de mercado (aumento de 8,0%). Por sua vez, as importações avançaram 4,1% em maio, a primeira leitura positiva em três meses e também acima da expectativa dos analistas (alta de 2,0%). Com isso, a China registrou superávit comercial de US$ 78,8 bilhões no mês passado, resultado muito superior ao saldo de US$ 51,1 bilhões observado em abril e da projeção de mercado (US$ 58,0 bilhões). Apesar das surpresas positivas com as estatísticas de maio, as perspectivas para a balança comercial chinesa ainda seguem repletas de riscos, tendo em vista o impacto da guerra no leste europeu, o aumento acentuado dos custos de matérias-primas e a política monetária mais apertada nos Estados Unidos e na Europa (alimentando, assim, preocupações acerca de uma recessão global);
- Na agenda econômica de hoje, o Banco Central Europeu (BCE) anunciará sua decisão de política monetária. Os agentes de mercado esperam que a autoridade apresente o prazo para o fim do Programa de Compra de Ativos (APP), e que sinalize aumento da taxa de juros de referência na próxima reunião (21/07). O mercado precifica que a taxa, atualmente em -0,50pp, atingirá 0,75pp até dezembro, restando quatro reuniões do banco central em 2022. O BCE também divulgará projeções econômicas atualizadas, e há expectativa de redução nas estimativas de crescimento do PIB e revisões altistas no cenário de inflação. Conforme publicado recentemente, a inflação ao consumidor da zona do euro chegou a 8,1% em maio (em termos anualizados), o patamar mais elevado em mais de 40 anos;
- No Brasil, destaque para a publicação do IPCA (medida oficial de inflação) de maio. O time econômico da XP espera aumento de 0,58% em relação a abril e 11,86% nos últimos 12 meses, enquanto o consenso de mercado aponta para altas de 0,60% e 11,88%. Na leitura prévia do mês (IPCA-15), os preços de serviços mostraram aceleração relevante, surpreendendo os analistas, e os preços de bens industrializados seguiram bastante pressionados. A XP projeta elevação de 9,2% para o IPCA de 2022, mas com viés baixista devido ao conjunto de propostas legislativas que visam a redução dos preços de combustíveis e energia elétrica (entre outros bens e serviços);
- A propósito, o conteúdo e mecanismos da chamada “PEC dos Combustíveis” foram conhecidos ontem. A proposta fixa um teto de R$ 29,6 bilhões para a União compensar as unidades da federação que reduzirem o ICMS incidente sobre diesel, GLP, gás natural e etanol, com um cronograma de cinco parcelas de R$ 5,92 bilhões. A entrada dos entes subnacionais no regime de compensação pelas perdas de arrecadação será facultativo. Para adesão, os governos estaduais teriam que: (i) zerar o ICMS sobre diesel, gás natural e GLP, além de fixar alíquota de 12% para o etanol hidratado; (ii) renunciar a eventual direito litigioso relacionado a qualquer tipo de indenização por perda arrecadatória; e (iii) aprovar lei específica para as alíquotas temporárias em suas Assembleias Legislativas locais. Segundo o texto da PEC, os repasses ocorreriam através do Fundo de Participação dos Estados (FPE), e não estariam sujeitos à Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) e ao Teto de Gastos, tampouco seriam considerados na apuração da meta de resultado primário prevista na lei orçamentária de 2022. Além disso, os repasses seriam atendidos via crédito extraordinário, dispensando o cumprimento da “regra de ouro”. O período de validade do regime seria de 1º de julho a 31 de dezembro de 2022;
- Adicionalmente, o relator do PLP 18/22 no Senado, Fernando Bezerra Coelho, disse ontem que seu parecer manterá a estrutura principal do texto aprovado pela Câmara dos Deputados. O PLP 18/22 impõe um teto ao ICMS incidente sobre combustíveis, energia elétrica, comunicações e transporte público coletivo, devido à mudança na classificação desses bens e serviços para essenciais. No que diz respeito aos ajustes, o relator afirmou que o texto deve incorporar a zeragem das alíquotas de PIS/Cofins/CIDE (tributos federais) sobre gasolina e etanol. Em outra alteração, a compensação da União às unidades da federação seria feita pela comparação das receitas com ICMS considerando somente os bens e serviços afetados pela proposta de lei complementar em questão, e não mais pelo montante total de arrecadação do tributo. Isto é, o governo federal teria que ressarcir os estados que tiverem queda de arrecadação superior a 5% em 2022 ante 2021 na observância apenas dos itens atingidos pelo PLP;
- Segundo estimativas do time econômico da XP, a aprovação de todo pacote de propostas para reduzir os preços de combustíveis, energia elétrica e outros bens/serviços tem impacto fiscal potencial – perda de arrecadação aos cofres públicos – próximo a R$ 90 bilhões em 2022 (quase R$ 180 bilhões em termos anualizados). No caso da inflação, medida pelo IPCA de 2022, o efeito baixista potencial corresponde a cerca de 3 pontos percentuais considerando o repasse integral aos consumidores finais, o que não é o cenário mais provável.
Tudo sobre Renda Fixa no mês (e o que esperar)
- No mês de maio, a curva de juros futuros apresentou elevação em todos os vencimentos, reflexo das contínuas pressões inflacionárias globais e locais, acrescidas de receios com a política fiscal, em meio a propostas do governo para redução de impostos para controle da inflação. Essa dinâmica de juros impactou mais uma vez negativamente os títulos prefixados e IPCA+ do Tesouro;
- O volume de emissões de debêntures incentivadas e comuns desacelerou em maio. Nas ações de ratings, tendência positiva nas alterações de perspectivas e volume mais representativo de elevações nas notas em relação a rebaixamentos;
- Para os próximos meses, o cenário global permanece desafiador, com inflação alta e expectativas de continuação na elevação de juros por bancos centrais em todo o mundo. Aqui no Brasil, os reflexos do cenário global e local levam o mercado a esperar novo aumento na Selic no Copom de junho;
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Empresas
Embraer (EMBR3): Analisando riscos de competição e o potencial de adição de valor da Eve
- Estamos atualizando nossas estimativas para a Embraer e revisando nosso preço-alvo para 2022 para R$27,50/ação de R$27,30/ação, refletindo:
- (i) a incorporação da adição de valor da Eve de +R$9,50/ação (descrita em detalhes ao longo do relatório); e
- (ii) estimativas gerais mais fracas para os próximos anos (preço-alvo para o negócio tradicional da Embraer de R$ 27,30/ação para R$ 18,00/ação).
- Embora parte relevante de nosso potencial de valorização de 110% esteja relacionado à incorporação da Eve, ainda vemos espaço para as ações subirem mesmo sem considerar qualquer atribuição de valor para a plataforma eVTOL da Embraer, com nosso preço-alvo excluindo a Eve de R$ 18,00/ação apresentando potencial de valorização de 37%, principalmente devido à expectativa de melhora das entregas da aviação comercial nos próximos anos;
- Reiteramos nossa visão positiva sobre a Embraer, apoiada por (i) recuperação da aviação comercial e (ii) potencial de valor da Eve para suportar um prêmio de valuation vs. histórico;
- Clique aqui para acessar o relatório completo.
Principais notícias dos setores
Nestas publicações diárias, trazemos as principais notícias nacionais e internacionais dos setores: Financeiro, Varejo (e-commerce, supermercados, lojas de roupa, farmácias, etc.), Agro, Alimentos e Bebidas e Energia (óleo & gás e elétricas).
- Notícias Diárias do Setor Financeiro
- Credit Suisse avisa que outra perda trimestral é provável (Valor);
- XP lança marca Banco de Atacado para reforçar atendimento de empresas e clientes de alta renda (Estadão);
- PagSeguro registra lucro de R$ 350 mi no trimestre (Valor);
- Clique aqui para acessar o relatório completo.
- Entrega XP: Notícias diárias do setor de varejo
- Cai intenção de compras no Dia dos Namorados, segundo Ibevar (Valor);
- Vendas em supermercados sobem 4,2% em abril sobre março, diz associação (Valor);
- Controladora da Zara tem lucro líquido de 760 milhões de euros, alta de 80,5% (Valor);
- Clique aqui para acessar o relatório.
- Agro, Alimentos & Bebidas: confira as principais notícias
- Conab eleva estimativa para a colheita recorde de grãos em 2021/22 para 271,3 milhões de t (Valor);
- Aquisições para 2022/23 ganharam ritmo no país (Valor);
- Como o frango se tornou a única carne com a qual todos concordam (Bloomberg);
- Clique aqui para acessar o relatório completo.
- Radar Energia XP: Notícias diárias do setor de energia
- Conta de luz pode cair 12% com limite para ICMS, diz Aneel. (Valor Econômico);
- Estoques de petróleo nos EUA aumentam em 2 milhões de barris e contrariam expectativa. (Valor Econômico);
- Petróleo fecha em alta com avanço da demanda por gasolina nos EUA. (Valor Econômico);
- Clique aqui para acessar o relatório.
Mercados
Radar Global: Análises das principais empresas e tendências sob o nosso Radar | Spotify espera faturamento de US$ 100 bilhões anual nos próximos 10 anos
- Spotify espera atingir US$ 100 bilhões em faturamento anual nos próximos 10 anos;
- BYD pode se tornar a nova fornecedora de baterias de Tesla;
- Tencent lançará versão global de seu principal jogo para celular;
- Estoques baixos catalisam alta no preço do petróleo;
- Acesse aqui o relatório internacional.
ESG
UE rejeita texto-chave sobre a reforma do mercado europeu de carbono | Café com ESG, 09/06
- O mercado fechou o pregão de terça-feira em território negativo, com o Ibov e o ISE em queda de -1,5% e -1,2%, respectivamente;
- No Brasil, a Vale anunciou ontem a Vale Ventures, uma iniciativa da mineradora no venture capital, com previsão de US$ 100 milhões para investir e criada com o objetivo injetar recursos em startups que buscam soluções sustentáveis para a mineração ou que apostam na transição energética;
- Na União Europeia (UE), o Parlamento Europeu (i) rejeitou ontem um texto-chave sobre a reforma do mercado europeu de carbono, uma decisão que pode atrasar a implementação da taxa de carbono que o bloco quer impor sobre importações procedentes de países que não estejam submetidos aos mesmos padrões ambientais da UE; e (ii) teve seus parlamentares votando a favor de uma proibição efetiva da UE à venda de carros novos a gasolina e diesel a partir de 2035, rejeitando tentativas de enfraquecer a proposta de acelerar a mudança da Europa para veículos elétricos. Clique aqui para acessar o relatório e começar o dia bem informado com as principais notícias ao redor do Brasil e do mundo quando o tema é ESG.
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