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Tudo sobre Renda Fixa em novembro de 2022 (e o que esperar)

Leia aqui sobre os principais indicadores macroeconômicos e como impactam os produtos de renda fixa, além do desempenho de títulos públicos e o que esperar para os próximos meses.

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Caso esteja iniciando sua jornada na Renda Fixa, recomendamos começar pelo conteúdo "Renda Fixa: O que é preciso saber?"

Em novembro, a curva de juros apresentou abertura relevante em relação ao mês anterior em todos os vértices. O movimento refletiu o aumento da aversão a risco no mercado brasileiro após a conclusão da corrida eleitoral e em meio às discussões da PEC da Transição, que visa ultrapassar o teto de gastos de maneira substancial, o que eleva o risco fiscal. Além disso, permanecem as indefinições em relação à composição do Ministério da Fazenda. Como resultado, as taxas dos títulos soberanos prefixados chegaram a cerca de 13% e os IPCA + ultrapassaram os 6% de juro real.

Poupança apresentou resgates líquidos de R$ 7,4 bilhões, seguindo a tendência dos últimos meses. Os títulos públicos tiveram rentabilidade majoritariamente negativa positiva em novembro, devido ao aumento do risco no país. O Tesouro Direto, por sua vez, apresentou captação líquida de R$ 774 milhões em novembro (último dado disponível), com maior participação dos títulos pós-fixados. Os estoques de emissões bancárias e crédito privado continuaram a subir na maioria dos títulos, indicando mercado mais aquecido e rentabilidades mais altas.

Para 2023, as atenções nos mercados devem focar na política fiscal do novo governo. Além disso, o mercado global e riscos de recessão permanecem no radar. Nosso time de Economia espera que taxa Selic encerre 2023 em 13,75%, no mesmo patamar deste ano.

No Radar

Projeções dos principais indicadores

  1. Esperamos Selic (taxa básica de juros) de 13,75% em 2022 e 2023 e 10,0% em 2024.
  2. Para inflação, projetamos 5,8% em 2022, 5,4% em 2023 e 4,0% em 2024.
  3. Estimamos crescimento de 3,0% para o PIB, 1,0% em 2023 e 0,8% em 2024.

Destaques do mês de novembro:

  1. A curva de juros apresentou elevação em toda a sua extensão em relação ao fechamento do mês anterior. O movimento foi reflexo, principalmente, da elevação na percepção de risco fiscal após a eleição de Luís Inácio Lula da Silva e em meio à indefinição da PEC da Transição.
  2. Em meio à mudança de cenário macroeconômico e levando em consideração indicações do futuro do governo, nosso time de Economia da XP alterou suas projeções:
    • IPCA: 5,8% em 2022, 5,4% em 2023 e 4,0% em 2024.
    • Selic: 13,75% em 2022 e 2023 e 10% em 2024.

Como agir?

  1. A manutenção da taxa Selic em 13,75% e elevação nas expectativas para os juros futuros corroboram a nossa visão de a renda fixa continua atraente.
  2. Para investimentos de curto a médio prazo, preferimos ativos pós-fixados, que acompanharão elevado nível da Selic, acima da inflação estimada para os próximos meses.
  3. Recomendamos também uma pequena parcela de ativos prefixados, que podem ainda oscilar a depender de volatilidade no mercado.
  4. No caso de investimentos mais longos, continuamos preferindo ativos indexados à inflação, possibilitando ganhos reais (acima do IPCA).
  5. Continuamos enxergando a necessidade de cautela em relação aos prazos dos investimentos.
  6. Trazemos indicações de alocação em nosso relatório Investindo na Renda Fixa: Novembro 2022.

O mercado de Renda Fixa

Poupança

Em novembro, a Poupança apresentou captação líquida negativa de R$ 7,4 bilhões. Com isso, houve nova redução no estoque de poupança, o que levou a uma manutenção do saldo total em menos de R$ 1,0 trilhão.

Acreditamos que este comportamento de saques contínuos esteja principalmente relacionado ao elevado endividamento familiar e contração na renda das famílias. Adicionalmente, é possível que outra parcela, ainda que menor, esteja sendo destinada a outros tipos de investimentos mais rentáveis.

Considerando a taxa Selic em 13,75%, a aplicação em caderneta de poupança se torna cada vez menos atraente em relação a outros investimentos.
Veja mais sobre comparações do investimento em Poupança em relação a outras aplicações também conservadoras, como o Tesouro Selic e emissões bancárias.

Títulos Públicos

Captação Líquida - Tesouro Direto

No caso do Tesouro Direto, em outubro (último dado disponível) houve captação líquida de aproximadamente R$ 774 milhões. O principal ativo comprado por investidores continuou sendo o Tesouro Selic, com mais de 69% das vendas, provavelmente devido à elevada taxa básica de juros, seguido de Tesouro IPCA+, com 19%.

O número de investidores cadastrados no programa teve acréscimo de 439 mil novos entrantes, atingindo 2,1 milhões de investidores ativos. Em relação aos investidores mais atuantes no Tesouro Direto, o destaque são os mais jovens, abaixo de 25 anos, que compreendem aproximadamente 37% do total.

Consideramos o Tesouro Direto uma excelente porta de entrada ao mundo dos investimentos. Sendo assim, o crescimento é um bom indicativo não apenas para esta aplicação, mas para investimentos como um todo.

Rentabilidade

Os títulos públicos tiveram uma rentabilidade majoritariamente negativa em novembro. A exceção foram os títulos pós-fixados (Tesouro Selic), menos sujeitos à marcação a mercado.

O movimento dos títulos prefixados e IPCA+ pode ser atribuído, principalmente, à abertura observada das curvas de juros em decorrência do aumento do risco fiscal. Em dezembro, as definições em torno da PEC da Transição deverão continuar a determinar o movimento do mercado.

Acompanhe os movimentos e as taxas negociadas no Tesouro Direto diariamente.

Quando ocorrem valorizações nos títulos, enxergamos que podem representar oportunidades de ganhos de capital para quem já possui os ativos, uma vez os preços dos títulos subiram. No entanto, vale ponderar se a realização dos ganhos é necessária neste momento ou quais as alternativas de alocação deste montante.

Por outro lado, desvalorizações podem representar oportunidade de compra de títulos a taxas mais elevadas, desde que faça sentido para a composição da carteira do investidor. Vale reforçar que, neste momento, acreditamos que os níveis altos de taxas representam oportunidades interessantes de aporte, com maior cautela na aplicação nos vencimentos mais longos, dado o ambiente de incertezas em que estamos inseridos.

Entenda mais sobre a relação entre preços dos títulos e os juros aqui.

Emissões Bancárias

Em novembro, houve aumento de estoque em praticamente todas as emissões bancárias. O destaque positivo foram as LCIs, cujo estoque cresceu 9,5% em relação ao mês anterior.

O resultado pode sinalizar captação líquida positiva pelas instituições financeiras com a valorização dos ativos, em taxas de remuneração cada vez mais elevadas, de maneira geral.

Crédito Privado

Saiba tudo sobre crédito privado

Mercado Primário

A emissão de debêntures (incentivadas ou não) atingiu R$ 6,6 bilhões no mês de novembro, uma contração expressiva de 44% ante o mês anterior. O prazo médio das emissões realizadas no mês aumentou para 6,2 anos. A média no ano, por sua vez, também cresceu de 5,8 para 5,9 anos.

Debêntures incentivadas

O volume emitido de debêntures incentivadas, com foco em financiamento à infraestrutura e isentas de imposto de renda, somou R$ 300 milhões em novembro, com apenas uma emissão no mês.

É importante destacar que o volume total emitido em 2022 é de R$ 49,3 bilhões e já ultrapassa o observado em todos os anos anteriores, destacados no gráfico, demonstrando o alto potencial deste tipo de instrumento de captação para as empresas atuantes no setor de infraestrutura.

Mercado Secundário

Estoque

Em novembro, o estoque valorizado de crédito privado cresceu em todos os títulos. Assim como no caso de emissões bancárias, o crescimento de estoque pode ser interpretado como uma combinação de maior captação líquida e taxas mais altas de remuneração.

Fluxo

Nesta seção, analisamos os dados da Anbima de negociações definitivas de crédito privado, realizando um filtro cujo spread (diferença) entre os preços máximo e mínimo negociados representam mais do que 0,01% do volume negociado no dia, com o intuito de descartar o que acreditamos serem as operações diretas dentro de instituições.

Em novembro, o volume negociado de debêntures no mercado secundário atingiu R$ 27 bilhões, sendo R$ 12,3 bilhões em não incentivadas e R$ 14,7 bilhões em incentivadas. O principal destaque em não-incentivadas foi a debênture da Qualicorp (QUAL16). Para as debêntures incentivadas, o maior volume negociado foi da debênture da Enel São Paulo (ELPLA7).

No caso dos certificados de recebíveis, para os CRIs, o volume de negociação foi de R$ 2,4 bilhões, com destaque para o CRI da BR12. Para os CRAs, o volume negociado foi de R$ 5,2 bilhões, sendo o principal ativo negociado o CRA de Klabin.

Ressaltamos que ativos de crédito privado também podem apresentar risco mais elevado e, portanto, boas rentabilidades, sendo uma boa alternativa para quem busca diversificar a carteira.
Leia mais aqui.

Ratings

Essas foram as ações de ratings das principais agências de classificação de risco no mês, tanto para emissores quanto para emissões em escala nacional (no link abaixo).

Em novembro, tivemos uma sinalização neutra nas classificações de crédito dos emissores, uma vez que houve o mesmo número de rebaixamentos e elevações no mês. Nas mudanças de perspectivas no mês, pudemos observar tendência mais negativa.

Fonte: Fitch Ratings, S&P Global Ratings e Moody's Local | Elaboração XP

Próximos vencimentos de Debêntures

Dentro dos próximos seis meses, destacamos o mês de dezembro com a maior concentração de volume de debêntures a vencer, R$ 9,6 bilhões ainda em estoque. Pode-se esperar que parte do volume a vencer seja refinanciado, voltando ao mercado na forma de novas emissões de crédito privado.

Veja como funcionam as ofertas públicas de crédito privado.

Para o mês de dezembro, o principal vencimento, em termos de volume, é uma debênture comum da USIMINAS (USIM27) emitida em setembro de 2019.

Relatórios publicados

Veja mais

Fontes

Anbima
Banco Central do Brasil
Tesouro Direto
CVM
Fitch Ratings
Moody's
S&P Global Ratings
B3

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Os instrumentos financeiros discutidos neste material podem não ser adequados para todos os investidores. Este material não leva em consideração os objetivos de investimento, situação financeira ou necessidades específicas de qualquer investidor. Os investidores devem obter orientação financeira independente, com base em suas características pessoais, antes de tomar uma decisão de investimento. A XP Investimentos não se responsabiliza por decisões de investimentos que venham a ser tomadas com base nas informações divulgadas e se exime de qualquer responsabilidade por quaisquer prejuízos, diretos ou indiretos, que venham a decorrer da utilização deste material ou seu conteúdo. Os desempenhos anteriores não são necessariamente indicativos de resultados futuros. Este relatório é destinado à circulação exclusiva para a rede de relacionamento da XP Investimentos, incluindo agentes autônomos da XP e clientes da XP, podendo também ser divulgado no site da XP. Fica proibida sua reprodução ou redistribuição para qualquer pessoa, no todo ou em parte, qualquer que seja o propósito, sem o prévio consentimento expresso da XP Investimentos. A Ouvidoria da XP Investimentos tem a missão de servir de canal de contato sempre que os clientes que não se sentirem satisfeitos com as soluções dadas pela empresa aos seus problemas. O contato pode ser realizado por meio do telefone: 0800 722 3710.

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