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Caso esteja iniciando sua jornada na Renda Fixa, recomendamos começar pelo conteúdo "Renda Fixa: O que é preciso saber?"
Renda Fixa: tudo sobre o que passou e o que esperar.
No mês de maio, tivemos a segunda elevação consecutiva da taxa básica de juros no Brasil, a Selic. O Banco Central decidiu por elevá-la em 0,75 ponto percentual, para 3,5%, já com indicações de novo movimento igual em junho. A curva de juros abriu ao longo do mês, tendo como principais motores a inflação e as Treasuries norte-americanas, além de ter incorporado as apostas do mercado em uma elevação mais alta da Selic na próxima reunião do Copom. Refletindo o movimento, os títulos mais longos do Tesouro apresentaram desvalorização no mês.
O estoque de emissões bancárias permaneceu novamente constante, com destaque para evolução positiva de LCAs. No caso de crédito privado, CRAs tiveram incremento no mês. A emissão de debêntures atingiu R$ 16 bilhões em maio, maior volume do ano, com queda de prazo médio para 5,8 anos, acima da média de 2020. As ações de ratings no mês continuaram majoritariamente positivas (tendência de elevação), com diversos novos ratings indicando novas emissões que devem vir a mercado nos próximos meses.
Para os próximos meses, vemos como principais pontos para acompanhar a inflação no Brasil, bem como nos EUA (que deve continuar levando a movimentações nas Treasuries). Além disso, teremos a próxima reunião do Copom no dia 16 de junho, que deverá elevar novamente a Selic em 0,75 ponto percentual. O movimento deve ser acompanhado por novas altas, até atingir 6,5% ao final de 2021.
No Radar
Destaques do mês de maio:
- A curva de juros apresentou abertura em todos os vértices, principalmente nos intermediários.
- Com isso, os títulos tendem a desvalorizar, pela relação inversa entre taxa e preço.
- Juros longos mais altos podem ser boas alternativas de investimentos de prazos mais longos.
- No mês, tivemos a segunda elevação da Selic no ano, em 0,75 ponto percentual, para 3,5% ao ano.
- Divulgações de inflação e PIB do primeiro semestre, já na primeira semana de junho, levaram à revisão de projeção por economistas, incluindo a XP.
- Diante do cenário atual, esperamos Selic em 6,5% em 2021 e 2022 e IPCA de 6,2% em 2021 e de 3,5% em 2022.
Como agir?
- Trazemos indicações em nosso relatório Investindo em Junho 2021: Renda Fixa
- Para investimentos de curto a médio prazo, preferimos ativos pós-fixados, que acompanharão a esperada elevação na Selic.
- Recomendamos também uma pequena parcela de ativos prefixados, que podem se beneficiar de redução nos juros e inflação esperados.
- No caso de investimentos de prazos mais longos, continuamos preferindo ativos indexados à inflação, possibilitando ganhos reais (acima do IPCA).
Alocação recomendada
A alocação recomendada em renda fixa para cada perfil de investidor para o mês de junho é a seguinte:
Conforme destacado no relatório 5 anos em 5 minutos, as percepções sobre o país tem se tornado mais positivas, à medida que saímos da fase mais aguda da segunda onda de covid-19 e a economia reabre. Os recebimentos de doses de vacinas também têm se tornado mais regulares, o que devem ajudar o Brasil a acelerar a vacinação. Por fim,
Ainda segundo o relatório, aumento nas expectativas de inflação e de crescimento, somado a uma aceleração da arrecadação de impostos federais trouxe alívio ao endividamento do Brasil. Essa melhora, entretanto, ainda não nos tira da berlinda. Precisamos insistir nas reformas para manter uma equação favorável do nosso endividamento e buscar um nível maior de crescimento econômico.
Ativos de renda fixa são recomendados para todos os perfis de investidor. O que muda, basicamente, são três quesitos importantes: o tipo de ativo, o indicador e o percentual a ser alocado. Ou seja: é muito importante manter uma carteira diversificada.
O mercado de Renda Fixa
Poupança
No mês de maio, a Poupança apresentou captação líquida, da ordem R$ 750 milhões (praticamente nulo se comparado com os grandes volumes dos últimos meses). Continuamos ressaltando a retomada do auxílio emergencial, embora em volume e extensão menores do que o programa no ano passado. No entanto, os longos meses sob o cenário de covid-19 pode levar mais pessoas a sacarem recursos da poupança, contrabalanceando os depósitos do auxílio.
Considerando a taxa Selic em 3,5%, combinada ao rendimento da caderneta de poupança de apenas 70% desta taxa, essa aplicação continua pouco atraente.
Veja mais sobre comparações do investimento em Poupança em relação a outras aplicações também conservadoras, como o Tesouro Selic e emissões bancárias.
Tesouro Direto
Captação Líquida
No caso do Tesouro Direto, em abril (último dado disponível) houve captação líquida de R$ 613 milhões. No mês, o principal ativo comprado por investidores foi o Tesouro IPCA+, o que pode ser reflexo das maiores preocupações de investidores com relação à inflação.
O número de investidores cadastrados no programa continua crescendo e atingiu 10,6 milhões em abril, evolução de 64% em relação ao mesmo mês de 2020. O número de mulheres representou 33,2% do total de investidores.
Consideramos o Tesouro Direto uma excelente porta de entrada ao mundo dos investimentos. Sendo assim, o crescimento é um bom indicativo não apenas para esta aplicação, mas para investimentos como um todo.
Rentabilidade
No mês de abril, todos os títulos negociados no Tesouro Direto de prazos curtos e médios apresentaram valorização, ao contrário dos títulos mais longos, em sua maioria indexados ao IPCA.
Em nosso relatório mensal de investimentos em renda fixa, destacamos três ativos do Tesouro Direto: Tesouro Selic 2024, Tesouro Prefixado 2024 e Tesouro IPCA+ 2026.
Escolhemos o Tesouro Selic para gestão de caixa e reserva de emergência. O Tesouro IPCA+ é uma alternativa interessante e mais conservadora (em caso de manutenção até o vencimento) para proteção da carteira contra o efeito da inflação. Já o Tesouro Prefixado demonstra ser uma boa opção para investidores que buscam este tipo de remuneração, uma vez que o mercado parece precificar alta de juros mais elevada do que esperamos que ocorra de fato. Mantivemos o prazo mais curto por causa das incertezas que ainda se apresentam para prazos mais longos.
Entenda mais sobre a relação entre preços dos títulos e os juros aqui.
Emissões Bancárias
Para enxergar melhor uma curva específica, clique sobre a legenda para "desativar" os ativos não desejados.
O estoque de emissões bancárias permaneceu, novamente, praticamente inalterado em maio, o que pode ser explicado pelo fato de os bancos estarem bem capitalizados após fortes captações em 2020, diminuindo a necessidade de novas emissões. É interessante notar, no entanto, que a cada mês a diferença de estoque de CDB em relação ao mesmo período do ano anterior diminui. Isso pode indicar que, dentro dos próximos meses, a necessidade de captação volte a crescer, seja para novo reforço de caixa ou como reflexo da retomada esperada na economia.
Crédito Privado
Saiba tudo sobre crédito privado
Mercado Primário
Estoque (DEB, CRI e CRA), indexadores e emissão de debêntures
Para enxergar melhor uma curva específica, clique sobre a legenda para "desativar" os ativos não desejados.
O estoque de ativos de crédito privado cresceu em maio em relação a abril, em todos os tipos de ativos. Como pode ser visto no segundo slide (acima), ativos pós-fixados continuam predominando no estoque e foram maioria também em termos de novas debêntures emitidas. Logo em seguida, novamente pudemos observar a participação de títulos atrelados à inflação.
No terceiro slide, vemos que a emissão de debêntures (incentivadas ou não) atingiu R$ 16,2 bilhões no mês. O prazo médio das emissões caiu para 5,8, porém se mantém acima da média de 2020.
Debêntures incentivadas
O volume emitido de debêntures incentivadas, com foco em financiamento à infraestrutura e isentas de imposto de renda, somou R$ 1,2 bilhão em maio, sendo três emissões do setor de energia (CPFL, RGE Sul e TAESA) no montante total de R$ 1,05 bilhão, e uma do setor de saneamento (Ouro Preto), somando R$ 1,05 bilhão.
Mercado secundário
Fluxo
No mês de maio, o volume negociado de debêntures no mercado secundário atingiu R$ 25,7 bilhões (vs. R$ 42,4 bilhões em abril), com destaque novamente para a debênture participativa da Vale (CVRDA6), cuja participação detida pela União e BNDES foi vendida em abril e passou a ser negociada no mercado secundário, trazendo forte e contínuo volume.
No caso de CRIs, o volume de negociação foi de R$ 4,6 bilhões. Para CRAs, o volume negociado foi de R$ 2,3 bilhões.
Em nosso relatório mensal de investimentos em renda fixa, destacamos quatro ativos de crédito privado indexados à inflação (IPCA), que enxergamos ter boa relação risco-retorno: Debênture Saneatins (SNTI23), CRA JBS (CRA021000GU), Debênture MetrôRio (MTRJ19) e Debênture Rota das Bandeiras (CBAN12).
Ressaltamos que ativos de crédito privado também podem apresentar risco mais elevado e, portanto, boas rentabilidades, sendo uma boa alternativa para quem busca diversificar a carteira.
Ratings
Essas foram as ações de ratings das principais agências de classificadoras de risco no mês, tanto para emissores quanto para emissões.
Note que pode ser necessário rolar a tabela para visualizar tudo.
No mês de maio, houve dois rebaixamentos de empresas (Iguá Saneamento e Anima Holding), ao passo em que foram diversas as elevações de ratings e, novamente, os novos ratings de emissões, indicando potencial volume mais elevado de novas emissões no mercado nos próximos meses.
Próximos vencimentos de debêntures
No mês de junho, que concentra o maior volume de vencimentos dos próximos seis meses, são esperados R$ 13,8 bilhões em vencimentos de debêntures. O principal vencimento do mês é uma debênture da Invepar (IVPR15).
Veja mais
Fontes
Anbima
Banco Central do Brasil
Tesouro Direto
CVM
S&P Global
Fitch Ratings
Moody's
B3
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