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5 anos em 5 minutos – Outubro 2020

O objetivo deste novo relatório mensal é passar nossa visão de longo prazo em 5 minutos ou menos, detalhando os retornos esperados para os perfis de risco e classes de ativos.

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Retornos esperados para os portfólios nos próximos 5 anos

Desde 29 de setembro, quando soltamos nossa última edição mensal deste, os mercados ao redor do mundo se moveram pouco, com dúvidas sobre o coronavírus e se haverá novos estímulos para a economia global. O índice que reflete as bolsas globais teve ligera queda. O Ibovespa ficou estável e O Real se desvalorizou, em especial por causa de temores de uma segunda onda de fechamentos das economias europeias.

O governo brasileiro parece ter abandonado as ideias mais ousadas do ponto de vista fiscal, mas ainda estamos diante de um cenário muito desafiador. A proximidade das eleições municipais faz com que as discussões sobre as reformas fiquem em banho-maria ao longo de novembro, e a agenda de reformas e privatizações deve voltar com força apenas em 2021.

Apesar do desempenho neutro, nossa visão de que os resultados das empresas no 3º trimestre ao redor do mundo seriam positivos tem se provado verdadeira. Com cerca de 20% das empresas já divulgadas os lucros têm sido cerca de 15% melhores do que o esperado, e já temos visto analistas ao redor do mundo revisarem para cima suas expectativas para este ano e o próximo.

Os analistas já revisaram os lucros deste ano em média 2,5% para cima globalmente e mais de 10% para as empresas brasileiras, com uma revisão também positiva de cerca da metade desta magnitude para o ano que vem.

Por fim, vale comentar que nossas estimativas agora não tem mais dados de 2020, cobrindo o período de 2021 a 2025, o que torna o CDI estimado um pouco mais alto.

Prêmios de crédito

Os fundos de crédito continuaram obtendo bons resultados ao de outubro, os prêmios de crédito se mantendo estáveis na parcela de debêntures atreladas ao CDI. Nas debêntures de infraestrutura, atreladas à inflação, houve um forte fechamento.

O spread de crédito para a classe de Pós-Fixados com base no índice IDA-DI, divulgado pela ANBIMA e na taxa disponível para papéis bancários na plataforma da XP está hoje em torno de 1,41% ao ano, 0,20% maior do que no relatório passado, especialmente pelo efeito de uma curva de juros mais inclinada nos papéis indexados a um percentual do CDI (%CDI).

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No espaços de inflação, onde utilizamos o IDA IPCA Infraestrutura para estimar o prêmio de crédito, estamos em 0,8% ao ano acima da NTN-B de mesmo duration, um fechamento de 0,30% ao ano.

Como os ativos são isentos, esse prêmio de crédito sobe para 2,4% ao ano quando a comparação é feita líquida de IR.

Com a alta ajustamos nossas expectativas de prêmio sobre os papéis do tesouro para 0,4% ao ano no cenário positivo e 1,5% ao ano no cenário negativo. Eles implicam, respectivamente, em ganho e perda de capital.

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Cenário neutro

Entendemos que ainda há um ambiente pró-reformas no Brasil, que tende a fazer com que as engrenagens da economia deslizem com mais facilidade, trazendo crescimento e mais eficiência.

No entanto, estamos longe de um ambiente político harmônico: o executivo federal e o congresso têm um diálogo truncado e existe muita resistência à agenda de reformas por grupos organizados e influentes.

A bolsa brasileira é a classe com maior retorno potencial em 5 anos, mas recomendamos muita cautela na hora de construir sua posição devido aos acontecimentos recentes. Leia mais aqui.

Cenário pessimista

Ainda que esse não seja nossa visão, não podemos ignorar que, dadas as instabilidades políticas, existe a chance de que piore a relação entre o Executivo e o Congresso. Isso faria com que as Reformas empacassem, com o país falhando em desbloquear um novo ciclo de crescimento.

O baixo crescimento pode abrir os ouvidos da população para políticos populistas, que queiram desfazer reformas como a do Teto de Gastos e talvez até mesmo a Reforma da Previdência.

A Renda Variável Global é nossa principal defesa em um cenário adverso:

Cenário otimista

Mesmo com a articulação truncada, podemos ser surpreendidos pelo alinhamento do Congresso em entregar as reformas, e as privatizações. O crescimento da economia nos próximos anos seria mais forte do que conseguimos agora antecipar, ao mesmo tempo em que a taxa de juros neutra seria mais baixa.

Nesse cenário os lucros das empresas cresceriam mais, e com taxas de juros mais baixas, haveria maiores ganhos nos papéis de renda fixa.

Fundos multimercados podem se adaptar rápido mudanças no cenário

Principais temas globais

Nossa visão de como os grandes temas globais afetam o Brasil está detalhada no quadro a seguir. Atualmente é difícil enxergar quão rápida será a saída do mundo da recessão criada pela pandemia de coronavírus.

Porém, entendemos que os temas globais visando o longo prazo continuam os mesmos: crescimento baixo, taxas de juros ainda mais comprimidas e aversão a risco mantendo Dólar e outros ativos considerados seguros em patamares valorizados.

Metodologia

O quadro a seguir resume os dados e premissas utilizados para calcular os retornos por classe de ativo.

Notas

Inflação: Para estimar o retorno da classe inflação para o portfólio, utilizamos como referência uma carteira composta por 50% IMA-B e 50% IMA-B5. Para definir o prêmio de crédito, utilizamos o IDA IPCA Infraestrutura. O prêmio de crédito é aplicado em 50% da classe de inflação, fazendo o gross-up dos retornos para refletir a isenção de IR.

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