Enquanto o Ibovespa acumula queda de 5% no ano, até 8 de setembro, diante do aumento dos riscos fiscais e políticos no mercado local, além da preocupação com a crise hídrica, as bolsas americanas têm batido recordes de alta em 2021.
O índice S&P 500 já subiu 20,85% em dólar 2021, até 8 de setembro, enquanto o Nasdaq Composite sobe 18,80% e o Dow Jones Industrial acumula valorização de 15,20%. As fortes temporadas de resultados até agora e a manutenção de uma política monetária expansionista adotada pelo banco central americano, Federal Reserve, para impulsionar a economia têm ajudado a sustentar esse movimento. Mas depois desses recordes de alta, ainda tem espaço para os índices americanos subirem mais? Veja abaixo a opinião de grandes gestores sobre o mercado acionário dos EUA e saiba quais as opções para investir nesses ativos estrangeiros sem ter que sair do Brasil.
Bolsas americanas bateram recordes em 2021, tem espaço para subir mais?
Apesar das preocupações com o impacto do avanço da variante Delta do coronavírus na economia americana, e expectativa com o início da retirada dos estímulos por parte do banco central americano diante do aumento da inflação, grandes gestores de fundos continuam otimistas com o desempenho das ações americanas.
O CEO da gestora BlackRock, Larry Fink, afirmou, durante a Expert XP 2021, que o estímulos monetários e fiscais, incluindo o projeto trilionário de infraestrutura em discussão no Congresso dos EUA, devem sustentar mais uns dois anos de mercados acionários fortes, com lucros validando isso.
Os analistas esperam, na média, um aumento anual de lucro por ação das empresas do S&P 500 de 29,8% no terceiro trimestre de 2021, de acordo com dados da Refinitiv.
Com o início da pandemia, bancos centrais globais implementaram políticas monetárias bastante expansivas para amortecer os impactos do pandemia da Covid-19. Nos EUA, por exemplo, a manutenção de taxa de juros perto de zero e a compra de ativos em US$120 bilhões mensais pelo Federal Reserve têm estimulado os investidores a tomarem mais risco em busca de um retorno maior para seus investimentos, favorecendo as alocações em bolsa.
Nesse cenário, Larry Fink, espera que a baixa atratividade dos juros globais deve continuar dando suporte aos mercados de ações globais, como alternativas mais rentáveis.
Se por um lado, o mercado acionário americano está batendo recordes diários ao passo que a economia ainda não se recuperou completamente, por outro, apesar de ações estarem nas máximas, ainda há mais espaço para a economia continuar voltando à normalidade, o que pode trazer um viés positivo para o investidor, disse o co-fundador e co-presidente do conselho da Oaktree, Howard Marks, durante a Expert XP 2021.
Nesse cenário, a Oaktree mantém posições em petróleo, gás e no setor imobiliário, além de exposição em ativos que podem defender a carteira em cenários inflacionários, afirmou Marks na Expert.
Pelo fato das bolsas dos EUA estarem perto das máximas históricas, contudo, alguns analistas estão com uma visão mais cautelosa para ações dos EUA. Os analistas do Morgan Stanley, rebaixaram a recomendação para as ações americanas para “underweight” (abaixo da média do mercado) citando risco ao crescimento da economia americana.
Apesar do risco, alguns gestores brasileiros estão ampliando a exposição às ações americanas. Márcio Appel, sócio fundador e gestor da Adam Capital, contou na Expert XP 2021 que vê oportunidades no mercado americano como não via há muito tempo. A convicção da gestora é tão alta que eles estão com, talvez, a maior posição nesse risco que ela já teve.
Confira abaixo algumas alternativas disponíveis no mercado local para investir nesse mercado.
1-Fundos de índice (ETF)
Os Exchange Traded Funds (ETF, na sigla em inglês) são fundos cujas cotas são negociadas em bolsa. Na bolsa brasileira, B3, existem ETFs que seguem a carteira teórica de índices de bolsas americanas. Veja abaixo alguns exemplos:
- ETF ISHARE SP500 (IVVB11) – segue o índice S&P 500, que reúne as 500 maiores empresas do mundo listadas nas principais bolsas americanas.
- ETF NASD11 (sem proteção cambial)- replica o retorno do índice Nasdaq-100, composto pelas 100 maiores empresas não-financeiras listadas na bolsa de valores Nasdaq. Fazem parte do índice empresas como Alphabet, controladora do Google, Amazon, Apple, Facebook, Mercado Livre e Netflix. Mas o índice não é composto apenas por empresas de tecnologia, que representam cerca de 40% dele, pois conta também com empresas de consumo como a PepsiCo e Starbucks, além da fabricante de automóveis Tesla.
2-BDRs de ETF
Outra alternativa para ter uma posição em índices de bolsas americanas é comprando na B3 os Brazilian Depositary Receipts (BDRs) de ETFs que replicam índices de bolsas americanas (BDR de ETF).
Os BDRs nesse caso são valores mobiliários emitidos no Brasil, que possuem como lastro cotas de ETFs listados no exterior, como vimos no exemplo acima. Esses papéis são emitidos por uma instituição depositária no Brasil e são negociados na B3. O investidor pode comprar esses papéis em reais na B3, mas, como são referenciados em índices listados lá fora, esses ativos estão sujeitos à variação cambial.
Existem na B3 alguns BDRs que replicam ETFs que seguem índices de ações americanas. Veja alguns exemplos abaixo :
- BDR iShares S&P 500 Growth (BIWE39)- busca seguir o ETF S&P 500 Growth Index, composto pelas ações americanas de maior capitalização com foco em empresas em estágio de crescimento, isto é, com perspectiva de aumento de receita e participação de mercado.
- BDR iShares S&P 500 Value ETF(BIVE309) – segue o retorno do índice S&P 500 Value Index, que tem como foco as ações de valor, ou seja, aquelas que estão sendo negociadas abaixo do seu valor justo.
3- BDRs
O investidor também pode comprar BDRs de grandes empresas americanas como Microsoft, Apple , Google (Alphabet), Coca-Cola ou Procter & Gamble em reais na bolsa de valores brasileira. Os BDRs, assim como as ações no Brasil, pagam dividendos, mas a distribuição de lucro nos EUA é taxada em 30%. (confira a carteira recomendada de BDRs da XP).
4- Fundos de investimento que investem em ações americanas
Mas se escolher uma ação no Brasil já é difícil, imagina selecionar papéis de multinacionais, que atuam em diferentes mercados, e o acesso ao à gestão da companhia é muito mais desafiador. Afinal, você pode conhecer muito bem um iPhone, mas a Apple é muito mais que uma empresa de celulares. Você sabia que a receita com serviços, que inclui os serviços em nuvem, é um das que mais tem crescido na composição de produtos da Apple, representando 22% da receita da companhia no segundo trimestre de 2021.
Os fundos de ações americanas podem, assim, ser uma opção para quem busca uma gestão profissionalizada na escolha dos papéis, que oferecem a possibilidade de diversificar mais a carteira em diversos setores com um investimento baixo. Veja abaixo algumas opções de fundos que investem em empresas americanas disponíveis na plataforma da XP.
- Western Asset FIA BDR Nivel I, da gestora americana Western Asset -busca oferecer um retorno absoluto de 4% a.a. acima do desempenho do índice S&P 500, com variação cambial. Veja outras opções de fundos internacionais disponíveis na plataforma da XP .
- Wellington US BDR Advisory, gerido pela Wellington Asset management- investe entre 30 e 65 BDRs de empresas americanas selecionadas na carteira tem como referência o índice S&P 500. O foco do fundo é voltado para papéis de gigantes da tecnologia, como Microsoft e Alphabet, e do setor financeiro, como Charles Schwab e conta com duas versões: com e sem exposição cambial.
- Trend Bolsa Americana FIA – busca replicar o retorno do S&P500 a partir do ETF atrelado a esse índice e por meio de contratos futuros do S&P 500 e conta com duas versões com e sem hedge cambial. Há duas versões do produto, com e sem variação cambial.
- Trend Nasdaq 100 (com proteção cambial) – busca seguir o retorno do índice Nasdaq-100 e tem aplicação mínima de R$ 100.
5-COE
Os Certificado de Operações Estruturadas (COE) oferecem a opção para quem quer ter uma exposição à bolsa americana, mas não quer correr o risco de perder o capital investido.
O COE Bolsa Americana Taxa Fixa ou Alta Ilimitada tem como objetivo seguir o comportamento do ETF SPDR S&P 500 (SPY US), que replica o índice S&P 500. No cenário de queda, o investidor ganha no mínimo entre 30% a 35% (equivalente a 4,90% e 5,62% a.a.) sobre o capital investido no vencimento do produto, em 18 de março de 2027. Em caso de alta, o investidor ganha a maior taxa entre a taxa fixa oferecida e o retorno do índice. Esse COE não tem risco cambial, e conta com aplicação mínima de R$ 5 mil e o período de reserva vai até 16 de setembro.
Investir em ações americanas permite não só diversificar o risco Brasil, como também oferece a opção de ter exposição a setores que não existem na bolsa brasileira como de streaming, carros elétricos, biotecnologia. Veja o relatório dos analistas da XP sobre os benefícios da diversificação da carteira com ativos internacionais.
Se você ainda não tem conta na XP Investimentos, abra a sua!