Retornos esperados para os portfólios nos próximos 5 anos
Desde 30 de novembro, quando soltamos nossa última edição mensal deste, os mercados ao redor do mundo passaram por uma alta moderada, com investidores animados com o início das campanhas de vacinação e um novo pacote de estímulos nos Estados Unidos.
O Brasil foi muito beneficiado pela percepção positiva para mercados emergentes, dadas expectativas de uma política externa americana menos truculenta sob Biden. A dívida brasileira de curto prazo também foi melhor equacionada, o que deu um belo fôlego às expectativas.
Neste mês vamos focar nas perspectivas para a bolsa global, onde houve uma melhora da visibilidade.
Retornos esperados para a bolsa global
Quando falamos da “bolsa global” estamos nos referindo ao MSCI All Country World Index (MSCI ACWI, em tradução livre: MSCI Mundo – Todos os Países). A composição do índice está resumida a seguir.
Os retornos esperados dependente de 5 fatores cruciais:
- Preço atual: 24,3x, baseado no índice de Preço/Lucro
- Preço daqui a 5 anos: 16,2x, assumindo que o Preço/Lucro retorna para sua média histórica dos últimos 10 anos: isso é uma contração de 7,7% ao ano.
- Dividendos: 2,1% ao ano (estimativa Bloomberg para os próximos 2 anos)
- Depreciação do dólar vs. cesta mundial: 0,6% ao ano.
- Crescimento dos lucros: 12,2% ao ano, o que parece forte, mas reflete a saída da crise, com uma reversão da contração de lucros de 2020.
Com isso temos uma retorno esperado de 6,3% ao ano em dólares. Mas como isso fica em reais? Há duas maneiras de o investidor acessar essa classe de ativos:
- Com exposição cambial: aqui o investidor soma a variação do câmbio entre Real e Dólar ao resultado. Nesse caso, esperamos entre 2% e 12% ao ano em reais (veja mais nos gráficos abaixo). Importante que esse resultado é maior nos cenários em que a bolsa brasileira passa por dificuldades.
- Sem exposição cambial (com hedge): aqui o investidor imuniza o risco cambial, trocando os juros em dólares por juros em reais. Como os juros aqui são maiores, há um ganho nessa operação: os retornos são esperados entre 9 e 10% ao ano.
Como isso impacta a alocação dos portfólios
À primeira vista, nossa carteira de renda variável deveria estar mais concentrada na bolsa brasileira, que possui maior retorno esperado (11,6% ao ano, no cenário neutro). Mas essa não é nossa principal variável decisória: sempre devemos levar o risco em conta.
A verdade é que a bolsa global é menos arriscada que a brasileira, como mostra o gráfico a seguir. Observe que a bolsa global (RV Global – Hedge) está acima da linha pontilhada que liga CDI/Selic à bolsa brasileira.
Não é visível no gráfico, mas a baixa correlação das bolsas globais com a brasileira (e demais classes de ativos), também aumentam sua importância.
No final, esperamos ter ao longo dos próximos meses, maior exposição à renda variável global do que à brasileira.
Prêmios de crédito
Os fundos de crédito continuaram obtendo bons resultados ao de outubro, os prêmios de crédito se mantendo estáveis na parcela de debêntures atreladas ao CDI. Nas debêntures de infraestrutura, atreladas à inflação, houve um forte fechamento.
O spread de crédito para a classe de Pós-Fixados com base no índice IDA-DI, divulgado pela ANBIMA e na taxa disponível para papéis bancários na plataforma da XP está hoje em torno de 1,43% ao ano, 0,05% menor do que no relatório passado, devido ao fechamento dos prêmios das debêntures e maior prêmio dos ativos bancários na plataforma.
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No espaços de inflação, onde utilizamos o IDA IPCA Infraestrutura para estimar o prêmio de crédito, estamos em 0,9% ao ano acima da NTN-B de mesmo duration, um aumento de 0,20% ao ano.
Como os ativos são isentos, esse prêmio de crédito sobe para 2,2% ao ano quando a comparação é feita líquida de IR.
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Cenário neutro
Entendemos que ainda há um ambiente pró-reformas no Brasil, que tende a fazer com que as engrenagens da economia deslizem com mais facilidade, trazendo crescimento e mais eficiência.
No entanto, estamos longe de um ambiente político harmônico: o executivo federal e o congresso têm um diálogo truncado e existe muita resistência à agenda de reformas por grupos organizados e influentes.
Cenário pessimista
Ainda que esse não seja nossa visão, não podemos ignorar que, dadas as instabilidades políticas, existe a chance de que piore a relação entre o Executivo e o Congresso. Isso faria com que as Reformas empacassem, com o país falhando em desbloquear um novo ciclo de crescimento.
O baixo crescimento pode abrir os ouvidos da população para políticos populistas, que queiram desfazer reformas como a do Teto de Gastos e talvez até mesmo a Reforma da Previdência.
A Renda Variável Global é nossa principal defesa em um cenário adverso:
Cenário otimista
Mesmo com a articulação truncada, podemos ser surpreendidos pelo alinhamento do Congresso em entregar as reformas, e as privatizações. O crescimento da economia nos próximos anos seria mais forte do que conseguimos agora antecipar, ao mesmo tempo em que a taxa de juros neutra seria mais baixa.
Nesse cenário os lucros das empresas cresceriam mais, e com taxas de juros mais baixas, haveria maiores ganhos nos papéis de renda fixa.
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