A divulgação dos resultados do 3º trimestre de 2020 (3T20) das empresas listadas na Bolsa começou em meados de outubro e 67,2% das empresas do Ibovespa já reportaram seus resultados.
Até agora, 34% deles foram em linha com o que o consenso esperava e 51% acima da expectativa. Já em relação às estimativas da XP, 35% dos resultados foram em linha com os nossos números e 61% acima das nossas expectativas. Nossa análise consolidada sugere que a receita líquida e EBITDA das empresas sob nossa cobertura superaram nossas projeções em 0,8% e 10,8%, respectivamente. O que isso nos mostra?
Devido à disseminação do coronavírus e à adoção de medidas de restrições, o PIB brasileiro caiu 9,7% no segundo trimestre e os resultados das empresas na temporada passada refletiram o impacto da pandemia. Com a progressiva abertura da economia e a melhora nos indicadores econômicos, essa melhora vem sendo mostrada nos resultados das companhias.
O mercado já esperava resultados melhores em relação ao 2° trimestre, apesar de mais fracos em relação a 2019. Segundo a Bloomberg, o consenso de mercado espera uma queda de -15% no lucro operacional (EBITDA) para as empresas do Ibovespa no 3° tri 2020 em relação ao mesmo período de 2019 e uma queda de -60% no Lucro Líquido. No 2o trimestre de 2020, o mais impactado pela pandemia, o mercado esperava uma queda de -73% no Lucro Operacional (EBITDA), e os resultados vieram melhores que o esperado, com uma queda de “apenas” -26,5%.
Devido à atipicidade da conjuntura atual, os investidores ainda devem estar mais atentos à comparação dos resultados vs. as expectativas do consenso do que à comparação dos números do terceiro trimestre 2020 vs. terceiro trimestre 2019, além de se atentarem para a alavancagem (endividamento) e liquidez das empresas e analisar a capacidade das mesmas passarem pelos meses ainda difíceis à frente.
Outros dois pontos que também merecem atenção são: 1) planos de digitalização das empresas, diferenciando as mais preparadas para o mundo pós pandemia das menos preparadas, e 2) os fatores ESG (do inglês Environmental, Social and Governance), uma vez que o mercado vem acompanhando cada vez mais de perto as empresas mais preparadas nas questões ambientes, sociais e de governança, entendendo que aquelas que não se adaptarem, ficarão para trás.
Veja abaixo as expectativas vs. os números reportados para cada uma das empresas que já divulgaram seus resultados e fazem parte da nossa cobertura.
Destaques dos Resultados Divulgados
Klabin (KLBN11): os números foram acima do esperado, com EBITDA de R$1.233 milhões. O principal destaque foi o volume de papel sinalizando início de recuperação em mais setores da economia. Além disso, volumes de celulose vieram em linha com a nossa previsão e os preços se recuperaram no final do trimestre. Embora a alavancagem continue sendo uma preocupação, parece decente, considerando os projetos de expansão em andamento: Dívida Líquida/EBITDA em dólar atingiu 4,0x, contra 3,8x no 2T20.
Santander (SANB11): O Santander reportou ontem um lucro de R$ 3,9 bilhões (vs. R$ 3,0 bi XPe e R$ 2,9 bi do consenso Bloomberg) e um ROE nível pré-pandemia de 21% no trimestre devido a provisões abaixo do esperado. O resultado operacional, excluindo custo de crédito, foi apenas 7% acima de nossas estimativas. Embora consideremos as provisões ainda não normalizadas, temos agora mais visibilidade de uma possível redução sequencial dos níveis de provisionamento para os bancos incumbentes, o que deve aumentar o potencial para os bancos brasileiros e possíveis reavaliações de múltiplos.
Petrobras (PETR4): O EBITDA Ajustado foi de R$33,6 bilhões, +11,4% acima da nossa estimativa de R$30,1 bilhões +8,5% acima do consenso de mercado de R$30,9 bilhões (compilado pela Bloomberg). No mesmo período, a Petrobras registrou prejuízo de R$(1,5) bilhão em comparação à nossa estimativa de prejuízo de R$(723) milhões e expectativa do consenso de mercado de Lucro Líquido de R$1,1 bilhão. Entretanto, notamos que tal prejuízo está relacionado principalmente ao impacto de variações cambiais sobre a dívida da companhia em moeda estrangeira de R$(13,8) bilhões, resultado que não possuí efeito caixa. Além disso, a Petrobras divulgou uma geração de caixa (excluindo efeitos não-recorrentes, como venda de ativos) de R$27,5 bilhões.
Vale (VALE3): Temos uma avaliação positiva dos números divulgados, uma vez que os resultados vieram acima das nossas expectativas, com EBITDA ajustado de US$6,1 bilhões, alta de 78% no trimestre. Destacamos a geração de caixa operacional de US$3,8 bilhões, com o EBITDA mais forte e impactos reduzidos de capital de giro.
Ambev (ABEV3): O EBITDA ajustado de R$ 5.074mn ficou 20% acima das nossas projeções e cresceu 52% versus o segundo trimestre de 2020 (T/T). Com isso, a margem EBITDA subiu para 33%, em linha com nossa projeção (XPe: 32%) mas ainda 319 pontos-base (bps) abaixo do 3T19.
Bradesco (BBDC4): O Bradesco reportou ontem bons resultados no terceiro trimestre de 2020 (3T20), com lucro exatamente como o esperado, em R$ 5 bilhões (vs. R$ 4,6 do consenso da Bloomberg), implicando em um ROE de 15%. Os destaques do resultado foram: i) menor custo de crédito, ii) maiores receitas de serviços e iii) custos surpreendentemente controlados. No entanto: i) a margem financeira do banco surpreendeu negativamente caindo 8% T/T embora os ativos rentáveis tenham crescido 7% no mesmo período, devido a uma queda de 72bps na margem financeira sobre os ativos rentáveis (NIM); e ii) um número mais normalizado de sinistros e resultados financeiros deterioraram a operação de seguros que, apesar disso, acreditamos que a seguradora ainda se beneficia da baixa utilização pelos clientes.
Gerdau (GGBR4): De modo geral, os números foram acima do esperado, com EBITDA de R$2.140 milhões. Os principais destaques foram os volumes mais fortes nas unidades do Brasil e dos EUA, e margens saudáveis em praticamente todas as linhas, além da redução da alavancagem e forte geração de caixa.
EDP Energias do Brasil (ENBR3): EdP Energias do Brasil reportou um EBITDA Ajustado do 3T20 de R$ 594,5 milhões, +16% acima da nossa estimativa de R$ 511,7 milhões, mas em linha com o consenso da Bloomberg de R$603,3 milhões (-1,5%%). O lucro líquido reportado no 3T20 foi de R$ 299,8 milhões, bem acima da nossa expectativa de R$ 221,1 milhões e do consenso de R$ 234,8 milhões, refletindo principalmente a melhor performance nas linhas de resultados operacionais (receitas e custos).
Lojas Americanas e B2W (LAME4 / BTOW3): As vendas do Universo Americanas (faturamento combinado da Lojas Americanas e da B2W) cresceram 31% A/A (vs. +24,8% A/A no 2Q20), principalmente puxado pela B2W. Os principais destaques do resultado foram (i) a performance do canal omni, com vendas do O2O (online para offline) crescendo 96,4% A/A e 33% das vendas entregues em 24h, (ii) performance ainda forte do online, com o segmento de mercado sendo um driver importante, e (iii) forte crescimento no número de clientes com mais de um ponto de contato no Universo para 10 milhões vs. 6 milhões no 2T20 e vs. 45 milhões de clientes ativos no Universo Americanas.
CTEEP (TRPL4): Em 29 de outubro, a CTEEP anunciou seu resultado do 3T20, com EBITDA ajustado de R$ 668,2mm vindo acima (+15%) da nossa estimativa de R$ 578,9mm, refletindo principalmente os efeitos da revisão tarifária e parcela de ajuste sobre as receitas da companhia. O lucro líquido foi de R$ 400,6mm bem acima da nossa estimativa de R$ 303,6mm, também refletindo o maior resultado operacional da companhia.
Copasa (CSMG3): O EBITDA ajustado de R$ 528,4,0 milhões veio acima da nossa estimativa de R$ 482,8 milhões (9,4%). Tal performance reflete uma combinação de (i) um crescimento no número de unidades consumidoras maior do que o esperado alinhado à uma tarifa média mais alta em relação às nossas expectativas, principalmente em função da maior migração de clientes da tarifa social para residencial devido à revisão na base do CadÚnico na esfera federal e (ii) a redução de R$2,7 milhões na receita indireta de água e esgoto, em função, principalmente, das medidas tomadas para minimizar os impactos à população ocasionados pela pandemia do coronavírus, alinhada a uma redução do número de dias de consumo contabilizados pela companhia em -1,1%, sendo 91,2 dias no 3T20, contra 92,2 dias no 3T19.
Porto Seguro (PSSA3): A Porto Seguro postou um bom resultado neste terceiro trimestre de 2020 (3T20), com a receita crescendo surpreendentes 4% anualmente e 14% trimestralmente para R$ 4,8 bilhões, impulsionado principalmente pelo crescimento de seguros de 4,2% A/A e 17,4% T/T para R$ 4,1 bilhões, com destaque para o crescimento de prêmios nos segmentos Auto e Patrimonial, já retomando aos níveis pré-crise. Enquanto isso, as receitas decorrentes dos outros negócios apresentaram um crescimento de 5,7% A/A e queda de -1,1% T/T para R$ 710 milhões.
Ultrapar (UGPA3): A Ultrapar divulgou seus resultados do 3T20 em 4 de novembro, após o fechamento do mercado. O EBITDA ajustado de R$1.094,1 milhões ficou muito acima da nossa estimativa de R$915,0 milhões (+19,6%) e do consenso de mercado de R$914,5 milhões. O resultado refletiu uma combinação dos seguintes fatores: (1) fortes resultados da Ipiranga com margens em termos de EBITDA/m3 de R$112/m3 ante nossa estimativa de R$88/m3, (2) resultados acima do esperado na Oxiteno e (3) resultados em linha com o esperado nas demais subsidiárias.
Tenda (TEND3): A Tenda registrou uma receita líquida de R$655 milhões (+27% contra o ano passado e +24% em relação ao trimestre passado), impulsionada pelo sólido desempenho operacional com lançamentos e vendas em níveis recordes. Conforme esperado, a margem bruta ajustada permaneceu pressionada e atingiu 33% devido à maior custos dos materiais de construção, apesar de queda na concessão de descontos durante o trimestre. Por fim, o lucro líquido foi de R$71 milhões (+9% ano contra ano e +75% contra o segundo trimestre).
Iguatemi (IGTA3): A Iguatemi reportou receita líquida de R$182 milhões (-0,1% ano contra ano e +13,2% trimestre contra trimestre) após melhora significativa do horário de funcionamento de seus shopping centers ao longo do trimestre. A receita de estacionamento foi de R$13 milhões, mostrando os primeiros sinais de recuperação do tráfego de carros. O Ebitda atingiu R$134 milhões (-20,4% contra ano passado e +16,7% contra o trimestre passado) devido as despesas operacionais acima do esperado. Por fim, o FFO atingiu R$98 milhões (-17,5% contra o ano passado e +17,4% contra o trimestre passado), pressionados por despesas financeiras acima do esperado.
CESP (CESP6): A empresa reportou Prejuízo Líquido de R$(58,5) milhões, abaixo da nossa expectativa de R$31,5 milhões e o consenso da Bloomberg de R$71,0 milhões. O EBITDA ajustado ficou em R$223,5 milhões, -4,1% abaixo de nossa estimativa de R$233,1 milhões e -9,5% abaixo do consenso da Bloomberg de R$247,0 milhões. O desempenho refletiu principalmente uma menor margem de contribuição (receita menos custos de compra de energia) de R$254,2 milhões vs. nossa estimativa de R$273,1 milhões (-6,9%). Além do menor resultado operacional, o menor resultado líquido também refletiu despesas financeiras líquidas mais altas em relação às nossas estimativas, principalmente devido à maior correção monetária de passivos devido à aceleração do IGP-M.
Irani (RANI3): De modo geral, os números foram um pouco mais fracos que o esperado, com EBITDA de R$55,6 milhões. Os principais destaques foram os volumes mais fortes mais fortes de papelão ondulado, porém, do lado negativo, a alta no preço das aparas, devido à recuperação da demanda associada a um cenário ainda desafiador para os fornecedores de papel reciclado.
Lojas Renner (LREN3): A receita líquida atingiu a R$1,65 bilhões, queda de 14,5% A/A, já que as lojas continuaram a ser impactadas por restrições, enquanto as vendas de serviços financeiros sofreram com menor uso de cartão e um menor portfólio de crédito, também explicados pelo fechamento de lojas. O crescimento de vendas no conceito mesmas lojas ficou em -17,2% A/A, contra nossa estimativa de -13,4%. O EBITDA do varejo foi positivo em R$ 13 milhões (-96,5% A/A), com uma margem EBITDA de 0,8%. Quanto aos serviços financeiros, o EBITDA foi de -R$ 51 milhões. Por fim, o prejuízo líquido foi de R$ 83 milhões, vs. -R $ 441 milhões no 2T e R$ 188 milhões no 3T19.
Raia Drogasil (RADL3): Os resultados de RD vieram em linha com nossas estimativas. A receita bruta de R$ 5,4 bilhões (+ 12,8% A/A e + 11% de crescimento orgânico), ficou 2,4% abaixo de nossas estimativas, mas 3% acima do consenso de mercado. As vendas no conceito mesmas lojas da empresa aumentaram 6,7% no comparativo anual (+ 1,4% para lojas maduras) contra nossa estimativa em +5,5% (+0,5% lojas madura), enquanto este número seria de + 10,6% (+ 5,63% madura) se excluíssemos as lojas de shoppings, que tem sido mais prejudicadas por medidas de restrição. O EBITDA ajustado e o lucro também vieram em linha com os nossos. O e-commerce continuou sendo um dos principais destaques do trimestre, atingindo 7,1% das vendas (vs. 7,6% no 2T20 e 2,7% no 1T20), reforçando que o consumidor parece realmente ter se tornado omnicanal.
Cielo (CIEL3): A Cielo apresentou resultados suaves no trimestre, com lucro de R$ 100 milhões (vs. R$ 87 milhões das estimativas do mercado). Uma forte recuperação quando comparada ao prejuízo de R$ 75 milhões no segundo trimestre, ajudado pela recuperação econômica e aumento de volumes, mas ainda 55% inferior ao mesmo período do ano anterior.
Grupo Pão de Açúcar (PCAR3): No Brasil, o faturamento bruto foi de R$17,5bn, +20,1% A/A, e 2,6% acima da nossa estimativa, com o principal destaque sendo a operação de atacado (Assaí) com crescimento de vendas mesmas lojas em 18,1% A/A. Na divisão internacional (Grupo Éxito), o faturamento bruto foi de R$5,95bn, subindo 0,7%YoY excluindo o efeito cambial, e 4,3% abaixo da nossa estimativa. Outro importante destaque do resultado foi o nível de rentabilidade sólido em todas as divisões. Dessa forma, o EBITDA ajustado consolidado foi de R$1,66bn, 4% acima do nosso, e com uma margem EBITDA de 7,8%, +0,5p.p. A/A e +0,2p.p. T/T. Finalmente, o lucro líquido foi de R$339mn (+97% A/A), e 10% acima do consenso.
Multiplan (MULT3): A Multiplan registrou forte receita líquida de R$1.022 milhões, impulsionada pela venda da torre corporativa Diamond Tower por R$810 milhões. A receita de aluguel foi de R$150 milhões (+125% contra o trimestre anterior e -44% contra o ano passado), ainda amplamente impactada pelos descontos concedidos aos lojistas durante a pandemia. A receita de estacionamento foi de R$22 milhões, mostrando os primeiros sinais de recuperação do fluxo de automóveis nos shoppings pós-pandemia. O EBITDA foi de R$704 milhões após um aumento das despesas gerais e administrativas. Por fim, o FFO ajustado terminou em R$599 milhões (3% abaixo das nossas estimativas).
Itaú (ITUB4): O Itaú reportou resultados em linha com as expectativas, com lucro 10% acima de nossas estimativas em R$ 5,0 bilhões (implicando um ROE de 16%), porém sustentado por resultados não operacionais. No geral, o resultado foi impulsionado por: i) resultados não operacionais, ao passo que o resultado operacional foi apenas 4% acima de nossas estimativas; ii) maior atividade econômica refletida nas receitas de serviços; e iii) despesas não decorrentes de juros abaixo do esperado.
BB Seg (BBSE3): BB Seg apresentou um resultado positivo para o 3T20 ontem, conforme esperado, com lucro de R$ 1,1 bi (vs. R$ 1,0 bi do consenso Bloomberg e crescendo 1% T/T e 12% A/A), implicando ROE de 19%. O resultado foi impulsionado por: i) segmento de previdência, que saltou 26% T/T e 7% A/A para R$ 265 milhões; ii) segmento de captação, que cresceu 54% A/A, para R$ 29 milhões; e iii) o negócio de corretagem, que expandiu 20% T/T e 12% A/A para R$ 547 milhões. No entanto, parcialmente compensado pelo menor resultado financeiro, dada a baixa taxa de juros.
d1000 (DMVF3): A Receita Bruta reportada foi de R$263 milhões (-13,5% A/A), em linha com nossas estimativas, com a queda A/A sendo principalmente puxada pelas lojas em shoppings (17% da base de lojas). O Lucro Bruto veio em R$84,2 milhões (-2.5% A/A), 6% acima da XPIe, e com uma expansão de margem de 3,5p.p vs. o ano anterior, atingindo 32% – recorde histórico da companhia e acima dos outros players listados do setor. Entretanto, despesas comerciais, gerais e administrativas praticamente em linha com o ano passado levaram a uma queda de margem EBITDA de 0,4 p.p. A/A, com o EBITDA ajustado (excl. IFRS 16) em R$4,4 milhões vs. nossa estimativa em R$6,4 milhões. Finalmente, o lucro reportado foi de R$-0,3 milhão (vs. R$-3,7 milhões no 3T19).
Banco do Brasil (BBAS3): O resultado do Banco do Brasil veio em linha com nossas expectativas ontem, com lucro de R$ 3,5 bi (vs. R$ 3,6 XPe e R$ 3,7 do consenso Bloomberg), implicando em ROE de 12%. O resultado foi impulsionado por: i) maiores receitas de serviços à medida que a retomada da atividade econômica aumentou os volumes; ii) custos controlados, uma vez que o banco reduziu os custos A/A e manteve-os estáveis T/T, mesmo com o 2T tendo sido um trimestre de baixa atividade econômica; e iii) custo de crédito abaixo do esperado, dado que o banco atingiu um nível de recuperação de crédito surpreendente no trimestre, uma vez que o BB cessou parte da carteira de crédito, majoritariamente em perdas, em julho. No entanto, impactado pela menor margem financeira (NII), uma vez que o resultado da curva de reavaliação do Banco Patagonia reduziu consideravelmente o resultado da tesouraria.
AES Tietê (TIET11): Em 5 de novembro, a AES Tietê reportou um EBITDA ajustado do 3T20 de R$ 306,4 milhões em linha com nossa estimativa de R$ 298,3 milhões (+2,7%). O desempenho reflete uma combinação de: (i) margem de contribuição (receitas menos custos de compra e transmissão de energia) +1,6% acima do que esperávamos (R$ 388,1 milhões vs. R$ 382,0 milhões, respectivamente) e (ii) custos gerenciáveis (pessoal, materiais, serviços e outros) -8,0% abaixo do esperado. Passando para a linha de lucros, o Lucro Líquido foi de R$ 51,1 milhões, superando nossa estimativa de R$ 29,3 milhões, reflexo principalmente um ganho tributário.
Engie Brasil (EGIE3): A Engie Brasil reportou um Lucro Líquido de R$ 489,7 milhões, muito acima da nossa estimativa de R$ 409,3 milhões. A diferença pode ser explicada por menores despesas financeiras líquidas em relação às nossas estimativas. O EBITDA Ajustado (Pro-forma) do 3T20 de R$ 489,7 milhões veio em linha (+1,6%) com nossa estimativa de R$ 1.350,0 milhões.
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