O que você vai encontrar nesse relatório:
Em junho, a Bolsa brasileira continuou a se recuperar, atingindo máximas históricas no começo do mês reagindo a dados econômicos melhores do que esperado. Mas no Brasil, temos sempre mais emoção, as ações voltaram cair novamente após a divulgação da 2a fase da reforma tributária, que propôs ajustes no imposto de renda para Pessoas Física, Pessoa Jurídica e investimentos (link).
Nesse Raio XP de julho, falamos sobre as constantes e rápidas rotações que estão acontecendo nos mercados entre setores: valor e crescimento, defensivos e cíclicos, large caps e small caps.
Rotação entre valor e crescimento: Em 2021, com a reabertura econômica global, as ações mais cíclicas e consideradas “de valor” por negociarem à múltiplos menores finalmente começaram a parecer mais atrativas aos investidores e ter uma performance melhor, na medida em que o mercado ficou mais animado com a aceleração da vacinação no mundo e o forte crescimento econômico esperado. Nas últimas semanas, porém, o movimento começou a perder um pouco de força, desde que o Federal Reserve adotou uma postura mais dura em relação aos juros nos EUA, e com a aceleração de casos da COVID-19, por conta da variante Delta. Seguimos otimistas com as commodities, mas é importante ficar de olho nesse tema valor vs. crescimento.
Rotação para temas de reabertura: Com perspectivas melhorando para o restante do ano, estamos construtivos em relação aos nomes ligados à recuperação econômica. Setores como o financeiro, shoppings, educação e varejo físico devem se beneficiar. Trazemos uma lista de ações que continuam atrativas e que podem ver um bom desempenho com essa rotação em direção à temas de reabertura, caso o tema siga ganhando tração.
Rotação entre large caps e small caps: Estamos vendo também uma rotação de ações de large cap para small caps acontecer. No ano, as small caps têm tido uma performance melhor que o Ibovespa.
Target da Bolsa: Estamos mantendo o target para o Ibovespa em 145.000 pontos para o final de 2021. Não incorporamos nenhuma mudança por conta da reforma tributária, pela incerteza em relação a sua aprovação no Congresso.
Carteiras Top 10, Dividendos e Small Caps
Para o mês de julho, estamos fazendo alterações em todas as carteiras:
1) Carteira Top 10 XP: estamos trocando Bradesco (BBDC4), Marfrig (MRFG3) e Intermédica (GNDI3) por SulAmerica (SULA11), Arezzo (ARZZ3) e Rede D’Or (RDOR3);
2) Carteira Top Dividendos XP: estamos trocando Energias do Brasil (ENBR3) por Banco do Brasil (BBAS3);
3) Carteira Top Small Caps XP: estamos trocando AURA (AURA33) e Anima (ANIM3), por e Blau (BLAU3) e Hidrovias do Brasil (HBSA3).
Recapitulando: A primeira metade de 2021
Os primeiros seis meses deste ano não foram carentes de eventos. A recuperação econômica global finalmente ganhou tração à medida em que a vacinação contra a COVID-19 acelerou. Ao mesmo tempo, os preços das commodities atingiram patamares recordes, o preço do Bitcoin disparou e desabou, e as ações “meme” ganharam popularidade.
No Brasil, o ano começou em um tom negativo ao passo que preocupações no cenário macro dominavam os noticiários. Riscos fiscais permaneceram no horizonte, o risco de intervenção política aumentou, e os números de casos e fatalidades da COVID-19 continuaram a subir.
Porém, as coisas começaram a mudar nesse segundo trimestre e os ativos brasileiros finalmente começaram a acompanhar os mercados globais.
Em junho, ações brasileiras continuaram o movimento de recuperação, atingindo máximas históricas no começo do mês reagindo a dados econômicos melhores do que esperado. Mas no Brasil temos sempre mais emoção, e a Bolsa voltou a cair novamente após a divulgação da reforma tributária, que propôs ajustes no imposto de renda para Pessoas Física, Pessoa Jurídica e investimentos.
O Ibovespa terminou o mês em +0,5% na moeda local. E com o real 5,0% mais forte contra o dólar americano, o índice brasileiro retornou +5,2% em dólares, sendo um dos mercados com a melhor performance global.
Com tantas mudanças recentemente, o tema dos mercados tem sido rotação: entre valor e crescimento, entre defensivos e cíclicos, e entre large cap e small caps.
Rotação entre valor e crescimento
Ao longo da última década, ações de crescimento (conhecidas como growth em inglês), lideradas pelo setor de tecnologia, superaram a performance do resto do mercado e continuaram a subir em 2020, ao passo que a pandemia paralisou a atividade econômica global.
Em contrapartida, em 2021, com a reabertura econômica global, as ações mais cíclicas de valor (value, em inglês) finalmente começaram a parecer mais atrativas aos investidores. Agora que a rotação já acontece há muitos meses, o movimento começou a perder um pouco de força.
Quanto mais barata uma ação, melhor?
Mensurando isso de uma outra maneira, o retorno das ações mais baratas em relação às ações mais caras também reflete o que está acontecendo com as ações de valor e crescimento. As dez empresas com menores Preço por Lucro (P/L) do Ibovespa registraram um desempenho melhor do que os dez nomes com os maiores P/L até agora em 2021, como vemos no gráfico abaixo.
Em nossas conversas com investidores estrangeiros, vimos que muitas das preocupações do início do ano diminuíram e sentimento se tornou mais positivo (veja mais nesse link). Porém, eles continuam posicionados de forma mais defensiva, em nomes de alta qualidade e crescimento, e com baixa exposição à bancos e commodities.
Na nossa visão, com a recuperação econômica global ainda em andamento, continuamos com positivos com os setores cíclicos, incluindo commodities. Porém, as empresas exportadoras podem ser afetadas pela apreciação do Real frente ao dólar, e por preços mais moderados de commodities daqui pra frente após máximas históricas no início do ano.
Rotação para temas de reabertura, ainda com força?
Com a economia brasileira se mostrando mais resiliente do que esperado, e perspectivas melhorando para o resto 2021 com a aceleração do ritmo da vacinação contra Covid-19, seguimos otimistas em relação aos nomes de reabertura econômica.
Acreditamos que setores como financeiro, shoppings, educação e varejo físico podem continuar sua recuperação junto com a atividade econômica no segundo semestre do ano.
Abaixo, compilamos uma lista de ações que continuam atrativos e podem se beneficiar dessa história de reabertura econômica no Brasil.
São nomes que passaram pelo seguinte filtro quantitativo:
- Preços descontados em relação aos seus picos nos últimos doze meses;
- Possuem capitalização de mercado acima de R$ 5 bilhões;
- Possuem recomendação de Compra pelo consenso de analistas do mercado (Bloomberg);
- São negociadas com um Preço por Lucro inferior aos seus respectivos setores; e
- Não fazem parte de setores defensivos Telecomunicações, Saúde, Alimentos, Elétricas & Saneamento, ou empresas exportadoras.
Rotação entre large caps e small caps
Na medida em que a reabertura ocorre, ações ligadas ao retorno das atividades domésticas e consumo começaram a acompanhar o resto do mercado.
O índice de Small Caps é muito mais exposto ao cenário doméstico, tendo por exemplo, mais que o dobro do peso em Consumo Discricionário que o índice de Large Caps, representado pelo Ibovespa. Com a melhora da atividade econômica recente, também estamos vendo uma rotação no mercado em direção às ações de Small Caps. Para saber como investir nesse universo, veja a nossa Carteira Small Caps XP.
Um fato relevante de última hora – Reforma Tributária!
Ao final do mês, dia 25 de junho, mercados foram surpreendidos pela divulgação da segunda parte da reforma tributária.
A proposta inclui mudanças na tributação de pessoa física, jurídica e investimentos. A reforma traz a ampliação da faixa de isenção do imposto de renda para Pessoas Físicas e redução na alíquota para Pessoas Jurídicas. E para custear essas alterações, o governo promove uma série de alterações em outras tributações. Dentre elas, a tributação em dividendos e o fim do Juros sobre Capital próprio (JCP) têm sido o centro da preocupação dos investidores.
Pra entender os detalhes da reforma, veja Reforma tributária: Principais pontos ao investidor e Estimando os impactos da reforma tributária nas empresas
Tributação dos dividendos: essa medida já era esperada e vinha sendo amplamente discutida nas últimas semanas. O governo pretende taxar em 20% os dividendos pagos pelas empresas, na fonte. Diferentemente do que havia sido noticiado inicialmente, a isenção de R$20 mil por mês de dividendos recebidos passa a valer apenas para pequenas e micro-empresas. Dessa forma, dividendos das empresas da Bolsa passam a ser tributados a todos os investidores.
Ao taxar os dividendos, as empresas terão um incentivo maior a reter os seus lucros e reinvestir no seu crescimento futuro. As empresas de baixo crescimento e que pagam muitos dividendos seriam as mais afetadas, como o setor de Energia Elétrica, Saneamento e Telecom.
Fim do Juros sobre Capital Próprio: o JCP, como é conhecido esse benefício no Brasil que existe desde 1995, possibilita que as empresas deduzam essa distribuição paga aos seus acionistas como uma despesa, o que acaba por reduzir o lucro tributável delas. A eliminação desse benefício impactaria negativamente os resultados líquidos das empresas. Porém, esse efeito pode ser parcialmente compensado pela redução do imposto de renda em Pessoas Jurídicas. A reforma propõe uma redução escalonada da alíquota em 2,5% em 2022 e 5% a partir de 2023.
Calculamos que o JCP teria um impacto negativo de 5% a 6% no resultado líquido agregado das empresas sob a nossa cobertura. Mas essas perdas seriam majoritariamente recompensadas com a redução do IRPJ. Abaixo mostramos as vinte companhias sob a cobertura XP que podem ser mais afetadas por essas medidas:
Esperamos um período de longa discussão pela frente, a proposta inicial ainda poderá sofrer mudanças e ser substancialmente diferente da aprovada pelo Congresso no final. Portanto, enfatizamos novamente que ainda é cedo para fazer decisões precipitadas sobre os ativos.
Mantendo o target do Ibovespa em 145.000 para fim de 2021
Estamos mantendo o preço-alvo para o Ibovespa em 145.000 pontos para o final de 2021, o que sugere uma apreciação de 14% comparado aos níveis atuais. Continuaremos monitorando de perto os próximos desenvolvimentos tanto do Brasil quanto mundo, reiterando que os fatores-chave que devem impactar o valor justo do índice são: 1) Mudanças nas perspectivas de lucro das empresas, e 2) Taxa de desconto, que é relacionada ao risco do país e as taxas de juros de longo prazo (medido pelas NTN-Bs de longo prazo).
Importante: não estamos incorporando nenhuma mudança por conta da Reforma Tributária, que poderia impactar negativamente os lucros futuros das companhias (fim do JCP), por conta da grande incerteza em relação a sua aprovação no Congresso. Iremos monitorar a evolução desse tema.
As três metodologias que utilizamos são Fluxo de Caixa Descontado, múltiplos de Preço/Lucro e EV/EBITDA regredindo às médias históricas.
Pesquisa assessores XP: exposição em ações aumenta em junho
Nos últimos dias, realizamos uma nova edição da nossa pesquisa com os assessores da XP Matriz e assessores de investimento de escritórios autônomos filiados à XP Investimentos. A pesquisa mostrou que os assessores e seus clientes continuam otimistas em relação ao Ibovespa. A média de palpites calculada foi de 141.964 pontos, uma leve diminuição de -0,6% em relação ao mês anterior (142.881 pontos na pesquisa passada).
Em relação aos riscos, o destaque continuou sendo o cenário político, apesar da queda de -12p.p. M/M, chegando a 68%. Os temores com o aumento da inflação foi o segundo maior risco em 12%, seguido da desaceleração econômica global em 9%. Apesar disso, houve um aumento de +13p.p. M/M no número de clientes que pretendem aumentar sua exposição em ações (39%) e uma queda dos que pretendem diminuí-los (11%, -6p.p. M/M). Veja o relatório completo clicando aqui.
Top 10 ações XP
Como foi a performance de cada nome da carteira no mês?
Em junho, nossa carteira Top 10 ações XP caiu -0,5%, enquanto o Ibovespa fechou o mês com uma alta de +0,5%. Leia abaixo o que está por trás da performance de cada um dos 10 nomes que fizeram parte da nossa carteira em maio e o que esperamos olhando para frente.
Assaí (ASAI3): reforçando nosso posicionamento das últimas atualizações da carteira top 10, continuamos destacando as ações da companhia como nossa preferência no setor de supermercados, por conta de um valuation muito atrativo, atualmente negociando em ~18x P/L 2021e, dinâmica de curto prazo ainda positiva com consumo em casa ainda sendo uma realidade, enquanto a flexibilização das restrições de circulação devem fomentar a demanda do canal B2B (bares, restaurantes, transformadores) e impulsionar as vendas do formato de Atacarejo, além de enxergarmos muito potencial de crescimento orgânico a ser entregue. Além disso, vemos o setor de supermercados bem posicionado e até beneficiado frente a uma perspectiva de inflação maior. Sendo assim, mantemos as ações do Assaí (ASAI3) em nossa carteira recomendada. Saiba mais sobre nossa tese para as ações do Assaí (ASAI3) em nosso relatório aqui.
B3 (B3SA3): durante o mês de junho, as ações da B3 performaram abaixo do índice Ibovespa impulsionado pelas notícias de possíveis novos entrantes no mercado em que a empresa atua. Apesar disso, os dados operacionais referentes a maio apresentaram aumento do volume financeiro médio diário (ADVT) de 27,6% no período e aumento de 2,2% na comparação mensal. O número de investidores ativos seguiu crescendo 1,4% mensalmente e 50,2% anualmente, atingindo 3,8 milhões de investidores. Com isso, permanecemos otimistas com a retomada do mercado de capitais e com as taxas de juros ainda em patamares baixos.
Bradesco (BBDC4): durante o mês de junho, as ações do Bradesco performaram abaixo do índice Ibovespa devido principalmente a uma correção do preço da ação frente aos fortes avanços nos meses passados relacionado ao aumento de expectativa da taxa de juros . Com isso, mantemos nossa recomendação de Compra baseado em: i) fonte de receitas diversificada e defendida, contando com a maior seguradora e um dos maiores bancos de investimentos do Brasil; ii) grande potencial de ganho de eficiência com redução da operação física e digitalização do banco; e iii) valuation atrativo.
GNDI (GNDI3): em nossa visão, o desempenho ligeiramente negativo durante junho reflete a pressão de curto prazo sobre os resultados causada por uma demanda reprimida por procedimentos eletivos e taxas de ocupação mais altas relacionadas à Covid-19, levando a custos médicos mais altos e margens mais baixas. No entanto, acreditamos que essa pressão é transitória, e não estrutural, além de estarmos otimistas com a potencial fusão com a Hapvida.
Klabin (KLBN11): a performance negativa das ações da Klabin foi resultado da queda do dólar (-4,7% na comparação mensal) e da celulose (-0,7% M/M). Seguimos com uma visão positiva para as ações da Klabin, com expectativa por expansão de margens em 2021 via repasse de preços, após a forte alta dos custos em 2020 por conta da pandemia. Reiteramos nossa recomendação de Compra (preço-alvo de R$32/ação). Para o futuro, também acreditamos que papéis para embalagens e papelão ondulado continuarão a se beneficiar do e-commerce no Brasil e mantemos nossa visão positiva para os preços da celulose devido à forte demanda da China, apesar de ter algum espaço para correções.
Localiza (RENT3): vemos o desempenho de Localiza ao longo de Junho em linha com a performance geral da bolsa brasileira (+2,3% vs. +0,5% para o IBOV). Continuamos esperando uma forte dinâmica de resultados de curto-prazo para o setor, e reiteramos nossa visão positiva de longo-prazo tanto para a o segmento de Locação de Automóveis quanto para a Localiza, que junto com a Unidas são nossas preferências no setor.
Lojas Americanas (LAME4): atribuímos o desempenho forte e acima do Ibovespa para as ações de Lojas Americanas à aprovação pelo conselho de administração de sua fusão com a B2W. Como destacamos em nosso relatório, enxergamos a fusão como positiva por: (i) vermos a conclusão da fusão como um possível trigger para a reavaliação da AMER3; (ii) acreditarmos que ela deve eliminar burocracias desnecessárias e; (iii) vermos sinergias fiscais através da utilização dos prejuízos acumulados da B2W. Lembramos ainda que o crédito das ações AMER3 para os acionistas de LAME ocorrerão no dia 21 de julho. Mantemos LAME4 com recomendação de Compra e preço-alvo de R$30,0 para o final de 2021.
Marfrig (MRFG3): atribuímos a performance estável do papel no mês a uma combinação de fatores, dentre eles a valorização do real frente ao dólar nas últimas semanas. Vale lembrar que cerca de 80% da receita da empresa vem dos Estados Unidos, com outros 10% adicionais vindo de exportações a partir da América do Sul: ou seja, mais de 90% de suas receitas são dolarizadas e poderiam ser negativamente afetadas caso o real continue a se fortalecer. Ainda assim, como escrevemos recentemente, nós seguimos otimistas com os resultados da Marfrig para 2021, uma vez que a empresa estaria aproveitando o bom momento para a indústria de carne bovina nos Estados Unidos, impulsionada sobretudo pela retomada da demanda no país.
Multiplan (MULT3): em nossa visão,as ações da Multiplan foram negativamente impactadas após a alta da taxa Selic e a sinalização da ata do Copom de aceleração do ritmo de alta da taxa de juros Selic nas próximas reuniões.
Vale (VALE3): atribuímos a performance levemente negativa das ações da Vale em relação ao Ibovespa à forte volatilidade nos preços do minério de ferro – apesar da alta da commodity (US$214/t; +7,7% vs. maio) – e queda do dólar (-4,7% na comparação mensal). Seguimos otimistas com a Vale, dada a manutenção dos preços de minério de ferro em patamares elevados. Por um lado, esperamos que os estímulos econômicos na China mantenham a demanda pela commodity. Já do lado da oferta, esperamos um cenário mais desafiador, com a produção próxima ao fundo do guidance das mineradoras brasileiras (315-335mt para a Vale). Esperamos um retorno com dividendos mínimo de 6,4% em 2021, considerando um preço de minério de ferro médio em US$135/t. Mantemos nossa recomendação de Compra pela forte geração de caixa e um cenário de minério de ferro estável nos patamares atuais ao longo do segundo semestre pode ser um gatilho para potencial valorização das ações.
Abra sua conta na XP Investimentos e conte com o nosso time especializado de assessores.
Alterações da carteira Top 10 Ações
Nesse mês, estamos realizando três mudanças na nossa Carteira Top 10 Ações XP: saem Bradesco (BBDC4), Marfrig (MRFG3) e Intermédica (GNDI3), e entram Sulamérica (SULA11), Arezzo (ARZZ3) e Rede D’Or (RDOR3).
Estamos retirando Bradesco (BBDC4), devido aos seguintes fatores: i) cenário regulatório ainda desafiador, com o Banco Central avançando com a Agenda BC#; ii) cenário competitivo cada vez mais agressivo; e iii) preços já não tão atrativos, com múltiplos próximos dos níveis pré-pandemia. No lugar de Bradesco, estamos incluindo SulAmérica (SULA11), pois acreditamos que a companhia deva se beneficiar de: i) resultado financeiro, devido a um cenário com taxas de juros se elevando; e ii) retomada da atividade econômica, potencialmente reduzindo a taxa de desemprego e impulsionando os prêmios do segmento de seguros Saúde.
Estamos retirando Marfrig (MRFG3) da carteira para abrir espaço para nomes de outros setores com um potencial de alta mais atrativo. Embora o papel tenha tido uma performance estável do papel no mês devido a uma combinação de fatores, dentre eles a valorização do real frente ao dólar nas últimas semanas, vale lembrar que cerca de 80% da receita da empresa vem dos Estados Unidos, com outros 10% adicionais vindo de exportações a partir da América do Sul: ou seja, mais de 90% de suas receitas são dolarizadas e poderiam ser negativamente afetadas caso o real continue a se fortalecer. Assim, seguimos confiantes com os fundamentos da empresa e mantemos nossa recomendação de Compra para Marfrig, com preço-alvo de R$24/ação. Além disso, como escrevemos recentemente, nós seguimos otimistas com os resultados da Marfrig para 2021, uma vez que a empresa estaria aproveitando o bom momento para a indústria de carne bovina nos Estados Unidos, impulsionada sobretudo pela retomada da demanda no país. Estamos adicionando ações da Arezzo & Co. (ARZZ3) neste mês, dado que iniciamos cobertura do papel recentemente com recomendação de Compra e um preço alvo de R$110/ação, com uma visão construtiva uma vez que (i) ela é uma empresa de alta qualidade com perspectivas sólidas de crescimento orgânico (Ana Capri, Vans, Reserva) além de contar com diversas opcionalidades de crescimento (com a entrada em infantil, chinelos e vestuário feminino); e (ii) ela está bem posicionada para se beneficiar da recuperação econômica dado que acreditamos que a categoria de calçados foi duramente despriorizada em 2020, principalmente no que diz respeito a sapatos sociais/casuais (foco da Arezzo); Saiba mais sobre nossa tese para as ações da Arezzo & Co. (ARZZ3) em nosso relatório aqui.
Estamos retirando a Intermédica (GNDI3). Continuamos positivos com relação à empresa, com recomendação de Compra e preço-alvo de R$110/ação, mas os lucros da empresa devem estar pressionados por maiores custos médicos causados pela demanda reprimida por procedimentos eletivos e maiores taxas de ocupação relacionadas à Covid-19. Por outro lado, esse cenário beneficia as redes de hospitais. Assim, estamos substituindo Intermédica por Rede D’Or (RDO3R) por acreditarmos que a empresa: i) deverá ter um forte impulso de ganhos, com indicadores operacionais e financeiros positivos; e ii) deve permanecer bastante ativo na frente de M&A.
Top Dividendos XP
Em junho, nossa carteira Top Dividendos XP caiu -3,8%. Leia abaixo o que está por trás da performance de cada um dos 5 nomes no mês e o que esperamos olhando para frente.
AES Brasil (AESB3): a AES Brasil usualmente apresenta lucros consistentes, embora possa haver um certo grau de volatilidade dependendo da incidência de chuvas e impactos relacionados ao risco hidrológico. Em 2020 a companhia distribuiu 88% de seus lucros, o que se traduz em um dividend yield de 8,5% no ano, o que reforça nossa visão de que a AES Brasil é uma das nossas preferidas como pagadora de dividendos. Estimamos um dividend yield de 8,6% em 2021-22 para as ações. Temos recomendação de compra em AESB3 com preço-alvo de R$ 18/ação.
Copel (CPLE6): destacamos como positiva a nova política de dividendos anunciada pela Copel em 21 de janeiro de 2021. De acordo com a nova política as propostas de dividendos regulares serão calculadas conforme os critérios: (i) alavancagem abaixo de 1,5x = 65% do Lucro Líquido Ajustado, (ii) alavancagem entre 1,5x e 2,7x = 50% do Lucro Líquido Ajustado e (iii) alavancagem acima de 2,7x = 25% do Lucro Líquido Ajustado. Com isso, estimamos um dividend yield de 13,0% em 2021-22 para CPLE6. Mantemos nossa recomendação de Compra nas ações da Copel, com um preço-alvo de R$ 7,5/ação.
EdP (ENBR3): destacamos como positiva a nova política de dividendos adotada pela companhia em agosto de 2020, segundo a qual a EdP distribuirá a acionistas o maior entre os seguintes valores (i) 25% do Lucro Líquido, (ii) 50% do lucro líquido ajustado por efeitos não caixa como os resultados do segmento de transmissão e (iii) R$1/ação. Estimamos um dividend yield de 6,2% em 2021-22 para ENBR3. Mantemos nossa recomendação de Compra na EdP Energias do Brasil, com um preço-alvo de R$ 21/ação.
Engie (EGIE3): a Engie se destaca pela capacidade diferenciada de se proteger dos efeitos de baixa incidência de chuvas, além de ter expandido sua atuação para os setores de transmissão de energia e transporte de gás, diversificando e mostrando sua eficiência em alocação de capital. Acreditamos que a distribuição de dividendos da Engie se normalize em 2021 para o patamar de distribuição de 100% dos lucros, tendo em vista a situação confortável de liquidez da companhia. Estimamos um dividend yield de 10,5% em 2021-22. Mantemos nossa recomendação neutra em Engie, com preço-alvo de R$ 44/ação.
Taesa (TAEE11): vemos a posição da Taesa como confortável para manter a distribuição de 100% de lucros em 2021. De acordo com o Estatuto Social da Companhia, o dividendo anual mínimo distribuído é de 50% do lucro líquido ajustado do exercício. Entretanto, a companhia tem apresentado um histórico de pagamento de dividendos bem acima da remuneração mínima que consta em seu Estatuto. Estimamos um dividend yield de 6,6% em 2021-22 para TAEE11. Mantemos nossa recomendação neutra em TAESA, com preço-alvo de R$ 32/unit.
Alterações da carteira Top Dividendos
Nesse mês, estamos realizando uma troca na nossa carteira Top Dividendos XP: sai Energias do Brasil (ENBR3) e entra Banco do Brasil (BBAS3).
Acreditamos ser um momento oportuno para realização do lucro obtido em Energias do Brasil (7,0% desde que entrou na carteira em outubro de 2020) e reforçamos nossa estratégia de aumentar a diversificação setorial da carteira. No lugar de Energias do Brasil, estamos incluindo Banco do Brasil (BBAS3) devido a: i) preço atrativo, pela sua carteira de crédito defendida e pela soma das partes atraente; e ii) uma frente digital competitiva. Desta forma, acreditamos que haja poucas avenidas de crescimento de valor ao banco, tornando a distribuição de dividendos uma alternativa atrativa. Devido ao limite de distribuição de dividendos imposto pelo Banco Central em 2020, estimamos um payout de 50% em 2021 e vemos um dividend yield de 8,0% em 2021.
Top Small Caps XP
Em junho, nossa carteira Top Small Caps XP subiu +6,9%, acima da performance de +0,5% do Ibovespa. Lembrando que compõem a carteira ações sob nossa cobertura que possuem capitalização inferior a R$ 10 bilhões. Leia abaixo o que está por trás da performance de cada um dos nomes no mês e o que esperamos olhando para frente.
Ânima (ANIM3): Em nossa visão, o desempenho positivo durante o mês de junho reflete o progresso positivo do processo de vacinação no Brasil, que deve impactar positivamente o ciclo de captação do 2S21 para o segmento de graduação em geral.
Aura Minerals (AURA33): em nossa opinião, a performance positiva da Aura foi suportada principalmente pela entrada no MVIS Global Junior Gold Miners Index. Vemos a Aura sendo negociada a 3,3x EV/EBITDA 2021E e 1,8x 2024E (produção de 347kGEO), que está abaixo dos pares (4-5x EV/EBITDA 2021E), assumindo um preço do ouro médio de US$ 1.830/onça em 2021E. Acreditamos que a Aura está bem posicionada para aproveitar os benefícios de seu plano de expansão e preços mais altos de ouro e cobre. Adicionalmente, pode destravar valor à medida que novas reservas e recursos serão declarados. Mantemos nossa recomendação de Compra para Aura (preço-alvo de R$95 por BDR).
Bemobi (BMOB3): continuamos otimistas no papel e acreditamos que a Bemobi está bem posicionada no grande mercado de serviços móveis que estão em expansão acelerada nos Mercados Emergentes. Nossa tese de investimento baseia-se em (i) seu modelo de negócio B2B2C exclusivo para distribuição de soluções digitais que vão desde jogos e aplicativos, microfinanças até comunicação; (ii) negócios escaláveis com forte perfil de crescimento; (iii) oportunidades adicionais de crescimento através de Fusões e Aquisições (M&A) e (iv) valuation atrativo com opcionalidades adicionais que podem levar para uma forte reavaliação de múltiplos. Temos uma recomendação de Compra e preço-alvo de R$30,0/ação para BMOB3 para o final de 2021.
Jalles Machado (JALL3): atribuímos a performance positiva do papel no mês principalmente aos bons resultados do 4T21 fiscal, divulgados em 23 de Junho. Como escrevemos na nossa análise do resultado, acreditamos que a Jalles fez um excelente trabalho durante a safra 2020/21; destacamos sua estratégia bem sucedida de aumentar o mix de açúcar de 37% para 47% em cima de uma produção total crescente, o que levou a um crescimento tanto nas receitas quanto nas margens. Olhando para a frente, entendemos que a Jalles deve ser menos afetada do que seus pares pela forte seca que está acontecendo atualmente no Brasil, reforçando novamente uma das principais vantagens competitivas da empresa: sua posição geográfica única no estado de Goiás. Nesse sentido, reiteramos nossa recomendação de Compra para JALL3, com preço-alvo de R$ 14 por ação, e optamos por mantê-la na carteira de small caps.
Grupo Soma (SOMA3): estamos restritos.
Vulcabras (VULC3): em nossa opinião, a performance positiva da ação no mês de junho reflete uma boa perspectiva para o setor de varejo com a aceleração do processo de vacinação e intensificação da atividade comercial. Temos uma visão construtiva para a empresa no longo prazo, sustentada pelo seu foco no segmento esportivo, com marcas reconhecidas, e por um crescimento de margens impulsionado por um ambiente de preços mais racional. Assim, mantemos o papel na carteira e nossa recomendação de Compra com preço-alvo de R$12,0.
Alterações da carteira Top Small Caps XP
Nesse mês, estamos realizando duas mudanças na nossa carteira Top Small Caps XP: saem Ânima (ANIM3) e Aura (AURA33), e entram Blau (BLAU3) e Hidrovias do Brasil (HBSA3).
A Ânima (ANIM3) subiu 27,6% desde que a adicionamos ao nosso portfólio de Small Caps devido à evolução positiva do processo de vacinação no Brasil, que deve ter um impacto positivo no ciclo de entrada do 2S21 para o segmento de graduação em geral. Embora continuemos positivos para a empresa, pois ainda a vemos bem posicionada no setor de educação, após esta subida, iremos substituí-la pela Blau (BLAU3) por acreditarmos que a empresa: i) deverá apresentar resultados positivos com um melhor mix de produtos, com margens maiores; ii) deve continuar aumentando sua capacidade de produção; e iii) possui sólidas perspectivas gerais de mercado com o bônus demográfico positivo do Brasil.
Estamos retirando Aura (AURA33), pois preferimos realizar lucros, considerando preços do ouro de lado no curto prazo e queremos dar espaço a outros setores. Estamos adicionando Hidrovias do Brasil (HBSA3), uma vez que vemos HBSA3 como uma ação com grande potencial de valorização (link para nosso relatório de início de cobertura sobre o setor), e devido aos seguintes fatores a elegemos como nossa preferida no setor de infraestrutura no Brasil: (i) posicionamento premium para se beneficiar do forte potencial do Centro-Oeste do Brasil para produção/exportação de grãos (exportações de grãos do Mato Grosso +6% CAGR em 2020-30E); (ii) forte crescimento com riscos reduzidos devido a um perfil de receita voltados a contratos de longo prazo (EBITDA +18% CAGR em 2020-25E); e (iii) valuation mais atrativo em ativos de Infraestrutura listados no Brasil (~13,6% de TIR alavancada real, versus ~9,4% para o principal comparável, Rumo).
Abra sua conta na XP Investimentos e conte com o nosso time especializado de assessores.