O que aconteceu nesta semana na renda fixa?
A curva de juros futuros encerrou a semana próxima à estabilidade nos vértices mais curtos, e apresentou a continuidade da queda nos vértices mais longos – mais impactado pela política fiscal. Os principais direcionadores foram: (i) reunião do Copom, com a manutenção da Selic em 13,75%; (ii) avanços no texto da Reforma Tributária; e (iii) divulgação de indicadores econômicos importantes no cenário internacional.
No cenário internacional, discursos de membros do Federal Reserve, incluindo o presidente Jerome Powell, indicaram que o aperto monetário na economia norte-americana não terminou e que a pausa na alta de juros realizada na semana passada foi feita para avaliar a reação da economia ao aperto já realizado até aqui. Além disso, o Banco Central da Inglaterra surpreendeu com um aumento de juros mais agressivo, de 0,50 pontos percentuais. Por outro lado, Janet Yellen afirmou que os riscos de recessão nos EUA estão diminuindo. Com tudo isso, comparando com o fechamento da sexta-feira anterior (16), a taxa de 2 anos passou de 4,71% para 4,7% e a de 10 anos saiu de 3,77% para 3,74%.
O que esperar para a próxima semana?
Na semana que vem, no Brasil, a prévia da inflação (IPCA-15) de junho estará sob os holofotes, especialmente após as surpresas baixistas com os resultados de maio e a sinalização do Banco Central de que as próximas decisões de juros dependerão da evolução dos dados econômicos. Na seara internacional, destaque também para a publicação de indicadores de inflação, como o núcleo do deflator nos EUA e a inflação ao consumidor na zona do euro.
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Cenário macroeconômico
No cenário internacional, Presidente do Fed, Jerome Powell, sinalizou que os juros podem voltar a subir adiante, dado que o banco central não terminou seu combate à inflação. No Reino Unido, mais uma leitura quente de inflação leva à aceleração do ritmo de aperto monetário pelo Banco Central da Inglaterra.
No Brasil, o Copom manteve a taxa Selic em 13,75% pela sétima reunião consecutiva, em linha com as expectativas. O comitê mencionou alguma melhoria nas perspectivas de inflação, o que, a nosso ver, abre as portas para um possível corte na próxima reunião se a tendência continuar. Além disso, destaque para a apresentação do texto da Reforma Tributária na Câmara dos Deputados e para a aprovação do arcabouço fiscal no Senado.
Leia o resumo completo de economia da semana
Juros e inflação
A curva de juros futuros encerrou a semana próxima à estabilidade nos vértices mais curtos, e apresentou a continuidade da queda nos vértices mais longos – mais impactado pela política fiscal. Os principais direcionadores foram: (i) reunião do Copom, com a manutenção da Selic em 13,75%; (ii) avanços no texto da Reforma Tributária; e (iii) divulgação de indicadores econômicos importantes no cenário internacional.
Após as taxas de juros futuras reagirem à decisão do Comitê de Política Monetária (Copom), ocorrida na quarta-feira (21), com comunicado mais firme do que as expectativas do mercado, “o dia seguinte” ponderou cenários de flexibilização monetária, ainda que com parcimônia, a partir de agosto, trazendo as taxas futuras para baixo.
No Brasil, o texto da Reforma Tributária foi apresentado ontem (23) pelo deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB). Segundo ele, o presidente da Câmara, Arthur Lira, estaria disposto a votar a proposta no plenário no dia 7 de julho. O texto propõe a criação de um novo imposto denominado provisoriamente de IBS (Imposto sobre Bens e Serviços), o qual englobaria os tributos PIS/Pasep, Cofins, IPI, ICMS e ISS.
No cenário internacional, discursos de membros do Federal Reserve, incluindo o presidente Jerome Powell, indicaram que o aperto monetário na economia norte-americana não terminou e que a pausa na alta de juros realizada na semana passada foi feita para avaliar a reação da economia ao aperto já realizado até aqui. Além disso, o Banco Central da Inglaterra surpreendeu com um aumento de juros mais agressivo, de 0,50 pontos percentuais. Por outro lado, Janet Yellen afirmou que os riscos de recessão nos EUA estão diminuindo. Com tudo isso, comparando com o fechamento da sexta-feira anterior (16), a taxa de 2 anos passou de 4,71% para 4,7% e a de 10 anos saiu de 3,77% para 3,74%.
A curva de juros pode ser compreendida como as expectativas dos rendimentos médios de títulos públicos prefixados sem cupom (ou seja, sem pagamentos semestrais), de hoje até uma determinada data futura, a partir dos contratos futuros de juros (ou DI). Enquanto isso, a Taxa Selic Esperada é a rentabilidade da taxa básica de juros esperada no final de cada período. Entenda mais aqui.
Títulos públicos
Mercado primário (leilões)
Para mais informações sobre o funcionamento de leilões de títulos públicos, clique aqui.
Leilão do dia 20/06 – NTN-B e LFT
Leilão do dia 22/06 – LTN e NTN-F
Mercado Secundário
O IMA-B representa a evolução, a preços de mercado, da carteira de títulos públicos indexados ao IPCA (NTN-B). O IRF-M representa a evolução, a preços de mercado, da carteira de títulos públicos prefixados (LTN e NTN-F).
Ambos são calculados pela Anbima e podem sofrer variações devido à dinâmica de oferta e demanda de títulos no mercado, reflexo das movimentações no cenário econômico.
O preço dos títulos sobe quando a expectativa de juro futuro cai (e vice-versa) devido à relação inversa entre os dois. Esse mecanismo que mostra o efeito dos juros sobre preços é a marcação a mercado. Entenda mais aqui.
Acompanhe as taxas do títulos do Tesouro Direto disponíveis para compra e para resgate
Crédito Privado
Fluxo
Nesta seção, analisamos os dados da Anbima de negociações definitivas de crédito privado, realizando um filtro cujo spread (diferença) entre os preços máximo e mínimo negociados representam mais do que 0,01% do volume negociado no dia, com o intuito de descartar o que acreditamos serem as operações diretas dentro de instituições.
Na última semana, o fluxo médio diário de negociações em debêntures não incentivadas foi de R$ 744 milhões (ante R$ 739 milhões na semana anterior), R$ 499 milhões em debêntures incentivadas (vs. R$ 411 milhões), R$ 132 milhões em CRIs (vs. 96 milhões) e R$ 255 milhões em CRAs (vs. R$ 250 milhões).
Os papéis mais negociados por classe de ativos foram as debêntures da Cimed (CIME11), a debênture incentivada da Autopista (APFD19), o CRI do Grupo Matheus e, por fim, o CRA da Minerva.
Como não são disponibilizados a tempo da publicação do relatório, os dados de sexta-feira serão considerados no acumulado da próxima semana.
Ações de rating
Ratings são notas atribuídas por agências classificadoras de risco de crédito que podem impactar diretamente seus investimentos em Renda Fixa. Entenda mais aqui.
O que esperar – Semana de 26/06 a 30/06
Agenda econômica
Na seara internacional, destaque para a publicação de indicadores de inflação. Nos Estados Unidos, os mercados estarão bastante atentos ao deflator das despesas de consumo pessoal (PCE, em inglês) referente a maio. O núcleo do deflator é considerado a medida de inflação favorita do Federal Reserve. Ainda sobre a economia americana, a agenda traz a publicação de índices de confiança do consumidor, sondagens industriais e a última estimativa do PIB do 1º trimestre. Na zona do euro, por sua vez, a inflação ao consumidor de junho – leitura preliminar – será protagonista, além da taxa de desemprego relativa a maio. Por fim, na China, os índices de gerentes de compras (PMI, em inglês) – indústria, serviços e composto – de junho serão conhecidos.
No Brasil, divulgações importantes sobre inflação, mercado de trabalho e política monetária. A prévia da inflação (IPCA-15) de junho estará sob os holofotes, especialmente após as surpresas baixistas com os resultados de maio e a sinalização do Banco Central de que as próximas decisões de juros dependerão da evolução dos dados econômicos. Neste sentido, os agentes de mercado acompanharão de perto a Ata do Copom, o Relatório Trimestral de Inflação (RTI) e a reunião do Conselho Monetário Nacional (CMN). Em relação à última, esperamos manutenção da meta de inflação para os próximos anos (em 3,0%), porém com ampliação formal do seu horizonte de convergência. Esta definição tem influência relevante sobre o comportamento das expectativas inflacionárias de médio prazo e, consequentemente, a condução da política monetária. Estatísticas sobre o mercado de trabalho (PNAD e CAGED), contas externas, contas fiscais e mercado de crédito – todas referentes a maio – também serão publicadas na semana que vem.
Próximos Leilões do Tesouro Nacional
Vencimentos de debêntures da próxima semana
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