IBOVESPA 0,03% | 96.235 Pontos
CÂMBIO -0,79% | 5,36/USD
O que pode impactar o mercado hoje
O Ibovespa fechou estável nesta quinta-feira a 96.234 pontos com alguma correção após alta maior do que os índices americanos na véspera na esteira de dados econômicos fortes. No mercado de câmbio, o dólar comercial subiu 0,6% a R$ 5,34. A curva de juros futuro ficou praticamente estável, depois de três dias de queda, com viés ainda de baixa após dados bons de emprego nos EUA e da produção industrial no Brasil. Além disso, destaca-se o mega leilão de 19,5 milhões de Letras do Tesouro Nacional (LTN), que calibrou o movimento de queda. O DI jan/21 fechou em 2,15%; o DI jan/23 ficou em 3,98% e DI jan/25 ficou estável em 5,75%.
Em dia de feriado nos Estados Unidos pelo 4 de julho e menor liquidez, as atenções se voltam para a escalada de tensões entre Pequim e Washington. A China disse nesta quinta-feira que adotará medidas contra os EUA e também contra o Reino Unido e a Austrália se os países continuassem a adotar medidas contra a nova lei de segurança para Hong Kong, como as sanções recentes aprovadas pelo Congresso americano e a promessa do primeiro-ministro Boris Johnson de oferecer passaportes a residentes de Hong Kong. O porta-voz do ministério de relações exteriores da China, Zhao Lijan, disse em pronunciamento que pressão externa não terá efeito sob as políticas adotadas pelo governo chinês.
No Brasil, as discussões se concentram sobre a formulação dos programas de transferência de renda que serão implementados ao final do auxílio emergencial pago durante a pandemia. Em debate, estão o valor e o formato do Renda Brasil e a implementação de medidas trabalhistas, com flexibilização de regras e de tributação, que facilitem a contratação de beneficiários do novo programa.
O governo também prepara uma ofensiva em resposta às críticas recebidas de fundos estrangeiros em decorrência da questão ambiental. Depois do alerta, o presidente Jair Bolsonaro afirmou que pretende ampliar a interlocução na área, e o governo prepara uma carta com dados em resposta.
Na economia, o ministro Paulo Guedes, tem estudado a possibilidade de criar a nova Carteira Verde Amarela digital que estimule os trabalhadores informais a retornarem para a formalidade no pós-pandemia.
Reforçando a mensagem de que abril foi o pior mês para a atividade econômica no país, a produção industrial brasileira apresentou expansão de 7% na comparação mensal de maio, o equivalente a uma retração de 21,9% na comparação interanual desse mesmo mês de 2019.
Nos Estados Unidos, o payroll, relatório oficial do mercado de trabalho americano, registrou criação de 4,8 milhões de empregos em junho (acima do consenso) e queda da taxa de desemprego para 11,1%. O resultado foi bem recebido pelos mercados, assim como a melhora dos PMI’s na zona do Euro.
Na agenda de indicadores e eventos do dia, os destaques serão o evento virtual da ABDIB com o ministro Paulo Guedes e a participação do diretor de Política Econômica do BC, Fabio Kanczuk, em painéis virtuais.
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Brasil

- Nova Carteira Verde Amarela é estudada pelo ministro da Economia
Internacional

- Política internacional: China ameaça adotar medidas contra EUA, Reino Unido e Austrália
- Internacional
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Empresas

- Construção Civil: Live da Caixa Econômica Federal sobre Habitação
- Setor Elétrico: Custo final da Conta-COVID será de CDI + 3,9%, distribuidoras criticam taxa
- Frigoríficos (JBSS3, MRFG3, BRFS3): exportações brasileiras de proteínas em Junho crescem 7% A/A em dólares
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Brasil
Nova Carteira Verde Amarela é estudada pelo ministro da Economia
- De acordo com o Estadão, o ministro da Economia, Paulo Guedes, tem estudado a possibilidade de criar uma nova Carteira Verde Amarela digital que estimule os trabalhadores informais a retornarem para a formalidade no pós-pandemia;
- A ideia é permitir o registro por hora trabalhada de serviços prestados pelo trabalhador para vários empregadores. Nesse modelo, não haveria cobrança de encargos trabalhistas, do FGTS e da contribuição previdenciária;
- A ideia do ministro é adotar ainda um modelo de IR negativo, em que os trabalhadores, em vez de pagarem impostos, receberiam pagamentos suplementares do governo. Em conexão com o Renda Brasil, que substituirá o Bolsa Família, o governo estuda desonerar a contratação dos trabalhadores do novo programa.
Internacional
Política internacional: China ameaça adotar medidas contra EUA, Reino Unido e Austrália
- Na escalada de tensões entre Beijing e Washington, a China disse nesta quinta-feira que adotará medidas contra os EUA e também contra o Reino Unido e a Austrália se os países continuassem a adotar medidas contra a nova lei de segurança para Hong Kong, como as sanções recentes aprovadas pelo Congresso americano e a promessa do primeiro-ministro Boris Johnson de oferecer passaportes a residentes de Hong Kong. O porta-voz do ministério de relações exteriores da China, Zhao Lijan, disse em pronunciamento que pressão externa não terá efeito sob as políticas adotadas pelo governo chinês.
Internacional
- Covid-19: Segundo a OMS, são 10.533.779 casos confirmados e 512.842 óbitos;
- Na escalada de tensões entre Beijing e Washington, a China disse nesta quinta-feira que adotará medidas contra os EUA e também contra o Reino Unido e a Austrália se os países continuassem a adotar medidas contra a nova lei de segurança para Hong Kong, como as sanções recentes aprovadas pelo Congresso americano e a promessa do primeiro-ministro Boris Johnson de oferecer passaportes a residentes de Hong Kong. O porta-voz do ministério de relações exteriores da China, Zhao Lijan, disse em pronunciamento que pressão externa não terá efeito sob as políticas adotadas pelo governo chinês;
- Na Europa, após derrota nas eleições municipais o presidente da França, Emmanuel Macron, demitiu seu primeiro ministro, Edouard Philippe, cuja popularidade está em alta desde durante a pandemia. Na Alemanha, o Parlamento deu apoio a compra de títulos do Banco Central.
Empresas
Construção Civil: Live da Caixa Econômica Federal sobre Habitação
- Ontem (02/07), o Presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães, realizou uma videoconferência sobre a conjuntura do setor da construção civil e algumas medidas tomadas pelo Banco durante a crise do COVID-19;
- Sobre a carteira de crédito imobiliário da Caixa, os executivos destacaram o aumento de 22% no volume de contratações de crédito imobiliário no primeiro semestre do ano (contra o mesmo período do ano passado), superando o volume total de R$48 bilhões, onde R$29 bilhões são sob o programa “Minha Casa, Minha Vida” e R$19 bilhões via SBPE. O destaque foi para o crescimento do market share da Caixa nas contratações via SBPE, que atingiu o patamar de 41% (13 p.p acima do mesmo período do ano passado);
- Sobre as medidas para as pessoas físicas durante a pandemia, a Caixa Econômica Federal concedeu: 1) facilidade de acesso aos serviços fora das agências físicas; 2) pausa temporária no pagamento das prestações em 2,4 milhões de contratos de financiamento habitacional e 3) concessão de 26 mil novos contratos com 6 meses de carência da primeira prestação. Adicionalmente, anunciaram novas medidas como: 1) financiamento dos custos cartoriais e ITBI por meio do financiamento imobiliário e 2) registro eletrônico do contrato habitacional com cartórios associados, diminuindo o prazo do tempo de registro, na média, de 45 dias para 5 dias;
- Por fim, também foram anunciadas medidas para as construtoras: 1) utilização de recursos de repasses no pagamento de encargos dos empreendimentos; 2) flexibilização da comercialização mínima de 30% para 15% em novos empreendimentos; 3) menor exigência de capital na fase inicial do projeto imobiliário (flexibilização da exigência de 15% de obra em novos empreendimentos);
- Vemos as medidas anunciadas como marginalmente positivas para as incorporadoras dado que elas devem estimular a demanda das famílias por imóveis e diminuem a necessidade de capital de giro das incorporadoras no início do projeto e durante o período de repasse das unidades.
Setor Elétrico: Custo final da Conta-COVID será de CDI + 3,9%, distribuidoras criticam taxa
- Ontem, a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) confirmou que o custo da operação financeira de socorro ao setor elétrico para compensar os efeitos da pandemia do Coronavírus (“Conta-COVID”) será de CDI + 3,9%. No caso, as despesas com juros apenas são de CDI + 2,9%, mas as instituições financeiras que participarão da operação (19 ao todo, lideradas pelo BNDES) decidiram incluir uma taxa adicional de 2,5%. A taxa final é superior à operação de resgate ao setor elétrico de 201415 (“Conta-ACR”), que à época foi de CDI +3,7%, em média. Em comparação à inflação, o custo da Conta-COVID seria de IPCA + 5% ao ano, comparado a IPCA + 9% para a Conta-ACR devido ao patamar superior da taxa SELIC à época;
- Com a definição das taxas, a CCEE espera que as distribuidoras de energia declarem até hoje o interesse em fazer parte da operação. Segundo o Boradcast, o custo total da operação não foi bem recebido pelas distribuidoras por ser considerado caro. No caso, as empresas acreditam que elas poderiam captar recursos a custos mais baratos no mercado de capitais. No entanto, notamos que a comparação não procede inteiramente, uma vez que a Conta-COVID seria uma operação fora do balanço das distribuidoras, portanto não comparável ao custo de uma operação de dívida. Além disso, notamos que a SELIC está no menor patamar de sua história, implicando um baixo custo nominal para operação;
- Acreditamos improvável que as distribuidoras de energia não queiram aderir à Conta-COVID, uma vez que seus recursos são essenciais para garantir o fluxo de recursos ao longo de toda a cadeia de valor do setor elétrico, principalmente no que diz respeito aos custos de parcela A das tarifas de energia (custos de geração e transmissão). A não adesão também seria prejudicial para a liquidez e manutenção dos covenants financeiros das companhias. Por fim, destacamos que as distribuidoras terão direito a pleitear pedidos de Revisões Tarifárias Extraordinárias (RTEs) para o reequilíbrio econômico de suas concessões, caso seja necessário. De todo modo, mantemos uma visão negativa para o setor no médio prazo em vista da potencial deterioração de resultados e indicadores como perdas não técnicas e inadimplência com a deterioração da economia, da renda das famílias e do desemprego.
Frigoríficos (JBSS3, MRFG3, BRFS3): exportações brasileiras de proteínas em Junho crescem 7% A/A em dólares
- Segundo dados preliminares do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, divulgados na nota semanal da balança comercial brasileira, em Junho de 2020, o país exportou cerca de 560 mil toneladas de carne (+4% A/A), que geraram uma receita de US$ 1,2 bilhão (+7% A/A);
- As exportações de carne bovina (fresca, refrigerada ou congelada) seguem em alta, respondendo por 27% do volume total exportado, com 152 mil toneladas (+33% A/A), e 52% do faturamento, com US$ 655 milhões de receita (+48% A/A);
- Outro destaque positivo foi a carne suína (fresca, refrigerada ou congelada), que respondeu por 16% do volume total exportado, com 87 mil toneladas (+54% A/A), e 15% do faturamento, com US$ 187 milhões de receita (+45% A/A);
- Já a carne de aves e suas miudezas (fresca, refrigerada ou congelada) apresentou resultados negativos. A categoria respondeu por 57% do volume exportado, com 321 mil toneladas (-13% A/A), e 33% do faturamento, com US$ 408 milhões de receita (-32% A/A), ou seja, houve uma forte queda no preço em dólar por tonelada na comparação anual (-22%);
- Vale lembrar que o real se desvalorizou mais de 30% no período, logo tais resultados, ao serem convertidos para a moeda nacional, são ainda mais positivos em termos de faturamento para as empresas brasileiras de proteínas, como JBS e Marfrig, nossas favoritas no setor, e para BRF também.

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