IBOVESPA -0,70% | 113.001 Pontos
CÂMBIO 0,95% | 5,17/USD
O que pode impactar o mercado hoje
O Ibovespa encerrou o pregão de ontem em baixa de 0,70%, fechando em 113.001 pontos, num pregão marcado pela deterioração do cenário externo, somado à preocupação com o risco fiscal no Brasil, decorrente do aumento de casos de Covid-19 e a possibilidade da ampliação do estado de calamidade e do auxílio emergencial. Os principais destaques positivos do índice foram as ações de IGTA3 (+2,1%), MULT3 (+1,4%) e ABEV3 (+1,3%). Por outro lado, o dólar comercial subiu 0,95%, cotado a R$ 5,17, seguindo o movimento de países emergentes.
Em dia de decisão do Copom, que manteve a Selic inalterada, as taxas futuras de juros fecharam o dia ontem em alta, principalmente nos vencimentos intermediários e longos, elevando a curva, reflexo da alta do dólar e ainda observando noticiário sobre a vacinação contra a covid-19 e a questão fiscal. DI jan/21 fechou em 1,91%; DI jan/23 encerrou em 4,39%; DI jan/25 foi para 6,05%; e DI jan/27 fechou em 6,91%.
Nessa quinta-feira, os mercados globais operam sem direção definida, com futuros do S&P caindo 0,8% e futuros do Dow Jones subindo 0,17%. Já no resto do mundo, as bolsas europeias e chinesas sobem 0,26% e 0,04%, respectivamente.
Ainda no cenário político internacional, a Câmara dos Deputados dos Estados Unidos aprovou nesta quarta-feira (9) um projeto de lei de gastos com validade de uma semana para de evitar uma paralisação do governo que começaria no sábado (12). A proposta foi enviada ao Senado onde deve ser aprovada nos próximos dias.
Além disso, apesar de esforços de moderados, não houve progresso no lado do pacote de estímulo. Sem negociações entre Mitch McConnell e Nancy Pelosi, parlamentares acreditam que será difícil a aprovação de um projeto.
As negociações pelo Brexit continuarão até domingo. O primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, e a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, estão reunidos em Bruxelas, mas ainda existem diferenças relevantes entre os dois lados.
Já no Brasil, cresce a atenção sobre a disputa pela presidência da Câmara. Arthur Lira, líder do PP, se lançou candidato com apoio de partidos que representam perto de 160 dos 513 deputados, enquanto o grupo de Rodrigo Maia sinalizou a composição de um bloco com perto de 150 deputados, mas ainda sem ter um candidato definido. Os blocos agora saem em disputa do apoio de partidos de esquerda e de defecções em partidos rivais, já que o voto é secreto e os deputados não são obrigados a seguir o bloco do partido. O presidente Jair Bolsonaro demitiu ontem o ministro do Turismo, criando espaço que pode ser usado para contemplar partidos aliados na disputa do Congresso.
A quarta-feira também teve novos rumores sobre a possibilidade de prorrogação do estado de calamidade pública, o que permitiria a extensão do orçamento de Guerra e do auxílio emergencial. A possibilidade foi contestada por Paulo Guedes, Rodrigo Maia e Ricardo Barros, líder do governo.
Ademais, a Câmara mantém na pauta de hoje o projeto de lei que trata da liberação do estoque de fundos públicos, e o da recuperação fiscal dos estados. O Senado tenta votar a nova Lei do Gás, que foi adiada ontem por não haver acordo sobre o relatório, e a Lei de Licitações.
Na seara econômica, destaque para a decisão do Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) na noite de ontem. O Copom manteve a taxa Selic em 2,00% ao ano, com decisão em linha com o esperado pela XP Investimentos e pelo mercado. O comunicado manteve as principais mensagens da reunião anterior, avaliando que o regime fiscal não mudou desde a sua última reunião e que a inflação, apesar de elevada, mantém características de choques temporários. Entendemos que o comunicado é consistente com nosso cenário de que a política monetária começará a se normalizar gradualmente ano que vem, mas aponta que o processo pode se iniciar antes do esperado. Esperamos a retirada do forward guidance possivelmente já na próxima reunião do Copom, e seguimos com a expectativa – que mantemos desde junho – de elevação da Selic a partir do segundo semestre de 2021, até 3% no final do ano.
Já na mídia, o jornal Estado de São Paulo destaca a alta do índice que corrige o salário mínimo e outros benefícios indexados, como previdência, e os impactos no orçamento para 2021. A diferença entre o previsto no orçamento contido na PLOA 2021 enviado ao Congresso e o INPC acumulado em doze meses projetado para dezembro deve elevar os gatos obrigatórios em aproximadamente R$ 20 bilhões.
Na agenda do dia, destaque para a decisão do Banco Central Europeu e resultado de vendas no varejo no varejo no Brasil referentes a outubro.
Do lado das commodities, o minério de ferro na China teve mais um pregão de forte alta. Futuros de Singapura (SGX) fecharam em alta de 5,5% (US$154,7/t). A commodity segue ganhando força após dados mais fortes do que o esperado de exportações da China em novembro e estoques de aço em queda. Adicionalmente, o mercado ainda reflete a revisão para baixo no guidance de produção da Vale para 2021 para 315-335 milhões de toneladas, ~60mt abaixo das últimas projeções divulgadas pela companhia.
Por fim, do lado das empresas, estamos retomando cobertura do setor de vestuário e joias, com C&A, Compra e preço alvo de R$18,0/ação, e Grupo Soma, Compra e preço alvo de R$17,0/ação, sendo nossas preferências no setor, Lojas Renner com recomendação Neutra e preço alvo de R$53,0/ação e Vivara com recomendação de Compra e preço alvo de R$33,0/ação. Publicamos três relatórios: (i) overview setorial, discutindo os seis principais temas a serem monitorados no setor; (ii) início de cobertura de Grupo Soma; e (iii) Radar ESG, em que destacamos quais os fatores ESG que vemos como os mais importantes para o setor e analisamos como as empresas sob a cobertura da XP estão posicionadas no tema.
Tópicos do dia
Brasil

- Copom sinaliza retirada do Forward Guidance antes do previsto, mas projeções de inflação permanecem perto da meta
Internacional

- Política internacional: Câmara dos EUA vota projeto para evitar shutdown e Brexit tem data-limite
- Petróleo: Aumento no estoque dos EUA acima do esperado pelo mercado
Acesse aqui o relatório internacional
Empresas

- Renovando o Guarda-Roupa: O que esperar do setor de vestuário/joias e nossas recomendações
- Quando somar é multiplicar – Iniciando Cobertura do Grupo Soma com Compra
- Vale (VALE3): Nova audiência entre a Vale e autoridades termina sem acordo
- Sabesp (SBSP3): Regulador posterga novamente cronograma para revisão da estrutura tarifária
- MRV (MRVE3) – MRV Engenharia anuncia o lançamento de sua subsidiária de média renda
- Radar ESG | Setor de vestuário e joias: ESG ainda na confecção
Veja todos os detalhes
Brasil
Copom sinaliza retirada do Forward Guidance antes do previsto, mas projeções de inflação permanecem perto da meta
- O Comitê de Política Monetária do Banco Central do Brasil (Copom) manteve, por unanimidade, a taxa Selic em 2,00% ao ano. A decisão veio em linha com o esperado pela XP Investimentos e pelo mercado, como apontou nossa pesquisa Pré-Copom;
- O comunicado que acompanhou a decisão manteve as mensagens da reunião anterior: i) O estímulo monetário “extraordinariamente elevado” segue adequado; ii) a Selic deve permanecer estável enquanto as expectativas de inflação não se aproximarem das metas, desde que o regime fiscal não mude (Forward Guidance – FG);
- O Copom avaliou que o regime fiscal não mudou desde a sua última reunião e entende que a inflação “ainda deve se mostrar elevada”, mas mantém o diagnóstico de que os “choques atuais são temporários”;
- Entendemos que o comunicado é consistente com nosso cenário de que a política monetária começará a se normalizar gradualmente ano que vem, mas aponta que o processo pode se iniciar antes do esperado. Esperamos a retirada do FG possivelmente já na próxima reunião do Copom, em janeiro. Mas, como o choque de inflação tende a ser temporário, o desemprego se manterá elevado e a política monetária exercerá um papel maior para sustentar a retomada da economia com a retirada dos programas fiscais, continuamos acreditando que a taxa Selic ficará estável no curto prazo;
- Continuamos com a expectativa – que mantemos desde junho – de elevação da Selic a partir do segundo semestre de 2021, até 3% no final do ano. Clique aqui para conferir mais detalhes.
Internacional
Política internacional: Câmara dos EUA vota projeto para evitar shutdown e Brexit tem data-limite
- A Câmara dos Deputados dos Estados Unidos aprovou nesta quarta-feira (9) um projeto de lei de gastos com validade de uma semana para de evitar uma paralisação do governo que começaria no sábado (12). A proposta foi enviada ao Senado onde deve ser aprovada nos próximos dias;
- Apesar de esforços de moderados, não houve progresso no lado do pacote de estímulo. Sem negociações entre Mitch McConnell e Nancy Pelosi, parlamentares acreditam que será difícil a aprovação de um projeto;
- As negociações pelo Brexit continuarão até domingo. O primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, e a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, estão reunidos em Bruxelas, mas ainda existem diferenças relevantes entre os dois lados.
Petróleo: Aumento no estoque dos EUA acima do esperado pelo mercado
- Ontem a Agência de Informação de Energia dos EUA (EIA) divulgou, em seu relatório oficial de fornecimento, um aumento no estoque de +15,189 milhões de barris contra expectativa de -1,424 milhões de barris, o que foi visto como negativo por indicar uma maior oferta em relação à demanda. Apesar disso, ontem a commodity encerrou o pregão de maneira estável em +0,04% em US$48,86/barril;
- Ainda no viés negativo, os estoques de gasolina nos EUA cresceram +4,222 milhões de barris, acima das expectativas de mercado de um aumento de +2,271 milhões de barris;
- Nessa manhã de quinta-feira, o petróleo tipo Brent opera em território positivo, em alta de +1,08% em US$49,39/barril (Brent).
Empresas
Renovando o Guarda-Roupa: O que esperar do setor de vestuário/joias e nossas recomendações
- Iniciamos cobertura do Grupo Soma, com recomendação de Compra e preço alvo de R$17,0; C&A com Compra e preço alvo de R$18,0; Lojas Renner com recomendação Neutra e preço alvo de R$53,0 e Vivara com Compra e preço alvo de R$33,0/ação, sendo C&A e Grupo Soma nossas preferências do setor;
- Estamos construtivos com o setor de vestuário e joias, pois acreditamos que será um dos principais beneficiários da recuperação econômica em 2021, além de vermos espaço para consolidação e acreditarmos que as iniciativas multicanais devem destravar muito valor para o setor;
- Em nosso relatório, discutimos os seis principais temas a serem monitorados no setor: (i) Recuperação da Economia; (ii) Consolidação / M&A; (iii) Ecossistema Digital; (iv) Novas tendências de moda; (v) Oportunidades de Localização; e (vi) ESG. Clique aqui para ler o relatório completo.
Quando somar é multiplicar – Iniciando Cobertura do Grupo Soma com Compra
- Iniciamos cobertura das ações do Grupo Soma (SOMA3) com recomendação de Compra e preço alvo de R$17,0 para o fim de 2021;
- Nós vemos a empresa bem posicionada para consolidar o mercado de vestuário de luxo, há muito potencial de crescimento orgânico através da expansão de lojas, do atacado e penetração do digital e esperamos que a expansão da margem EBITDA seja sustentada por ganhos de sinergias, alavancagem operacional, aumento da penetração multicanal, integração de estoques e eficiência de logística;
- Por fim, fizemos uma análise de sensibilidade sobre quanto valor pode ser destravado através de M&A e estimamos que pode chegar até R$ 4,9/ação, embora consideremos apenas R$ 1,0/ação em nosso modelo. Clique aqui para ler o relatório completo.
Vale (VALE3): Nova audiência entre a Vale e autoridades termina sem acordo
- O dia de ontem (9) foi marcado por duas notícias relevantes em relação à Vale: venda de ações da VLI e audiência de conciliação com o governo de Minas Gerais acerca do caso Brumadinho;
- Com relação à venda das ações, a Vale anunciou que o BNDES Participações (BNDESPar) exerceu a opção contida no Contrato de Opção de Compra de Ações de emissão da VLI. Sendo assim, a companhia receberá R$ 1.223 milhões em 11 de dezembro, pela venda de 8% de participação na VLI. Segundo a Vale, esse contrato decorre do acordo firmado entre as duas entidades que resultaram no aditamento de emissões de debêntures para financiar o projeto de expansão da Ferrovia Norte Sul, operada pela VLI;
- Além disso, a Vale participou de uma audiência pública na Assembleia Legislativa de Minas Gerais para debater sobre o acordo referente aos danos causados em Brumadinho. No entanto, a audiência foi encerrada sem acordo, pela terceira vez. O valor solicitado pelas autoridades gira em torno de R$ 54,6 bilhões, longe do valor calculado pela Vale, de R$ 19 bilhões. Uma nova audiência foi marcada para o 17 de dezembro;
- Mantemos nossa recomendação de Compra para Vale, com preço-alvo de R$ 86 por ação.
Sabesp (SBSP3): Regulador posterga novamente cronograma para revisão da estrutura tarifária
- Ontem a Agência Reguladora de Saneamento e Energia do Estado de São Paulo – ARSESP divulgou a Deliberação n° 1.080 que altera o cronograma de eventos para a revisão da Estrutura Tarifária da Sabesp;
- A análise pela agência, da proposta de estrutura tarifária apresentada pela Sabesp em novembro de 2019, foi alterada do dia 1º de dezembro de 2020 para 07 de janeiro de 2021. Em outubro de 2020 o regulador já havia feito uma postergação das datas;
- O prazo de análise das contribuições recebidas, publicação da Nota Técnica Final, do Relatório Circunstanciado e da Deliberação sobre a estrutura tarifária aprovada pela Arsesp passou de 6 de março de 2021 para 9 de abril de 2021.
MRV (MRVE3) – MRV Engenharia anuncia o lançamento de sua subsidiária de média renda
- Ontem, a MRV anunciou o lançamento da Sensia Incorporadora, a sua nova subsidiária de média renda, que irá focar em famílias com renda média entre R$7-11 mil financiadas pelo SBPE;
- De acordo com o Valor Econômico, a nova companhia possui a meta de lançar R$1bilhão em VGV (com um preço médio de R$350 mil/unidade) em 2023. Adicionalmente, a companhia prevê cinco projetos da Sensia para 2021, 7 para 2022 e 15 para 2023 e irá começar seus projetos por Belo Horizonte, Campinas, Maceió e Lauro de Freitas (Bahia);
- Em nossa opinião, o anúncio está em linha com a estratégia da MRV de lançar 40-50% do seu VGV fora do programa habitacional Casa Verde e Amarela (antiga Minha Casa, Minha Vida). Assim, não acreditamos que o anúncio seja um catalisador para o papel e mantemos nossa recomendação neutra e preço-alvo de R$23,0/ação.
Radar ESG | Setor de vestuário e joias: ESG ainda na confecção
- Para as empresas do setor de vestuário e joias, vemos a frente Social como a mais importante das três, seguida pelos pilares de Governança e Meio Ambiente, respectivamente;
- Vemos a Vivara bem posicionada nos fatores Social e Governança, enquanto no pilar Ambiental, como fabricante e varejista de joias, a empresa está exposta ao risco de reputação decorrente do uso de minerais adquiridos de forma insustentável. Já para as empresas de vestuário, vemos a Lojas Renner com robustas políticas de gestão da cadeia de suprimentos, aliadas à ótima governança e cultura, enquanto a C&A se destaca no pilar Ambiental. Por fim, para o Grupo Soma, embora a empresa pareça estar mais engajada com o tema recentemente e ainda não tenha um relatório de sustentabilidade, vemos de forma positiva a divulgação recente em relação à estratégia da empresa para o futuro no tema ESG, com alinhamento aos ODS da ONU;
- Fizemos um relatório completo destacando os fatores ESG que vemos como os mais importantes para o setor e analisamos como as empresas brasileiras que fazem parte do universo de cobertura da XP (VIVA3, LREN3, CEAB3 e SOMA3) se posicionam quando o tema é ESG. Clique aqui para ler o relatório completo.

Se você ainda não tem conta na XP Investimentos, abra a sua!