IBOVESPA -0,81% | 145.306 Pontos
CÂMBIO +0,71% | 5,36/USD
O que pode impactar o mercado hoje
Ibovespa
O Ibovespa encerrou a quinta-feira em queda de 0,8%, aos 145.306 pontos, em um dia negativo para os mercados globais (S&P 500, -0,5%; Nasdaq, -0,4%), que recuaram em meio à abertura das taxas das Treasuries diante de perspectivas mais contidas para o ciclo de cortes de juros nos EUA. Nesse cenário, a curva de juros doméstica abriu, pressionando as ações brasileiras.
As ações da Natura (NATU3, +2,3%) subiram, em meio a um movimento de forte variação no preço da ação após a companhia anunciar a venda da Avon International (exceto a operação na Rússia). Já os papéis do Assaí (ASAI3, -12,8%) tiveram forte queda, repercutindo o anúncio de entrada de medida cautelar contra o Casino e o GPA buscando i) bloquear a venda da participação de 22,6% do Casino no GPA, a menos que os recursos sejam depositados em juízo ou garantias adequadas sejam apresentadas; e (ii) obrigar o GPA a apresentar garantias que isentem o Assaí de eventuais contingências fiscais anteriores ao spin-off.
Para o pregão desta sexta-feira, o destaque da agenda econômica será a divulgação do deflator PCE referente a agosto nos EUA.
Renda Fixa
As taxas futuras de juros encerraram a sessão de ontem com abertura ao longo da curva. No Brasil, a curva abriu influenciada pelo cenário externo, pela forte emissão de prefixados do Tesouro, pelas revisões conservadoras do Banco Central no RPM e pela incerteza eleitoral de 2026. O movimento foi parcialmente compensado pelo IPCA-15 de setembro (+0,48%), abaixo do consenso (+0,52%).
Nos Estados Unidos, os investidores ajustaram suas expectativas para um ciclo de cortes de juros mais contido, em linha com os discursos recentes das autoridades do Fed. Por lá, os rendimentos das Treasuries de dois anos terminaram o dia em 3,65% (+4,3bps vs. pregão anterior), enquanto os de dez anos em 4,16% (+1,6bp). Na curva local, o DI jan/26 encerrou em 14,9% (- 0,3bp vs. pregão anterior); DI jan/27 em 14,07% (+6bps); DI jan/29 em 13,25% (+7,5bps); DI jan/31 em 13,41% (+5,2bps).
Mercados globais
Nesta sexta-feira, os futuros nos EUA operam próximos da estabilidade (S&P 500: 0,0%; Nasdaq 100: -0,1%), enquanto investidores aguardam divulgação do índice de preços de gastos com consumo (PCE) de agosto, medida de inflação preferida do Federal Reserve. O S&P 500 recuou 0,9% na semana e o Nasdaq caiu 1,1%, pressionados por quedas em Oracle, Meta e Tesla.
Na Europa, as bolsas avançam (Stoxx 600: +0,3%), com ganhos distribuídos entre a maioria dos setores, mas sob pressão do segmento de saúde. O anúncio de Donald Trump de tarifas de 100% sobre importações de medicamentos a partir de 1º de outubro derrubou papéis de farmacêuticas. Apesar da reação inicial, avalia-se que os impactos podem ser contornáveis com a expansão da produção em solo americano. O mercado também acompanha discussões sobre tarifas europeias de até 50% sobre o aço chinês e os dados de inflação da Espanha.
Na China, os mercados fecharam em queda (CSI 300: -1,0%; HSI: -1,4%), acompanhando a pressão sobre o setor farmacêutico após os anúncios de tarifas dos EUA. Alibaba Health caiu -2,9% e JD Health recuou 2,2%, enquanto no Japão o Topix Pharma Index perdeu 1,5%. O sentimento na região foi dominado pela aversão ao risco no setor de saúde, com investidores precificando os efeitos de tarifas que podem remodelar cadeias globais de suprimentos.
IFIX
O IFIX fechou a quinta-feira em alta de 0,13%, registrando a terceira valorização consecutiva, mesmo com a curva de juros pressionada. No mês, acumula ganho de 2,66% e, no ano, 14,53%. O movimento ocorreu em um dia marcado pela divulgação do IPCA-15 de setembro (+0,48%), abaixo do consenso (+0,52%), e por ajustes nas expectativas para o ciclo de juros nos EUA após discursos mais duros de autoridades do Fed.
Setorialmente, os fundos de tijolo avançaram 0,20%, enquanto os fundos de papel subiram 0,19%. Entre as maiores altas, destacaram-se CACR11 (+2,2%), SNFF11 (+1,6%) e WHGR11 (+1,5%). Já as principais quedas foram de KFOF11 (-1,9%), DEVA11 (-1,4%) e ITRI11 (-1,4%).
Economia
Nos EUA, o PIB cresceu a uma taxa anualizada de 3,8% no segundo trimestre de 2025, acima da segunda estimativa de 3,3%, impulsionado principalmente por uma revisão para cima do consumo das famílias. O PCE subiu 2,5%, com destaque para serviços, enquanto o consumo de bens permaneceu robusto. Esse resultado diminuiu as expectativas de cortes agressivos de juros pelo Fed, impactando negativamente bolsas e elevando as taxas de juros americanas. Hoje, o foco está no deflator do PCE, principal índice de preços para o Fed, com expectativa de avanço de 0,3% m/m (2,7% a/a) e 0,2% m/m (2,9% a/a) para o núcleo.
No Brasil, o Banco Central reiterou o cenário de juros altos por mais tempo, projetando inflação de 3,1% no primeiro trimestre de 2028, ainda acima da meta. Segundo estimamos, a Selic deve permanecer em 15,00% até o início de 2026, com início do ciclo de cortes em janeiro, chegando a 12,00% no final de 2026. O IPCA-15 de setembro avançou 0,48% m/m, com inflação anual subindo para 5,32%, impactada pelo fim do bônus de Itaipu nas tarifas de energia. A inflação de serviços subjacentes ainda indica espaço limitado para queda de juros, enquanto os preços de bens seguem bem-comportados.
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Economia
Deflator do PCE é o destaque desta sexta-feira
- Nos EUA, o PIB cresceu a uma taxa anualizada de 3,8% no segundo trimestre de 2025, muito acima dos 3,3% da segunda estimativa. O número mais forte do que o esperado refletiu principalmente uma revisão para cima do consumo das famílias. O PCE (despesa de consumo pessoal) subiu 2,5% (contra 1,6% na segunda estimativa), liderado por uma revisão maior para serviços (2,6% contra 1,2%), enquanto o consumo de bens permaneceu robusto (2,2% contra 2,4%). Com isso, diminuiu-se o ânimo para cortes de juros mais agressivos pelo Fed (banco central), o que derrubou bolsas e elevou as taxas de juros americanas;
- Na agenda de hoje, o principal indicador econômico será o deflator do PCE, o índice de preços de maior relevância para o Fed. O mercado espera que o índice avance 0,3% m/m (2,7% a/a). Para o núcleo deflator, métrica que exclui itens voláteis, é esperado 0,2% m/m e 2,9% a/a.
- O Banco Central do Brasil (BCB) publicou seu Relatório de Política Monetária na quinta-feira. Em resumo, o BCB reiterou o cenário de juros altos por mais tempo. De acordo com suas projeções no cenário de referência – que considera a trajetória da taxa Selic na Pesquisa Focus –, a inflação do IPCA seria de 3,1% no primeiro trimestre de 2028. Ou seja, ainda ligeiramente acima da meta de 3%. Portanto, acreditamos que a comunicação recente do BCB está alinhada com nosso cenário de que a taxa Selic permanecerá em 15,00% até o início do próximo ano. Esperamos que o ciclo de afrouxamento monetário comece em janeiro, com a taxa básica de juros atingindo 12,00% no final de 2026 (após seis cortes de 0,50 p.p.). Um início mais tardio (março ou depois) parece muito mais provável do que um início antecipado (dezembro).
- O IPCA-15 de setembro, divulgado pelo IBGE, avançou 0,48% M/M, ligeiramente abaixo das projeções, com a inflação anual subindo de 4,95% para 5,32%. A leitura foi impactada pelo fim do efeito do bônus de Itaipu nas tarifas de energia, que subiram 12,2% M/M. A inflação dos serviços subjacentes avançou apenas 0,04% M/M, abaixo do esperado, com moderação também nos preços de cinema, que devem subir novamente em outubro. Serviços intensivos em trabalho cresceram 0,49% M/M, indicando espaço limitado para queda da inflação de serviços, dado o mercado de trabalho aquecido e o crescimento salarial sólido.
- Os preços dos bens industriais subiram 0,2% M/M, acima das expectativas, impulsionados pela alta nos preços de vestuário, enquanto bens duráveis seguem em deflação. A inflação dos núcleos subiu 0,19% M/M, abaixo da estimativa, com a surpresa no seguro de automóveis explicando grande parte do desvio. A inflação acumulada em 12 meses dos núcleos subiu para 5,04%, o segundo maior nível desde setembro de 2023. Os preços de alimentos caíram 0,63% M/M, puxados por cereais, alimentos in natura e frango, mas devem reacelerar no último trimestre. Mantemos nossa projeção de IPCA em 4,8% para 2025 e 4,5% para 2026.
Empresas
Guararapes (GUAR3): vestida para o sucesso
- Elevamos a recomendação da Guararapes para COMPRA, pois acreditamos que a empresa estabeleceu um claro framework estratégico para sustentar a melhora dos resultados por meio de: (i) maior produtividade das lojas, aprimorando sua proposta de produtos e adaptando/renovando os layouts para potencializar as categorias principais; e (ii) expansão da margem bruta, impulsionada pela maior verticalização/eficiência na fábrica, menores níveis de descontos e um mix de preços mais forte;
- Além disso, a ação está negociada a um valuation atrativo, abaixo de 8x P/L para 2026 (com desconto de 20% em relação aos pares);
- Também vemos o Midway Mall como um possível gatilho de curto prazo que pode destravar muito valor;
- Por fim, atualizamos nossas estimativas com os resultados recentes, adotamos uma visão mais construtiva para o futuro e estendemos nosso preço-alvo para o final de 2026 para R$ 14,00 por ação;
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Mercado Livre (MELI34): feedback do MELI XP 2025
- Participamos do MELI XP 2025 e nossos principais pontos foram:
- Notamos menos anúncios importantes, com foco em ferramentas para vendedores (Clips, Afiliados/Anúncios, “Minha Página” e logística), o que pode refletir um cenário competitivo mais acirrado que, de certa forma, obrigou o MELI a lançar atualizações estratégicas ao longo do ano, em vez de guardá-las para o evento;
- Os executivos destacaram a aceleração do crescimento após a redução do pedido mínimo para frete grátis e altas expectativas para mais uma Black Friday recorde;
- O MELI também anunciou novas iniciativas para aumentar o engajamento dos vendedores, como kits virtuais, programa de Afiliados, grande migração logística e uma conta Cofrinho para CNPJ;
- A empresa continua avançando na logística de itens pesados, embora ainda existam limitações para devoluções e coletas;
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Iguatemi (IGTI11): alocação de capital disciplinada e sólido desempenho operacional
- Realizamos um NDR com o CFO da Iguatemi, Guido Oliveira, que transmitiu uma perspectiva positiva em relação aos indicadores operacionais, mas uma postura cautelosa em relação à alocação de capital em um cenário de altas taxas de juros.
- Os principais destaques foram: (i) vendas sólidas no terceiro trimestre, que devem atingir um crescimento de dígitos duplos baixos, apesar de uma leve redução em relação ao segundo trimestre;
- (ii) custos de ocupação saudáveis e reformas nos shoppings devem permitir taxas de ocupação robustas, que podem chegar a ~99% nos próximos trimestres;
- (iii) foco estratégico em expansões brownfield, com um capex elevado de ~R$ 500 milhões para 2026, refletindo atrasos nos projetos,
- e (iv) uma abordagem disciplinada à alocação de capital, com a empresa monitorando de perto possíveis desinvestimentos e oportunidades para adquirir participações adicionais em ativos dentro do portfólio. No geral, vemos as mensagens da reunião de forma positiva e mantemos nossa recomendação de Compra.
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Renda fixa
De Olho na Renda Fixa: principais notícias de crédito privado, mercados e renda fixa
- Aegea capta US$ 750 milhões com bonds; demanda supera US$ 2,2 bi, dizem fontes (Valor Econômico);
- PL do teto da dívida pode ter impacto na operação do Tesouro e da política monetária, diz Galípolo (Valor Econômico);
- European stocks lead as Trump tariffs knock Asia, Fed rate cut bets recede (Reuters);
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Alocação & Fundos
Principais notícias
- Fundos Imobiliários (FIIs): confira as principais notícias
- Relator da MP alternativa ao IOF propõe novas regras de isenção para FIIs e Fiagros; confira (MoneyTimes);
- IFIX emenda terceira alta e volta a bater máxima histórica; SNFF11 fica entre destaques (FIIs);
- Após recuo em agosto, prévia da inflação acelera para 0,48% em setembro (Agência IBGE);
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ESG
ENBPar planeja contratação do BNDES para estudo sobre cadeia nuclear do país, dizem fontes | Café com ESG, 26/09
- O mercado fechou o pregão de quinta-feira em queda, com o IBOV e o ISE recuando 0,81% e 1,47%, respectivamente;
- Na política, o Conselho Monetário Nacional (CMN) aprovou em reunião ordinária realizada ontem uma resolução que permite investimentos em participação societária dentro das linhas de financiamento do Programa Eco Invest Brasil, coordenado pelo Ministério da Fazenda em parceria com o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima – a nova norma também regulamenta as sublinhas de liquidez e hedge cambial;
- Do lado das companhias, (i) a Empresa Brasileira de Participações em Energia Nuclear e Binacional (ENBPar), holding que controla as estatais Eletronuclear e a Indústrias Nucleares do Brasil (INB), está em fase final para fechar a contratação do BNDES para a elaboração em estudo estratégico sobre a cadeia nuclear do país, dizem fontes; e (ii) a fabricante de veículos elétricos Tesla pediu ao governo Trump que não revogue os padrões de emissões de veículos nem o reconhecimento de longa data dos EUA de que os gases de efeito estufa representam riscos à saúde humana, afirmando que tal recuo “daria carta branca aos fabricantes de motores e veículos para ignorar medições, controle e relatórios de emissões”;
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