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Economia em destaque: Seu resumo semanal do cenário econômico internacional e doméstico

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Cenário Internacional

No cenário internacional, o início da semana foi marcado pela divulgação do Balanço de pagamentos da China. Os dados confirmaram a forte recuperação, e agora já crescimento robusto, da economia asiática, com exportações superando largamente as expectativas e crescendo 21,1% na comparação anual de novembro, principalmente devido a forte demanda de países desenvolvidos por produtos médicos e farmacêuticos, além de eletrônicos. Já as importações cresceram 7,5% no ano/ano, levando a um superávit comercial de US$ 593 bilhões em termos anualizados – outro recorde histórico em termos nominais.

Já nos EUA, os dados do mercado de trabalho desapontaram as expectativas de mercado, com pedidos de seguro desemprego subindo para 853 mil n semana, comparado com 716 mil na semana passada. Com isso, crescem as pressões para a aprovação de um novo pacote fiscal ainda esse ano. Apesar de a proposta bipartidária de US$ 908 bilhões discutida no Congresso ter ganhado força nos últimos dias, ainda parece improvável que haja um consenso entre as partes envolvidas no curto prazo.

Enquanto isso, na Zona do Euro alguns indicadores antecedentes já apontam para a volta gradual da confiança na região diante do avanço das vacinas e a efetividade de medidas de isolamento em reduzir os números da covid-19. Na Alemanha, o índice Zew, que mede as expectativas dos empresários quanto ao crescimento econômico futuro, veio acima do esperado para dezembro. Por outro lado, segue a preocupação sobre a recuperação de países mais afetados pela covid-19, como Itália e Espanha, além de incertezas acerca da saída do Reino Unido do mercado comum europeu e da união aduaneira – a consolidação do Brexit.

Nesse contexto, o Banco Central Europeu decidiu manter inalteradas suas principais taxas de juros, ao mesmo tempo em que anunciou um significativo aumento do volume do Programa de Compras de Emergência na Pandemia (PEPP, na sigla em inglês). A compra de ativos aumentará em EUR 500 bilhões, atingindo EUR 1,85 trilhões, e será expandido em pelo menos novo meses além do inicialmente programando, chegando em março de 2022. Foram ampliadas também as operações de refinanciamento de longo prazo, até junho de 2022. Enquanto isso, na frente fiscal, o Parlamento Europeu anunciou acordo entre os países membro para a implementação do fundo de recuperação econômica de EUR 750 bilhões emitido por parte do bloco (em conjunto), em um movimento sem precedentes na história do bloco.

Enquanto isso, no Brasil

A semana foi marcada pela decisão do Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom). Em decisão unânime, o Copom manteve a taxa Selic em 2,00% ao ano, com decisão em linha com o esperado pela XP Investimentos e pelo mercado. O comunicado manteve as principais mensagens da reunião anterior, avaliando que o regime fiscal não mudou desde a sua última reunião e que a inflação, apesar de elevada, mantém características de choques temporários.  Entendemos que o comunicado é consistente com nosso cenário de que a política monetária começará a se normalizar gradualmente ano que vem, mas aponta que o processo pode se iniciar antes do esperado. Esperamos a retirada do FG possivelmente já na próxima reunião do Copom, e seguimos com a expectativa – que mantemos desde junho – de elevação da Selic a partir do segundo semestre de 2021, até 3% no final do ano.

A semana teve também divulgações do resultado mensal referente a outubro do comércio e de serviços.

O varejo brasileiro continuou forte em outubro, acelerando 8,3% a/a e 0,9% m/m. Artigos farmacêuticos, de uso pessoal e doméstico e veículos foram os setores que mais surpreenderam as expectativas, mas também chamaram a atenção as vendas nos supermercados, que continuaram acelerando mesmo com a redução do auxílio emergencial no período. Para 2021, acreditamos que essa dinâmica de crescimento do setor varejista brasileiro pode perder força, especialmente em meio ao fim do AE. Mas a criação de uma “poupança circunstancial” durante a pandemia pode ajudar a atravessar esse período de troca de marcha na economia brasileira As expectativas para o setor, portanto, ainda são positivas.

o setor de serviços brasileiro desacelerou 7,4% a/a e acelerou 1,7% m/m em outubro, abaixo tanto das nossas expectativas (-6,8% a/a e +2,3% m/m) quanto do consenso de mercado (-6,9% a/a). Apesar da fragilidade do setor devido à pandemia, o nosso índice de difusão aponta que mais de 55% dos serviços tem se recuperado de forma significativa nos últimos 6 meses – um número que tem gradualmente se tornado maior nos últimos meses como reflexo da reabertura das atividades econômicas. Os principais destaques positivos foram os serviços prestados às famílias (+4,6% m/m) e os serviços de informação e comunicação (+2,6% m/m). Por outro lado, “outros serviços” perderam ímpeto no mês, enquanto os serviços de transporte vieram bem abaixo do que esperávamos.

Não é surpresa que o setor de serviços esteja se recuperando a passos muito graduais quando comparado com o varejo e com a indústria, especialmente porque o setor é muito intensivo em mão de obra e depende muito da confiança dos consumidores – e ambos foram amplamente fragilizados durante a pandemia. Ainda assim, a “poupança circunstancial” que as famílias mais ricas fizeram durante a pandemia, além da expectativa de chegada de uma vacina eficaz nos próximos meses, podem ajudar o setor de serviços no médio prazo. Por outro lado, no curto prazo, o aumento no número de casos de Covid-19 no Brasil deve continuar contribuindo negativamente para o setor.

Diante dos resultados, nós esperamos que o IBC-Br (índice de atividade econômica do Banco Central) desacelere em -2,0% a/a em outubro, o equivalente a uma expansão de 1,1% m/m.

Por fim, destaque também para o mega leilão de títulos prefixados (LTN e NTN-F) realizados pelo Tesouro Nacional nessa quinta-feira. O leilão foi maior inclusive que o de setembro (já considerado de magnitude elevada) e a oferta foi integralmente absorvida. Com isso, o Tesouro soma R$ 286 bilhões em emissões de títulos públicos entre o início de novembro e hoje, incrementando seu colchão prudencial e reduzindo as preocupações sobre o gerenciamento da dívida no curto -médio prazo.

O que esperar?

O índice de atividade econômica do Banco Central referente a outubro, a ata da última reunião de política monetária do BC (Copom) e o relatório trimestral de inflação serão os principais destaques da agenda econômica nacional da próxima semana. No cenário internacional, os principais destaques serão as decisões de política monetária, os índices de inflação (CPI e PPI) e o PMI de dezembro das principais economias.

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