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Quer resgatar seu dinheiro? 9 pontos para pensar antes de desistir de um investimento

Assim como investir, a decisão de retirar seu dinheiro de alguma aplicação também precisa ser bem pensada. Veja alguns fatores para tomar a melhor decisão

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Quer resgatar seu dinheiro? 9 pontos para pensar antes de desistir de um investimento

Movimentos de instabilidade na Bolsa de Valores são bastante comuns, e a alta volatilidade atual causada pelo cenário de crise fiscal e instabilidade política no país está assustando muitos investidores, não só na renda variável.

Mas antes de tomar a decisão de vender uma ação, sair de um fundo ou vender um título que não rendeu bem, é preciso pensar em diversos fatores para não ser levado apenas pelo emocional. Veja abaixo 8 pontos para pensar antes de desistir de um investimento.

1 – Não se deixe levar pelo “efeito manada”

Você assiste ao jornal e vê uma notícia ruim para os mercados. No grupo de WhatsApp, seu amigo comenta que vai retirar todo o dinheiro de uma aplicação, pois está “todo mundo desistindo” de tal investimento. Deu vontade de pular do barco também?

O chamado “efeito manada” é um comportamento de investidores que tendem a seguir a opinião de outros, também conhecido como “efeito adesão”. “Esse viés pode nos fazer tomar decisões irrefletidas, com base no comportamento da maioria”, explica a CVM (Comissão de Valores Mobiliários) na série CVM Comportamental – Vieses do Consumidor.

“Estamos mais suscetíveis ao efeito adesão em situações de incerteza, pânico ou nos momentos em que há pressão para tomar decisões. Quando não há clareza sobre a situação econômica ou em épocas de crise, por exemplo, os indivíduos podem tender a selecionar os ativos mais populares”, pontua a instituição.

Segundo a CVM, antes de seguir a opinião da maioria, é preciso procurar “analisar criticamente de que forma ela se aplica ao seu caso específico”.

Leia também: “Não tome decisões importantes quando estiver de ressaca (do mercado)

2 – Procure informações

Ouvir o conselho de alguém na mesa de bar não é suficiente para entender o que pesa sobre resultados das suas finanças. Os acontecimentos políticos e econômicos do país são alguns dos pontos que influenciam todo o cenário financeiro.

Saber quais os principais indicadores que alteram a rentabilidade dos ativos e quais as perspectivas para eles é fundamental para decidir se é melhor seguir com a mesma carteira ou não. Entre eles estão a inflação, os juros, os resultados dos setores, a situação das contas públicas etc.

Além de acompanhar as notícias do mercado por meios confiáveis, você pode acompanhar análises de especialistas e também conversar com seu assessor de investimentos.

Leia também: “Navegando águas incertas: onde investir em tempos voláteis“.

3 – Entenda os riscos e respire

Se você ficou assustado com alguma brusca variação de seus investimentos, lembre-se que todos possuem algum grau de risco. Vender ações sem o apoio de análises, somente pelo medo de ter um prejuízo maior, pode ser uma cilada, pois em algumas situações os papéis se recuperam rapidamente.

No caso da renda fixa, conforme os analistas da XP explicam em “Entendendo a relação entre juros e preço dos títulos“, as taxas e preços dos títulos, por exemplo, variam diariamente até a data de vencimento e isso pode acontecer por diferentes motivos.

“No caso de títulos do Tesouro Direto, que são marcados a mercado diariamente (ou seja, todos os dias refletem ágios e deságios que podem ocorrer), é possível conhecer esses movimentos através da própria plataforma do Tesouro ou até mesmo na sua carteira de investimentos”, afirmam.

4 – Saiba quais são os prazos

As variações causadas pela “marcação a mercado” dos títulos públicos só são colocadas em prática caso o investidor decida vender o ativo antes do prazo final. Por isso é necessário conhecer os prazos dos títulos contratados. “Na hipótese de o investidor poder se desfazer do investimento antes do vencimento, em momentos de ágio (valorização), pode fazer sentido buscar uma contraparte interessada no mercado secundário para, assim, realizar este ganho. Em caso de deságio, o ideal é manter o ativo investido, esperando um momento mais oportuno ou o vencimento”, indicam os analistas.

Em outro tipo de aplicação em renda fixa, o CDB, além do prazo, que é a data do vencimento do título, é preciso verificar qual a carência, ou seja, a data a partir da qual o investimento pode ser resgatado..

É possível resgatar antes do prazo, mas, para isso, é necessário que o investidor venda esse título ao banco emissor ou no mercado secundário. Devido à falta de liquidez do mercado secundário para esse tipo de título, o CDB pode sofrer um deságio na venda antecipada.

Mesmo para desistir da poupança é preciso pensar em alguns pontos. Caso você faça o resgate antes do próximo aniversário, , que ocorre mensalmente, perde o valor que seria gerado entre o aniversário anterior e o próximo.

5 – Lembre dos impostos

Observar os prazos também serve para não pagar mais impostos do que você gostaria na hora dos resgates dos seus investimentos.

Em relação a ações, por exemplo, ainda que você não faça operações mensais acima de R$ 20 mil (valor máximo para isenção de IR), é preciso declarar posições e ganhos líquidos obtidos. A mesma regra é válida para cotas de fundos de imobiliários listados em Bolsa.

Algumas operações não são isentas de Imposto de Renda, desconsiderando valores mínimos ou máximos. É o caso de Day Trade, ETF de renda variável, alienação de ações em operação de exercício de opção, na liquidação antecipada de contratos a termo e também  fundos imobiliários.

Na renda fixa, os principais impostos são o IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) e o IR (Imposto de Renda), e eles incidem sobre o rendimento pago ao investidor.

Quando os impostos do ativo têm tabela regressiva, como no caso da maioria dos fundos de investimentos, por exemplo, o percentual cobrado vai caindo com o passar do tempo. Assim, quanto mais tempo o dinheiro ficar aplicado, menos impostos o investidor pagará.

O IOF tem tabela regressiva e incide nos 30 primeiros dias de aplicação. Você somente pagará esse imposto caso resgate seus rendimentos durante o primeiro mês de aplicação. O IR começa em 22,5% nos primeiros seis meses de aplicação, caindo para 20% até 1 ano dos recursos investidos, passando para 17,5% até completar 2 anos, quando a partir daí passam a 15% de forma definitiva.

As exceções ficam por conta dos fundos de ações que têm IR de 15% para qualquer prazo de investimentos e para os fundos de previdência que possuem uma dinâmica própria de recolhimento de IR, que pode ser melhor entendida em “Previdência: benefícios tributários atrelados à rentabilidade”.

Algumas modalidades são isentas de IR nas vendas dos ativos: LCI, LCA, CRI, CRA são algumas delas. As debêntures incentivadas possuem alíquota zero de IR. Na prática, têm o mesmo efeito de um ativo isento, ou seja, o cliente também não paga IR.

6 – Pense no longo prazo

Faz sentido consultar rentabilidades passadas antes de desistir de um investimento para aplicar em outra opção, mas sem esquecer de que elas não são garantia de retorno (ou de perdas) no futuro. Cuidado com o efeito retrovisor!

Para ter uma boa ideia do passado de um ativo, observe o histórico em períodos longos (de pelo menos 5 anos, se possível), com janelas móveis, e verifique o desempenho dessa aplicação em tempos de crise.

Para a renda variável, a recomendação é só investir valores para os quais você disponha de uma janela de longo prazo. Qualquer investimento feito hoje terá maior probabilidade de apresentar ganhos consistentes e acima da inflação em janelas entre 3 e 5 anos, a depender de sua volatilidade (quanto mais volátil o ativo, maior o período indicado para o investimento).

“Lógico que no momento que a Bolsa está indo bem, a taxa de juros está baixa, as pessoas falam ‘ah, imagina, vou alocar em Bolsa, vou me dar bem’. De fato, talvez no curtíssimo prazo você vá se dar bem. Mas a gente tem que pensar que investimento é uma coisa de longuíssimo prazo, para a vida inteira, em diversos ciclos, principalmente em um país volátil como o Brasil”, disse a head de renda fixa da XP, Camilla Dolle, no evento Semana da Renda Fixa ocorrido em setembro.

7 – Diversifique

A diversificação segue sendo a estratégia mais recomendada e gratuita para manter uma carteira mais protegida contra a volatilidade dos mercados, e também é preciso ter isso em mente antes de desistir de um investimento.

“Hoje, quando a gente vê todo esse risco subindo, a gente vê como foi importante quem de fato alocou um pouco pelo menos de renda fixa na carteira, seguindo as recomendações para o seu perfil”, afirmou Camilla no evento citado acima.

8 – Não esqueça a reserva de emergência

A ideia é gastar o dinheiro do investimento em algum bem? Cuidado para não ficar sem sua reserva de emergência. “A reserva ou fundo de emergência nada mais é do que uma reserva de dinheiro que deve ficar guardada e ser utilizada apenas em ocasiões, como diz o nome, de emergência. Ou seja, ela precisa ser planejada para não ser utilizada”, afirmou Camilla.

A head de research de renda fixa da XP afirmou ainda que o Tesouro Selic continua indicado para alocação da reserva de emergência, por ter alta liquidez e segurança.

Leia também: “Quando usar a reserva de emergência? Veja a hora certa de utilizar o dinheiro

9  – Trace objetivos e conheça seu perfil

Se você pensa em desistir de um tipo de investimento para apostar em outro, pense antes em seus objetivos e se tal aplicação se adequa ao seu perfil de investidor.

Se a alocação sugerida ou definida para seu perfil de risco, horizonte de investimento e retorno esperado prevê a alocação naquele ativo que você pretende resgatar, pense duas vezes se realmente haverá uma mudança estrutural na sua alocação e para onde serão destinados os recursos desse resgate para que você não torne seus investimentos ineficientes ou desalinhados com o idealmente desenhado para você.

O ideal é diversificar, sempre respeitando esses princípios. Alguns ativos da renda fixa contam com a segurança do FGC (Fundo Garantidor de Crédito), caso de CDBs, LCIs, LCAs, LCs e RDBs, e podem ser parte importante da carteira de quem tem um perfil conservador. Para entender melhor qual o seu perfil e quais investimentos serão mais adequados para você, fale com seu assessor de investimentos.

Cuidado com o viés da ação que se trata do impulso de “fazer algo” mesmo sem um motivo racional. Essa é uma tendência natural do ser humano e que pode ser notada em diversas situações. Como na cobrança de um pênalti, por exemplo, quando o goleiro quase sempre pula para a direita ou esquerda, mesmo quando alguns estudos estatísticos apontam que ficar parado seria a melhor alternativa, pois a parte central do gol costuma ser o alvo de mais de 1/3 das cobranças, mesmo entre jogadores profissionais.

Em suma, em situações indefinidas, somos levados pelo impulso ou por uma pressão social/emocional a fazer alguma coisa, seja ela qual for — não importa se essa ação vai ou não ajudar. Em seguida, geralmente sentimo-nos melhor, mesmo que nada tenha melhorado.

Quando analisamos esse comportamento no mundo dos investimentos, esse viés pode ser muito danoso ao investidor. Muitas vezes, isso significa realizar de forma intempestiva, irracional, o resgate de um investimento que oscila mais (maior volatilidade) em um momento de retorno negativo.

Se mesmo assim, depois da revisão geral desses 9 pontos, você entender que realmente dormirá melhor realizando essa venda ou resgate do investimento, faça e não olhe para trás. Revisões, rebalanceamentos e mudanças nos investimentos são bem vindos desde que feitos com estratégia e buscando eficiência.

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