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A semana na Renda Fixa (10/05 a 14/05)

Acompanhe os principais movimentos da semana no mercado de renda fixa e o que esperar para a semana que se inicia.

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As taxas futuras de juros encerraram a semana em leve alta frente ao apurado na sexta-feira anterior. A elevação pode ser atribuída às pressões advindas do cenário externo, como a divulgação da inflação ao consumidor nos Estados Unidos de abril, que veio bastante acima do esperado, e gerou movimento de aversão a risco nos ativos globais. Enquanto isso, as taxas dos títulos do Tesouro indexados à inflação (NTN-B), que representam as expectativas para o juro real, encerraram a semana em relativa estabilidade.

A maior parte dos títulos do Tesouro Direto apresentou valorização na semana, observada com mais intensidade nos títulos de longo prazo indexados à inflação. O movimento de fechamento dos spreads das debêntures observado na semana anterior foi acentuado nos papeis classificados com ratings “AAA”, “AA” e "A".

Para a próxima semana, destaque para indicadores de atividade e mercado de trabalho na China, além de inflação na Zona do Euro, e dados referentes ao setor imobiliário nos EUA, além de PMIs de maio nas economias desenvolvidas. No Brasil, as atenções devem voltar-se ao palco político-econômico, com destaque para discussões sobre a reforma tributária e a reforma administrativa, além da medida provisória da Eletrobras (pautada para votação), e da continuação da CPI da pandemia.

Cenário macroeconômico

Elaborado pelo time de Economia da XP

De acordo com relatório publicado, no âmbito da covid-19 no Brasil, o número de novos casos se mantém estável, pouco acima de 61,4 mil, assim como o ritmo de vacinação – com média de 710 mil doses aplicadas ao dia.

A semana começou marcada pela alta do preço de commodities, especialmente minerais, sustentada pela falta de oferta e expectativas de recuperação da economia global. Contudo, o principal destaque ficou para os dados de inflação dos Estados Unidos, que vieram bem acima do esperado pelo mercado, reforçando receios sobre a alta de preços acelerada no país e a postura acomodatícia do FED. A reação nos juros futuros, entretanto, foi contida.

Ainda nos EUA, o indicador de inflação ao consumidor (CPI) registrou alta de 0,8% em abril, levando o acumulado em doze meses a 4,2% - a maior alta desde 2008, puxado principalmente por alta recorde no preço de carros usados, além de commodities e setores mais sensíveis à normalização da atividade. Já o indicador de preços ao produtor (PPI) subiu 0,6%, ante consenso de mercado em 0,3%.

Na China, o principal destaque foi também a divulgação de dados de inflação referentes a abril. O CPI variou 0,9% em relação ao último ano (ante estimativas de 1%) e o PPI acelerou para 6,8% a.a. (estimativa de 6,5%), alcançando o ritmo de alta visto em 2017. Como sentido no restante do mundo, a pressão vem principalmente da alta de preços de commodities, impulsionados pela forte demanda global impactada por estímulos, desequilíbrios em cadeias de produção globais, e maiores gastos em infraestrutura no país.

No Brasil, destacam-se os indicadores de atividade referentes a março, que apontaram para uma resiliência maior do que a inicialmente esperada para a economia do país no primeiro trimestre. O setor de serviços, medido pela PMS, registrou alta de 4,5% na comparação entre março de 2021 e março de 2020, e contração mensal de 4%, explicado pelo aperto das medidas de distanciamento social para contenção da “segunda onda” da pandemia. Consolidando os dados divulgados ao longo das últimas duas semanas, o indicador de atividade medido pelo Banco Central (IBC-Br) registrou alta de 6,3% na comparação anual.

Em ata publicada na terça-feira, o Comitê de Política Monetária do Banco Central voltou a indicar novo aumento de 0,75 ponto percentual na taxa Selic para a próxima reunião do Comitê, em junho. O documento não trouxe grandes novidades se comparado ao comunicado divulgado após a reunião na semana passada, e enxergamos seu teor como neutro. Enquanto isso, a inflação medida pelo IPCA registrou alta de 0,31% em abril, elevando o acumulado em doze meses para 6,76%. Tivemos uma leitura neutra sobre os resultados.

O time de Economia da XP publicou o Brasil Macro Mensal de maio na semana, com revisão dos principais indicadores econômicos para o ano. A equipe agora projeta crescimento mais forte da economia no país, revisando a projeção de crescimento do PIB nesse ano para 4,1%, e para 2,0% no ano que vem, e inflação mais alta, com projeção de IPCA elevada para 5,4% esse ano, o que levaria a um aperto mais rápido da política monetária, o que deve resultar em elevação da Selic para 5,5% em setembro.

Na frente político-econômica, o Supremo Tribunal Federal (STF) encerrou julgamento sobre o ICMS da base de cálculo do PIS e da Cofins, o retirando, e definiu validade da decisão a partir de 15/03/17. A decisão da não retroatividade para decisões a partir de 2017 foi positiva para a União, reduzindo o impacto fiscal. Por outro lado, os ministros decidiram também pelo que consta na nota fiscal – o que implica que o impacto fiscal inicialmente projetado poderá ser maior. Por fim, o Senado aprovou o projeto de lei que susta os reajustes de medicamentos em 2021 e suspende os já realizados, enquanto a CPI da Pandemia segue no Congresso, por ora, com impactos reduzidos no cenário econômico e de mercados.

Leia tudo o que aconteceu na semana em economia.

Curva DI e NTN-B

As taxas futuras de juros encerraram a semana em leve alta frente ao apurado na sexta-feira anterior, com ganho de inclinação. A elevação pode ser atribuída às pressões advindas do cenário externo, como a divulgação da inflação ao consumidor nos Estados Unidos de abril, que veio bastante acima do esperado, e gerou movimento de aversão a risco nos ativos globais.

Enquanto isso, as taxas dos títulos do Tesouro indexados à inflação (NTN-B), que representam as expectativas para o juro real, encerraram a semana em relativa estabilidade, com exceção do vencimento mais curto, que apresentou queda.

Fonte: Bloomberg. Elaboração: XP Investimentos.

Leilões do Tesouro Nacional

Para mais informações sobre o funcionamento de leilões de títulos públicos, clique aqui.

Leilão do dia 11/05 - NTN-B

No último leilão de Notas do Tesouro Nacional - Série B (NTN-B), realizado na terça-feira (11), foram ofertados 1,5 milhão de títulos com vencimento para 2024, 300 mil para 2028 e 100 mil para 2040. O total ofertado somou 1,9 milhão, ante 2,4 milhões na semana passada.

O Tesouro colocou integralmente a oferta no mercado, que somou R$ 7,5 bilhões.

Fonte: Tesouro Nacional. Elaboração: XP Investimentos.

Leilão do dia 13/05 - LTN, NTN-F e LFT

No leilão da última quinta-feira (13), o Tesouro ofertou 16 milhões de Letras do Tesouro Nacional (LTN), ante 20 milhões na semana passada. Por outro lado, aumentou os lotes de Notas do Tesouro Nacional série F (NTN-F), de 350 mil para 1,05 milhão, e de Letras Financeiras do Tesouro (LFT), de 150 mil para 300 mil.

Ressalta-se que as LTNs e NTN-Fs são ofertadas em lotes individuais, enquanto as LFTs são ofertadas em leilão híbrido, com vencimentos em lotes agrupados (ou seja, soma-se o volume colocado nos dois vértices ofertados de LFT). Entenda mais sobre o funcionamento dos leiloes de títulos públicos.

O TN vendeu todo o lote de 5 milhões com vencimento para 2022, a totalidade da oferta de 7,5 milhões para 2023 e, do lote de 3 milhões para 2024, 2,902 milhões de LTNs, totalizando 15,402 milhões de papéis. O volume financeiro somou R$ 13,6 bilhões.

Quanto às NTN-Fs, foram vendidas as totalidades dos lotes de 300 mil papéis com vencimento em 2029 e 300 mil ofertados para 2031. O giro financeiro foi de R$ 1,1 bilhão.

As LFTs também foram vendidas em sua totalidade, das quais 20,5 mil foram reservadas para o vencimento mais curto (2022) e as demais 279,5 mil foram colocadas no vencimento de 2027. O giro financeiro somou R$ 2,9 bilhões.

A redução no volume total de ativos prefixados, apesar da maior oferta de LFTs, diminuiu o risco implicado no leilão, o que ajudou a não pressionar os juros durante a sessão.

Fonte: Tesouro Nacional. Elaboração: XP Investimentos.

Tesouro Direto

A maior parte dos títulos do Tesouro Direto apresentou valorização na semana, observada com mais intensidade nos títulos de longo prazo indexados à inflação. Os títulos atrelados à taxa Selic apresentaram leve alta.

O preço dos títulos sobe quando a expectativa de juro futuro cai (e vice-versa) devido à relação inversa entre os dois. Esse mecanismo que mostra o efeito dos juros sobre preços é a marcação a mercado. Entenda mais aqui.

Fonte: Tesouro Nacional. Elaboração: XP Investimentos.

Crédito Privado

Fluxo

Na última semana, o fluxo médio diário de negociações em debêntures foi de R$ 1,7 bilhão (vs. R$ 975 milhões na semana anterior), R$ 132 milhões em CRAs (vs. R$ 93 milhões) e R$ 98 em CRIs (vs. R$ 149 milhões).

Os papeis mais negociados por classe de ativos foram debêntures Nova Transportadora do Sudeste, CRI Prevent Senior e CRA JBS.

Vale lembrar que, como não são disponibilizados a tempo da publicação do relatório, os dados da sexta-feira não são considerados e podem alterar o apresentado.

Fonte: Anbima e Cetip. Elaboração: XP Investimentos.

Spreads de crédito

O movimento de fechamento das curvas das debêntures observado na semana anterior foi acentuado nos papeis classificados com ratings “AAA”, “AA” e "A".

Assim como nos dados de fluxo, os números da sexta-feira para os spreads de crédito também não são considerados e podem alterar o apresentado.

As curvas são extraídas a partir de debêntures precificadas diariamente pela ANBIMA (DI Percentual, DI+spread e IPCA+spread) e refletem estruturas de spread zero-cupom sobre a curva soberana para diferentes níveis de risco.

Fonte: Anbima. Elaboração: XP Investimentos.

Ações de rating

Fonte: Fitch Ratings e Moody's. Elaboração: XP Investimentos.

Para os relatórios publicados durante a semana, dirija-se ao final do relatório.

O que esperar - Semana de 17/05 a 21/05

Agenda econômica

Em relatório publicado pelo time Macro da XP, destaque para indicadores de atividade e mercado de trabalho na China, além de inflação na Zona do Euro, e dados referentes ao setor imobiliário nos EUA, além de PMIs de maio nas economias desenvolvidas.

No Brasil, as atenções devem voltar-se ao palco político-econômico, com destaque para discussões sobre a reforma tributária e a reforma administrativa, além da medida provisória da Eletrobrás (pautada para votação), e da continuação da CPI da pandemia. A semana será mais esvaziada em termos de indicadores macroeconômicos, com potencial divulgação da arrecadação de abril. 

Acesse aqui o Boletim Focus do dia 14/05 (disponível a partir de segunda-feira)

Leilões do Tesouro Nacional

Fonte: Tesouro Nacional. Elaboração: XP Investimentos.

Vencimentos de debêntures da próxima semana

Fonte: Anbima. Elaboração: XP Investimentos.

Relatórios publicados na semana de 10/05 a 14/05

Renda Fixa

Artigos

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