Esta página tem como objetivo consolidar o acompanhamento de resultados de uma seleção de empresas emissoras de títulos de crédito privado na plataforma da XP.
Açúcar & Etanol
Cocal
No 3T25¹, a Cocal reportou receita líquida consolidada de R$ 490 milhões, -21% A/A, EBITDA ajustado de R$ 278 milhões, -20% A/A, e lucro líquido de R$ 4 milhões, -95% A/A.
No período acumulado de 9M25, a moagem totalizou 7,3 milhões de toneladas de cana processada, -13,2% frente ao 6M24, com um mix açúcar/etanol de 67-33%. O ATR² foi de 137 kg/tonelada, estável vs. 9M24, e o TCH³ reduziu para 70,3 ton/ha, -14,2% A/A.
A menor disponibilidade de cana refletiu, principalmente, o clima seco presente no Centro-Sul, com déficit hídrico registrado a partir de novembro de 2023, que afetou o desenvolvimento do canavial. A Companhia destacou que os impactos estão sendo minimizados por meio de ações de contenção de custos, enquanto mantém o seu plano de investimentos, com foco na renovação e manejo do canavial.
A dívida bruta encerrou em R$ 3,4 bilhões, sendo 32% no curto prazo. A posição de caixa era de R$ 1,7 bilhão, resultando em uma dívida líquida de R$ 1,7 bilhão. A alavancagem seguiu baixa em 1,1x (+0,2x vs. 3T24) e a liquidez corrente elevada, ambos indicadores em conformidade com os covenants.

(1) Período findo em 31 de dezembro de 2024 (3T25). (2) Açúcar Total Recuperável, medida de qualidade do qualidade do canavial. (3) Tonelada de Cana por Hectare, medida de produtividade do canavial.
Calendário safra:

Veja Mais:
Coruripe
No 3T24/25¹, a Coruripe apresentou melhora operacional, com receita líquida de R$ 1,5 bilhão (+18% A/A) e EBITDA de R$ 641 milhões (+16% A/A). No acumulado dos nove meses da safra (abril a dezembro, 9M25), a moagem de cana-de-açúcar atingiu 14,7 milhões de toneladas, estável A/A. Deste total, cerca de 35% foram de cana própria, e o restante de terceiros.
Apesar do aumento do preço do açúcar e do etanol (+4,7% A/A e +4,2% A/A, respectivamente) e da maior qualidade do açúcar (ATR² de 137,95 kg/ton, ante 135,18 kg/ton A/A), houve menor produtividade no canavial, com TCH³ de 76,54 ton/ha, ante 86,65 ton/ha A/A.
O lucro líquido totalizou apenas R$ 3 milhões no trimestre, -98% A/A, por maiores despesas financeiras líquidas. Vale ressaltar que, no acumulado do 9M25, o lucro líquido foi impulsionado por positivamente por reversão de tributos (PIS/COFINS e IRPJ/CSLL referente ao IAA/4870), de R$ 199 milhões de outras receitas e R$ 446 milhões em impostos diferidos.
O capex foi de R$ 1,0 bilhão milhões nos 9M25 (covenant de até R$ 1,3 bilhão para 12 meses), incluindo tratos culturais e ativos biológicos.
Com isso, a dívida líquida da Coruripe aumentou para R$ 3,5 bilhões. A alavancagem dívida líquida / EBITDA de 2,0x estava aderente ao seu covenant (3,0x) com relativa tranquilidade, entretanto, a liquidez corrente permaneceu abaixo de 1,0x ao final de dezembro de 2024, e a cobertura de juros (EBITDA / desp. fin. líq.) ficou justa em relação ao limite mínimo, ambos medidos apenas anualmente.
Em janeiro de 2025, a Coruripe realizou uma operação importante de alongamento da sua dívida, reduzindo consideravelmente o risco de refinanciamento. A Companhia captou US$ 300 milhões (aprox. R$ 1,7 bilhão, prazo de 6 anos, sendo 1 de carência) para o pré-pagamento antecipado dos bonds emitidos em 2022, com vencimento original em fev/27. Segundo a Companhia, a operação foi sindicalizada, com a participação de bancos de primeira linha.
Adicionalmente, o crédito a receber sobre o IAA permanece registrado no balanço de dez/24 no valor de R$ 4,5 bilhões, o qual pode ser uma fonte de recursos importante.

(1) Período findo em 31 de dezembro de 2024 (3T25). (2) Açúcar Total Recuperável, medida de qualidade do qualidade do canavial. (3) Tonelada de Cana por Hectare, medida de produtividade do canavial.
Calendário safra:

Veja Mais:
FS Bio
O 3T24/25¹ mostrou a continuidade da recuperação dos resultados operacionais da FS, assim como do seu processo de desalavancagem. A receita líquida atingiu R$ 2,9 bilhões (+28% A/A) em decorrência de maiores volumes vendidos e aumento dos preços de etanol e óleo de milho. O EBITDA do trimestre teve incremento de mais de 4x A/A, com margem de 25,4% (+18 p.p. A/A), refletindo também o menor custo com o milho no comparativo anual e o consequente maior spread de moagem, suficiente para neutralizar o maior custo de biomassa (+2,4% A/A), utilizada na matriz energética.
O patrimônio líquido passou para o campo positivo (R$ 94,5 milhões, ante R$ -86,9 milhões) e a cobertura de juros (EBITDA/Desp. Fin.) voltou a superar 1,0x, mas a geração de caixa operacional foi afetada por maior necessidade de capital de giro, devido: i) ao nível de estoques de milho ainda elevado (de R$ 1,1 bilhão no 4T23/24 para R$ 1,9 bilhão no 3T24/25) - mas que é sazonal e possui alta liquidez; e ii) ao menor valor da conta fornecedores (de R$ 2,9 bilhões no 4T23/24 para R$ 1,9 bilhão no 3T24/25).
A alavancagem reduziu para 4,0x no 3T24/25, após ter atingido o pico de 7,4x no 1T24/25. A FS possui covenant de alavancagem ≤ 3,0x, que não resulta em default ou aceleração de dívidas, mas restringe determinadas captações e distribuição de dividendos. Em nossa visão, a manutenção do preço do milho em patamar relativamente baixo, aliado ao menor montante de capex previsto adiante, devem continuar apoiando o seu processo de desalavancagem, enquanto mantém uma posição de liquidez confortável e um cronograma de dívidas alongado. Ressaltamos, no entanto, a importância de equacionar o patamar elevado do índice e a sua estrutura de capital, de forma a melhorar sua flexibilidade financeira.

(1) Período findo em 31 de dezembro de 2024 (3T25).
Calendário safra:

Veja Mais:
Jalles Machado
Jalles reportou números mistos no 3T25¹. Analisando a DRE, destacamos o forte desempenho da receita líquida, que alcançou R$ 740 milhões, aumentando 49% A/A devido a preços e volumes mais altos em todas as linhas, seguindo a estratégia assertiva da empresa de adiar as vendas de etanol para a entressafra, enquanto as vendas de VHP continuam em ramp-up. Por outro lado, a margem de EBITDA teve contração (-15,0p.p.) motivado pelo leve impacto positivo dos incentivos fiscais em Goiás, que não compensou o aumento nas despesas de vendas relacionadas às vendas de VHP.
Apesar da leve contração, a liquidez corrente permanece em patamar acima de 3,0x. O prazo médio de sua dívida é de cerca de 4,8 anos, com caixa suficiente para cumprir o cronograma de amortização até 2027/28. Vale destacar que 9% de sua dívida bruta se encontra no curto prazo.
A Jalles Machado ficou em conformidade (1,3x) com seus covenants de alavancagem (Dív. Líq. / EBITDA) de 3,25x.

(1) Período findo em 31 de dezembro de 2024 (3T25).
Calendário safra:

Veja Mais:
Zilor
No 3T24/25¹, a Zilor reportou receita líquida consolidada de R$ 974 milhões, +12% A/A, EBITDA ajustado de R$ 282 milhões, +17% A/A, e lucro líquido ajustado de R$ 11 milhões, ante prejuízo de R$ 73 milhões A/A. Com a integração da Unidade Salto Botelho (“USB”) a partir de 01 de dezembro de 2024 à Zilor, os resultados reportados contemplam informações de dezembro/24 (um mês) da USB. Vale ressaltar que a consolidação se concentra nos números financeiros, uma vez que, no período, a USB já se encontrava em entressafra, portanto, sem operação.
Nos 9M25, a moagem totalizou 10,6 milhões de toneladas de cana processada, -7,4% frente aos 9M24, com um mix açúcar/etanol de 47/53%. O ATR², por sua vez, foi de 141 kg/tonelada, +2,1% vs. 9M24. O volume processado foi afetado por condições climáticas mais severas, as quais foram mitigadas pelos investimentos que a Companhia tem realizado. Além disso, o período comparativo (9M24) refere-se a uma das melhores da história da Companhia, com registros de recordes de moagem e produtividade.
No 3T25, o Capex total atingiu R$ 154,6 milhões, queda de 44,3% comparado ao 3T24, explicada pelo término dos investimentos em cogeração de energia.
A dívida bruta encerrou em R$ 3,9 bilhões, sendo apenas 13% no curto prazo. A posição de caixa era de R$ 1,8 bilhão, resultando em uma dívida líquida de R$ 2,0 bilhões. A alavancagem subiu para 2,0x (ante 1,8x A/A), em conformidade com o seu covenant de até 2,5x. A Companhia também possui cláusulas contratuais de liquidez corrente e razão entre a dívida líquida e o patrimônio líquido, ambos declarados aderentes.
O maior endividamento observado está relacionado, principalmente, à integração das dívidas da Unidade Salto Botelho e à recomposição de caixa para fazer frente à aquisição (R$ 600 milhões). Em contrapartida, a Zilor realizou movimentos de alongamento da dívida, com captação de R$ 900 milhões via duas emissões de debêntures em dezembro de 2024, com prazo médio de 7 anos. Já o prazo médio da dívida total era de 3,7 anos ao final do 3T24/25, o que consideramos adequado para o setor.

(1) Período findo em 31 de dezembro de 2024 (3T25). (2) Açúcar Total Recuperável, medida de produtividade do canavial.
Calendário safra:

Veja Mais:
Alimentos & Bebidas
BRF
A receita líquida da BRF no 4T24 foi de R$ 17,5 bilhões, +21% A/A, com EBITDA ajustado de R$ 2,8 bilhões, crescimento de mais de 50% A/A e margem de 16%. Os resultados foram alcançados pelo aumento dos volumes vendidos, com destaque para o portfólio de produtos processados, aliado à eficiência operacional e à disciplina financeira.
Em relação à margem EBITDA, apesar do aumento de 2,8 p.p. no comparativo anual, houve queda de 3,1 p.p. T/T devido a maiores custos e despesas administrativas, em parte não recorrentes.
Brasil: A receita líquida do segmento foi de R$ 8,6 bilhões (+16% A/A) e o EBITDA ajustado foi de R$ 1,26 bilhão (+9% A/A). A Companhia fechou o ano com estoques mais baixos, capturando oportunidades no início de 2025 e até aumentando preços para produtos processados.
Internacional: A receita líquida do segmento foi de R$ 7,4 bilhões (+19% A/A) e o EBITDA ajustado foi de R$ 1,5 bilhão (+118% A/A). A situação inflacionária na Turquia e um excesso de oferta no final do ano resultaram em margens mais baixas, ainda que com sinais de melhora em 2025. Outros mercados relevantes, como China, Japão e México, estão mostrando sinais de recuperação sólida, e a crescente ausência dos EUA no mercado de frango segue criando oportunidades.
A dívida bruta encerrou em R$ 21 bilhões, sendo apenas 6% no curto prazo. A posição de caixa era de R$ 12,7 bilhões, resultando em uma dívida líquida de R$ 8,3 bilhões, -12% A/A. A alavancagem atingiu 0,8x (ante 2,0x no mesmo período do ano anterior). A Companhia não está sujeita a covenants restritivos.

Veja Mais:
JBS
A JBS entregou um sólido 4T24, com EBITDA ajustado de R$ 10,7 bilhões (+111% A/A). Para 2024, o EBITDA ajustado superou o guidance da empresa, que não será divulgado para 2025.
O lucro líquido foi de R$ 2,4 bilhões, ante apenas R$ 83 milhões no 4T23. A Companhia reconheceu acordos antitruste e realizou contabilização intempestiva de litígios, que representaram aprox. R$ 1,4 bilhão.
US Beef: A carne bovina dos EUA com margem 100bps foi uma surpresa positiva, com margem EBITDA ajustada de 1,3% (ante margem negativa de 2,3% no 4T23). A Seara (margem EBITDA de 19,8% A/A, +13,4 p.p. A/A) e a US Pork (margem de 9,6%, +0,6 p.p. A/A) também tiveram bom desempenho, com ambas as unidades de negócios também relatando receitas fortes.
Já a performance da JBS Brasil e da Austrália foram mais modestas, refletindo preços mais altos do gado. A margem EBITDA dos segmentos foram de 6,6% (+0,7 p.p. A/A) e 5,9% (-4,0 p.p. A/A), respectivamente. Ainda em tom negativo, destacamos a duplicação sequencial do CAPEX de manutenção.
A dívida líquida subiu 14% A/A para R$ 84 bilhões, mas a alavancagem medida por dívida líquida / EBITDA reduziu para 2,2x, ante 4,3x no 4T23, dado o melhor desempenho operacional. A companhia possui cláusulas restritivas em seus contratos de dívida, as quais a Companhia se declarou adimplente. Não identificamos limitações em relação à alavancagem, na esteira de recompras de títulos que a Companhia realizou ao longo de 2024, que devem seguir também no ano corrente.
Eventos subsequentes (2025): A JBS entrou na categoria de ovos com aquisição de 50% do controle da Mantiqueira, reforçando sua plataforma global diversificada por proteínas e geografias. A transação já foi aprovada pelo Cade, sem restrições.

Veja Mais:
Lar Cooperativa
Em 2024, a Lar registrou receita líquida de R$ 20,3 bilhões, -7% A/A, mas com alta de 21% no EBITDA A/A para R$ 2,0 bilhões.
Avicultura (42,3% Fat. 2024 – ante 33,2% em 2023): Houve aumento de 8,1% na produção de pintainhos, impulsionado por expansões de capacidade dos aviários. A produção da carne de frango in natura cresceu 7,3% A/A, enquanto a de ovos aumentou 8,0% A/A.
Grãos (34,5% Fat. 2024 – ante 41,6% em 2023): O ano de 2024 foi desafiador devido ao clima desfavorável no Mato Grosso do Sul, o que ocasionou na queda de 13% A/A para a recepção total de grãos. A soja caiu 10% A/A, o milho 15% A/A e o trigo 43% A/A. Já os preços compensaram parcialmente o menor volume, devido à valorização dos prêmios e do dólar.
Insumos agrícolas e pecuários (15,2% Fat. 2024 – ante 17,6% em 2023): A comercialização dos insumos teve um ano difícil, ainda refletindo os estoques precificados a preços maiores, o que implica em custos elevados, em meio à menor rentabilidade dos produtores. A normalização dos estoques, aliada a investimentos em verticalização, trazem melhores perspectivas para o segmento.
Os investimentos totalizaram R$ 924 milhões em 2024, R$ 588,9 em 2023.
A dívida bruta encerrou o 4T24 em R$ 7,3 bilhões, queda de 3% A/A, enquanto a dívida líquida permaneceu estável em R$ 6,2 bilhões. A alavancagem dívida líquida / EBITDA foi de 3,1x, redução ante 3,7x do 4T23, devido ao maior EBITDA do período. A Companhia permaneceu em conformidade com todos os seus covenants.

Veja Mais:
Minerva
No 4T24, a Minerva apresentou receita líquida foi de R$ 10,7 bilhões (+74% A/A) e EBITDA ajustado de R$ 944 milhões (+56% A/A), impulsionados por maiores volumes em todas as frentes, especialmente no Brasil.
A Minerva também está aproveitando a escassez de carne bovina nos Estados Unidos, que agora se tornou o principal destino de exportação da Companhia, representando 23% do total exportado. Esperamos que essa tendência se mantenha em 2025, dado que a produção de carne bovina nos EUA deve continuar limitada devido ao momento do ciclo pecuário no país.
Já as margens bruta e EBITDA recuaram 100bps e 80bps T/T, respectivamente, refletindo o aumento nos preços do gado. Apesar do impacto mais significativo vindo do Brasil e da fase de ramp-up da nova planta, os preços do gado também estão subindo no Uruguai e na Argentina, com a última enfrentando maior volatilidade macroeconômica.
A geração de caixa livre atingiu R$ 990 milhões, impulsionada por uma performance positiva nas linhas de capital de giro, especialmente em fornecedores e adiantamentos de clientes.
A alavancagem, medida por dívida líquida / EBITDA proforma, encerrou o 4T24 em 3,7x. Neste cálculo, a Companhia considerou um EBITDA adicional relativo a 10 meses para os ativos adquiridos, de R$ 1,1 bilhão. A alavancagem sem os ajustes seria de 5,0x, refletindo principalmente os desembolsos da aquisição das plantas da Marfrig, em torno de R$ 5,6 bilhões.
A Minerva possui covenant* de alavancagem de até 3,5x, ou seja, não foi cumprido. Porém, este não gera vencimento antecipado da dívida, e sim algumas restrições para determinadas novas captações de dívida, capex e distribuição de dividendos. Destacamos como pontos de monitoramento a evolução da estrutura de capital da Companhia, bem como as perspectivas para os preços do gado.

Notas: (1) Exclui variação cambial não caixa. (2) Em 2024, considera EBITDA proforma pelos novos ativos adquiridos da Marfrig (10 meses): R$ 1,1 bilhão. Em 2023, considera EBITDA proforma por BPU (R$ 46,4 milhões – 8 meses) e dívida líquida ajustada pelo pagamento antecipado em investimentos (R$ 1,5 bilhão).
Veja Mais:
Marfrig
A Marfrig apresentou resultados positivos no 4T24, com receita líquida consolidada (inclui BRF) de R$ 41,3 bilhões (+22% A/A), EBITDA de R$ 3,7 bilhões (+37% A/A) e lucro líquido de R$ 2,5 bilhões (ante apenas R$ 12 milhões no 4T23).
Na Marfrig ex-BRF, o desempenho da América do Sul mais do que compensou a queda na operação da América do Norte (National Beef). A Marfrig ex-BRF registrou receita líquida de R$ 23,7 bilhões (+23% A/A) e EBITDA ajustado de R$ 944 milhões (+14% A/A).
EUA: A Receita Líquida foi de USD 3,2 bilhões (+5% A/A) e o EBITDA ajustado foi de USD 62 milhões (-22% A/A). A oferta continua sendo um problema para a National Beef. Apesar da sazonalidade fraca e da queda suave, a demanda resiliente e os altos preços de bovinos ajudaram a sustentar as margens em níveis saudáveis. No entanto, a perspectiva continua desafiadora, com uma escassez de gado sendo compensada por pesos, uma situação ameaçada ao considerar a atual tendência de alta nos preços do milho, utilizado na alimentação do gado. Assim, a perspectiva é de margens mais baixas, com perspectiva do aumento da produção nos EUA apenas em 2027 ou 2028.
América do Sul: A Receita Líquida foi de R$ 5,2 bilhões (+19% A/A) e o EBITDA ajustado foi de R$ 660 milhões (25% A/A). Em termos de disponibilidade de gado, a América do Sul está na situação oposta à América do Norte, com uma oferta confortável e preços de gado mais baixos no início de 2025. Apesar da queda no comparativo anual, a margem de dois dígitos no 4T24 para o segmento (acima de 12%) pode se mostrar resiliente devido ao seu novo perfil de produção, embora seu histórico permaneça limitado. Vale destacar que as plantas vendidas para a Minerva ainda contribuíram para o fornecimento de matéria-prima.
BRF: A receita líquida da BRF no 4T24 foi de R$ 17,5 bilhões, +21% A/A, com EBITDA ajustado de R$ 2,8 bilhões, crescimento de mais de 50% A/A e margem de 16%. Os resultados foram alcançados por uma combinação de aumento dos volumes vendidos, com destaque para o portfólio de produtos processados, eficiência operacional e disciplina financeira.
No 4T24, a Marfrig concluiu a transação de venda dos ativos do Brasil, Argentina e Chile, em uma operação que redefiniu a estratégia do negócio de bovino na América do Sul, além de reforçar a estrutura financeira da Companhia. O negócio foi iniciado em 2023 e envolveu um valor de R$ 7,5 bilhões.
Em relação ao endividamento, a Marfrig apresentou o sétimo trimestre consecutivo de redução da alavancagem. A dívida líquida foi de R$ 38,8 bilhões, +12% A/A, porém com indicador dívida líquida / EBITDA de 2,82x, ante 3,71x no 4T23. A Companhia permaneceu em conformidade com seu covenant de 4,75x.


Veja Mais:
Construção Civil
Cyrela
A Cyrela reportou resultados impressionantes no 4T24, com a receita líquida aumentando para R$2,51 bilhões (+47% A/A), impulsionada pelo forte crescimento das vendas líquidas e pelo sólido reconhecimento de receitas dos lançamentos do 4T.
Forte expansão da receita líquida impulsionada por vendas líquidas notáveis. A receita líquida atingiu R$ 2,51 bilhões, refletindo um impressionante aumento de 47% A/A. Atribuímos esse crescimento (i) à notável expansão das vendas líquidas (+93% A/A) e (ii) ao sólido reconhecimento da receita dos lançamentos do quarto trimestre, com o Vista Cyrela contribuindo com 15% da receita bruta.
Ligeira queda na margem bruta, mas os níveis permanecem sólidos. A margem bruta diminuiu para 31,9% (-1,8 p.p. A/A). Essa queda deveu-se principalmente a um maior impacto dos ajustes a valor presente (APV), que afetaram as margens em 2 p.p.
Impressionante desempenho do Lucro Líquido, sustentando um ROE de 21%. O lucro líquido aumentou para R$ 497 milhões (+101% A/A), impulsionado pelo (i) forte desempenho da Receita líquida, (ii) margens sólidas e (iii) diluição de despesas. Como resultado, o ROE LTM ajustado atingiu 21%, um aumento de 7,5 p.p. A/A. Adicionalmente, a geração de caixa atingiu R$ 61 milhões, acima dos R$ 14 milhões registrados no 3T24.
Aquisição acelerada de terrenos. Aquisição acelerada de landbank. A Cyrela registrou 15 terrenos no 4T, atingindo R$7,2 bilhões em VGV (+28% T/T). Os segmentos de alto padrão e baixa renda registraram os maiores aumentos no landbank (T/T), com crescimento de +31% e +55%, respectivamente, indicando o foco da empresa para os próximos trimestres.
A Cyrela apresentou resultados impressionantes que poderiam incentivar uma reação positiva do mercado, apesar de terem sido amplamente antecipados. Em nossa opinião, a Cyrela demonstrou um dos níveis de crescimento mais fortes e consistentes de sua história, mesmo em um ambiente macroeconômico desafiador, destacando a força de sua marca e a alta atratividade de seus produtos. Acreditamos que essa resiliência operacional continuará a gerar resultados sólidos em 2025. Portanto, mantemos nossa recomendação de compra para a Cyrela e reiteramos nossa preferência pela empresa no segmento de média/alta renda.

Notas: (1) SFH = Financiamento à Produção.
Veja Mais:
Direcional
A Direcional reportou fortes resultados no 4T24. Os principais destaques incluem: (i) sólido crescimento da receita líquida de 46% A/A, suportado por um significativo crescimento de vendas líquidas; (ii) a receita de backlog aumentou 10% T/T, reforçando as expectativas positivas para o crescimento da receita em 2025; (iii) a margem bruta aumentou para 37,0% (+0,5 p.p. T/T); e (v) o lucro líquido ajustado atingiu R$166 milhões (+69% A/A).
Além disso, a margem de backlog atingiu 43,9% (aumento de 50 bps T/T), apoiada por sólidos aumentos de preços e inflação interna de custos em linha com as expectativas implícitas nos orçamentos de construção. Acreditamos que margens de backlog mais fortes proporcionam espaço para que a margem bruta consolidada continue a expandir-se gradualmente nos próximos trimestres.
Em relação ao endividamento, após o término do 4T24, a Companhia emitiu um CRI de R$ 370,3 milhões, possibilitando o alongamento do prazo médio do endividamento para 62 meses e a continuidade da redução do seu custo de financiamentos.
A Direcional continuou a apresentar posição líquida de caixa ajustado (dívida líquida sem considerar SFH¹). Com isto, permanece enquadrada confortavelmente em seu covenant.

Notas: (1) SFH = Financiamento à Produção.
Veja Mais:
Mitre
No 4T24, a Mitre continuou a sua trajetória de recuperação e apresentou resultados crescentes nas linhas de receita líquida (+26% A/A), margem bruta (+5,4p.p.) e lucro líquido (+38% A/A). A performance é reflexo da eficiência operacional conduzida pela Mitre, com contenção de despesas gerais (SG&A), bem como escolhas assertivas na nova safra de projetos, que têm sido mais rentáveis.
Os lançamentos acumulados em 2024 entregaram VSO (velocidade de vendas) de 39,1%, em média (+7,8 p.p. A/A).
O LTV (loan to value) fechou o ano em 39%, e inadimplência da carteira de clientes atingiu 0,2%. O landbank³ fechou o 4T24 em R$ 4,8 bilhões, suficiente para suportar 3 anos de lançamentos, de acordo com a Mitre.
Em relação ao endividamento, cerca de 58% referem-se a financiamento à produção, linha de crédito considerada mais flexível, enquanto 42% são relativos a dívidas corporativas. A alavancagem, medida por (dívida líquida - financiamento à produção + contas a pagar por aquisições) / patrimônio líquido, reduziu para 15,5%, -5,5p.p. A/A. A Companhia possui covenants com medição anual, e encontrava-se adimplente a todas as exigências ao final de dezembro de 2024.

Notas: (1) SFH = Financiamento à Produção (2) Cálculo inclui SFH e contas a pagar por aquisição de imóveis. (3) Cálculo exclui SFH e inclui contas a pagar por aquisição de imóveis.
Veja Mais:
MRV
No 4T24, a MRV&Co apresentou resultados mistos, afetados pelas pressões de resultados da Resia (operação nos Estados Unidos), enfrentou um prejuízo líquido de R$ 237 milhões devido à pressão nas vendas de ativos. Já a lucratividade nas operações brasileiras continua mostrando recuperação gradual, principalmente na Incorporação. Com isso, o prejuízo líquido ajustado consolidado foi de R$ 154 milhões no trimestre.
MRV Inc.: A receita líquida aumentou 16% A/A, para R$ 2,2 bilhões, impulsionada por maiores vendas líquidas, embora tenha caído 5% T/T devido à diminuição dos níveis de produção (-7% T/T).A margem bruta melhorou ligeiramente para 27% (+40 p.p. T/T) mas ainda em ritmo lento de recuperação, com níveis de produção ainda abaixo das médias históricas, atrasando o reconhecimento de novas safras de projetos. A margem da carteira permaneceu estável em relação ao trimestre anterior, em 42,2%, beneficiando-se do aumento dos preços de venda, mas impactada por ajustes adicionais de inflação nos orçamentos de construção. O lucro líquido ajustado atingiu R$ 78 milhões, aumento de 19% T/T, impulsionado por resultados financeiros líquidos ajustados melhores do que o esperado em –R$ 41 milhões, queda de 56% T/T devido a receitas financeiras mais fortes. A alavancagem financeira (Dívida líquida/PL) situou-se em 35,7% (-3,4 p.p. T/T e -9,9 p.p. A/A), em linha com o guidance da MRV para 2024.
Resia: O prejuízo líquido foi de R$ 237 milhões, abaixo do prejuízo líquido de R$ 52 milhões no 3T24. Os principais fatores incluem perdas líquidas com as últimas vendas de ativos da Resia (principalmente Hutto Square) e aumento do imposto de renda. A alavancagem financeira (dívida líquida/PL) subiu para 98% (acima dos 72% no 3T24), apesar da geração de caixa com a venda de ativos.
MRV&Co. – Consolidado: A receita atingiu R$ 2,38 bilhões (+22% A/A), com margem bruta de 26,6% (+20 p.p. T/T), refletindo uma recuperação de margem ainda lenta nas operações brasileiras. O prejuízo líquido ajustado foi de R$ 154 milhões (abaixo do lucro líquido de R$ 7 milhões do 3T24), principalmente devido ao prejuízo líquido da Resia.
A dinâmica desafiadora da taxa de capitalização nos EUA poderá continuar exercendo pressão sobre as próximas vendas de ativos da Resia, afetando potencialmente os resultados da MRV&Co no futuro. Assim, o processo de redução de desalavancagem da Resia é um ponto a ser acompanhado em 2025. No Brasil, embora a Companhia tenha cumprido o guidance de geração de caixa para 2024, consideramos importante a contínua melhora nos próximos trimestres para uma melhora consistente de suas métricas de crédito.

Notas: (1) Ajuste exclui os efeitos de MtM e Ganho/Perda dos contratos de swap durante o exercício de 2024. (2) Sistema Financeiro de Habitação.
Veja Mais:
Trisul
Em 2024, a receita líquida aumentou para R$ 1,3 bilhão (+29% A/A), apoiada por sólidas vendas líquidas de R$ 1,7 bilhão (+44% A/A).
A margem bruta aumentou para 31,9% (+4,2 p.p. A/A). Acreditamos que o crescimento da lucratividade foi influenciado pela melhoria das margens dos projetos lançados recentemente e pela redução dos impactos das vendas de projetos mais antigos, que possuem descontos de preço.
O lucro líquido aumentou para R$ 175 milhões (+34% A/A), o que levou à margem líquida de 13% (+1,0 p.p. A/A e +3,1 p.p. T/T). Essa melhora foi impulsionada por uma margem bruta mais forte, com despesas G&A em cerca de 6,0% da receita líquida (vs. 7,0 em 2023) e despesas com vendas estáveis em 7% da receita líquida. Adicionalmente, o ROE (LTM) atingiu 11,7% (+2,4 p.p. A/A).
A alavancagem, medida por (dívida líquida - SFH + imóveis a pagar) / patrimônio líquido, atingiu 6,0% no 4T24, queda de 11 p.p. A/A e confortavelmente enquadrada em seu covenant (<50%).

Notas: (1) Sistema Financeiro de Habitação. (2) Dívida Líquida Ajustada inclui as contas a pagar (credores por imóveis compromissados - em dinheiro) e exclui e dívida relativa a financiamento à produção (SFH).
Veja Mais:
Educação
Ânima
Em 2024, a Ânima apresentou continuidade da melhora na rentabilidade operacional e líquida. O aumento de 2% na receita líquida teve como principais contribuintes o Ensino Digital e a Inspirali, que cresceram 9,3% e 11,4% A/A, respectivamente.
O EBITDA consolidado, ex-IFRS16, teve aumento de 17% A/A, com expansão de 3,8 p.p. na margem. Segundo a Companhia, foi reflexo de: a) contínua melhora dos resultados operacionais; b) maior eficiência na estrutura corporativa; c) processo mais assertivo de cobrança de mensalidades em atraso; e d) melhora no patamar das despesas com aluguéis.
A Ânima possui os seguintes covenants financeiros (mais restritivos): alavancagem de até 3,0x, e EBITDA ajustado / despesa financeira líquida >= 1,30x, aos quais a Companhia declarou-se adimplente ao final de dezembro de 2024.
O caixa ao final de 2024 era de R$ 1,3 bilhão, suficiente para fazer frente aos compromissos de vencimentos de dívida previstos para os anos de 2025, 2026 e 2027.
A Companhia vem realizando esforços para gestão de seus passivos, que se refletiram na redução do custo da dívida e na melhora do resultado financeiro líquido em 2024.

Os indicadores de Dívida Líquida Ajustada e Dívida Líquida Ajustada/EBITDA, considerando o IFRS16, são apenas para efeitos de conhecimento, não sendo utilizados para covenants.
Veja Mais:
Cogna
A Cogna reportou resultados positivos no 4T24, com receita líquida consolidada de R$ 2,1 bilhões, +13% A/A e EBITDA ajustado de R$ 812 milhões, +47% A/A.
Os principais destaques foram: (i) A receita e a margem da Kroton (foco em ensino superior presencial e EAD) aumentaram, impulsionadas por uma maior base de alunos, um melhor mix de portfólio, ganhos de eficiência e despesas controladas; (ii) A receita da Vasta (foco em ensino básico para B2B) aumentou com melhores assinaturas e vendas para o governo (B2G); (iii) O calendário comercial do Programa Nacional do Livro didático (PNLD) afetou negativamente a receita da Saber (foco em ensino básico para B2C), mas a margem foi forte devido a um ajuste estratégico nas despesas de marketing; (iv) Os resultados tiveram um efeito pontual positivo devido à reversão de contingências, mas ainda estando em um nível sólido excluindo esse efeito; e (v) a Cogna foi capaz de entregar seu guidance para o ano de 2024 (mesmo excluindo a reversão de contingências).
O resultado líquido de R$ 926 milhões teve impactos positivos de reversões de contingências de aquisições passadas de R$ 807 milhões. Excluindo esses efeitos, o lucro líquido ajustado seria de R$ 178 milhões (+197% A/A excluindo a baixa de impostos diferidos do 4T23), enquanto o fluxo de caixa livre foi positivo em R$ 337 milhões.
A dívida líquida da Companhia reduziu em R$ 397 milhões ou 12% em relação ao 4T23, passando para R$ 2,8 bilhões. A alavancagem, por sua vez, caiu para 1,35x dívida líquida / EBITDA, o menor nível desde o 4T18 e em conformidade com seu covenant de até 3,5x.

Veja Mais:
Energia
Auren (AES)
No 4T24, os resultados operacionais da Auren foram afetados pela incorporação dos ativos da AES Brasil. Os principais destaques foram: (i) EBITDA ajustado de R$ 890 milhões (-13% A;A), parcialmente explicado por efeitos não recorrentes e de Marcação a Mercado (MtM) de contratos futuros de energia; (ii) captura de sinergias, que já representaram uma economia anual de R$ 250 milhões, o que consideramos um resultado positivo em um curto período; e (iii) menores despesas financeiras líquidas, compensadas parcialmente pela menor receita de equivalência patrimonial.
A geração eólica aumentou cerca de 15% A/A, principalmente explicada pela entrada em operação dos complexos eólicos Tucano e Cajuína. Excluindo os efeitos de curtailment³ durante o período, a produção teria ficado em linha com os níveis P904 (o operador do sistema reduziu cerca de 10% da sua geração de energia). Por outro lado, a geração hidrelétrica diminuiu 16% A/A, refletindo o cenário hidrológico desfavorável. A Auren conseguiu reduzir sua posição não contratada em 123 MW médios em 2025, 202 MW médios em 2026, 97 MW médios em 2027 e 145 MW médios em 2028.
A relação Dívida Líquida/EBITDA Ajustado aumentou para 5,7x no trimestre, refletindo a aquisição da AES Brasil. O prazo médio da dívida é alongado, de 5,9 anos, com posição de caixa sólida de R$ 8,1 bilhões, suficiente para cobrir mais de três anos de amortização de dívidas.

Notas: (1) Com a conclusão da aquisição da AES Brasil Energia S.A. em 31 de outubro de 2024, os números relativos aos anos de 2023 e 2024 são apresentados em uma visão proforma, considerando as operações combinadas de ambas as empresas desde 01/01/2023 para fins comparativos. (2) Covenants: Em dezembro de 2024, R$ 5,7 bilhões do total da Dívida Bruta da Companhia apresentava covenants financeiros na subsidiária Auren Operações, sendo eles: (i) limite de até 4,5x de alavancagem, medida pela relação Dívida Líquida/EBITDA Ajustado, que encerrou o período em 4,15x; e (ii) manutenção do Índice de Cobertura de Juros (EBITDA Ajustado/Despesas Financeiras) acima de 1,25x, que encerrou o período em 2,05x, em conformidade com a obrigação contratual. (3) Curtailment é a redução da geração de energia elétrica para equilibrar a oferta e a demanda. (4) P90 é um indicador estatístico que representa a probabilidade de que a geração de energia seja superior a um determinado valor em 90% dos anos.
Veja Mais:
Cemig
No 4T24, o EBITDA ajustado da Cemig foi de R$ 1,9 bilhão, -7%A/A, afetado por maiores despesas operacionais devido ao aumento de terceiros. No entanto, observamos que a Cemig continua sua tendência operacional positiva no segmento de distribuição, demonstrando melhorias sequenciais e um aumento significativo no capex para R$ 1,7 bilhão no 4T24.
Cemig D: o segmento de distribuição registrou um EBITDA ajustado de R$ 924 milhões. Os volumes de energia distribuída diminuíram 1,0% em relação ao ano anterior, impulsionados pelo segmento residencial (-0,6%), devido a temperaturas mais amenas e à migração para a geração distribuída (GD). Além disso, os indicadores DEC/FEC permaneceram abaixo do limite regulatório e os números de arrecadação também melhoraram em relação ao trimestre anterior, apesar das perdas de energia ligeiramente acima da meta regulatória.
Cemig GT + Holding: Os segmentos de geração, transmissão e comercialização reportaram um EBITDA ajustado de R$ 800 milhões. O volume de energia aumentou em 2,3% em relação ao ano anterior, atingindo 10.633 GWh (Gigawatt-hora). Em relação ao balanço energético para os próximos anos, a Cemig reportou uma posição vendida (mais contratos de longo prazo do que sua estimativa de produção) para 2025 até 2028, ou seja, há exposição à elevação dos preços de energia no longo prazo. Além disso, para 2029 e 2030, a Cemig reduziu sua energia não contratada em comparação com o último relatório.
A dívida líquida atingiu R$ 9,8 bilhões no trimestre, +32% A/A. A dívida bruta alcançou R$ 12,2 bilhões, enquanto a posição de caixa foi de R$ 2,4 bilhões. A relação dívida líquida/EBITDA foi de 1,3x (vs. 0,88x no 3T24), bem abaixo de seus atuais covenants de 3,0x no consolidado. A Companhia possui covenants específicos em suas subsidiárias, todos atendidos ao final do 4T24.

Veja Mais:
Copel
No 4T24, a Copel reportou EBITDA ajustado de R$ 1,256 bilhão, -13% A/A. O destaque positivo foi o segmento de distribuição, enquanto os resultados operacionais no segmento de geração apresentaram margem bruta mais baixa.
Distribuição & Comercialização (DisCo): O EBITDA ajustado do segmento foi de R$ 715 milhões, +23,6% A/A, principalmente explicado pela redução das despesas de PMSO¹, ainda como parte dos ganhos de eficiência da privatização. Além disso, o aumento resiliente de volumes de 2,5% A/A no mercado total faturado e os investimentos na modernização da rede também contribuíram para esses números positivos.
Geração & Transmissão (GeT): O EBITDA ajustado do segmento foi de R$ 613 milhões, -26,9% A/A, principalmente explicado pelo segmento de geração: (i) margem bruta mais baixa, como resultado de um preço médio de venda inferior (-13,5% A/A) e custos de energia mais altos devido a efeitos de curtailment² de aproximadamente 13% (vs. ~8% no 4T23); e (ii) aumento das despesas operacionais, parcialmente explicado pelo aumento das provisões devido a litígios civis e trabalhistas.
O capex foi de R$ 680 milhões no 4T24, +11% A/A. Em linha com a Política de Dividendos, o Conselho de Administração propôs um dividendo extraordinário de R$ 1,3 bilhão, com pagamento esperado até junho de 2025. Isso resulta em R$ 2,3 bilhões de dividendos para o ano de 2024.
A dívida bruta atingiu R$ 17,8 bilhões, enquanto a posição de caixa foi de R$ 4,6 bilhões, chegando a uma dívida líquida de R$ 13,1 bilhões no trimestre. A relação dívida líquida/EBITDA ajustada foi de 2,6x (vs. 1,9x em 2023), em conformidade com seu covenant. A Companhia e suas subsidiárias também possuem cláusulas contratuais de cobertura do serviço da dívida (ICSD) e EBITDA / resultado financeiro líquido, ambos atendidos ao final do 4T24.

Notas: (1) Pessoal, Material, Serviços de Terceiros e Outras despesas. (2) Termo em inglês que se refere à redução ou interrupção temporária da geração de energia.
Veja Mais:
Eletrobras
No 4T24, a Eletrobras apresentou alta de 4% A/A na receita líquida regulatória, mas queda de 6% A/A no EBITDA ajustado. No período, houve aumento dos custos de energia e das despesas de PMSO¹, que refletem um aumento nos serviços jurídicos voltados para a redução de contingências como parte da abordagem estratégica da empresa.
Do lado positivo, a redução nas exposições do balanço energético foi um desenvolvimento significativo durante o trimestre, concentrando-se especialmente em 2025 e 2026. Também observamos uma diminuição favorável no empréstimo compulsório durante este período.
Empréstimo Compulsório: Essa obrigação diminuiu em R$ 779 milhões no trimestre, totalizando R$13,6 bilhões, com ganhos de acordos representando R$ 369 milhões.
Balanço Energético: Usando a posição de faixa média, a Eletrobras conseguiu reduzir sua exposição de energia não contratada em 480 MWmed² em 2025 (-11% T/T), 1.211 MWmed em 2026 (-15% T/T) e 759 MWmed em 2027 (-7% T/T).
A Eletrobras relatou um capex de R$ 2,8 bilhões no trimestre, sendo R$ 1,3 bilhão em reforços no segmento de transmissão.
A dívida líquida atingiu R$37,7 bilhões no trimestre. A dívida bruta alcançou R$75,6 bilhões, aumentando em R$6,7 bilhões em comparação ao 3T24. A relação dívida líquida/EBITDA foi de 1,5x, abaixo de seus atuais covenants.
A dívida bruta alcançou R$ 75 bilhões, aumentando em R$ 6,7 bilhões em comparação ao 3T24 e R$ 14,5 bilhões ante o 4T23. A dívida líquida, por sua vez, totalizou R$ 37,7 bilhões no 4T24, redução de R$ 1,2 bilhão em relação ao 3T24 e redução de R$ 2,5 bilhões A/A. A alavancagem, medida pela relação dívida líquida/EBITDA regulatório ajustado, alcançou 1,6x no 4T24, estável T/T e redução de 0,2x A/A, em conformidade com seu covenant atual.

Notas: (1) Pessoal, Material, Serviços de Terceiros e Outras despesas. (2) MWmed = Megawatt médio.
Veja Mais:
Energisa
No 4T24, a Energisa registrou aumento de 13% na receita líquida (ex-construção), enquanto o seu EBITDA ajustado¹ caiu 9% A/A, influenciado por efeitos não caixa e não recorrentes (provisões e marcação a mercado). O lucro líquido reduziu 53% A/A, também influenciado por maiores despesas financeiras.
O volume distribuído cresceu 2% em relação ao ano anterior, apoiado pela demanda residencial resiliente (+3,4% A/A) e pelo segmento industrial (+6,7% A/A). As perdas de energia diminuíram ligeiramente em relação ao último trimestre, passando de 12,83% para 12,35%, com apenas as concessões EMT e ERO (dentre as 9) acima dos níveis regulatórios. A provisão para devedores duvidosos aumentou ligeiramente para 1,3% da receita, em comparação com 1,19% no trimestre anterior. Além disso, o PMSO² ajustado cresceu 6% em relação ao ano anterior.
No segmento de Gás Natural, os volumes de ES Gás (responsável pela distribuição de gás no Espírito Santo) aumentaram 18% em relação ao ano anterior, refletindo um maior uso das usinas térmicas.
A dívida líquida atingiu R$ 24,9 bilhões no trimestre. A dívida bruta alcançou R$ 33,8 bilhões e a posição de caixa foi de R$ 8,9 bilhões. A relação dívida líquida/EBITDA foi de 3,0x, acima da relação de 2,8x do 3T24, refletindo seus investimentos em capex nos negócios de distribuição e transmissão (total reportado de R$ 2 bilhões). Entretanto, a alavancagem foi inferior ao 4T23 (3,1x) e bem abaixo de seus atuais covenants (4,0x).

Notas: (1) EBITDA ajustado covenants = EBITDA + Receitas de acréscimos moratórios. (2) Pessoal, Material, Serviços de Terceiros e Outras despesas.
Veja Mais:
Eneva
No 4T24, a Eneva apresentou crescimento importante de seus resultados, com receita líquida de R$ 4,8 bilhões (+79% A/A) e EBITDA ajustado¹ de R$ 1,2 bilhão (+20% A/A), montante trimestral recorde na história da Companhia, mesmo com um resultado ainda pro rata dos ativos adquiridos no 4T24 (Linhares, Tevisa, Povoação e Gera Maranhão).
Os resultados foram impulsionados tanto: i) maior receita fixa, dado o reajuste contratual em novembro de 2024; ii) margens mais altas na geração, especialmente no Complexo Parnaíba e em Roraima; e iii) maior receita variável dado o maior despacho médio no período, que atingiu 72% no 4T24 versus 37% no mesmo período do ano anterior. Tais fatores compensaram o menor desempenho dos segmentos de comercialização de energia, geração solar e efeitos pontuais na holding.
A partir do 1T25, além da entrada em operação de 100% da capacidade nominal dos novos ativos de térmicas a gás (ante apenas 67 dias no 4T24), a Eneva também terá o início da operação comercial da usina termelétrica (UTE) Parnaíba VI.
A dívida líquida caiu 21% A/A, o que, combinado à melhora do EBITDA e a emissão de ações (follow on) de R$ 3,2 bilhões, levou à redução na alavancagem ajustada² para 2,2x (vs. 4,5x de seu covenant e 4,0x reportado no 4T23). A Eneva estava em conformidade também com o Índice de Cobertura do Serviço da Dívida de no mínimo 1,2x e os demais covenants de alavancagem de suas subsidiárias.

Notas: (1) (1) EBITDA ajustado desconsidera o efeito contábil não caixa do Impairment de R$ 634,7 milhões reconhecido no 4T24 nos ativos a carvão das usinas Itaqui e Pecém II, que demonstraram redução do valor recuperável de seus ativos, considerando a conversão das usinas para gás natural dada a falta de visibilidade sobre a realização de leilão para recontratação dos ativos utilizando o combustível atual. (2) Considera o EBITDA de 12 meses dos ativos adquiridos no 4T24, inclusive pré-aquisição, conforme condições de covenants aprovadas pelos credores da Companhia nas Assembleias Gerais de Debenturistas em 2022.
Veja Mais:
Engie
No 4T24, a Engie reportou aumento de 21% A/A na receita líquida e de 18% A/A no EBITDA Ajustado. Os volumes de energia gerada vendida aumentaram em quase 10% no trimestre, seguindo a entrada em operação dos complexos eólicos de Santo Agostinho e Assuruá. As usinas eólicas e solares operadas pela Engie registraram 8% de efeitos de curtailment¹ (mesmo nível da média do país), vs.14% no 3T24.
A Companhia vendeu 4.332 MWMed² no trimestre (+9,9% A/A), apoiado pelo aumento no volume de vendas para as distribuidoras, resultante da aquisição de ativos solares, e pelo aumento nas vendas no mercado livre. Em relação à sua posição de energia não contratada, a Engie conseguiu reduzir 81 MWMed em 2025, 114 MWMed em 2026, 92 MWMed em 2027, 106 MWMed em 2028 e 132 MWMed em 2029.
O lucro líquido teve incremento de 15% A/A, parcialmente explicado por despesas financeiras controladas e redução de impostos de renda.
A Engie reportou um Capex de R$2.157 milhões, principalmente relacionado ao desenvolvimento de novos projetos e ao complexo eólico Serra do Assuruá.
A dívida líquida atingiu R$20 bilhões no trimestre. A relação dívida líquida/EBITDA foi de 2,7x (estável em relação ao 3T24), e a dívida bruta/EBITDA foi de 3,3x (abaixo do nível máximo de 4,5x estabelecido pelo covenant). A Engie também possui covenant de cobertura de juros (EBITDA/despesas financeiras ≥ 2,0) e de ICSD (Índice de Cobertura do Serviço da Dívida) específico para cada controlada, ambos em conformidade ao final do 4T24.

Notas: (1) Curtailment é a redução da geração de energia elétrica para equilibrar a oferta e a demanda. (2) Megawatt médio.
Veja Mais:
Equatorial
Destaques Financeiros: O EBITDA reportado foi de R$2.930 milhões, que, ajustado pela VNR (-R$178 milhões), efeito IFRS sobre a transmissão (-R$60 milhões), itens não recorrentes relacionados principalmente ao reconhecimento retroativo da responsabilidade de GD (+R$500 milhões), MTM (+R$12 milhões) e a equivalência patrimonial da Sabesp (-R$263 milhões), atinge R$2.933 milhões, 3,5% acima da nossa estimativa de R$2.834 milhões. Em comparação com o 4T23, os resultados ajustados cresceram 16,2%, principalmente devido à equivalência patrimonial da Sabesp e à expansão de volume no segmento de distribuição (+3,6% A/A).
Desempenho Operacional: No que diz respeito às despesas operacionais, o PMSO ajustado aumentou 5,3% A/A, demonstrando o compromisso da empresa com a disciplina de custos (considerando uma base de ativos semelhante, houve um aumento de 4,5% A/A, em linha com a inflação). As provisões para devedores duvidosos ajustadas aumentaram para 1,6% da receita, refletindo uma maior inadimplência, principalmente nas subsidiárias Cepisa, Cemar, Celg e Celpa. Em relação à Echoenergia, o efeito do curtailment atingiu 14,5% (contra 13,7% no 4T23), explicado principalmente pelo início das operações de suas usinas solares (o curtailment em seus ativos eólicos reduziu para 10,2%). Excluindo esses efeitos de curtailment, a geração de energia aumentaria em 28,5% em relação ao ano anterior no 4T24.
A dívida líquida atingiu R$41,7 bilhões no trimestre. A dívida bruta alcançou R$56,2 bilhões e a posição de caixa foi de R$13,7 bilhões. A relação dívida líquida/EBITDA foi de 3,3x, estável T/T e bem abaixo de seus atuais covenants (4,5x). A Equatorial reportou um Capex de R$2,7 bilhões no 4T24, principalmente relacionado ao segmento de distribuição.

Notas: (1) Os covenants da Equatorial consideram o EBITDA 12 meses das aquisições e desconsidera a parte das dívidas de RJ. (2) A dívida bruta inclui credores financeiros da RJ.
Veja Mais:
Mineração e Siderurgia
CSN
A CSN reportou resultados mistos no 4T24, com piora no comparativo anual, mas melhora no comparativo trimestral. O EBITDA ajustado foi de R$ 3.335 milhões +46% T/T e -8% A/A.
Siderurgia (51% Fat. e 20% EBITDA do 4T24): Houve melhora dos resultados na divisão de Aço, com margens de até 10,6% no 4T24 (de 6,4% no 3T24), refletindo maiores volumes de vendas T/T (principalmente no mercado doméstico), apesar dos custos de placas ligeiramente mais altos, potencialmente implicando uma pressão de custos no 1T25 (dados os efeitos defasados).
Mineração (33% Fat. e 59% EBITDA do 4T24): Desempenho sólido, com EBITDA de +76% T/T, impulsionado pelos preços realizados mais altos do minério de ferro (+35% T/T), compensando os volumes de vendas mais fracos (-10% T/T), impactados pelas chuvas.
Cimentos (10% Fat. e 12% EBITDA do 4T24): A receita líquida atingiu R$ 1.177 milhões no 4T24, +8% A/A, refletindo um volume mais forte de vendas. A margem EBITDA foi de 32,8%, o que representa uma nova marca após a incorporação dos ativos adquiridos em 2022.
O Capex aumentou 29% A/A e 57% T/T no 4T24, refletindo a construção da infraestrutura do P15 (nova unidade de minério) e as melhorias realizadas na oficina de fusão.
Em 2024, a Companhia registrou um prejuízo líquido de R$ 1,5 bilhão, o que contrasta com o lucro líquido de R$ 402,6 milhões registrados no ano anterior e reflete a piora no preço das commodities verificada ao longo de 2024, além do aumento das despesas financeiras.
Por fim, a alavancagem ficou em 3,5x Dívida Líquida/EBITDA (ligeiramente superior vs. ~3,3x no 3T24 e quase 1x cima do 4T23), permanecendo como um ponto de monitoramento.
Apesar de melhorar os resultados operacionais, refletindo um melhor desempenho nas divisões de aço e mineração, mantemos nossa visão estrutural cautelosa sobre a Companhia. Enxergamos posição de liquidez satisfatória na visão consolidada, mas mais apertada na visão CSN Siderurgia (holding) ex-Mineração, com necessidade de refinanciamento já em 2025. Consideramos o nível de alavancagem relativamente alto em meio a um ambiente de altas taxas de juros, e em um cenário potencialmente mais restritivo para crédito, o que pode pressionar as suas métricas, especialmente da holding.
Por fim, a CSN avalia diversas oportunidades para desalavancagem, incluindo: (i) IPO de Cimentos e Logística; (ii) venda de participação no segmento de Energia; (iii) venda de participação na Mineração; e outras. Vale destacar, entretanto, que tais eventos de liquidez dependem de janelas favoráveis de mercado, bem como da aprovação do controlador.

Veja Mais:
Usiminas
A Usiminas reportou resultados afetados no 4T24, com EBITDA ajustado de R$ 518 milhões (-17% A/A), refletindo um ambiente de precificação abaixo do ideal, embora melhorando em relação aos números do 3T24 (+22%). Dito isso, observamos outro indicativo de melhora esperada para o 1T25E (destaque do resultado de hoje, em nossa opinião),impulsionado por melhores volumes de vendas/mix e maiores receitas unitárias (nos recentes ajustes de preços para Indústria/Distribuição) na divisão de aço, com uma ligeira melhora no CPV/tonelada durante o próximo trimestre, uma vez que continua a capturar eficiências de seus investimentos recentes. A Usiminas também atualizou seu guidance de investimentos para 2025E para R$ 1,4-1,6 bilhão (de R$ 1,1 bilhão em 2024), que consideramos sob controle.
Receita: A receita líquida foi de R$ 6,5 bilhões (-4% A/A). Para o aço, os volumes caíram 6% T/T, dados os volumes sazonalmente mais fracos, com preços unitários estáveis T/T (-2% A/A), com o mercado doméstico ganhando participação em relação às exportações. Para Mineração, o volume de vendas de minério de ferro caiu -4% T/T, com preços subindo 4% T/T (em reais), devido à depreciação do real e aos preços de referência mais altos. Olhando para o 1T25, a Usiminas espera maior EBITDA, refletindo: (i) maiores volumes de vendas domésticas e menores exportações na divisão de Aço, implicando em um melhor mix de vendas e preços (juntamente com os ajustes de preços na distribuição e na indústria iniciados no 4T24); (ii) uma ligeira melhoria no CPV por tonelada, ao mesmo tempo em que captura ganhos de eficiência; e (iii) estabilidade nos volumes de vendas das operações de Mineração.
Rentabilidade: A margem EBITDA ajustada foi de 8% (aumento de 2 p.p, T/T). Para o Aço, o custo caixa por tonelada ficou estável T/T, impulsionando a redução dos preços das matérias-primas (-R$ 195/t), parcialmente compensada pela depreciação cambial (+R$ 92/t), e pelo aumento das despesas de demurrage e reversão de créditos tributários. Para Mineração, o custo caixa de produção por tonelada diminuiu 6% T/T (em USD), refletindo menores compras de terceiros e melhor desempenho operacional das plantas.
Destaques financeiros: A dívida líquida atingiu R$ 937 milhões (+46% T/T), principalmente devido à variação cambial da dívida, com 0,6x dívida líquida/EBITDA ajustado, enquanto os investimentos foram de R$ 382 milhões no 4T24 (+89% T/T). Além disso, a alavancagem ficou em 0,58x dívida líquida/EBITDA, acima dos 0,38x no 3T24 e -0,05x no 4T23, impactada principalmente pelo efeito negativo do câmbio na dívida líquida em dólar. Assim, a Usiminas ficou em conformidade com seu covenant restritivo de 3,5x. Por fim, a Usiminas atualizou seu guidance de investimentos para 2025E para R$ 1,4-1,6 bilhão (vs. R$ 1,1 bilhão em 2024).

Veja Mais:
Vale
A Vale reportou resultados neutros no 4T24, com EBITDA proforma ajustado de US$ 4,1 bilhões, -5% vs. XPe e +1% vs. consenso. Com os números operacionais já reportados (clique aqui), vemos o desempenho de custos da Vale como destaque de hoje, com C1/t em US$ 18,8/t (-6% A/A e -9% T/T ) atingindo o limite inferior de seu guidance de produção de US$ 21,5-23,0/t para 2024 (com custos de produção C1 de US$ 17,9/t no 4T24 também sugerindo um desempenho positivo no 1T25E). Além disso, a Vale anunciou dividendos de R$ 2,14/ação (implicando um rendimento de dividendos de ~ 3,8% ou 7,7% anualizado), ao mesmo tempo em que anuncia um novo programa de recompra de até ~ 3% das ações em circulação. Por fim, a empresa ajustou seu guidance de CAPEX para 2025E para ~US$ 5,9 bilhões (de ~US$ 6,5 bilhões), o que acreditamos refletir parcialmente um real depreciado (suposição da empresa de 5,70 vs. 5,50 anteriormente).
Destaques financeiros: (i) Dívida líquida expandida¹ de US$ 16,5 bilhões (estável T/T), com efeito positivo do real depreciado sobre as provisões de Brumadinho e Samarco; e (ii) FCF de US$ 0,6 bilhão, com a posição de caixa da Vale impactada por: (a) pagamentos pontuais relacionados à renegociação da concessão ferroviária (US$ 0,7 bilhão); (b) US$ 0,8 bilhão devido aos pagamentos de Brumadinho e Samarco; e (c) gestão de passivos de caixa de US$ 1,5 bilhão (novos empréstimos e pagamento de dívidas). A companhia também anunciou dividendos de R$2,14/ação (dividend yield de 3,8% ou 7,7% no ano) a serem pagos em 14 de março (enquanto os detentores de ADRs serão pagos em 21 de março), com o anúncio de um novo programa de recompra de ~3% das ações em circulação da Vale em um período de 18 meses. Por fim, a Vale ajustou sua guidance de investimentos para 2025E para US$ 5,9 bilhões (de US$ 6,5 bilhões), refletindo em parte a depreciação do real, em nossa opinião.
Alavancagem financeira: A alavancagem financeira da Vale, medida pelo indicador dívida líquida / EBITDA, ficou em 0,7x (vs. 0,5x no 4T23). A companhia ficou em conformidade com o covenant que limita o indicador em 4,5x.
Soluções de minério de ferro: EBITDA ajustado foi de US$ 4,1 bilhões (-39% A/A, +7% T/T), refletindo: (i) custos caixa C1 mais baixos de US$ 18,8/t (-10% A/A), dado (a) o consumo de estoques do trimestre anterior a custos mais baixos, (b) o impacto positivo da depreciação do real e (c) as iniciativas de eficiência, atingindo US$ 21,8/t em 2024 (no limite inferior de seu guidance de US$ 21,5-23,0/t para 2024).
Transição energética: O EBITDA foi de US$ 541 milhões (+2% A/A, +118% T/T), devido: (i) à melhoria dos resultados na divisão de Cobre, refletindo preços realizados e receitas de subprodutos mais altos; enquanto (ii) as operações de níquel lutam com preços realizados mais baixos e o efeito negativo dos preços provisórios, parcialmente compensados por uma redução nos custos de alimentação externa.

(1) Dívida líquida expandida considera a dívida líquida acrescida de provisões de Brumadinho e provisões de Samarco & Fundação Renova.
Veja Mais:
Óleo & Gás e Petroquímicos
Braskem
Ciclo baixo fica ainda mais baixo. Os resultados do 4T24 da Braskem foram impactados por spreads mais baixos no mercado petroquímico. Isso foi particularmente evidente nas resinas no Brasil (cerca de -12% em relação ao trimestre anterior), químicos principais (-24% T/T) e polietileno no México (-21% T/T). Além disso, os volumes de vendas são sazonalmente mais baixos no quarto trimestre, o que leva a margens ainda menores.
Grande queda no EBITDA. O EBITDA recorrente reportado pela Braskem de R$557 milhões caiu 76% em relação ao trimestre anterior (-52% A/A). Os resultados foram ainda impactados pela atualização das provisões ambientais, maiores despesas de ociosidade e perda de inventário em matérias-primas. O prejuízo líquido de R$ 5,8 bilhões também foi substancial.
Crescimento da alavancagem. A dívida líquida da Braskem aumentou em US$ 338 milhões em relação ao trimestre anterior (cerca de 20% do market cap), totalizando cerca de US$ 6,3 bilhões (R$ 38 bilhões, sem Braskem Idesa). A alavancagem (dívida líquida/EBITDA UDM), em dólares, aumentou para cerca de 7,4x no 4T24 (em comparação com cerca de 6,1x no trimestre anterior), devido a uma combinação de EBITDA dos últimos doze meses mais baixo e maior dívida. Por outro lado, apresentou queda em relação às 8,1x ao final de 2023.

Nota: Dívida, Caixa e Equivalentes e alavancagem não consideram a Braskem Idesa.
Veja Mais:
Brava Energia (3R + Enauta)
A Brava enfrentou desafios no 4T24, envolvendo paradas de produção em seus dois principais campos offshore, Papa-Terra e Atlanta. A produção substancialmente menor (-23,9% em relação ao trimestre anterior) e os preços sequencialmente mais baixos (-8,4% em relação ao trimestre anterior) foram apenas parcialmente compensados pelo menor custo de extração, (lifting cost) e levaram a uma queda significativa no EBITDA (-31% em relação ao trimestre anterior e -41% A/A) e a um eventual prejuízo líquido no trimestre (-R$ 1 bilhão).
O fluxo de caixa da Brava no trimestre foi negativo em R$ 1,2 bilhão, devido aos menores fluxos de caixa operacionais, dado a menor produção e o ainda alto capex (R$ 1,4 bilhão) associado ao início da operação do FPSO4 Atlanta.
As preocupações sobre a relação de alavancagem da Companhia foram mitigadas por uma aprovação de “waiver”: em março de 2025, os credores da Brava concordaram com importantes dispensas dos covenants dos títulos. A relação dívida líquida/EBITDA agora será calculada em termos de USD (anteriormente em BRL) e o limite superior foi temporariamente aumentado para 3,5x (anteriormente 3,0x) até o 3T25 (incluso). A alavancagem da Brava ficou em 2,8x Dívida Líquida/EBITDA UDM (em USD) no final do 4T24. Isso representa apenas um leve aumento em relação a 2,7x no trimestre anterior (calculado em BRL). A dívida líquida da Brava (incluindo earnouts – obrigações relacionadas a aquisições) ficou em R$ 12 bilhões no 4T24, um aumento de R$ 3 bilhões em relação ao trimestre anterior, explicado tanto pela queima de caixa no trimestre quanto pela desvalorização cambial.
Por outro lado, no final de dezembro, a produção em seus campos havia sido retomada, e a Brava agora navega em direção a águas muito mais calmas. Acreditamos que a Brava deve reduzir sua alavancagem daqui para frente, particularmente quando o 4T25 superar o desafiador 4T24 na métrica de EBITDA UDM (últimos doze meses).
É importante notar que os custos de elevação da Brava continuam superiores aos de seus pares, o que implica que a empresa enfrenta uma maior alavancagem operacional em relação aos preços do petróleo e flutuações na produção.

Notas: (1) A visão proforma até o 3T24 busca permitir a comparação com o período anterior às incorporações da Enauta e da Maha Energy pela Brava Energia (antiga 3R Petroleum), concluídas em 31 de julho de 2024. (2) A dívida bruta desconsidera o saldo devedor da debênture cambial emitida pela 3R Potiguar/Enauta Energia, adquirida integralmente pelo Santander, de R$ 3.230,3 milhões, e no Caixa e Equivalentes de caixa desconsidera a aplicação financeira do TRS (R$ 3.221,5 milhões ou US$ 520,2 milhões). (3) Waiver aprovado em março de 2025. (4) FPSO é a sigla em inglês para Floating Production Storage and Offloading, que é um tipo de navio-plataforma usado na indústria de petróleo e gás.
Veja Mais:
Prio (Petro Rio)
No 4T24, a Prio apresentou resultados mistos. O EBITDA ajustado de USD 322 milhões reduziu 30% A/A, mas permaneceu em um nível semelhante ao 3T24 (+2% T/T). Maiores volumes de vendas (+9% T/T) no 4T24 foram parcialmente compensados por menores preços de referência do petróleo (-2% T/T).
A produção no 4T24 foi em média de 87 kboed¹, um aumento substancial de +25% em relação ao trimestre anterior, impulsionado principalmente pelo fechamento do Peregrino (38 kboed) em 5 de dezembro de 2024.
Um destaque negativo no 4T24 foi o lifting cost (custo de extração), que aumentou para USD 11,1/boe (de USD 9,8/boe no 3T24 e USD 7,6/boe no 2T24), explicado por (i) consolidação de Peregrino; (ii) menor eficiência operacional em Albacora Leste (ABL), que melhorou para 75% (de 60% no 3T24), mas abaixo dos níveis do 1S24 (80%-85%); e (iii) menor produção em Polvo e Tubarão Martelo, onde alguns poços continuam aguardando a licença do IBAMA.
O lucro líquido de USD 1,1 bilhão no trimestre foi substancialmente impulsionado por um ganho não recorrente de reconhecimento de perdas líquidas no imposto de renda diferido. As reservas e o capex permaneceram praticamente inalterados em uma base comparável.
A dívida líquida da Prio foi de USD 2,5 bilhões no 4T24, +USD 1,5 bilhão t/t, explicada pelo fechamento da aquisição de Peregrino (USD 1,7 bilhão) e por recompras de ações de USD 122 milhões (2,2% do mkt cap) no período. A alavancagem dívida líquida / EBITDA segundo cálculos do covenant foi de 1,2x, em conformidade com o limite máximo de até 2,5x. Vale ressaltar que, apesar de apenas 7% da dívida bruta estar classificada no curto prazo, há uma concentração de vencimentos de USD 1,4 bilhão em 2026.
Em relação ao projeto Wahoo, a Prio continua dependendo do licenciamento ambiental. Nesse sentido, houve um desenvolvimento significativo com a aprovação da licença de perfuração em 28 de fevereiro de 2025. Ainda assim, o caminho crítico para o primeiro óleo depende da licença ambiental para a instalação da linha de ligação, que ainda não foi emitida. Espera-se que o Wahoo comece no segundo semestre de 2025 e que a campanha de revitalização da ABL seja adiada em dois anos, para 2027.

Notas: (1) Mil barris de petróleo por dia.
Veja Mais:
Papel e Celulose
Klabin
No 4T24, a Klabin reportou resultados mistos, com crescimento de 17% A/A na receita líquida, com melhor desempenho relativo dos negócios de celulose e embalagens, com maior volume de vendas de hardwood e sacos industriais (+12% T/T e +13% T/T, respectivamente). Já o EBITDA foi de R$ 1,8 bilhão, +13% A/A, porém com piora de 1,4 p.p. na margem, justificado por resultados mais fracos no negócio de papel e embalagens, refletindo custos mais elevados no segmento. Por fim, o custo caixa total/t em R$ 3,402/t no 4T24 (+13% A/A), dentro do guidance de custo caixa unitário da Klabin de ~R$3.100-3.200/t para o ano (R$3.173/t em 2024).
Celulose: Os volumes de vendas de celulose caíram -3% A/A, com a produção estável A/A, devido à paralisação para manutenção, com os volumes anuais de produção caindo 3% A/A em 2024, devido às paradas não programadas no 1T24 e no 3T24. Os custos caixa de produção de celulose aumentaram 1% T/T (-11% A/A), com custos de madeira ligeiramente mais altos no 4T24. Os preços caíram 10% T/T, refletindo os preços mais fracos do BHKP (-14% T/T). Por fim, o EBITDA ajustado foi de R$ 796 milhões, com margens de 48% (crescimento de 1p.p. T/T).
Papel, embalagens e outros: Os volumes de vendas de papel ficaram estáveis T/T, devido ao menor volume de vendas de papelão revestido (-2% T/T), compensando os maiores volumes de papelão para embalagens (+3% T/T), com uma recuperação contínua do mercado de operações de papelão para contêineres. Para Embalagens, os volumes de vendas foram de 1% T/T, principalmente devido aos maiores volumes de sacos industriais (+14% T/T), impulsionados pelo crescimento dos embarques de cimento no Brasil. A Klabin reiniciou as operações de algumas máquinas de papel ao longo de 2024: PM#1 (Monte Alegre), que produz kraftliner; e PM#17 (Goiana), que produz papel reciclado; enquanto as máquinas de papel reciclado PM#29 (Paulínia) e PM#30 (Franco da Rocha) permanecem desligadas. Por fim, o EBITDA ajustado do segmento foi de R$ 1.027 milhões, com margens de 28%.
A dívida líquida aumentou para R$ 33,3 bilhões (de R$ 29,5 bilhões no 3T24), com alavancagem de 4,5x dívida líquida/EBITDA ou 3,9x em USD. A dívida bruta elevou-se para R$ 40,8 bilhões, refletindo a depreciação do real. A Klabin não está sujeita a covenants financeiros, mas seu endividamento reportado segue em linha com o limite máximo definido em sua política interna, tendo reiterado seu foco na desalavancagem.
Consideramos fatores que podem contribuir para o processo a aquisição da Caetê, a venda do excedente de terras com o Projeto Plateau, e considerando o ramp-up dos projetos em andamento (PM#27, PM#28 e Figueira), em meio ao monitoramento da demanda doméstica de papel e embalagens ao longo de 2025, devido ao aumento das taxas de juros.

Veja Mais:
Saneamento
Aegea
Em 2024, a Aegea continuou seu crescimento, e obteve aumento de 13% na receita líquida A/A, em base proforma, devido ao maior volume faturado, aos reajustes tarifários implementados e ao incremento na receita de contraprestação das PPPs.
O EBITDA teve evolução de 26% no período, impulsionada pelas medidas de eficiência operacional implementadas nas
concessões, sobretudo na Corsan.
Ao final de dez/24, a Companhia atingiu alavancagem de 2,8x, em conformidade com o seu covenant de 3,5x, mas acima de 2023 (2,3x). Vale ressaltar que o covenant é baseado nos números societários (ou seja, não considera Águas do Rio e Corsan).
A alavancagem proforma também apresentou crescimento, para 4,8x (vs. 3,7x em 2023). O aumento da alavancagem no período é devido, principalmente, ao maior volume de investimentos (+129% A/A) e ao pagamento da última parcela da outorga pela Águas do Rio (R$ 3,8 bilhões no 4T24).
O prazo médio da dívida é alongado, de 7,4 anos. O caixa proforma ao final de 2024 seria suficiente para cobrir as amortizações de curto prazo e parte de 2026. No entanto, a Companhia destacou que o refinanciamento da Parsan deveria ser concluído em mar/25, com extensão do prazo para cinco anos, o que diminuiria a dívida de curto prazo e elevaria a liquidez.

Aegea Proforma considera: i) dívida de R$ 3 bilhões da Parsan (holding da Corsan); ii) os resultados da Águas do Rio 1 e da Águas do Rio 4, coligadas não consolidadas nas Demonstrações Financeiras, cujos resultados são contabilizados via equivalência patrimonial; e iii) os resultados de janeiro a dezembro de 2023 da Corsan, que passou a ser consolidada pela Aegea a partir de julho de 2023.
Veja Mais:
BRK Ambiental
Indicadores operacionais 4T24:
Inadimplência: 3,2% (+0,5 p.p. A/A), reflexo de dois fatores combinados: (i) impacto não recorrente na contabilização de perdas de créditos esperadas, devido ao aprimoramento da metodologia aplicada em 2023; e (ii) maior volume de débitos de clientes provisionados em Maceió, em função do amadurecimento do ativo.
Perdas: 35,3% (+0,8 p.p. A/A).
Economias Ativas: +82 mil novas (+3% A/A).
Volume faturado: 115 milhões de m³, estável A/A.
Tarifa média: +6% A/A, de R$ 6,13 para R$ 6,50, refletindo
reajustes tarifários, ganhos reais em decorrência de reequilíbrios aplicados e ações comerciais tais como a substituição de hidrômetros e regularização de cadastro.
A receita líquida ajustada totalizou R$ 914 milhões no 4T24, (+5% A/A), e R$ 3,5 bilhões em 2024, (+7% A/A). Considerando o término do contrato de Rio das Ostras (“RDO”) - PPP, se colocarmos os dois períodos em bases comparáveis, o crescimento teria sido de 10% no 4T24 e em 2024.
O EBITDA Ajustado alcançou R$ 483 milhões no 4T24 (+5% A/A). No acumulado de 2024, totalizou R$ 1,9 bilhão (+13% A/A). Considerando o término do contrato de RDO, se colocarmos os dois períodos em bases comparáveis, o crescimento do
EBITDA Ajustado teria sido de 14% no 4T24 e de 21% em 2024.
A dívida bruta encerrou 2024 em R$ 13,6 bilhões, sendo 6% no curto prazo, mantendo o prazo médio alongado, de 10,3 anos. O caixa de R$ 2,0 bilhões seria suficiente para cobrir amortizações de dívidas até parte de 2027. Ressaltamos que a BRK tem gerado fluxo de caixa operacional positivo, que em 2024 foi suficiente para cobrir sua necessidade de capex.
A alavancagem, medida por Dívida Líquida/EBITDA, fechou em 6,2x no 4T24. Ao excluir efeitos não recorrentes do EBITDA e a operação RMM (em estágio inicial), o indicador seria de 5,4x. Acreditamos que, à medida em que seus projetos mais recentes se tornem maduros, a geração de fluxo de caixa contribuirá para a desalavancagem da Companhia, se aproximando assim do índice ajustado.
A partir de dezembro de 2025, passará a ser exigido o cumprimento do covenant de alavancagem de ≤ 6,5x.

Veja Mais:
Iguá
No 4T24, a Iguá apresentou leve crescimento da receita líquida ex-construção (+1% A/A), enquanto o EBITDA ajustado aumentou +19% A/A. O resultado líquido permaneceu no campo negativo devido, principalmente, às despesas financeiras. A melhoria da rentabilidade operacional foi impulsionada pela expansão da base de clientes (+3,0% A/A em água e +9,8% A/A em esgoto), além da redução do índice de perdas no faturamento (água não faturada) para 45,4%, redução de 2,1 p.p. em relação ao 4T23 (47,5%), que compensou a maior inadimplência (PECLD/receita líquida ajustada) do período (2,8%, vs.2,9% no 4T23, mas 1,4% no 3T24).
O capex atingiu R$ 172,9 milhões no 4T24 (-12,2% vs. 4T23) e R$ 646,3 milhões em 2024 (+18,2% vs. 2023), com foco na Iguá Rio. A Companhia segue com seu plano de otimização de portfólio: vendeu 8 ativos de menor porte em outubro de 2024, estando previstas mais duas alienações em 2025; e novos 2 leilões ao final de 2024: i) Sergipe (2,3 milhões de pessoas por 35 anos, investimentos de R$ 6,3 bilhões); e ii) PPP Sanepar (328 mil habitantes por 24 anos, investimentos de R$ 685 milhões).
A dívida líquida consolidada atingiu R$ 7,8 bilhões, +26% A/A, devido, principalmente, à captação de um empréstimo-ponte realizado pela Iguá Sergipe, no montante de R$ 1,85 bilhão, para fazer frente ao seu primeiro pagamento de outorga fixa. Ao mesmo tempo, foram continuados os investimentos na Iguá Rio. Com isso, a alavancagem consolidada, por sua vez, encerrou o 4T24 em 8,9x dívida líquida / EBITDA, em linha com o 4T23, mas acima dos 7,3x do 3T24. Já a alavancagem ex-ativos pré-operacionais (Sergipe e Rio) foi estável em 3,1x.
Em relação aos covenants, os índices financeiros possuem medição anual tanto para as subsidiárias, quanto para a holding, os quais foram atendidos ao final do 4T24. Vale destacar que, em dezembro de 2024, a Companhia obteve liberação temporária junto aos credores da 5ª emissão de debêntures (IGSN15) para descumprimento de covenants (waiver), conforme a seguir:

Covenants:
Critério exigido (5ª emissão IGSN15) | Anterior | Aprovado em dez/24 |
Rating nacional mínimo - Iguá Saneamento | AA- até 2032 | A- até 2032 |
Garantias | Conta reserva | Fiança bancária de no mínimo 24 meses por instituição financeira com rating AAA |
Alavancagem (dívida líquida / EBITDA) | ≤ 5,5x em 2024 e 2025, 4,8x em 2026 e 4,0x em 2027, sendo medição anual com base no Consolidado | Medição com base no ativo gerador de caixa Águas de Cuiabá: ICSD ≤ 1,30x, e alavancagem ≤ 5,0x em 2024, reduzindo gradualmente até 3,50x a partir de 2027. |
Veja Mais:
Rio+
No 4T24, o volume total faturado pela Rio+ ficou praticamente estável A/A, atingindo 32,3 mil m³, com aumento de 3,7% nas economias faturadas (708,6 mil). Como resultado, a receita líquida ex-construção atingiu R$ 205 milhões no trimestre (+3% A/A).
Já o EBITDA cresceu de forma significativa, passando para R$ 10 milhões no 4T24, ante EBITDA negativo de R$ 9 milhões no 4T23. Já o lucro líquido seguiu pressionado pelo custos dos empréstimos.
A dívida líquida atingiu R$ 2,5 bilhões no trimestre. A dívida bruta alcançou R$ 3,1 bilhões, enquanto a posição de caixa foi de R$ 582 milhões.
No acumulado de 2024, a Rio+ investiu R$ 261,8 milhões, +89,1% A/A. Na visão acumulada a Companhia já investiu mais de R$ 467,9 milhões desde sua fase pré-operacional.
Vale destacar o valor a pagar de R$ 511 milhões relativo à 3ª parcela da outorga fixa, que passou a figurar no passivo circulante.
Por estar em fase de projeto, a Companhia não possui covenants financeiros. Apenas passarão a ser acompanhados após o completion físico-financeiro, a partir da apresentação
das demonstrações financeiras padronizadas completas, auditadas, relativas ao exercício a findar-se em 31 de dezembro de 2034, com o atendimento cumulativo das condições listadas
em contrato.

Veja Mais:
Sabesp
A Receita Líquida Ajustada alcançou R$5.565 milhões. O volume total faturado foi de 1.078 metros cúbicos e as tarifas médias faturadas aumentaram ligeiramente (+1,0% A/A).
O EBITDA ajustado foi de R$2.989 milhões. O Opex da Sabesp foi positivamente afetado pela redução das despesas com pessoal (R$492 milhões), refletindo sua iniciativa de PDV (Programa de Demissão Voluntária), que resultou em R$630 milhões de despesas não recorrentes, mas foi parcialmente compensado por despesas mais altas com materiais e terceiros.
A Sabesp registrou um lucro líquido de R$1.435 milhões (ou um lucro líquido ajustado de R$1.900 milhões, excluindo efeitos não recorrentes), com i) despesas de depreciação de R$521 milhões; (ii) despesas financeiras de R$543 milhões; e (iii) reversão de imposto de renda de R$204 milhões.
A dívida líquida alcançou R$20,2 bilhões no trimestre. A dívida bruta foi de R$25,3 bilhões, enquanto a posição de caixa era de R$6,1 bilhões. A relação Dívida Líquida/EBITDA Ajustado foi de 1,7x, bem abaixo de seus atuais covenants (3,5x). A Sabesp reportou um Capex de R$2,8 bilhões no 4T24.

Veja Mais:
Saúde
Hapvida
No 4T24, a receita líquida da Hapvida aumentou 8% A/A, sustentada principalmente por ajustes mais altos nos tickets médios, dada a carteira de beneficiários estável, enquanto a receita de serviços foi um ponto fraco (-9% A/A).
A Companhia registrou leves adições líquidas no trimestre, uma vez que 468 mil adições brutas foram compensadas por um cancelamento de 447 mil vidas (5,1% da base). A sinistralidade-caixa diminuiu 140 pontos-base A/A (-250 pontos-base T/T), para 67,9% – um recorde de baixa.
As despesas-caixa como % da receita aumentaram 700 pontos-base A/A, para 24,6% (+640 pontos-base T/T), pressionadas principalmente por uma série de itens não-recorrentes relativos a baixas e provisões de processos cíveis e tributários no período e em períodos anteriores.
Em conjunto com o resultado, a Hapvida também divulgou um fato relevante anunciando: (i) um acordo ReSUS² de R$ 470 milhões (efeito positivo no lucro líquido, sendo R$ 145 milhões no EBITDA); e (ii) a reapresentação de passivos fiscais relacionados principalmente a NotreDame Intermédica (“NDI”) e depósitos judiciais no período de 2016-23, o que resultou em um efeito negativo de 0,4% no patrimônio líquido.
Com isso, a margem EBITDA ajustada foi de 14,2%, ou 12,3% excluindo os efeitos não-recorrentes (+1,4p.p. e -0,50p.p., respectivamente).
A dívida líquida reduziu 6% A/A para R$ 4,5 bilhões, e a alavancagem segundo cálculo descrito nas cláusulas contratuais¹ reduziu para 1,1x no 4T24, ante 1,4x A/A, em conformidade com os covenants.
Embora tenhamos uma visão positiva sobre a baixa sinistralidade recorde, as provisões e os níveis de depósitos judiciais persistem em níveis altos, enquanto muitos efeitos pontuais dificultam a leitura em relação ao desempenho financeiro adiante. Apesar de o acordo com o SUS ter abordado um passivo relevante, o que vemos como positivo, a reapresentação das demonstrações financeiras até 2023 deve demandar acompanhamento quanto à dinâmica dos depósitos judiciais no futuro.

Notas: (1) Ebitda Ajustado, conforme descrito nas cláusulas contratuais dos empréstimos e financiamentos, desconsidera despesas de incentivos de Longo Prazo (ILP), despesas não recorrentes, incluindo o efeito das provisões para perdas no valor recuperável do contas a receber e a recalendarização das contingências nas devidas competências e excluindo o efeito do acordo ReSUS e multas ANS (Agência Nacional da Saúde). (2) O acordo entre a Hapvida e o SUS foi anunciado em março de 2025, e integra um programa de renegociação de dívidas da operadora de saúde.
Veja Mais:
Rede D'Or
A Rede D’Or divulgou resultados positivos no 4T24, com receita líquida consolidada de R$ 13 bilhões, +9% A/A. O EBITDA também veio forte (+31% A/A), principalmente devido ao melhor desempenho do segmento de seguros.
Os principais destaques foram: (i) a receita dos hospitais cresceu 12% A/A, principalmente devido aos aumentos de preços, enquanto o aumento dos leitos operacionais também contribuiu positivamente; (ii) a margem EBITDA ajustada dos hospitais caiu 90 bps, devido a uma pressão esperada de aberturas recentes; (iii) o negócio de seguros manteve uma tendência positiva, com melhorias tanto na receita quanto nas margens; e (iv) melhores resultados operacionais foram parcialmente compensados por um resultado financeiro mais pesado no trimestre.
Adicionalmente, no segmento de hospitais, as glosas ficaram em 5,2% como % da receita bruta (-0,2 p.p. tanto na base A/A quanto na base T/T). Já no segmento de seguros, a sinistralidade diminuiu 490bps A/A (-190bps T/T, para 80,2%, uma vez que a Companhia continua aumentando os preços e melhorando seu controle da operação (por exemplo, utilização e desperdício).
Sua alavancagem financeira, medida pelo indicador dívida líquida/EBITDA, encerrou o 4T24 em 1,9x, com cronograma de dívidas alongado (prazo médio de 5,6 anos). A Companhia não possui covenants financeiros.

Veja Mais:
Transportes e logística
Intervias (Arteris)
Ao fim de 2024, a Intervias reportou crescimentos anuais de receita1 (ex-construção) e EBITDA Ajustado2 de 13% e 21%, respectivamente, resultado da maior receita de pedágio (+13,9% A/A), dado o maior fluxo de veículos na rodovia (+9,0% A/A), e de reajustes de tarifas atrelados à inflação (+4,4%). A receita operacional líquida por sua vez subiu 146% por conta do reconhecimento da receita de equilíbrio de R$ 877 milhões, relacionada a extensão da concessão até 2039, o que também impulsionou o lucro líquido.
O endividamento bruto da Intervias cresceu para R$ 2,5 bilhões, composta pela 11ª emissão de debêntures, a qual permitiu o alongamento do seu perfil de dívida. Devido ao setor de atuação, que demanda investimentos consideráveis, há a necessidade frequente de captação de recursos: o capex programado é de R$ 3,3 bilhões de 2025-2039, média de R$ 236 milhões / ano.
A alavancagem foi de 3,8x, em conformidade com o covenant ≤ 4,5x. A cobertura de juros (EBITDA / Despesa Financeira) fechou em 1,7x no trimestre e 5,7x no ano. A Intervias possui covenant de ICSD3 ≥ 1,20x, a ser medido caso sejam distribuídos recursos aos acionistas ou sejam tomadas novas dívidas. O fluxo de caixa de financiamento contempla saída de recursos para a controladora Arteris S.A. no montante aproximado de R$ 700 milhões no 4T24 (saldo total a receber de R$ 1,8 bilhão).
Por fim, chama a atenção a evolução da liquidez corrente da Intervias que, apesar de seguir abaixo de 1,0x, o que indica que pode precisar refinanciar suas obrigações de curto prazo, teve incremento de 0,5x no indicador.

(1) Desconsidera em 2024 a receita de equilíbrio de 877 milhões. (2) Inclui provisão para manutenção de rodovias. Desconsidera em 2024 a receita de equilíbrio de 877 milhões. No cálculo considerando a receita de equilíbrio, a alavancagem fica em 1,5x. (3) ICSD = Índice de Cobertura do Serviço da Dívida.
Veja Mais:
JSL
A JSL reportou resultados mais fracos, com lucro líquido de R$ 36 milhões.
Receita: A JSL relatou um desempenho positivo, com receitas líquidas de R$ 2,5 bilhões (+6% T/T e +15% A/A) impulsionadas principalmente por: (i) projetos adicionados recentemente; e (ii) esforços contínuos de reprecificação de contratos novos e existentes, à medida que a empresa se concentra em gerenciar individualmente seus contratos e aplicar cláusulas contratuais para repassar aumentos de custos. Além disso, observamos uma dinâmica comercial favorável ao adicionar R$ 886 milhões em novos contratos (vs. a R$ 1 bilhão no 4T23), totalizando R$ 5,4 bilhões em 2024 (+54% A/A).
Rentabilidade: O EBITDA atingiu R$ 434 milhões (-7% T/T e +6% A/A), enquanto a margem EBITDA apresentou compressão notável para 17,4% (-1,6p.p. A/A e -2,4p.p. T/T). Atribuímos essa pressão a: (i) aumento da inflação de custos (principalmente peças e pneus); e (ii) implementação contínua de novos contratos, inicialmente incorrendo em menor alavancagem operacional. No entanto, à medida que esses novos contratos amadurecem, esperamos que eles sirvam como um catalisador positivo para maior crescimento da receita e expansão da margem nos próximos trimestres.
Lucro líquido: O lucro líquido ficou em patamares mais fracos de R$ 36 milhões (-51% T/T e -57% A/A), impactado por: (i) os fatores mencionados acima; e (ii) maiores despesas financeiras em meio a um ambiente de taxas de juros mais altas.
Alavancagem e retorno: A JSL relatou: (i) um ligeiro aumento na alavancagem para 3,0x dívida líquida/EBITDA (comparado a 2,9x no 3T24); e (ii) uma leve compressão sequencial no ROIC (LTM) para 14,6% (vs. 15,4% no 3T24), uma vez que o aumento dos custos tem pesado nas margens operacionais.

EBITDA-A ou EBITDA Adicionado – Corresponde ao EBITDA acrescido do custo contábil residual da venda de ativos imobilizados, o qual não representa desembolso operacional de caixa, uma vez que se trata da mera representação contábil da baixa dos ativos no momento de sua alienação. É utilizado para efeitos de covenants.
Veja Mais:
Litoral Sul
A Autopista Litoral Sul reportou alta de 12% A/A em sua receita líquida (ex-construção) no 4T24, totalizando R$ 202 milhões, impulsionada pelo aumento das tarifas (+6,1% A/A), conforme previsto em contrato, bem como do maior tráfego pedagiado (+5,6% A/A). O EBITDA da Companhia também cresceu 12% A/A, refletindo maior eficiência operacional, incremento de receitas e controle de custos.
O resultado líquido, por sua vez, foi negativo em R$ 752 milhões no trimestre, principalmente pelo reconhecimento de provisão para redução ao valor recuperável de ativos. A Litoral Sul também teve deterioração em outros indicadores, como caixa/dívida de curto prazo de 0,78x (-1,91x A/A) e cobertura de juros de 2,9x (-1,70x A/A), além de manter uma liquidez corrente baixa (0,44x), o que consideramos pontos a serem acompanhados.
No 4T24, os investimentos totalizaram R$ 116,0 milhões, redução de 58,9% em comparação ao 4T23, refletindo a entrega, no 3T24, da obra do Contorno de Florianópolis. De 2025 a 2033, a Companhia prevê a realização de R$ 1,1 bilhão em investimentos, tanto para melhorias na infraestrutura das rodovias quanto para manutenção.
A dívida bruta encerrou o período em R$ 2,3 bilhões, com 4% desse montante no curto prazo. A posição de caixa era de R$ 70 milhões, resultando em uma dívida líquida de R$ 2,2 bilhões. A alavancagem, medida pelo indicador dívida líquida/EBITDA ajustado, atingiu 3,6x, comparada a 4,2x no mesmo período do ano anterior. A Companhia permaneceu em conformidade com os covenants que limitam a alavancagem financeira a 4,0x. Vale destacar, entretanto, que a partir de 2025, o índice máximo reduzirá para 3,5x.

Veja Mais:
Movida
A Movida apresentou resultados positivos com um lucro líquido de R$62mn.
Rent-a-Car (RaC): (i) desempenho forte das tarifas (+20% A/A e estável T/T), à medida que a administração se concentra em recompor os rendimentos para melhorar os níveis de retorno (em 4,3%; +0,4p.p. A/A e +0,1p.p. T/T); (ii) volume mais fraco (estável A/A e -1% T/T), resultando em uma utilização operacional de 75% (-7p.p. A/A e -3p.p. T/T) devido ao forte crescimento da frota (+8% A/A e +11% T/T); e (iii) desempenho neutro do EBITDA (+42% A/A e -1% T/T), com margem em 64% (+9,7p.p. A/A e -0,2p.p. T/T).
Locação de Frota: (i) Desempenho neutro, com receitas líquidas aumentando 6% T/T e 49% A/A, devido a (a) aumento de tarifas de 3% T/T e 25% A/A com os esforços de reprecificação e novos contratos sendo assinados a tarifas mais altas, e (b) volume cresceu 3% T/T e 19% A/A com a expansão da base de contratos atual (embora notemos que o backlog de receitas diminuiu 1% T/T); e (ii) desempenho de EBITDA mais fraco do que o esperado (+1% T/T e 47% A/A), com margem diminuindo para 76% (-3,5p.p. T/T e -0,6p.p. A/A).
Seminovos: (i) número elevado de carros vendidos, totalizando 22 mil veículos (+27% A/A e -28% T/T); (ii) margem EBITDA aumentou para 1,2% (vs. 1,1% no 3T24) devido ao impacto líquido de (a) maior margem bruta de 7,9% (vs. 5,9% no 3T24) e (b) SG&A menos eficiente a 6,7% da receita (vs. 4,9% no 3T24) devido à redução na quantidade de carros vendidos; e (iii) a Movida indicou que espera margens estáveis no futuro, com uma melhor composição do estoque de veículos, focando mais em carros com melhor liquidez de vendas.
Lucro Líquido: Notamos uma diminuição no desempenho dos lucros líquidos, totalizando R$62mn (vs. R$78mn no 3T24), principalmente devido ao impacto negativo de um aumento de 3% T/T na depreciação (embora, em termos de depreciação por carro/ano, a depreciação de RaC e Frota tenha permanecido estável).
Alavancagem: Observamos que a Movida apresentou uma leve desalavancagem, com uma relação de 3,0x de dívida líquida/EBITDA (vs. 3,1x no 3T24). Além disso, embora ainda alta, a relação dívida líquida/PP&E diminuiu para 0,67x (vs. 0,72x no 3T24).
Indicações de Desempenho Positivo em Janeiro e Fevereiro: A MOVI divulgou uma prévia operacional com os resultados dos dois primeiros meses do ano. Destacamos: (i) Receitas Líquidas +20% A/A; (ii) EBITDA +27% A/A; (iii) cenário de depreciação mais pressionado, com depreciação total +29% e, por carro/ano, +20%; e (iv) Lucro Líquido +100% A/A. Consideramos esses números positivos e indicativos de um possível aumento em nossa projeção de lucro líquido de R$21mn para o 1T25.

Veja Mais:
Localiza
No 4T24, a Localiza registrou uma receita líquida de R$ 9,8 bilhões, +25% A/A, impulsionada pelo aumento das vendas em todos os segmentos. O lucro líquido foi de R$ 837 milhões no trimestre, +11% A/A, e o EBITDA foi de R$ 3,3 bilhões, +15% A/A.
Rent-a-Car (RaC): EBITDA positivo (+19% A/A) em função da forte dinâmica tarifária (+17% A/A e +4% T/T), apesar de uma leve desaceleração de volumes (-3% A/A e +1% T/T), refletindo um cenário macro difícil que dificulta o poder de compra dos clientes. A utilização permaneceu em níveis saudáveis de 79,0% (-0,7 p.p. A/A e -0,9 p.p. T/T). Houve expansão de margem EBITDA (+2,7 p.p. A/A e +1,1 p.p. T/T), impulsionada pelos esforços contínuos de renovação da frota, o que favorece menores custos de manutenção.
Aluguel de Frota: EBITDA atingiu níveis sólidos de R$1,5 bilhão (+14% A/A e +2% T/T), em função dos esforços contínuos de reprecificação e renovação da base de contratos, enquanto a margem apresentou uma compressão de 1,7 p.p. A/A e 0,1 p.p. T/T refletindo aumento dos custos de preparação decorrentes de maiores volumes e custos de desativação de veículos de uso intenso e maiores despesas de PDD especialmente relacionadas a veículos pesados.
Seminovos: compressão da margem EBITDA T/T para 2,6% (vs. 5,3% no 3T24) devido a um desempenho mais fraco em Dez’24, com recuperação indicada pela Companhia em Jan’25 e Fev’25. Observamos a depreciação no topo do guidance em (i) R$7.307/ano/carro em RaC; e (ii) R$8.075/ano/carro em veículos leves de Aluguel de Frota.
A alavancagem, medida pela relação dívida líquida/EBITDA, reduziu para 2,5x (ante 2,7x no 4T23), mantendo a Localiza em conformidade com seus covenants.

Veja Mais:
Rota das Bandeiras
A Rota das Bandeiras apresentou crescimento de 12% na receita líquida no 4T24, que pode ser atribuído ao (i) crescimento do tráfego pedagiado (+7,2% A/A); (ii) início da cobrança pelo MDF-e a partir de 09 de outubro de 2023, ou seja, pela totalidade dos eixos, uma vez que aprox. 60% do tráfego é de veículos pesados; e (iii) reajuste tarifário ordinário de julho de 2024 (tarifa média +5,3% A/A).
O EBITDA no 4T24 expandiu 12% A/A, atingindo R$ 259 milhões, com ligeira queda na margem de 0,3p.p. A/A.
Os investimentos no período, por sua vez, totalizaram R$ 33 milhões no 4T24, e de R$ 227 milhões em 2024, atingindo R$ 4,2 bilhões desde o início da concessão, em 2009.
A dívida bruta aumentou 3% para R$ 3,1 bilhões, sendo 24% concentrados no curto prazo. O saldo de caixa e equivalentes (de R$ 573 milhões) seria suficiente para cobrir apenas parcialmente as amortizações de curto prazo (R$ 764 milhões). Desta forma, em nossa visão, deve haver necessidade de refinanciamento por parte da Companhia.
A alavancagem medida por dívida líquida/EBITDA, apresentou melhora para 2,7x (vs. 3,0x no 3T23), possibilitando maior conforto em relação ao covenant de 3,5x.

Veja Mais:
Santos Brasil
No 4T24, a Santos Brasil reportou resultados sólidos, com crescimento em todas as linhas de negócio. Destaque para o desempenho positivo das operações de portos (EBITDA +16% A/A/ e margem EBITDA de 60%), devido a: i) volumes de armazenagem sólidos (+14% A/A) e ii) bons volumes de movimentação (+17% A/A).
Por outro lado, ressaltamos: i) margem EBITDA mais fraca em TEV (-9,0 p.p. A/A), impactada principalmente pelo aumento nos custos de movimentação e maiores despesas (SG&A); e ii) alavancagem mais alta de 1,5x dívida líquida / EBITDA (vs. 0,1x em 2023).
O aumento da alavancagem já era esperado para o 4T24, após o pagamento da redução de capital de R$ 1,6 bilhão em novembro.
Apesar do aumento, a Companhia seguiu com baixa alavancagem e conforto em relação ao seu covenant de 3,0x.

Veja Mais:
Simpar
A Simpar reportou resultados neutros, com um lucro líquido de R$82mn (–49% T/T).
A Movida reportou resultados positivos: (i) EBITDA neutro de RaC (-1% T/T) com tarifas e margens estáveis em relação ao trimestre anterior; (ii) EBITDA neutro de Locação de Frota (+1% T/T), embora com esforços contínuos de reprecificação e expansão da base de contratos; e (iii) margem EBITDA positiva de Seminovos (+0,1 p.p. T/T), com indicações estáveis pela frente. Além disso, a MOVI divulgou uma forte prévia operacional para janeiro e fevereiro de 2025, com lucro líquido aumentando 100% A/A.
A Vamos reportou resultados de locação em linha com expectativas, mas com ressalvas positivas, apesar da confusão causada pela separação do segmento de Concessionárias. Notamos: (i) crescimento positivo da receita de locação (+4% T/T), com uma margem EBITDA estável T/T; e (ii) um rendimento marginal sólido contínuo de 2,8% (+0,2 p.p. T/T), em linha com as taxas de juros, e uma diminuição nos retornos de ativos alugados, que totalizaram R$232mn (vs. uma média de R$329mn em 9M24).
A JSL reportou resultados mais fracos: (i) crescimento positivo da receita (+6% T/T), devido à (a) nova implementação de projetos, (b) esforços de reprecificação e © crescimento da base de contratos; (ii) EBITDA mais fraco (-7% T/T), impactado por (a) custos de materiais mais altos e (b) custos associados à implementação de novos projetos; e (iii) ROIC reduzido para 14,6% (abaixo de 15,4% no 3T24), à medida que a inflação de custos crescente tem pressionado as margens.
Holding e Outros: (i) A margem EBITDA da Automob está sob pressão em 4,0% (-0,7 p.p. T/T), impactada pela recente integração das Concessionárias Vamos, já que o segmento de concessionárias pesadas ainda enfrenta dificuldades nas vendas; (ii) o desempenho sólido da Ciclus (EBITDA +10% T/T) devido à (a) consolidação total da Ciclus Amazônia e (b) um novo contrato de biogás com forte economia; e (iii) a alavancagem mostrou uma leve queda sequencial para 3,6x dívida líquida/EBITDA (vs. 3,7x no 3T24).

Notas: (1) Covenant de incorrência: conceito utilizado apenas para a emissão do Bond e não ocorre o vencimento antecipado; (2) Seção inferior de Índices Ajustados apenas para efeitos de conhecimento. Não são considerados para covenants. A dívida bruta ajustada considera também derivativos líquidos (R$ 317 milhões em 2024), arrendamentoa a pagar (R$ 2,1 bilhões), obrigações a pagar por aquisições (R$ 1,5 bilhão) e cessão de direitos creditórios (R$ 1,9 bilhão).
Veja Mais:
Unidas
Em 2024, a Unidas teve crescimento de frota de 1,9%, encerrando o ano com 120,8 mil ativos. Houve aumento de 69% na receita líquida consolidada, para R$ 6,7 bilhões, explicado i) pela reestruturação societária do RAC, que aconteceu em julho de 2023; e ii) pelo aumento na receita líquida do negócio de GTF.
O EBITDA consolidado ajustado por eventos não-recorrentes e considerando o resultado do RAC do primeiro semestre de 2023 teve aumento de 21,4% A/A ao alcançar R$ 2,4 bilhões. O incremento é explicado pelo crescimento do resultado em todos os segmentos de negócio, compensado pela queda no EBITDA de seminovos, com a expansão de lojas ao longo do ano, que ainda estão em constituição de rentabilidade.
Em 2024, o lucro líquido ajustado alcançou R$ 110 milhões, redução de 12,7% A/A, efeito do aumento da taxa de depreciação dos veículos e do crescimento das despesas financeiras com o aumento da dívida líquida.
Em 2024, o capex da Unidas foi de R$ 4,6 bilhões, sendo R$ 4,4 bilhões em frota. A queda de 3,7% A/A é justificada pela diminuição na taxa de renovação de veículos leves, com foco em rentabilidade ao invés do crescimento de frota operacional.
A dívida líquida da Companhia encerrou 2024 em R$ 8,3 bilhões. A alavancagem medida pela dívida líquida / EBITDA, conforme cálculo das escrituras da dívida, finalizou em 3,5x, em conformidade com o covenant de 4,5x. A Unidas possui outras cláusulas contratuais que limitam a alavancagem de subsidiárias, bem como exigem cobertura de juros e de imobilizado, aos quais a Companhia se declarou adimplente em sua totalidade ao final de 2024.
O caixa de R$ 3,3 bilhões seria suficiente para cobrir as amortizações de dívidas até o final de 2026.

EBITDA Ajustado: Refere-se ao EBITDA UDM somado à receita de venda de ativos e outras receitas (despesas) sem efeito caixa conforme definição estabelecida para fins de covenants.
Veja Mais:
Vamos
Locação: Observamos uma expansão estável da receita de locação no trimestre (-1% T/T e +27% A/A), com uma receita líquida de locação positiva (+4% T/T) impulsionando o resultado, enquanto os Seminovos apresentaram uma redução de 21% T/T. Além disso, notamos uma expansão da margem para 77% (+2,4 p.p. T/T), principalmente impulsionada por uma mudança na composição em direção aos Seminovos, enquanto a margem de locação permaneceu estável em ~87% e a dos Seminovos em ~18% (margem bruta). Adicionalmente, destacamos um desempenho contínuo sólido de yield marginal de 2,8% (+2 p.p. T/T), acompanhando as taxas de juros, embora a atividade comercial tenha desacelerado, com capex contratado de R$1.021mn (-8% A/A), à medida que a empresa mantém uma avaliação de risco de crédito mais rigorosa.
Industrial: Observamos um trimestre com resultados mais fracos, com receitas líquidas caindo 21% A/A, principalmente devido à redução nas vendas de semirreboques. Além disso, a VAMO reportou um EBITDA de -R$12mn (vs. R$10mn no 4T23), também impactado por um ajuste não recorrente de estoque.
Concessionárias: Este é o primeiro trimestre em que a Vamos reporta seus resultados excluindo o segmento de Concessionárias, após a conclusão da transação com a Automob. A VAMO reportou os resultados do segmento como uma operação descontinuada, com um prejuízo líquido de R$282mn no trimestre (vs. lucro de R$57mn no 4T23). Notamos que há dois ajustes a serem feitos: (i) +R$238mn devido a uma perda por impairment de créditos fiscais; e (ii) +R$22mn em despesas adicionais relacionadas às operações descontinuadas, resultando em um lucro líquido ajustado de -R$22mn para o segmento.
Lucro Líquido: Em uma base comparável, notamos que o lucro líquido consolidado surpreendeu nossas estimativas, atingindo R$191mn (considerando os resultados das Concessionárias até novembro de 2024), o que se deve em grande parte a resultados financeiros melhores do que o esperado (-2% T/T) e uma taxa de imposto mais baixa de 17%.
Dívida: A Vamos encerrou 2024 com posição de caixa e aplicações financeiras que somavam R$ 2,8 bilhões, além de R$ 1,1 bilhão em linhas compromissadas não sacadas, totalizando R$3,9 bilhões, suficientes para cobrir as dívidas vincendas até maio de 2027. O prazo médio da dívida líquida era de 4,6 anos com custo médio de 8,9%. A dívida líquida fechou o ano em R$ 11,6 bilhões, crescimento de 23,8% em relação ao ano anterior
e 5% acima do registrado em setembro/24. A alavancagem para fins de covenants era de 3,3x (dívida líquida/EBITDA), abaixo do nível máximo permitido (3,75x) e do índice de 2023 (3,5x).

Veja Mais:
Varejo
Assaí
As vendas líquidas aumentaram 9,5% A/A, apoiadas pelo forte ritmo de expansão do ASAI (+15 lojas em 2024) e pelo crescimento das vendas mesmas lojas (SSS) de 4,4% em comparação a 2,6% no 3T, embora ainda abaixo dos 6,3% do Atacadão e da inflação média de alimentos de 8% no 4T. Acreditamos que essa subperformance no SSS é resultado da estratégia da empresa de priorizar margens em um cenário competitivo mais desafiador, juntamente com a deterioração do poder de compra dos consumidores. Além disso, o foco na desalavancagem pode estar causando uma abordagem mais conservadora em relação aos estoques, o que também pode prejudicar a estratégia comercial da empresa em um ambiente inflacionário.
A rentabilidade novamente foi destaque, impulsionada pela margem bruta. A margem bruta aumentou 30p.p. A/A, resultado da maturação da expansão e da implementação de ofertas de serviços (618 unidades disponíveis ao final de 2024, um aumento de 242 em relação a 2023), enquanto a margem EBITDA ajustada (IFRS) também subiu 30p.p. A/A, pelo controle rigoroso das despesas, principalmente administrativas. Finalmente, o lucro líquido atingiu R$430 milhões, 29% acima da nossa expectativa, refletindo melhores resultados operacionais e créditos tributários, enquanto a geração de caixa foi de R$2,7 bilhões no trimestre (R$3,3 bilhões no ano fiscal de 2024), principalmente apoiado por estoques e fornecedores.
É interessante notar que: i) a alavancagem caiu 0,2x A/A, para 2,5x dívida/EBITDA, em conformidade com o covenant de 3,0x; ii) a gestão de passivos reduziu o custo médio da dívida em 13 p.p., estendendo também sua maturidade média em 9 meses; iii) o total de recebíveis descontados da empresa acelerou em relação ao trimestre anterior para R$2 bilhões, pela sazonalidade, com custo médio deteriorando-se em relação ao trimestre anterior; iv) o ASAI reiterou a orientação de expansão para 2025 de 10 novas lojas; v) a margem EBITDA das conversões (ex-IFRS) está em 6,4% (+80 p.p. A/A), alinhada com a média consolidada; e vi) a empresa compartilhou que a produtividade das vendas das lojas convertidas atingiu R$29,3 mil/m² no 4T, com uma margem EBITDA de 6,4% (ex-IFRS), comparando-se aos R$28,8 mil do Atacadão em dezembro e 5,4% de margem no 4T.

(1) Pós-IFRS16
(2) (Dívida líquida + recebíveis descontados + saldo a pagar da aquisição de supermercados) / EBITDA 12 meses pré-IFRS16.
Veja Mais:
Atacadão
O Carrefour Brasil apresentou resultados mistos no quarto trimestre, com melhores dinâmicas de vendas nas mesmas lojas (SSS) e margens no Atacadão, mas com rentabilidade pressionada no Sam’s e no banco e margens ainda baixas no Varejo. As vendas líquidas consolidadas aumentaram em +6% em relação ao ano anterior, uma vez que o desempenho do Atacadão (+10% em relação ao ano anterior, SSS +7%) e do Sam’s (+13%) compensaram as vendas pressionadas do Varejo em ajustes de área de vendas (-24% em relação ao ano anterior).
A otimização do SG&A foi uma alavanca fundamental para a rentabilidade, uma vez que a pressão da receita bruta foi compensada pela alavancagem operacional. A margem bruta consolidada diminuiu -0,7p.p em relação ao ano anterior, devido ao mix de vendas (maior participação do atacarejo), esforços promocionais mais fortes na Black Friday no atacarejo e no Sam’s e um mix de produtos mais fraco no atacarejo. Como resultado, a margem foi menor no atacarejo (-0,4p.p em relação ao ano anterior) e no Sam’s (-1,7p.p em relação ao ano anterior), enquanto a margem bruta do varejo aumentou em +0,8p.p devido a melhores negociações com fornecedores e menores perdas operacionais. Em relação ao EBITDA, o SG&A foi um ofensor de margem para o Varejo e Sam’s, devido a provisões de bônus e maturação de lojas, respectivamente, embora compensado pelas eficiências do Atacadão (margem EBITDA +0,20p.p em relação ao ano anterior), o que levou a uma contração da margem EBITDA ajustada consolidada de 0,2p.p. No caso do Banco, a nova política de crédito rotativo teve um impacto total no trimestre, sendo um obstáculo para as margens e levando o EBITDA a cair 15%, apesar do crescimento da carteira de crédito de +4% A/A.
Olhando para o lucro líquido, ele foi de R$1,2 bilhão, uma forte alta em relação à nossa expectativa, impulsionado por um ganho fiscal positivo de R$1 bilhão, embora parcialmente compensado por maiores despesas relacionadas ao fechamento/desinvestimento de lojas e baixas contábeis. Finalmente, a geração de caixa foi positiva em R$10 bilhões, principalmente devido à sazonalidade, embora o maior impacto sobre os fornecedores observado no terceiro trimestre tenha sido revertido, como esperado (fornecedores +R$5,6 bilhões no trimestre). Como resultado, a alavancagem diminuiu para 2,3x (ex IFRS), vs. 3,4x no 3T.

Nota: (1) (Dívida Líquida) Caixa líquido (c/ recebíveis descontados e aluguéis) / EBITDA Ajustado UDM.
Veja Mais:
GPA
As vendas líquidas cresceram +7% A/A, suportadas pelo desempenho acelerado de vendas mesmas lojas em todos os formatos (vendas mesmas lojas consolidado em +9,6% vs. +5% no 3T24), principalmente impulsionado por volumes mais altos e ajustes operacionais, mais do que compensando a queda de vendas dos Aliados (B2B) (-24%). No entanto, observamos que o desempenho do formato de proximidade foi mais fraco em comparação aos outros, com apenas uma leve aceleração em relação ao trimestre anterior (+0,3p.p), apesar de bases de comparações mais fáceis (vendas mesmas lojas em zero no 4T23).
A rentabilidade continua melhorando. Em termos de rentabilidade, a margem bruta aumentou 0,2p.p A/A, devido a melhores condições comerciais com fornecedores, retail media e otimização do sortimento, enquanto a margem EBITDA ajustada subiu 1,40p.p A/A, resultando de eficiências em SG&A e alavancagem operacional. No entanto, apesar do desempenho operacional, o prejuízo líquido ficou bem abaixo do esperado (operações continuadas em -R$737 milhões), fortemente impactado por R$272 milhões em despesas relacionadas a temas estruturais (reestruturação administrativa, liquidações de contingências fiscais e impairment de lojas com desempenho abaixo do esperado) e R$291 milhões em despesas relacionadas a provisões fiscais e trabalhistas. Finalmente, o fluxo de caixa livre atingiu R$981 milhões, principalmente devido a conta fornecedores, reduzindo a alavancagem para 1,6x Dívida Líquida / EBITDA Ajustado (Ex-IFRS), em comparação a 2,9x no 3T24. No entanto, devemos ver algumas saídas de caixa relacionadas a acordos fiscais nos próximos trimestres, com uma parte esperada para o 1T25 e a outra distribuída ao longo dos trimestres a partir do 3T25.
É interessante notar que: i) a cia. observou que a reestruturação administrativa deve gerar R$100 milhões em economias em 2025; ii) a cia. continua a trabalhar na gestão de passivos fiscais (em R$10,8 bilhões no final de 2024), o que deve continuar a pressionar os resultados, embora contando com descontos atraentes em relação ao valor de face das ações judiciais (descontos médios de 50-70%); e iii) a empresa continua focada em negociações com fornecedores, retail media, gestão de falta de estoque e otimização do sortimento.

Veja Mais:
Natura
No 4T24, as vendas líquidas aumentaram 63% A/A em reais e 16% A/A em moeda constante (ou +11% excluindo a Argentina), com um desempenho sólido na Natura Brasil (+21%) e na Natura Hispânica da América Latina (+33,5% em moeda constante ou crescimento de dois dígitos excluindo a Argentina).
Em contrapartida, houve um desempenho mais ameno na Avon CFT¹, com o Brasil apresentando estabilidade em comparação com bases de comparação mais difíceis e a América Latina Hispânica com queda de 16,5% devido ao início da Onda 2² no México e na Argentina, além de resultados ainda pressionados em Higiene e Beleza, com queda de 36% no Brasil e -17% na América Latina Hispânica, embora estáveis sequencialmente nos países onde a Onda 2 já foi implementada.
Com isso, após 7 trimestres de expansão, a margem bruta caiu 20 pontos base devido a efeitos pontuais na Argentina, enquanto a mistura de produtos (maior participação de presentes) e esforços comerciais táticos compensaram parcialmente uma melhor mistura de países e ganhos da Onda 2. A margem EBITDA ajustada caiu 0,8p.p devido à reclassificação de investimentos em TI de Capex para Opex, o que deve continuar até o primeiro semestre de 2025, e os royalties da Avon.
A base de consultores permaneceu estável em relação ao trimestre anterior, embora ainda esteja em declínio em relação ao ano anterior devido à implementação da Onda 2.
O prejuízo líquido foi afetado por efeitos pontuais relacionados ao Chapter 11 da Avon Products Inc. (“API”), além de custos de transformação mais altos (R$ 260 milhões) devido à implementação da Onda 2 na Argentina e no México.
Os resultados da API ainda estão pressionados, mas não são um fator negativo para o fluxo de caixa livre. A administração continua a buscar alternativas estratégicas para o ativo (desdobramento ou venda).
Apesar da performance mista no 4T24, a Natura permanece com indicadores sólidos de liquidez e baixa alavancagem (0,8x), com cronograma da dívida alongado (apenas 1% no curto prazo, com vencimentos relevantes apenas a partir de 2028). A Companhia não está sujeita a covenants financeiros.

Notas: 1) Cosméticos, perfumaria e higiene pessoal. 2) A Onda 2 é um projeto da Natura&Co que visa integrar as marcas Natura e Avon na América Latina, com o objetivo de aumentar a eficiência e reduzir custos. 3) No 4T24, EBITDA Ajustado por custos de reestruturação de R$ 260 milhões e despesas jurídicas com a API de R$ 583 milhões.
Veja Mais:
Zamp
No 4T24, a Zamp registrou receita líquida de R$ 1,3 bilhão (+21% A/A), tendo como principal impulsionador as vendas digitais (50% do fat. do trimestre, com crescimento de 31% A/A). A margem EBITDA, por sua vez, reduziu 7,2 p.p., mais próxima do realizado historicamente, uma vez que no 4T23 há um efeito não recorrente de créditos tributários de R$ 45 milhões. O lucro líquido, por sua vez, seguiu negativo, afetado também pelas elevadas despesas financeiras.
O fluxo de caixa operacional foi de R$ 138 milhões no 4T24 e R$ 202 milhões em 2024, redução 35% A/A e 24% A/A, respectivamente, em função da piora na linha de capital de giro, principalmente após a incorporação dos estoques da Starbucks. O capex seguiu controlado, totalizando R$ 88 milhões no 4T24 e R$ 341 milhões no ano de 2024 (-25% A/A e -9,2% A/A, respectivamente).
O 4T24 foi marcado pela aquisição do direito de operar Starbucks e Subway no Brasil. Com isso, a Companhia encerrou o trimestre com 2.708 lojas de restaurantes, adição líquida de #1.669 A/A, incluindo 1.531 lojas Subway e 114 Starbucks. Do total, 896 lojas são próprias e 1.812 franqueadas.
Burger King (“BKB”): houve ganho de market share de 0,7 p.p. no trimestre, apoiado por: i) melhora no SSS¹, que passou de -2,4% no 4T23 para +9,4% A/A; ii) boa performance de novos formatos; e iii) crescimento dos canais digitais.
Popeyes (“PLK”): assim como visto para o BKB, o segmento apresentou aumento de market share de 3,3 p.p. no trimestre. O SSS subiu de 4,5% para 16,1% A/A.
Os negócios recém-adquiridos Subway e Starbucks apresentaram performances mistas no trimestre, com SSS de -4,5% A/A e 10,4%, respectivamente. A Companhia já traçou iniciativas para incremento dos resultados da Starbucks já no 1T25.
A alavancagem medida por dívida líquida / EBITDA (conforme covenants) foi de 1,6x, menor em 0,4x frente ao 4T23. Para efeito de covenants, a Companhia utiliza o EBITDA ex-IFRS-16² para o cálculo do endividamento, ao qual se manteve aderente com relativa tranquilidade.

Notas: (1) SSS – Same Store Sales: Vendas mesmas lojas reflete o desempenho de lojas que já estão em operação há mais de um ano, ou seja, sem ter a influência de novas aberturas ou fechamentos de lojas. (2) De forma resumida, o IFRS-16 é uma norma contábil vigente desde 2019 que afetou principalmente as varejistas (dentre outros setores), ao considerar os contratos de aluguel de lojas (ou equipamentos) como passivo de arrendamento, enquanto as despesas com aluguel foram reclassificadas para despesas financeiras, ao invés de despesas operacionais.
Veja Mais:
Outros
Tupy
A Tupy apresentou queda nos resultados do 4T24. Apesar do EBITDA ajustado estável em R$ 252 milhões A/A, houve queda de 5% A/A na receita líquida, e prejuízo de R$ 98 milhões (ante lucro de R$ 160 milhões no 4T23), afetado por um impairment de -R$ 250 milhões de ativos imobilizados e intangíveis; sem esse efeito, o lucro líquido teria sido de R$ 67 milhões (-58% A/A).
Destacamos: i) menores volumes de vendas nos mercados externos devido à menor demanda por veículos comerciais, em meio a um cenário de altas taxas de juros, enquanto a lenta construção residencial e a queda dos preços das commodities continuam pressionando as vendas de veículos off-road; parcialmente mitigados por ii) um patamar de câmbio e mix de produtos favoráveis, enquanto iii) as receitas domésticas foram +13% maiores em relação ao ano anterior, refletindo o sólido desempenho da marca MWM (+17% em relação ao ano anterior em 2024) e um ambiente positivo para a produção de caminhões no Brasil.
Observamos também i) um impairment nos ativos imobilizados e intangíveis de -R$ 250 milhões; e ii) o anúncio da eleição do Sr. Rafael Lucchesi como novo CEO da companhia, o que pode levantar preocupações sobre uma potencial influência política sobre a Companhia e falta de proximidade com as operações diárias da Tupy.
Por fim, embora vejamos com bons olhos a divulgação mais detalhada da Tupy por linha de produto, vemos indicações de demanda ainda negativas para seus produtos mais tradicionais como uma preocupação no curto prazo, especialmente no mercado externo.
A dívida líquida foi de R$ 2,3 bilhões, estável T/T e +6% A/A, com alavancagem de1,8x, praticamente em linha A/A e em conformidade com seus covenants.

Veja Mais:
Vero
Em dezembro de 2023, concluiu a aquisição da Americanet. Os números de 2023 são proforma, considerando 12 meses Vero + 12 meses Americanet, para melhor comparação com 2024.
Em 2024, a Companhia teve seu primeiro ano de operação completo após a fusão entre Vero e Americanet. De acordo com a divulgação, os resultados superaram as expectativas da própria gestão, com superação das metas de sinergia em 162% (receitas, investimentos e custos).
A Vero reportou alta de 2% A/A em sua receita líquida em 2024 (vs. proforma), totalizando R$ 1,7 bilhão. Esse aumento se baseia no avanço operacional em termos de adições líquidas (+24,3% A/A), ARPU (receita média por usuário) e queda de churn rate. O EBITDA da Companhia subiu 6% A/A no 3T24, refletindo os ganhos de sinergias mencionados.
Houve melhora no resultado líquido, embora tenha permanecido no campo negativo, com prejuízo de R$ 23 milhões em 2024, com impacto de maiores despesas financeiras, que também afetou o índice de cobertura (2,54x no 4T24, em conformidade com o covenant de 2,0x).
A dívida bruta da Companhia encerrou o período em R$ 3,1 bilhões, com 15% desse montante no curto prazo. A posição de caixa era de R$ 917 milhões, resultando em uma dívida líquida de R$ 2,2 bilhões. A alavancagem, medida pelo indicador dívida líquida/EBITDA ajustado, atingiu 3,3x, em conformidade com os covenants que limitam a alavancagem financeira a 3,75x em 2024. Vale destacar que o índice permitido para essa métrica cairá para 3,5x ao final de 2025.

(1) Dívida ajustada para efeitos de covenant. Inclui passivo de arrendamento e obrigação por aquisições de participações societárias.
A Vero realizou aditamento nas suas escrituras de emissão de dívida, elevando o limite do covenant de alavancagem e reduzindo o de cobertura de juros (ou seja, tornou mais confortável o cumprimento para a Companhia após a aquisição da Americanet).
Veja Mais:
Veja mais

Se você ainda não tem conta na XP Investimentos, abra a sua!