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Caso não tenha familiaridade com o setor bancário, sugerimos leitura dos seguintes artigos: Balanço de bancos: saiba como analisar a saúde financeira das instituições, Bancos Médios: conheça as principais frentes de atuação das instituições e Saiba tudo sobre o FGC.
Resumo: O C6 Bank é um banco digital criado em outubro de 2018, concebido com foco em captação com pessoas físicas das classes A e B e financiamento a pequenas e médias empresas (PME). A partir da aquisição do Banco Ficsa, posteriormente renomeado de C6 Consignado, o C6 intensificou a atuação em crédito consignado, que se torna cada vez mais representativo na carteira de crédito na instituição. Como o C6 ainda se encontra no início de suas operações e seus investimentos são reconhecidos como despesas, o banco não reportou lucro até o momento. Espera-se que, à medida que o C6 capitalize sua base de clientes e os intensos investimentos iniciais maturem, o prejuízo seja reduzido, passando eventualmente a apresentar lucro.
Destaques positivos
- Crescimento acelerado em consignado.
- Amplo portfólio de serviços.
- Gestão experiente.
- Acionista com forte capacidade financeira (JPMorgan Chase).
Pontos de atenção
- Rentabilidade.
- Necessidade de novos aportes.
- Concorrência acirrada.
- Número de reclamações no Bacen devido ao rápido crescimento em consignado.

Ao investir em um dos ativos do Banco C6 elegíveis à garantia do Fundo Garantidor de Créditos (FGC), como CDB, LC, LCI e LCA, o investidor está coberto até o limite de R$250 mil*.
Letras Financeiras (LFs) não são elegíveis à garantia do FGC.
Quem é o C6 Bank?
História
O C6 Bank foi criado em outubro de 2018 por ex-sócios do BTG Pactual. O banco foi concebido tendo como foco a captação com pessoas físicas das classes A e B e financiamento a pequenas e médias empresas (PME), com faturamento entre R$ 500 mil e R$50 milhões.
Sua licença de funcionamento foi concedida em janeiro de 2019 pelo Banco Central e suas operações iniciaram em fase beta (apenas para funcionários e clientes convidados) no mês de março daquele ano.
Em agosto de 2019, o banco passou a funcionar oficialmente para o público pessoa física, já contando com 200 mil clientes cadastrados e projeção de dobrar o número até o final de 2019. O banco atingiu a marca de 2 milhões de clientes em junho de 2020, superando as expectativas iniciais.
Com o avanço da crise decorrente da pandemia da covid-19, o lançamento do projeto para PMEs foi adiado, levando o banco a focar em crédito consignado. Para ampliar a atuação neste segmento, adquiriu em agosto de 2020 o Banco Ficsa (hoje C6 Consignado), que possuía em junho carteira classificada de R$ 160 milhões.
Em dezembro de 2020, houve aporte em sua holding de R$ 1,3 bilhão de reais, montante utilizado para a composição de capital regulatório, contando com mais de 40 investidores privados. Com o aporte, os novos investidores estimaram o valor de mercado do C6 Bank em R$ 11,3 bilhões.
Em 2021, o banco passou a oferecer conta corrente internacional em dólar e euro e, posteriormente, anunciou também a oferta de conta global de investimentos. Com isso, marcou a adoção de modelo híbrido de atendimento, uma vez que contará com grupo de assessores para orientar os clientes na diversificação internacional. O foco dos produtos serão os clientes com recursos disponíveis para investimentos a partir de R$ 3 milhões.
No último mês de junho, o banco americano JPMorgan Chase anunciou a aquisição de participação de 40% no C6 Bank (valor não revelado), o que representou passo significativo para o equilíbrio financeiro do banco.
Atuação
O banco digital oferece como produtos conta corrente, cartão de crédito, conta internacional em dólar e euro, plataforma de investimentos no mercado local e internacional, previdência privada, máquina de cartão, marketplace (C6 Store), tag de pedágio (C6 Tag), entre outros.
A partir da aquisição do Banco Ficsa, posteriormente renomeado de C6 Consignado, o C6 intensificou a atuação em crédito consignado, que se torna cada vez mais representativo na carteira de crédito na instituição. As vendas são realizadas em modelo de contratação digitalizada, podendo ter a intermediação de correspondentes bancários ou não.
Além do Banco Ficsa, o C6 realizou uma série de outras aquisições desde a fundação para impulsionar seu crescimento, como da PayGo, de meios de pagamento; da Setir, de soluções para terminais de pagamento; da Som.us (hoje C6 Seg), assessoria em seguros e resseguros; e da IDEA9, plataforma de educação corporativa.
Destaca-se a tendência de investimentos em inovação e tecnologia, que inclui um hub de startups dentro da sede, visando desenvolver soluções para o mercado de atuação.
Presença
Com sede em São Paulo, o grupo também possui um banco nas Ilhas Cayman, que permite a oferta de produtos internacionais, e uma corretora de valores em Nova York.
Principais fatores do crédito
Para melhor entendimento, esclarecemos que a nomenclatura “2T21” significa “segundo trimestre de 2021” e 1S21 “primeiro semestre de 2021”. Suas variações também se aplicam (ex: 4T20 seria o quarto trimestre de 2020).
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Carteira de crédito

A carteira de crédito do C6 Bank encerrou o primeiro semestre de 2021 totalizando R$ 9,5 bilhões, crescimento de 91,4% frente ao saldo de 2020 e mais de 3.000% nos últimos 12 meses.
A carteira de crédito consignado, especificamente, apresentou forte crescimento de R$ 3,5 bilhões entre o primeiro e o segundo semestre de 2020. A tendência de expansão permaneceu no primeiro semestre de 2021, ainda que em menor ritmo, quando cresceu 55,7% ante o saldo de 2020 para R$ 5,6 bilhões.
Apesar do avanço, o crédito consignado perdeu representação na carteira total, fechando o 1S21 sendo 58,5% do consolidado (72% em 2020) e 67,9% da carteira para pessoas físicas (86% em 2020).
A menor participação do consignado pode ser atribuída à intensificação de outras operações com pessoas físicas, dada a maior robustez da plataforma e modelagens de concessão de crédito mais assertivas, embora seu volume deva continuar crescendo. Também se espera que com a retomada da economia as operações para pessoas jurídicas sejam intensificadas.

Os níveis de inadimplência do C6 Bank mantiveram-se em patamar reduzido, com a proporção de créditos classificados nos níveis de D a H, que representam a inadimplência acima de 90 dias em relação à carteira total, fechando o 1S21 em 2,65%.
O avanço em relação ao saldo de 2020, quando encerrou em 0,78%, pode ser atribuído em partes à maior originação de créditos realizada no último semestre. Em outras palavras, o maior volume de “créditos novos” (ainda muito recentes para apresentarem inadimplência acima de 60 dias) havia sido responsável por diminuir a proporção de créditos D-H da carteira em 2020 e, portanto, o nível reduzido daquele período não deveria ser interpretado como base.
É importante monitorar como o indicador se comportará nos próximos resultados. Contudo, espera-se que a inadimplência permaneça em patamares baixos, dada a relevância da carteira consignada, que representa risco de crédito menor.
No mesmo sentido, a provisão para devedores duvidosos (PDD) encerrou o 1S21 em 1,99%, patamar relativamente baixo, ainda que superior ao índice de 0,98% apurado ao fim de 2020.
Rentabilidade

O maior volume de operações foi responsável pelo crescimento nas receitas de intermediação financeira no 1S21 de 255,7% em relação ao 2S20 e 1.300% frente ao 1S20 para R$ 677,9 milhões. Por outro lado, em linha com os resultados líquidos reportados nos últimos semestres, o conglomerado registrou prejuízo líquido de – R$ 292,7 milhões na mesma janela.
Como o C6 ainda se encontra no início de suas operações e seus investimentos são reconhecidos como despesas, o prejuízo é esperado. Espera-se que, à medida que o C6 capitalize sua base de clientes e os intensos investimentos iniciais maturem, o prejuízo seja reduzido, passando eventualmente a apresentar lucro.
Capital

O índice Basileia, indicador utilizado para análise do nível de risco de crédito das instituições bancárias, foi de 9,8% no 1S21, decréscimo significativo em relação ao nível de 17,33% no 2S20, e pouco acima dos padrões atuais exigidos pelo Banco Central (acima de 9,625%).
O crescimento da carteira e, por consequência, do patrimônio de referência, demanda aportes regulares por parte dos acionistas para manter a capitalização em indicadores saudáveis, intensificado pela situação atual de queima de caixa.
No último mês de julho (portanto após o encerramento dos resultados do 1S21 apresentados acima), foi aprovado em assembleia e homologado pelo Banco Central aumento de capital de R$ 750 milhões. Com esse aporte, o índice de Basileia ao fim do semestre teria sido de 18,71%.
Composição acionária
Atualmente, 40% do capital social do C6 é detido pelo JPMorgan Chase, maior conglomerado financeiro norte-americano e quinto maior do mundo em número de ativos sob gestão, com US$ 3,7 trilhões em junho de 2021. Através do C6, o JP possui exposição ao segmento de varejo bancário brasileiro.
A participação remanescente é distribuída entre os executivos Marcelo Kalim, Leandro Torres, Luiz Marcelo Calicchio, Adriano Ghelman, entre outros executivos e investidores estratégicos.
*Ao investir em um de seus ativos, o investidor está coberto pelo Fundo Garantidor de Créditos – FGC – para aplicações até o limite de R$ 250 mil por CPF ou CNPJ por conjunto de depósitos e investimentos em cada instituição ou conglomerado financeiro, limitado ao teto de R$ 1 milhão, a cada período de 4 anos, para garantias pagas para cada CPF ou CNPJ.
Glossário
Liquidez: A relação entre os ativos mais líquidos de curto prazo e os passivos exigíveis no curto prazo. Esta é uma medida de cobertura de seu saldo devedor mais curto. Quanto maior o índice, melhor a situação da instituição financeira.
Basileia: parte de acordos bancários firmados entre diversos bancos centrais do mundo para prevenção de risco de crédito. Mede a relação entre capital próprio e o capital de terceiros que será exposto a risco por meio da carteira de crédito do banco.
ROE: é o quociente entre lucro líquido e patrimônio líquido da instituição. É uma medida de rentabilidade.
Carteira D-H: Classificação determinada pelo Banco Central na resolução nº 2.682. Os créditos bancários são classificados em nove níveis, sendo eles: AA (menor risco), A, B, C, D, E, F, G e H (maior risco). Sendo assim, a carteira E-H inclui os créditos mais arriscados e aqueles com atraso de pagamento a partir de 61 dias. Esses créditos exigem provisão entre 10% e 100% sobre o valor das operações.
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Fonte
C6 Bank
Valor

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