XP Expert

Em cenário de deflação, veja o que esperar da Renda Fixa

Após queda no IPCA no mês de julho, veja o que esperar e como agir nos ativos de Renda Fixa em cenário de deflação

Compartilhar:

  • Compartilhar no Facebook
  • Compartilhar no X
  • Compartilhar no Whatsapp
  • Compartilhar no LinkedIn
  • Compartilhar via E-mail
Onde Investir em 2025 banner

Após mais de dois anos em alta, o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), índice que reflete a inflação de preços no Brasil, registrou queda de 0,68% no mês de julho. A deflação foi causada principalmente pela redução de impostos no preço de combustíveis e nos serviços de fornecimento de eletricidade e telecomunicações. É a primeira vez desde maio de 2020 que o índice registra variação negativa, por isso, no acumulado de 12 meses, a inflação acumulada segue em dois dígitos, com alta de 10,07%.

Essa movimentação afetou também as projeções e metas de inflação para os próximos meses. Nossos especialistas de Macroeconomia, por exemplo, esperam a inflação ao final deste ano em 6,8%, já colocando uma expectativa na conta de mais um mês deflacionário para o índice, de -0,26% no IPCA referente a agosto, que será divulgado em setembro apenas.

"Com anúncio de corte de 4,8% no preço da gasolina pela Petrobras, revisamos nossas projeções do IPCA de curto prazo e do ano. Não considerávamos essa redução e entendemos que nossas projeções para os demais itens do IPCA deste ano estão bem calibradas. Assim, reduzimos nossa projeção de IPCA para 2022 de 7,0% para 6,8%. "

Veja mais no relatório de atualização e no mensal de macroeconomia.

A inflação, além de afetar diretamente o bolso do brasileiro através dos preços de produtos e serviços, também influencia os rendimentos e preços de ativos atrelados ao índice, na Renda Fixa principalmente. Portanto, nesse breve cenário de deflação, o que podemos esperar da Renda Fixa e dos ativos indexados ao IPCA?

XPInc CTA

Resultados do 2º tri de 2022

XPInc CTA

Abra sua conta na XP Investimentos

XPInc CTA

Conteúdo da Expert pelo Telegram

Impactos na Renda Fixa

Os ativos indexados à inflação, como o Tesouro IPCA, também são atrelados a uma taxa de retorno prefixada, que chamamos de "juro real". Ao comprar um título IPCA+, o investidor receberá, na data de pagamento do ativo, a atualização dos valores da inflação do período corrigidos pelo "VNA" - veja abaixo - acrescidos da taxa de juro compactuada na compra. Logo, a evolução da rentabilidade desses ativos ao longo do tempo não é previsível, visto que a inflação, medida pelo IPCA ou outros indicadores, pode ter oscilações a cada mês.

Valor Nominal Atualizado (VNA): Representa o índice de reajuste utilizado para precificar os títulos públicos do Tesouro Nacional. O indicador é divulgado pela Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais) todo dia 15 de cada mês e seus valores afetam principalmente os papéis do Tesouro indexados à inflação (NTN-B e NTN-C) e as letras financeiras do tesouro (LFT), ajustados respectivamente pelos indicadores econômicos IPCA, IGP-M e taxa Selic.
Os valores do VNA podem sofrer algumas pequenas correções. Isso acontece porque essas datas de divulgação sobre inflação, juros e outros indicadores não coincidem com a do VNA e também podem ter oscilações fora do esperado pelo mercado.

Por que os papéis caíram?

Entretanto, estamos acostumados a ter uma correção de inflação mensal quase sempre positiva. Quando ocorre uma deflação em certo período, o rendimento final do título está sendo reduzido através de uma correção negativa do VNA. Lembrando que, como a inflação já é um número percentual da variação média dos preços da economia, existe uma diferença de "desinflação" e "deflação", na qual a desaceleração no aumento dos preços é um movimento de desinflação, mas uma queda, de fato, no valor de bens e serviços se torna uma "deflação" para o tempo analisado.

A marcação a mercado dos títulos de renda fixa tende a apresentar variações significativas em uma divulgação de deflação apenas se for um resultado não esperado, o que não foi o caso do IPCA de Julho, que veio em linha com as projeções.

Porém, os títulos de prazos curtos podem oferecer a parcela prefixada mais elevada quando temos um impacto temporário nos preços devido à paridade com as taxas de juros nominais praticadas pelo mercado. Isso pode ser uma distração para o investidor que compara as taxas dos títulos de diferentes prazos, como vimos nos últimos dois meses a NTN-B de vencimento em agosto de 2022 oferecendo retornos superiores a IPCA + 20% a.a.. Escrevemos sobre isso neste relatório aqui.

Estimamos que, no curto prazo, a inflação ainda terá uma redução com as medidas públicas adotadas, apresentando valor negativo na próxima divulgação, mas ainda assim um expectativa de ambiente inflacionário acima da meta do Banco Central nos próximos dois anos. As incertezas no cenário externo, com ciclo de aperto monetário nos EUA e Europa, e cenário doméstico, com disputa eleitoral e receios sobre as regras fiscais do ano que vem, nos leva a manter a recomendação de alocação nos IPCA+, principalmente para as carteiras com horizontes de tempo mais alongados, e em prefixados ainda relativamente baixa, apesar de as taxas estarem historicamente elevadas (acima de dois dígitos para todos os prazos).

Não confunda pagamento de juros com deflação

Na segunda-feira, dia 15 de agosto, ocorreu o pagamento de cupom - juros semestrais programados - dos títulos do Tesouro Nacional indexados à inflação de vencimentos em anos pares (2024, 2026, 2050, etc..), além de pagamento de cupom em títulos de crédito privado que tendem a manter as datas alinhadas com os títulos públicos no momento de sua emissão.

Os títulos públicos com pagamentos de juros semestrais possuem datas estipuladas para os débitos.
Entenda melhor as datas e como funcionam os pagamentos dos títulos do Tesouro no mercado secundário no Tesouro Direto.

No dia do pagamento do cupom, ou seja, débito referente à remuneração do juros na conta do investidor, o preço do título sofre um ajuste proporcional ao valor do saldo recebido. Isso também ocorre em ativos de renda variável em datas que são provisionados os pagamentos de proventos e não representa nenhum tipo de prejuízo ou desvantagem na aplicação, apenas um reajuste de precificação por conta do pagamento feito.

Portanto, caso tenha percebido uma variação negativa de valor significativo no seu título IPCA+ essa semana, sendo título público ou crédito privado, pode não ter relação com o impacto da deflação no índice de preços brasileiro e vale conferir se o mesmo não efetuou o pagamento de juros na conta investimento.

Saiba tudo sobre a Renda Fixa nos vídeos da série Aprenda a Investir

XPInc CTA

Se você ainda não tem conta na XP Investimentos, abra a sua!

XP Expert

Avaliação

O quão foi útil este conteúdo pra você?


Newsletter
Newsletter

Gostaria de receber nossos conteúdos por e-mail?

Cadastre-se e receba grátis nossos relatórios e recomendações de investimentos

Disclaimer:

Este material foi elaborado pela XP Investimentos CCTVM S/A (“XP Investimentos” ou “XP”) tem caráter meramente informativo, não constitui e nem deve ser interpretado como sendo material promocional, solicitação de compra ou venda, oferta ou recomendação de qualquer ativo financeiro, investimento, sugestão de alocação ou adoção de estratégias por parte dos destinatários. Os prazos, taxas e condições aqui contidas são meramente indicativas. As informações contidas neste relatório foram consideradas razoáveis na data em que ele foi divulgado e foram obtidas de fontes públicas consideradas confiáveis. A XP Investimentos não dá nenhuma segurança ou garantia, seja de forma expressa ou implícita, sobre a integridade, confiabilidade ou exatidão dessas informações. Este relatório também não tem a intenção de ser uma relação completa ou resumida dos mercados ou desdobramentos nele abordados.
Os instrumentos financeiros discutidos neste material podem não ser adequados para todos os investidores. Este material não leva em consideração os objetivos de investimento, situação financeira ou necessidades específicas de qualquer investidor. Os investidores devem obter orientação financeira independente, com base em suas características pessoais, antes de tomar uma decisão de investimento. A XP Investimentos não se responsabiliza por decisões de investimentos que venham a ser tomadas com base nas informações divulgadas e se exime de qualquer responsabilidade por quaisquer prejuízos, diretos ou indiretos, que venham a decorrer da utilização deste material ou seu conteúdo. Os desempenhos anteriores não são necessariamente indicativos de resultados futuros. Este relatório é destinado à circulação exclusiva para a rede de relacionamento da XP Investimentos, incluindo agentes autônomos da XP e clientes da XP, podendo também ser divulgado no site da XP. Fica proibida sua reprodução ou redistribuição para qualquer pessoa, no todo ou em parte, qualquer que seja o propósito, sem o prévio consentimento expresso da XP Investimentos. A Ouvidoria da XP Investimentos tem a missão de servir de canal de contato sempre que os clientes que não se sentirem satisfeitos com as soluções dadas pela empresa aos seus problemas. O contato pode ser realizado por meio do telefone: 0800 722 3710.

A XP Investimentos CCTVM S/A, inscrita sob o CNPJ: 02.332.886/0001-04, é uma instituição financeira autorizada a funcionar pelo Banco Central do Brasil.Toda comunicação através de rede mundial de computadores está sujeita a interrupções ou atrasos, podendo impedir ou prejudicar o envio de ordens ou a recepção de informações atualizadas. A XP Investimentos exime-se de responsabilidade por danos sofridos por seus clientes, por força de falha de serviços disponibilizados por terceiros. A XP Investimentos CCTVM S/A é instituição autorizada a funcionar pelo Banco Central do Brasil.


Este site usa cookies e dados pessoais de acordo com a nossa Política de Cookies (gerencie suas preferências de cookies) e a nossa Política de Privacidade.