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A semana na Renda Fixa (30/01 a 03/02)

O que aconteceu nesta semana na renda fixa? Acompanhe os principais movimentos da semana no mercado de renda fixa e o que esperar para a semana que se inicia.

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O que aconteceu nesta semana na renda fixa?
A aversão a risco segue elevada no mercado de juros, refletindo em uma abertura significativa da curva nesta semana. As recentes diretrizes do novo governo eleito permanecem inibindo o interesse a risco no país.

Embora as questões domésticas tenham predominado, o cenário externo também levou os agentes a exigirem um prêmio ainda maior na curva de juros. Como resultado, toda a estrutura a termo da curva de juros voltou ao nível de 13%.

Na esteira de dados expansionistas do mercado de trabalho dos Estados Unidos ("payroll"), os rendimentos (yields) dos títulos do Tesouro americano (Treasuries) também fecharam a semana em alta firme. O T-note de 2 anos avançou para 4,3%, enquanto o T-note de 10 anos subiu para 3,53%.

O que esperar para a próxima semana?
No Brasil, os destaques ficam no IPCA de janeiro e os dados referentes à atividade no comércio e em serviços, mensurados pela PMC e PMS, respectivamente. Além disso, será publicada a ata da última reunião do Copom.

Para facilitar a navegação pelo conteúdo, utilize o índice à esquerda da página.

Cenário macroeconômico

Nesta semana, no âmbito doméstico, houve a manutenção da taxa Selic em 13,75%, como esperado pelo mercado. Contudo, o comunicado do comitê foi mais duro. Nele, o Banco Central elevou sua projeção de inflação para 5,6% e 3,4% para 2023 e 2024, respectivamente, no seu cenário base. Além disso, deu destaque para as incertezas fiscais e expectativas na deterioração da inflação.

Neste ambiente, Lula afirmou que ‘não há razão’ para a taxa básica de juro, a Selic, estar em 13,75%, e afirmou que as políticas fiscais e parafiscais devem ser usadas para fomentar a economia, questionando as diretrizes do Banco Central.

Em território norte-americano e europeu também houve decisões monetárias nesta semana. Enquanto o FOMC, o comitê de política monetária americano, elevou a taxa de juro básica (Fed Funds Rate) em 0,25 p.p, desacelerando o ritmo de alta nos juros, o Banco Central Europeu subiu as três principais taxas de juros da Europa em 0,50 p.p e sinalizou alta de mesma magnitude na próxima reunião.

Contrariando a desaceleração de aperto monetário nos EUA, houve queda na taxa de desemprego no país. No último mês, o número de vagas criadas expandiu para 517 mil, acima da média de 401 mil em 2022 (já historicamente elevada) e do consenso de mercado (188 mil). Com isso, o mercado de trabalho americano segue bastante aquecido, apesar da elevação no custo de crédito. Apesar de alguns sinais de desaceleração – como as demissões no setor de tecnologia – e a defasagem dos efeitos da política monetária, o número pressiona o Federal Reserve a uma nova rodada de alta na próxima reunião.

Enquanto isso, PMI da China em janeiro frusta expectativas. A atividade manufatureira no país encolheu em janeiro, com o índice de gerentes de compra (PMI) atingindo 49,2 (todo valor abaixo de 50 considera-se contracionista). Ainda assim, o PMI do setor de serviços mostrou expansão em janeiro. Apesar de alguma apreensão quanto aos casos de infecção por COVID, as projeções indicam alta no PIB chinês para 2023, com efeitos positivos para o Brasil e atividade econômica global.

Leia o resumo completo de economia da semana

Juros e inflação

A aversão a risco segue elevada no mercado de juros, refletindo em uma abertura significativa da curva nesta semana. As recentes diretrizes do novo governo eleito permanecem inibindo o interesse a risco no país.

As novas críticas do presidente aos juros altos, meta de inflação e à independência do Banco Central foram os principais destaques desta semana. Além disso, a dura sinalização do Copom corroborou para o movimento altista do mercado.

De acordo com o Comitê, “a conjuntura, particularmente incerta no âmbito fiscal e com expectativas de inflação se distanciando da meta em horizontes mais longos, demanda maior atenção na condução da política monetária”.

Embora as questões domésticas tenham predominado, o cenário externo também levou os agentes a exigirem um prêmio ainda maior na curva de juros. Como resultado, toda a estrutura a termo da curva de juros voltou ao nível de 13%.

Na esteira de dados expansionistas do mercado de trabalho dos Estados Unidos ("payroll"), os rendimentos (yields) dos títulos do Tesouro americano (Treasuries) também fecharam a semana em alta firme. O T-note de 2 anos avançou para 4,3%, enquanto o T-note de 10 anos subiu para 3,53%.

A curva de juros pode ser compreendida como as expectativas dos rendimentos médios de títulos públicos prefixados sem cupom (ou seja, sem pagamentos semestrais), de hoje até uma determinada data futura, a partir dos contratos futuros de juros (ou DI). Enquanto isso, a Taxa Selic Esperada é a rentabilidade da taxa básica de juros esperada no final de cada período. Entenda mais aqui.

Títulos públicos

Mercado primário (leilões)

Para mais informações sobre o funcionamento de leilões de títulos públicos, clique aqui.

Leilão do dia 31/01 – NTN-B e LFT

Na terça-feira, o Tesouro Nacional (TN) ofertou 1,4 milhão de Notas do Tesouro Nacional – Série B (NTN-B). Além disso, ofertou 1,5 milhão de Letras Financeiras do Tesouro (LFT), aumentando a oferta para a primeira categoria e mantendo a mesma para a segunda.

As NTN-Bs ofertadas foram parcialmente absorvidas e apenas o vencimento de 2026 não obteve demanda para a totalidade dos títulos. Nos três vencimentos, as taxas ficaram acima de 6,0% a.a. e o volume financeiro foi de, aproximadamente, R$ 5,1 bilhões.

O TN obteve performance um pouco menos satisfatória com as LFTs, uma vez que a demanda foi 76% abaixo da oferta. No vencimentos, o volume financeiro somado foi cerca de R$ 4,6 bilhões.

Leilão do dia 02/02 – LTN e NTN-F

No leilão de quinta-feira, houve oferta de 7 milhões de Letras do Tesouro Nacional (LTN), com vencimentos para os próximos três anos, e 600 mil Notas do Tesouro Nacional – Série F (NTN-F), divididas em duas séries de vencimentos em 2029 e 2033. Para ambos os títulos, houve redução da oferta.

O TN obteve demanda para uma parcela das LTNs ofertadas. O volume financeiro totalizou R$ 744 milhões, valor significativamente inferior a da semana anterior (12,2 bilhões).

As NTN-Fs, por sua vez, foram totalmente colocadas. Nos dois vencimentos, as taxas ficaram acima de 13% a.a. e o volume financeiro foi de R$ 523 milhões.

Mercado Secundário

O IMA-B representa a evolução, a preços de mercado, da carteira de títulos públicos indexados ao IPCA (NTN-B). O IRF-M representa a evolução, a preços de mercado, da carteira de títulos públicos prefixados (LTN e NTN-F).

Ambos são calculados pela Anbima e podem sofrer variações devido à dinâmica de oferta e demanda de títulos no mercado, reflexo das movimentações no cenário econômico.

O preço dos títulos sobe quando a expectativa de juro futuro cai (e vice-versa) devido à relação inversa entre os dois. Esse mecanismo que mostra o efeito dos juros sobre preços é a marcação a mercado. Entenda mais aqui.

A aversão a risco segue elevada no mercado de juros, refletindo em uma abertura significativa da curva nesta semana. As recentes diretrizes do novo governo eleito permanecem inibindo o interesse a risco no país - vide seção "Juros e Inflação" para mais detalhes. Com isso, parte dos títulos públicos federais apresentaram desvalorização. Além disso, as taxas de títulos mais longos de inflação se afastaramdo patamar de IPCA + 6,3% e os prefixados fecharam acima de 13%.

Acompanhe as taxas do títulos do Tesouro Direto disponíveis para compra e para resgate

Crédito Privado

Fluxo

Nesta seção, analisamos os dados da Anbima de negociações definitivas de crédito privado, realizando um filtro cujo spread (diferença) entre os preços máximo e mínimo negociados representam mais do que 0,01% do volume negociado no dia, com o intuito de descartar o que acreditamos serem as operações diretas dentro de instituições.

Na última semana, o fluxo médio diário de negociações em debêntures não incentivadas foi de R$ 677 milhões (ante R$ 669 milhões na semana anterior), R$ 388 milhões em debêntures incentivadas (vs. R$ 248 milhões), R$ 433 milhões em CRIs (vs. 87 milhões) e R$ 350 milhões em CRAs (vs. R$ 202 milhões).

Os papéis mais negociados por classe de ativos foram as debêntures da Cielo (CIEL16), a debênture incentivada da Petro Rio (PEJA11), CRI da GTIS e, por fim, CRA da Minerva.

Como não são disponibilizados a tempo da publicação do relatório, os dados desta sexta-feira e quinta-feira não são considerados.

Ações de rating

Ratings são notas atribuídas por agências classificadoras de risco de crédito que podem impactar diretamente seus investimentos em Renda Fixa. Entenda mais aqui.

O que esperar - Semana de 06/02 a 10/02

Agenda econômica

No Brasil, os destaques ficam no IPCA de janeiro e os dados referentes à atividade no comércio e em serviços, mensurados pela PMC e PMS, respectivamente. Além disso, será publicada a ata da última reunião do Copom.

Nos EUA, há a expectativa do pronunciamento de alguns diretores do Federal Reserve, bem como o de Jerome Powell. Na Europa, os dados defasados de inflação na Alemanha e atividade na Zona do Euro terão atenção do mercado, e a China divulgará os dados de inflação em janeiro.

Na agenda política, após as reeleições de Rodrigo Pacheco e Artur Lira como presidentes do Senado e da Câmara, respectivamente, os debates acerca da reforma tributária a ser enviada pelo governo devem começar

Leilões do Tesouro Nacional

Vencimentos de debêntures da próxima semana

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