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A semana na Renda Fixa (08/03 a 12/03)

Acompanhe os principais movimentos da semana no mercado de renda fixa e o que esperar para a semana que se inicia.

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A última semana foi novamente marcada pelo avanço da covid-19 no Brasil, o que levou o estado de São Paulo a intensificar as medidas de restrição de circulação, buscando conter o contágio. Além disso, a decisão do ministro do STF, Edson Fachin, de anular todos os processos contra o ex-presidente Lula no âmbito da operação Lava Jato elevou a percepção de risco, por trazer receios de uma guinada populista do governo em ano pré-eleição. Por fim, a votação da PEC Emergencial e o IPCA de fevereiro acima do esperado também foram destaque. Como reflexo dos acontecimentos da semana, a curva de juros se elevou em todos os vértices, principalmente nos mais longos, ganhando inclinação. Os títulos do Tesouro Direto apresentaram comportamento misto, com títulos indexados à inflação valorizando e prefixados perdendo valor. Os spreads de crédito de títulos high grade continuam fechando, apesar do cenário volátil.

Para a próxima semana, é esperada a decisão de política monetária do Copom e divulgação do índice de atividade econômico medido pelo Banco Central (IBC-Br) referente a janeiro. No cenário internacional, destaque para a divulgação de dados de atividade referentes a fevereiro nos EUA, decisão de política monetária do FOMC, resultado de fevereiro da inflação ao consumidor na Zona do Euro e índices de confiança de março na Alemanha.

Cenário macroeconômico

Conforme relatório publicado, aponta-se como um dos destaques da última semana o avanço da vacinação contra a covid-19 nos EUA, com previsão para elegibilidade de todos os adultos até maio. No Brasil, houve piora no quadro de contágio, hospitalizações e mortes, com aumento nas taxas de ocupações de leitos nos estados (que já se encontravam elevadas). Em resposta, São Paulo adotou medidas de restrição ainda mais rígidas, como a suspensão de escolas, do futebol, imposição de toque de recolher e home office obrigatório a escritórios.

Na frente internacional, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, sancionou o pacote de estímulos à economia no valor de USD 1,9 trilhão, marcando sua primeira vitória no Legislativo. Enquanto isso, o anúncio de dados de inflação (CPI) e o índice de preços ao produtor (PPI), referentes ao mês de fevereiro, em linha com o esperado, ajudaram a arrefecer parte da pressão sobre títulos de 10 anos do Tesouro americano. Já na Zona do Euro, o Banco Central Europeu sinalizou aumento da velocidade de seu programa de compra de ativos no próximo trimestre. Por último, a China apresentou alta de 61% nas exportações no período entre janeiro e fevereiro ante os dois meses imediatamente anteriores, acima das expectativas de mercado – o que reflete substancial força nas exportações.

No cenário político-econômico doméstico, o principal destaque foi a aprovação em dois turnos da PEC Emergencial na Câmara dos Deputados, que permitirá o pagamento da nova rodada de auxílio emergencial, estipulado no valor total de R$ 44 bilhões. Apesar da supressão de dois trechos que vedavam a promoção e a progressão de carreira de servidores em caso de calamidade ou emergência fiscal, foram mantidos os demais gatilhos de redução de gastos. Além disso, a semana também foi marcada pela anulação de todos os processos contra o ex-presidente Lula no âmbito da operação Lava Jato pelo ministro Edson Fachin, do STF. É improvável que Lula seja condenado novamente em segunda instância a tempo de se tornar inelegível para o pleito de 2022.

No campo de indicadores macroeconômicos, a pesquisa mensal de serviços de janeiro revelou crescimento mensal de 0,6% no setor em relação a dezembro, enquanto a Pesquisa Mensal de Comércio indicou queda de 0,2% no varejo ampliado no mesmo intervalo – ambos os números consideraram dados dessazonalizados. Em fevereiro, a inflação mensal medida pelo IPCA em 0,86% veio acima das expectativas dos agentes de mercado.

Por último, o contexto de juros mais elevados dos títulos nos países desenvolvidos, o agravamento da pandemia e o aumento do risco político no Brasil direcionou a revisão das projeções econômicas pela XP Investimentos. As estimativas para a Selic ao fim de 2021 foram elevadas de 3,5% ao ano para 5% ao ano, com seis altas consecutivas de 0,5 p.p. a partir deste mês.

Leia tudo o que aconteceu na semana em economia.

Curva DI e NTN-B

As taxas futuras fecharam em alta em toda a curva DI na última semana. Enquanto isso, as taxas das NTN-Bs apresentaram menor oscilação.

O movimento reflete, principalmente, a contínua trajetória de alta no risco fiscal, na percepção do mercado, intensificada pelo cenário político após decisão do STF e pela piora da pandemia no Brasil.

Leilões do Tesouro Nacional

Na última semana, o Tesouro Nacional realizou oferta maior de NTN-Bs e de LTNs curtas. Por outro lado, as LFTs continuam com menor procura pelo mercado, mesmo com redução no lote ofertado.

Leilão do dia 09/03 – NTN-B

O Tesouro colocou a maior parte da oferta de papeis indexados à inflação (NTN-B) no leilão, sendo o volume ofertado significantemente maior que os 150.000 papeis apresentados na última semana, mesmo em meio à maior volatilidade do mercado. Os ativos foram negociados com cotações abaixo do praticado.

Fonte: Tesouro Nacional. Elaboração: XP Investimentos.

Leilão do dia 11/03 – LTN, NTN-F e LFT

O Tesouro conseguiu vender a totalidade das LTNs ofertadas e parte das NTN-Fs e LFTs. O volume ofertado dos prefixados também foi maior em comparação com a semana anterior. A demanda para papeis longos foi inferior ao lote ofertado.

Fonte: Tesouro Nacional. Elaboração: XP Investimentos.

Tesouro Direto

A maior parte dos títulos do Tesouro Direto indexados à inflação registrou valorização na semana, assim como o Tesouro Selic 2024. Por outro lado, a cotação dos Tesouros Prefixados foi inferior à apurada na semana anterior, reflexo da abertura na curva de juros ao longo da semana.

O preço dos títulos sobe quando a expectativa de juro futuro cai (e vice-versa) devido à relação inversa entre os dois. Esse mecanismo que mostra o efeito dos juros sobre preços é a marcação a mercado. Entenda mais aqui.

Crédito Privado

Fluxo

Na semana, foi registrado um fluxo médio diário de negociações de R$ 1 bilhão em debêntures (vs. R$ 887 milhões na semana anterior), R$ 149 milhões em CRA (vs. R$ 114 milhões) e R$ 126 milhões em CRI (vs. R$ 220 milhões). Vale lembrar que os dados da sexta-feira ainda não foram divulgados e podem alterar o apresentado.

Os papeis mais negociados por classe de ativos foram debêntures da Light (LIGHB0), CRI Northwest e CRA Vamos.

Spreads de crédito

O movimento de fechamento dos spreads de crédito, em debêntures AAA, AA e A e em todos os vértices, observado nas últimas semanas permaneceu em evidência. Continuamos a enxergar como motivo a alta liquidez no mercado, somada aos volumes ainda insuficientes das ofertas primárias para atenderem à demanda de investidores. Além disso, nota-se a relativa manutenção das taxas nominais dos ativos.

As curvas são extraídas a partir de debêntures precificadas diariamente pela ANBIMA (DI Percentual, DI+spread e IPCA+spread) e refletem estruturas de spread zero-cupom sobre a curva soberana para diferentes níveis de risco.

Ações de rating

Fonte: S&P Global, Fitch Ratings e Moody’s. Elaboração: XP Investimentos.

Relatórios publicados na semana de 08/03 a 12/03

Renda Fixa

3ª emissão de debêntures da Santo Antônio Energia (STEN13 e STEN23) – AGD 15/03/2021

Tudo sobre Renda Fixa no mês (e o que esperar)

LFT (Letra Financeira do Tesouro) ou Tesouro Selic

Petrobras anuncia reajustes nos preços do diesel e da gasolina

Atualização 4T20: Banco Daycoval

Novo relatório: Banco Rodobens

Resumo sobre as debêntures de Rodovias do Tietê – RDVT11

União anuncia mais duas indicações ao Conselho de Administração da Petrobras

Atualização 4T20: Taesa

Atualizações nos ativos de Renda Fixa

Resumo semanal das assembleias de investidores

Senado aprova MP que amplia margem de empréstimo consignado a 40%

Atualização 4T20: Eneva

Atualização 4T20: Ecorodovias

Breve resumo sobre as Debêntures TEPE11 a TEPE41

Outros

Boletim Focus: 08/03/2021

Setor de serviços positivo em janeiro, mas pandemia pode reverter os ganhos daqui para frente

Brasil Macro Mensal: Percepção de risco maior, cenário se ajusta

Atualização: Projeções Macroeconômicas XP

O que você tem que saber sobre o Tesouro americano de 10 anos

Inflação de fevereiro maior do que o esperado, mas sem mudanças na projeção de longo prazo

Vendas negativas no Varejo reforçam enfraquecimento da demanda final

Economia em destaque: Seu resumo semanal do cenário econômico internacional e doméstico

O que esperar – Semana de 15/03 a 19/03

Agenda econômica

Em relatório publicado pelo time Macro da XP, destacam-se na agenda econômica nacional da próxima semana a decisão de política monetária do Copom e divulgação do índice de atividade econômico medido pelo Banco Central (IBC-Br) referente a janeiro.

No cenário internacional, destaque para a divulgação de dados de atividade referentes a fevereiro nos EUA, decisão de política monetária do FOMC, resultado de fevereiro da inflação ao consumidor na Zona do Euro e índices de confiança de março na Alemanha.

Acesse aqui o Boletim Focus do dia 15/03 (disponível a partir de segunda-feira)

Leilões do Tesouro Nacional

Fonte: Tesouro Nacional. Elaboração: XP Investimentos.

Vencimentos de debêntures da próxima semana

Fonte: Anbima. Elaboração: XP Investimentos.

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