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O que pode impactar o mercado hoje
Após uma semana positiva para o Ibovespa, mercados internacionais amanhecem em leve queda enquanto investidores se preparam para a temporada de resultados do 1T20. Futuros do S&P 500 nos EUA operam em queda de quase 1%, e bolsas na Europa estão fechadas devido ao feriado. Mercados asiáticos fecharam sem direção definida; China -0,4% e Japão -2,3%.
Os preços de petróleo operam em direções mistas nesta manhã, com o Brent estável aos US$31,31/barril (-0,54%) e o WTI em alta de +1,45% aos US$23,09/barril. Após o início das negociações na última quinta-feira (09) e ao longo do final de semana, os países da OPEP+ conseguiram chegar a um acordo para reduzir sua produção em 9,7 milhões de barris ao dia (mbpd) a partir de 1º de maio, por dois meses. A partir de julho de 2020, o nível de cortes será reduzido para 7,6 mbpd até o final do ano, e depois passará a 5,6 mbpd, vigentes até o final de 2022.
Apesar de sua magnitude histórica, ainda restam muitas dúvidas se o acordo será suficiente para se evitar uma situação de aumento exacerbado dos estoques de petróleo no mundo em vista da queda de demanda global de -20% a -30% como fruto da pandemia do COVID-19, que efetivamente paralisou o transporte aéreo e boa parte do terrestre no mundo. A deterioração de condições econômicas também é fonte de preocupações. Clique aqui para acessar o comentário internacional completo.
Nos EUA, o Dr. Anthony Fauci, diretor do Instituto Nacional de Alergias e Doenças Infecciosas, uma das figuras que tem assumido protagonismo durante a crise sanitária, afirmou que “reabertura” de partes do país pode começar de forma gradual em maio.
No país, Congresso segue o debate entre republicanos e democratas sobre um possível novo pacote de estímulo. O partido do presidente quer aumentar o volume de recursos para o programa para pequenas empresas, que já alocou US$ 182 bilhões e pode ter os recursos esgotados até o fim dessa semana. Democratas, por sua vez, querem também mais dinheiro para os governos locais e recursos e legislação para facilitar o voto não presencial na eleição em novembro, o que é rejeitado pelos adversários.
No Brasil, Bolsonaro disse em conferência que “depois de 40 dias, o vírus parece estar indo embora”, mas Mandetta, Ministro da Saúde, que concedeu entrevista ao Fantástico, cobrou “uma fala unificada” e previu dias “muito duros” em maio e junho.
Em relatório divulgado nesse domingo, o Banco Mundial alertou que o PIB brasileiro deve encolher 5% neste ano devido aos efeitos do coronavírus. A projeção da instituição vai ao encontro da visão do ministro da Economia, Paulo Guedes, que teria dito a senadores na última quinta que se a paralisia provocada pelo coronavírus se estender por mais três ou quatro meses, o PIB poderia contrair 4%.
No lado fiscal, o secretário do Tesouro Nacional, Mansueto Almeida, anunciou nesse sábado que a ajuda a Estados e municípios, que deve ser votado nessa semana pela Câmara, pode ter um impacto de até R$ 222 bilhões aos cofres públicos. De acordo com o noticiário local, o governo vai encaminhar aos líderes dos partidos da Câmara e do Senado uma proposta de acordo para transferir até R$ 40 bilhões de recursos diretos para Estados e municípios. Em troca, os governos locais terão que suspender por dois anos os reajustes salariais dos seus servidores públicos.
Além disso, os senadores devem votar hoje a PEC do Orçamento de Guerra e do Banco Central – com possibilidade de alterações que exijam nova votação na Câmara.
Por fim, notícias mostraram aumento nos casos de coronavírus em frigoríficos nos EUA (com fechamento de duas plantas da Cargill e da Smithfield), atingindo inclusive cerca de 50 funcionários da JBS, o que aumentou a preocupação com a cadeia global de alimentos. Estamos monitorando de perto a situação, enquanto o governo dos EUA também se mantém atento para ajudar a conter os casos, disponibilizando testes. Acreditamos que a JBS conseguirá navegar esse curto prazo mais desafiador, devido principalmente ao seu balanço sólido, sua diversificação geográfica e bons fundamentos no médio-longo prazo. Mantemos nossa recomendação de Compra no papel.
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Brasil

- Política Brasil: pacote de socorro aos estados e PEC do Orçamento de Guerra devem ser votados essa semana
- Mercado reduz projeção de PIB para -1,96% em 2020
Internacional

- Petróleo: OPEP+ chega a um acordo para reduzir produção em 9,7 milhões de barris ao dia
Acesse aqui o relatório internacional
Empresas

- JBS (JBSS3): casos de coronavírus são registrados em frigoríficos nos EUA, inclusive nos da JBS
- Sabesp (SBSP3): Regulador autoriza reajuste de 2,5% na tarifa, mas posterga aplicação
Veja todos os detalhes
Brasil
Política Brasil: pacote de socorro aos estados e PEC do Orçamento de Guerra devem ser votados essa semana
- Na política, o Congresso se prepara para duas votações importantes. Na Câmara, deputados tentam chegar a um acordo sobre o pacote de socorro aos estados, que substitui o Plano Mansueto. E os senadores devem votar hoje a PEC do Orçamento de Guerra e do Banco Central -com possibilidade de alterações que exijam nova votação na Câmara;
- E o feriado trouxe novos ruídos para a relação entre Jair Bolsonaro e Luiz Henrique Mandetta. Depois de falas e novos eventos dos quais o presidente participou, o ministro da Saúde, em entrevista, reclamou da dubiedade do discurso do governo.
Mercado reduz projeção de PIB para -1,96% em 2020
- O mercado reduziu sua projeção de inflação para 2020 de 2,72% para 2,52%. Para 2021, a projeção permaneceu em 3,50%;
- A projeção de PIB para 2020 passou de -1,18% para -1,96%, mas para 2021 passou de 2,50% para 2,70%;
- A projeção da taxa de câmbio passou de 4,50 para 4,60 em 2020 e de 4,40 para 4,47 em 2021. Enquanto isso, a projeção da taxa Selic permaneceu em 3,25% ao final de 2020, mas passou de 4,75% para 4,50% ao final de 2021. Clique aqui para acessar a análise completa.
Internacional
Petróleo: OPEP+ chega a um acordo para reduzir produção em 9,7 milhões de barris ao dia
- Os preços de petróleo operam em direções mistas nesta manhã, com o Brent estável aos US$31,31/barril (-0,54%) e o WTI em alta de +1,45% aos US$23,09/barril. Após o início das negociações na última quinta-feira (09) e ao longo do final de semana, os países da OPEP+ conseguiram chegar a um acordo para reduzir sua produção em 9,7 milhões de barris ao dia (mbpd) a partir de 1º de maio, por dois meses. A partir de julho de 2020, o nível de cortes será reduzido para 7,6 mbpd até o final do ano, e depois passará a 5,6 mbpd, vigentes até o final de 2022;
- Além disso, países fora da OPEP+ deverão contribuir para um esforço global para cortes de produção, após reunião dos ministros de energia dos países do G-20 na sexta-feira (10). Tal grupo deverá contribuir com uma redução de produção de cerca de 4 a 5 mbpd, principalmente advinda de países como os Estados Unidos, Canadá, Brasil e Noruega. No entanto, destacamos que várias iniciativas de corte de produção já estavam em curso nestes países devido aos preços baixos da commodity;
- Apesar de sua magnitude histórica, ainda restam muitas dúvidas se o acordo será suficiente para se evitar uma situação de aumento exacerbado dos estoques de petróleo no mundo em vista da queda de demanda global de -20% a -30% como fruto da pandemia do COVID-19, que efetivamente paralisou o transporte aéreo e boa parte do terrestre no mundo. A deterioração de condições econômicas também é fonte de preocupações;
- Assim sendo, apesar dos cortes de produção serem uma iniciativa bem-vinda para os mercados de petróleo, eles podem não ser o suficiente para impulsionar preços no curto prazo em virtude da contínua deterioração da demanda. Por outro lado, caso a pressão sobre preços leve mais poços de petróleo a serem interrompidos por serem antieconômicos, a recuperação dos mercados deverá ser mais acelerada no médio prazo.
Empresas
JBS (JBSS3): casos de coronavírus são registrados em frigoríficos nos EUA, inclusive nos da JBS
- De acordo com a Bloomberg News, houve um aumento nos casos de coronavírus em frigoríficos nos Estados Unidos, com centenas de infecções registradas na última semana. Embora não esteja claro se os casos estejam relacionados com os locais de trabalho, as notícias expõem a vulnerabilidade das cadeias globais de alimentos e levantam preocupações sobre a segurança dos trabalhadores;
- Cerca de 50 casos foram registrados na planta de carne bovina da JBS no Colorado, somados a mais de 160 casos em uma fábrica de carne da Cargill na Pensilvânia, além de 190 casos em uma fábrica de suínos da Smithfield Foods. As fábricas da Cargill e da Smithfield estão sendo fechadas, enquanto a JBS afirmou que continuará suas operações, apesar de ter duas plantas operando em capacidade reduzida. A Smithfield Foods é a maior produtora mundial de carne suína e o fechamento de sua fábrica na Dakota do Sul deve afetar até 5% da produção americana do segmento;
- A JBS disse que estava trabalhando em parceria com o governo federal dos EUA, com o governador do Colorado Jared Polis e com o senador Cory Gardner para garantir testes de Covid-19 para todos os membros da equipe na fábrica de Greeley, os quais devem ser concluídos até segunda-feira. A JBS também “aprimorará ainda mais os esforços de limpeza profunda nas instalações anunciados anteriormente “, a empresa afirmou em comunicado;
- Estamos monitorando de perto a situação. Embora as preocupações tenham de fato aumentado, acreditamos que: (1) o governo dos EUA está trabalhando em estreita colaboração com a empresa para evitar escassez de alimentos no país; (2) a JBS é muito bem diversificada geograficamente e pode realocar a produção para outras plantas; (3) a empresa possui um balanço sólido que deve permitir que ela navegue esse cenário desafiador de curto prazo; (4) finalmente, a disponibilidade de gado permanece alta nos EUA e mesmo em um cenário em que o consumo migrasse de carne bovina para proteínas mais baratas, como carne de porco e aves, a JBS também está bem posicionada nesses segmentos. Mantemos nossa recomendação de Compra para as ações da JBS.
Sabesp (SBSP3): Regulador autoriza reajuste de 2,5% na tarifa, mas posterga aplicação
- A Sabesp informou, via fato relevante, que a Agência Reguladora de Saneamento e Energia do Estado de São Paulo (Arsesp) deliberou pelo reajuste tarifário de 2,4924% para a companhia. No entanto, a Arsesp postergou a publicação das novas tabelas tarifárias para 10 de junho de 2020, considerando ofício da Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente, solicitando a possibilidade de postergação do reajuste por 90 dias, como ação adicional ao Decreto que reconhece o estado de calamidade pública devido à pandemia de COVID-19;
- Segundo a Sabesp, o ajuste compensatório pela postergação da aplicação do reajuste tarifário anual será apurado até 10 de junho de 2020 e o valor a ser compensado será distribuído nas tarifas a serem praticadas no período entre 10 de julho de 2020 e 10 de maio de 2021, data de aplicação dos resultados da 3ª Revisão Tarifária Ordinária;
- Apesar da clareza da decisão e do mecanismo de compensação do diferimento ao longo do ano, acreditamos que as ações da Sabesp poderão reagir de maneira levemente negativa ao anúncio. O motivo é que um reajuste de apenas 2,5% não seria de grande impacto nesse momento, principalmente em vista de já existente isenção à famílias de baixa renda e da pequena representatividade das contas de água e esgoto na renda das famílias. Mantemos nossa recomendação Neutra nas ações da Sabesp.

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