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Mercado reflete eleições no Congresso brasileiro e noticiário de potenciais estímulos nos EUA

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IBOVESPA 2,1% | 117.518 Pontos

CÂMBIO -0,5% | 5,45/USD

O que pode impactar o mercado hoje

O Ibovespa encerrou o pregão de ontem em alta de 2,10%, fechando em 117.518 pontos, num pregão marcado por expectativas em torno da eleição para a presidência do Senado e da Câmara e beneficiado por um cenário externo mais propício à tomada de risco. Os principais destaques positivos do índice foram as ações de ENEV3 (+13,5%), ELET6 (+8,9%) e ELET3 (+7,4%). O mês de fevereiro também iniciou com o dólar comercial em queda de 0,48%, cotado a R$ 5,45, em linha com o desempenho dos principais países emergentes. As taxas futuras de juros fecharam o dia de ontem praticamente estáveis, com viés de alta nos vértices curtos e médios. DI jan/22 fechou em 3,33%; DI jan/24 encerrou em 5,78%; DI jan/26 foi para 6,66%; DI jan/28 fechou em 7,21%.

Nessa terça-feira, os mercados globais amanhecem em alta, com futuros do S&P e Dow Jones subindo 0,8% e 0,7%, respectivamente. Já no resto do mundo, bolsas europeias operam em alta de 1,7%, enquanto as bolsas chinesas sobem 0,8%.

No cenário internacional, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, recebeu nesta segunda-feira (1) o grupo de senadores republicanos que apresentaram um pacote de US$ 600 bilhões em contraproposta ao projeto de US$ 1,9 trilhões do governo. A conversa foi considerada “muito produtiva” tanto pela senadora Susan Collins, que lidera a iniciativa republicana, quanto pela Casa Branca. Apesar de ambas partes indicarem que as discussões devem continuar, divergências relevantes permanecem entre os grupos.

No Congresso, os presidentes das Câmaras do Congresso apresentaram ontem uma resolução orçamentária, o primeiro passo para o reconciliation – manobra que permite aos democratas aprovar projetos de matéria orçamentária com apenas 51 votos no Senado, com certas limitações.

Já em economia internacional, o dia amanhece sem grandes novidades. Os destaques ficam para a 1ª estimativa do PIB da Zona do Euro, que desacelerou 0,7% entre o terceiro e o quarto trimestres de 2020 (acima das expectativas, que previam queda de 1,2% no período). Entre ontem e hoje também foram divulgadas desacelerações do PMI industrial do Brasil, da Zona do Euro e da China em janeiro. Nos Estados Unidos, por outro lado, o PMI industrial subiu de 57,1 em dezembro para o nível recorde de 59,2 em janeiro.

No Brasil, o grande destaque foi no campo da política, com o resultado das eleições da Câmara e do Senado. Arthur Lira e Rodrigo Pacheco se elegeram ontem presidentes da Câmara e do Senado, respectivamente, com votações expressivas — o deputado teve 302 de 513 votos e o senador, 57 de 81 — mas não muito distante dos placares que foram sendo construídos ao longo das últimas semanas.

Em todas as falas que fez ontem, Lira defendeu de maneira genérica o avanço das “reformas”, assim como mencionou — também sem detalhar — a necessidade de ajuda a quem está em situação de desespero econômico por causa da Covid. As falas, sem fincar bandeiras, reforçam nossa impressão de que deve haver um período inicial em que o deputado ouvirá do Planalto as demandas de agenda para negociar prioridades.

Pacheco detalhou um pouco mais a pauta que pretende trabalhar, mas ainda de maneira genérica. Mencionou as três PECs paradas no Senado, entre elas a emergencial, e prometeu chamar para a próxima quinta-feira sessão para votação de duas medidas provisórias, entre elas a 998, do setor elétrico.

Em economia, seguem os ruídos com relação à possível extensão do pagamento do auxílio emergencial. Espera-se que o ministro Paulo Guedes faça hoje um gesto político aos novos presidentes das casas para sinalizar o que é prioritário para o governo na agenda econômica em 2021. Na frente de dados, o destaque foi a divulgação da balança comercial brasileira, que registrou déficit de US$ 1,12 bilhão em janeiro. As importações avançaram 8,3% para US$ 15,93 bi, maior valor desde 2015, enquanto as exportações somaram US$ 14,80 bi e tiveram alta de 12,4%.

Na agenda econômica do dia, serão divulgados a produção industrial brasileira do mês de dezembro e dados da Fenabrave referentes às vendas de veículos em janeiro.

Do lado das commodities, o minério de ferro teve um pregão de forte queda (-4%), negociando abaixo dos US$150 por tonelada. O noticiário reflete os embarques mais fortes de minério de ferro na última semana e reforçam a posição da China com relação à redução de produção de aço em 2021. Nós acreditamos ser muito difícil o país conter o ritmo de produção após os estímulos dos últimos anos. Nossa premissa para minério de ferro a US$120 por tonelada ao final de 2021 segue inalterada. O principal motivo para a queda da commodity é um nível de oferta maior do que 2020, com retomada de produção da Vale, que pode adicionar de 15 a 30 milhões de toneladas no mercado.

Por fim, do lado das empresas, tivemos ontem o resultado do Itaú (ITUB4), que veio sem grandes surpresas no operacional. Do lado positivo, o banco conseguiu crescer sua carteira no trimestre e em um segmento mais rentável de varejo, o que também contribuiu com uma melhor margem financeira. Porém, teve custos acima da expectativa e resultados piores em seguros, o que deteriorou o resultado do trimestre. Por fim, o banco mostrou maiores esforços em ESG, com contribuições focadas na solução dos problemas da região amazônica, melhora da saúde e captação via títulos sustentáveis. Clique aqui para acessar o relatório completo.

Além disso, publicamos ontem o nosso relatório com a prévia de resultados do quarto trimestre. Na nossa visão, a retomada gradual da economia (estimamos que o PIB do 4T20 se recupere +2,1% vs. 3T20), a injeção de capital na economia por meio dos incentivos fiscais e monetários do governo Banco Central e os maiores preços das commodities levem às empresas a reportem resultados que deem continuidade ao movimento de recuperação iniciado no terceiro tri. O mercado, segundo dados da Bloomberg, estima uma leve queda de 1% no lucro operacional (EBITDA) em relação ao 3T20, mas uma alta de 43,7% quando comparado ao 4T19. Setorialmente, esperamos que 3 setores se destaquem: (i) Commodities, (ii) Consumo e (iii) Bancos. Além disso, esperamos que o tema ESG ganhe espaço nos relatórios de resultados, bem como nas teleconferências de resultados, com os investidores demandando cada vez mais um posicionamento e ações por parte das empresas.

Tópicos do dia

Agenda de resultados

Temporada de Resultados do 4° Trimestre – O que esperar?
Calendário do 4T20

Clique aqui para saber mais

Internacional

  1. Política internacional: Biden recebe senadores para discutir pacote de estímulo
    Acesse aqui o relatório internacional

Empresas

  1. Temporada de resultados do 4º trimestre – o que esperar?
  2. Itaú (ITUB4): Olhando para 2021 | Revisão do 4T20
  3. Vitrine XP: O que esperar dos resultados do Varejo no 4T20
  4. 3R Petroleum (RRRP3): Aquisição de 50% do Polo Peroá
  5. Ser Educacional (SEER3): Fechamento da aquisição da UNESC, já esperado
  6. Proteínas (BRFS3, MRFG3, dentre outras): dados da SECEX de janeiro apontam para cenário heterogêneo nas exportações brasileiras de proteínas


Veja todos os detalhes

Internacional

Política internacional: Biden recebe senadores para discutir pacote de estímulo

  • O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, recebeu nesta segunda-feira (1) o grupo de senadores republicanos que apresentaram um pacote de USD 600 bilhões em contraproposta ao projeto de USD 1,9 bilhões do governo.  A conversa foi considerada “muito produtiva” tanto pela senadora Susan Collins, que lidera a iniciativa republicana, quanto pela Casa Branca;
  • Apesar de ambas partes indicarem que as discussões devem continuar, divergências relevantes permanecem entre os grupos;
  • No Congresso, os presidentes das Câmaras do Congresso apresentaram ontem uma resolução orçamentária, o primeiro passo para o reconciliation – manobra que permite aos democratas aprovar projetos de matéria orçamentária com apenas 51 votos no Senado, com certas limitações.

Empresas

Temporada de resultados do 4º trimestre – o que esperar?

  • Após a recuperação do PIB no terceiro trimestre de 2020, +7,7% vs. -9,7% no segundo tri frente aos duros impactos da pandemia, a temporada de resultados do quarto trimestre (4T20) começou no dia 26 de janeiro e esperamos que a retomada gradual da economia (estimamos que o PIB do 4T20 se recupere +2,1% vs. 3T20), a injeção de capital na economia por meio dos incentivos fiscais e monetários do governo Banco Central e os maiores preços das commodities levem às empresas a reportem resultados que deem continuidade ao movimento de recuperação iniciado no terceiro tri;
  • O mercado, segundo dados da Bloomberg, espera a manutenção do mesmo patamar em relação ao terceiro trimestre, mas uma melhora em relação ao mesmo período de 2019, estimando uma leve queda de 1% no lucro operacional (EBITDA) em relação ao 3T20, mas uma alta de 43,7% quando comparado ao 4T19;
  • Setorialmente, esperamos que 3 setores se destaquem: 1) Commodities, 2) Consumo, 3) Bancos. Além disso, esperamos que o tema ESG ganhe espaço nos relatórios de resultados, bem como nas teleconferências de resultados, com os investidores demandando cada vez mais um posicionamento e ações por parte das empresas. Clique aqui para ler o relatório completo com o que esperar dos resultados das empresas no 4º trimestre de 2020.

Itaú (ITUB4): Olhando para 2021 | Revisão do 4T20

  • O Itaú apresentou resultados em linha com as expectativas do mercado, com lucro normalizado de R$ 5,4 bilhões, representando um retorno sob patrimônio líquido de 16,5%;
  • No geral, o resultado foi ajudado por uma carteira de crédito maior do que o esperado e margens mais altas (spread cresceu 5 pontos-base no trimestre). No entanto, a deterioração da linha de seguros e os custos acima do esperado impactaram o trimestre. Embora acreditemos que o resultado operacional foi de alguma forma menos esperado do que possíveis divulgações sobre a cisão da XP e o Guidance para 2021, este último que devem ser divulgados na teleconferência de amanhã;
  • Por fim, esperamos que as ações do banco tenham um desempenho em linha com o índice IFNC e reiteramos nossa recomendação neutra e preço-alvo de R$ 29, pois acreditamos que a ação esteja sendo negociada a um preço justo se considerarmos o setor bancário, que está com menores barreiras de entrada e vários novos competidores. Clique aqui para acessar o relatório completo.

Vitrine XP: O que esperar dos resultados do Varejo no 4T20

  • Nesse relatório, nós discutimos nossa expectativa para todos os resultados da nossa cobertura, explorando as tendências de cada segmento assim como as companhias que devem ser os destaques (e estar na vitrine) dessa temporada de resultados;
  • Na nossa visão, o principal destaque positivo será o setor de supermercados, enquanto o varejo tradicional deve ter os resultados mais fracos;
  • Acreditamos que o Grupo Pão de Açucar, Via Varejo, Grupo Soma e Vivara serão os destaques positivos dessa temporada, e B2W e LAME os negativos. Clique aqui para saber mais.

3R Petroleum (RRRP3): Aquisição de 50% do Polo Peroá

  • A 3R Petroleum anunciou nesta segunda (01), via fato relevante, que através da OP Energia, subsidiária integral da Companhia, assinou o contrato para a aquisição de 50% da participação da Petrobras no Polo Peroá. O Polo é composto pelos campos de produção de Peroá e Cangoá e BM-ES-21 (Plano de Avaliação de Descoberta de Malombe) e está localizado na Bacia do Espírito Santo. Atualmente a Petrobras é operadora do ativo com 100% de participação, após a conclusão da transação, a OP Energia tornar-se a operadora dos campos em consórcio com a DBO Energia, cuja participação será de 50% do Polo;
  • O valor total da transação é de US$ 55 milhões, sendo (i) US$ 5 milhões pagos na presente data; (ii) US$ 7,5 milhões no fechamento da transação; e (iii) US$ 42,5 milhões em pagamentos contingentes previstos em contrato, sendo 50% do valor a ser horando pela 3R e 50% pela DBO. Os valores não consideram eventuais ajustes e correções até o fechamento da transação;
  • Os pagamentos contingentes dividem-se em: (a) US$ 20 milhões a serem pagos caso ocorra a declaração de comercialidade do campo de Malombe, (b) US$ 12,5 milhões a serem pagos caso o Brent alcance US$ 48 na média de 12 meses a qualquer tempo a partir da data do closing da operação, e (b.1) a renovação dos contratos de concessão dos campos ou (b.2) a ocorrência da hipótese (a) acima; e (c) US$ 10 milhões se o Brent alcançar US$ 58 na média acima detalhada;
  • Os campos de Peroá e Cangoá estão localizados em águas rasas e registraram produção em novembro de 2020 de aproximadamente 900 mil m³/dia de gás natural (~5.600 boe/d). O Polo é operado remotamente através de uma plataforma não habitada e sua produção é escoada através de dutos para unidade de tratamento de gás de Cacimbas. Segundo a companhia, o processo de certificação de reservas do Polo está em andamento e será divulgado ao mercado tão logo seja concluído;
  • Vemos a aquisição como positiva para a companhia, por marcar a entrada da 3R no Estado do Espírito Santo. A transação vai de encontro à nossa tese de investimentos, segundo a qual consideramos a 3R Petroleum uma consolidadora das oportunidades do plano de venda de ativos da Petrobras. Por outro lado, notamos que necessitamos de mais detalhes para avaliar o real impacto da aquisição para as nossas estimativas e preço-alvo de 3R Petroleum. Mantemos nossa recomendação de Compra nas ações da 3R Petroleum (RRRP3) com um preço-alvo de R$55,00/ação.

Ser Educacional (SEER3): Fechamento da aquisição da UNESC, já esperado

  • Ontem (01), a Ser concluiu a aquisição da UNESC (anunciada no meio de dezembro de 2020), localizada nas maiores cidades de Rondônia e entidade mantenedora da: (i) Faculdade de Educação e Cultura de Porto Velho, (ii) Faculdade de Educação e Cultura de Vilhena, (iii) Faculdades Integradas de Cacoal, e (iv) Faculdade de Educação e Cultura de Ji-Paraná;
  • A UNESC tem uma receita líquida estimada de R$42 milhões para 2020, com aproximadamente 2,9 mil alunos sendo 162 de medicina em 60 vagas anuais;
  • A Ser vai pagar o total de R$120 milhões, dos quais: R$70 milhões à vista e R$50 milhões em quatro parcelas anuais corrigidas pela inflação (IPCA), implicando em um EV/vaga de medicina de R$2 milhões/vaga, em linha com aquisições recentes;
  • A Ser também se comprometeu a pagar até R$85 milhões adicionais se a companhia conseguir adicionar 100 novas vagas de medicina, diluindo o múltiplo para R$1,3 milhão/vaga, o que vemos como positivo;
  • No entanto, como já era esperado e nós já havíamos considerado o fechamento dessa aquisição, e consequentemente, o seu impacto nos resultados projetados da Ser, reiteramos a nossa recomendação de Neutra para SEER3 com um preço-alvo de R$17,0/ação.

Proteínas (BRFS3, MRFG3, dentre outras): dados da SECEX de janeiro apontam para cenário heterogêneo nas exportações brasileiras de proteínas

  • Conforme dados preliminares da SECEX para as exportações brasileiras em janeiro, em reais, os preços das três proteínas se encontram em patamares elevados. Por outro lado, em dólares, apenas a carne bovina e a suína vem conseguindo sustentar preços, sinalizando potencialmente que a demanda internacional segue aquecida para as duas categorias, mas ainda atrasada para frango;
  • Na nossa visão, tal situação poderia ser revertida em função da pressão de custos gerada pela alta do preço dos grãos (milho e soja), a qual deveria dar sustentação aos preços da carne de frango e suína no mercado internacional. Confira todos os detalhes no Expresso Alimentos & Bebidas desta semana clicando aqui;
  • Vale lembra que, em janeiro de 2020, o câmbio estava próximo de R$ 4,15, enquanto um ano depois, a média mensal foi de cerca de R$ 5,36, 4% acima da média de dezembro de 2020 de R$ 5,14. Ou seja, a desvalorização cambial também vem impulsionando os preços em reais das exportações de proteínas;
  • Em janeiro de 2021 foram exportadas 107 mil toneladas de carne bovina (+1% versus janeiro/2020, considerando a média diária) a um preço médio de US$ 4.510 por tonelada (estável versus dezembro/2020, mas 6% abaixo de janeiro/2020). Em reais, por outro lado, o preço aumentou 21% A/A e 4% M/M, atingindo R$ 24.174 por tonelada;
  • Adicionalmente, foram exportadas 56 mil tonelada de carne suína (+4% versus janeiro/2020) a um preço médio de US$ 2.459 por tonelada (+2% M/M mas -4% A/A) ou R$ 13.181 por tonelada (+6% M/M e +24% A/A);
  • Por fim, foram exportadas 269 mil toneladas de carne de aves (-3% versus janeiro/2020) a um preço médio de US$ 1.457 por tonelada (-10% A/A mas +3% M/M) ou R$ 7.811 por tonelada (+8% M/M e +16% A/A).
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