IBOVESPA 2,2% | 115.202 Pontos
CÂMBIO 0,3% | 5,68/USD
O que pode impactar o mercado hoje
O Ibovespa encerrou a sequência de quedas e teve a melhor semana desde janeiro (+4,7%), terminando sexta-feira aos 115.202 pontos. A Bolsa subiu em meio à alta do petróleo, com o Brent chegando a US$ 69 por barril, além da aprovação da PEC Emergencial no Senado brasileiro. Esta, por sua vez, foi aprovado sem o “fatiamento” e mantendo o Bolsa Família dentro da regra do teto de gastos, o que amenizou preocupações fiscais. A proposta agora passa para a Câmara dos Deputados onde dever ser aprovada rapidamente e sem alterações.
No cenário global, a alta nos preços internacionais do petróleo teriam sido afetados por um ataque de míssil a uma das mais protegidas estruturas de produção da Arábia Saudita. O ataque foi interceptado, e a produção aparentemente não foi afetada, segundo a Bloomberg News. Vale lembrar que, semana passada, o preço do petróleo já tinha subido em função da reunião da OPEP, sendo que tal alta da commodity renova o risco de inflação global.
No Brasil, o noticiário econômico se manteve relativamente leve no fim de semana. O tema central tem sido a desaceleração da economia, em meio à piora da pandemia a ao risco fiscal. Os destaques da semana são a tramitação da PEC Emergencial na Câmara (conforme discutimos abaixo) e o IPCA de fevereiro, que será divulgado na quinta-feira. Também são importantes a sondagem do setor de serviços (terça-feira) e as vendas no varejo (sexta-feira), ambos referentes à janeiro.
Na política, o foco é a PEC Emergencial, que começa sua tramitação na Câmara depois da aprovação no Senado na semana passada. O presidente Arthur Lira apresentou calendário que prevê levar o texto diretamente ao plenário, com discussão e votação da admissibilidade (o equivalente à CCJ) na terça-feira para votação do mérito da proposta, em dois turnos, no dia seguinte. O relator Daniel Freitas (PSL-SC) disse que vai “tentar acelerar o mais rápido possível o andamento da PEC” e prometeu apresentar hoje aos colegas a minuta de seu parecer. Ele se reúne às 15h30 com o presidente Jair Bolsonaro.
Do lado internacional, o Senado dos EUA aprovou neste sábado (6) um pacote de estímulo à economia de USD 1.9 trilhão. O texto segue para a Câmara dos Representantes e, em seguida, deve ser enviado ao presidente Joe Biden para sanção – leia mais sobre o tema clicando aqui. A aprovação é considerada um vitória política para Biden; no entanto, o processo expôs claras divergências entre as diferentes alas de seu partido e entre democratas e republicanos. Nesse contexto, o debate sobre o filibuster – um recurso de obstrução parlamentar utilizado no Senado americano que apenas pode ser vencido por 60 votos (leia mais sobre o recurso clicando aqui) – foi reanimado. Apesar de democratas moderados manifestarem oposição à eliminação do recurso, ganha força a ideia de limitar seu uso.
Do lado das empresas, atualizamos nossa visão sobre o setor de siderurgia para incorporar os fortes resultados do quarto trimestre e preços mais altos de commodities. Com recomendações inalteradas, temos Compra para Gerdau (preço-alvo de R$32 por ação) e Metalúrgica Gerdau (preço-alvo de R$14,5) e Neutro para Usiminas (preço-alvo de R$16,5) – clique aqui para acessar o relatório completo.
Por fim, na semana passada tivemos a Expert ESG, com cada um dos três primeiros dias focados, respectivamente, nos pilares ambiental (E), social (S) e governança (G). Para fechar o evento, no quarto dia foram abordados os principais impactos do ESG no investimentos; destacamos três principais conclusões: (i) investimento sustentável será apenas investimento; (ii) do risco-retorno ao risco-retorno e impacto; e (iii) não existe uma receita de bolo quando o tema é metodologia para integração ESG no processo de decisão de investimento.
Tópicos do dia
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Temporada de Resultados do 4° Trimestre – O que esperar?
Calendário do 4T20
Resumo dos resultados do 4º tri de 2020: Superando nossas estimativas até o momento
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Internacional

- Política internacional: Senado aprova pacote de estímulo à economia de USD 1.9 trilhão
- Petróleo: Preços continuam subindo, impulsionados nesta manhã por ataque a instalações sauditas
Acesse aqui o relatório internacional
Empresas

- Expert ESG: Feedback do 4º dia do evento; Investimentos ESG: Uma viagem só de ida
- Petrobras (PETR4): União Indica seis membros para Conselho de Administração
- Siderurgia (GGBR4, GOAU4, USIM5): Atualização do setor de Siderurgia. O que esperar para 2021?
Veja todos os detalhes
Internacional
Política internacional: Senado aprova pacote de estímulo à economia de USD 1.9 trilhão
- O Senado dos EUA aprovou neste sábado (6) o Pacote de Resgate Americano, um pacote de estímulo à economia de USD 1.9 trilhão. O texto segue para a Câmara dos Representantes, que deve aprovar as modificações feitas pelos senadores na terça-feira, e, em seguida, deve ser enviado ao presidente Joe Biden para sanção. Leia mais sobre o tema aqui;
- A aprovação é considerada um vitória política para Biden. No entanto, o processo expôs claras divergências entre as diferentes alas de seu partido e entre democratas e republicanos, o que deve dificultar o andamento de outras pautas no Legislativo. Nesse contexto, o debate sobre o filibuster – um recurso de obstrução parlamentar utilizado no Senado americano que apenas pode ser vencido por 60 votos (Leia mais sobre o recurso aqui) – foi reanimado. Apesar de democratas moderados manifestarem oposição à eliminação do recurso, ganha força a ideia de limitar seu uso;
- No lado das tensões entre Beijing e Washington, um dos principais diplomatas da China disse que os EUA está “jogando com fogo” ao intensificar relações políticas e comerciais com Taiwan. O território vem ganhando destaque na disputa entre as maiores economias do mundo, um movimento intensificado pela busca dos EUA pela redução de dependência de suas cadeias de tecnologia sobre a China;
- E na Europa o partido de Angela Merkel, a União Democrata Cristã (CDU), foi abalado por um escândalo de corrupção a seis meses da eleição presidencial na Alemanha. Dois parlamentares do partido apresentaram sua renúncia neste domingo (7) após um artigo indicar que haviam se beneficiado pessoalmente de contratos públicos por máscaras. O escândalo ocorre a apenas uma semana de duas eleições regionais que devem ser realizadas no dia 14 de março e deve testar a liderança de Armin Laschet, escolhido para sucessão de Merkel.
Petróleo: Preços continuam subindo, impulsionados nesta manhã por ataque a instalações sauditas
- Os preços do petróleo bruto continuam em alta após a reunião da OPEP + na semana passada, com os preços do Brent ultrapassando o limite de US$ 70 / bbl no pregão desta manhã (08/03). Nesta manhã, o movimento de alta foi atribuído a um ataque ao maior terminal de petróleo do mundo na Arábia Saudita;
- De acordo com autoridades sauditas, um tanque de armazenamento em Ras Tanura (localizado na costa do Golfo Pérsico) foi atacado por um drone atacado no domingo (7 de março), embora a instalação não tenha sido afetada após a interceptação dos mísseis. O terminal tem uma capacidade total de exportação de 6,5 milhões de barris por dia (mbpd), cerca de 6 a 7% da demanda global de petróleo bruto;
- De acordo com a Bloomberg, o ataque recente segue uma escalada recente nas tensões no Oriente Médio depois que os rebeldes Houthi do Iêmen lançaram uma série de ataques contra a Arábia Saudita em setembro de 2019;
- Da perspectiva da Petrobras, a contínua alta dos preços do petróleo coloca pressão adicional sobre a política de preços de combustíveis da empresa. Com base em nossos cálculos, a companhia precisaria realizar um reajuste nos preços de diesel de +13,0% para retornar à paridade de importação, enquanto os preços de gasolina precisariam de uma elevação de +11,0%. Continuamos vendo uma perspectiva incerta para a manutenção pela Petrobras de uma política de precificação de combustíveis alinhada com as referências internacionais, e mantemos nossa recomendação de venda nas ações, com preço-alvo de R$24/ação.
Empresas
Expert ESG: Feedback do 4º dia do evento; Investimentos ESG: Uma viagem só de ida
- Na semana passada tivemos a Expert ESG, com cada um dos dias focados no pilar ambiental (E), social (S) e governança (G) e, para fechar o evento, o quarto e último dia focou em unir esses três pilares e aterrizá-los aos investimentos. Vários foram os tópicos abordados ao longo do dia, e destacamos três principais conclusões:
- Investimento sustentável será apenas investimento. No futuro, espera-se que o tema ESG não precise ser discutido de forma separada, mas que ele seja parte totalmente integrada ao processo de investir, afinal entender o ESG proporcionará uma visão mais abrangente sobre os investimentos. Nas palavras de Fiona Reynolds, “Investimento responsável já está no caminho certo para se tornar investimento padrão”;
- Do risco-retorno ao risco-retorno e impacto. As empresas que têm boa avaliação nos critérios ESG são aquelas que fazem parte da solução, e não parte do problema. Para aderir aos critérios ESG, as instituições não precisam abrir mão de nada, pelo contrário, estarão trilhando o caminho da alta performance, dado que existe uma forte relação entre a adoção de práticas ESG e performance financeira por parte das empresas. De fato, a forma atual de pensar os investimentos é otimizar o risco e o retorno, e a maioria dos investidores faz isso. No entanto, é necessário alocar capital também para otimizar os impactos;
- Não existe uma receita de bolo. Assim como é o caso no processo de decisão de investimento tradicional, a aplicação do critério ESG também possui fator subjetivo importante e varia significativamente de acordo com o estilo dos gestores. Não existir uma abordagem única no tratamento de investimentos responsáveis, mas diversas abordagens. Para Hilde Jenssen, da Nordea, dois fatores são importantes no processo: (1) a parte quantitativa, que se baseia em tecnologia para analisar e tratar dados durante a fase inicial de geração de ideias de investimento; e (2) a parte qualitativa, que é ainda mais importante e responsável pela maior geração de valor.
- Clique aqui para ler o relatório com o feedback completo do quarto e último dia da Expert ESG. Para acessar os feedbacks dos demais dias, clique aqui: Ambiental, Social e Governança.
Petrobras (PETR4): União Indica seis membros para Conselho de Administração
- Na manhã desta segunda-feira (08/03), a Petrobras divulgou comunicado ao mercado informando a respeito do recebimento de ofício pelo Ministério de Minas e Energia e do Ministério da Economia de seis indicações para a função de Conselheiros de Administração, para deliberação na próxima Assembleia Geral Extraordinária;
- As seis indicações são: (i) Eduardo Bacellar Leal Ferreira – Presidente do Conselho; (ii) Joaquim Silva e Luna; (iii) Ruy Flaks Schneider; (iv) Márcio Andrade Weber; (v) Murilo Marroquim de Souza e (vi) Sonia Julia Sulzbeck Villalobos Villalobos (sendo esta indicada pelo Ministério da Economia);
- Acreditamos que o mercado deverá monitorar com atenção as indicações da União para o Conselho da Petrobras, em particular no caso de membros que não faziam parte do Conselho anteriormente e excetuando o General Joaquim de Silva e Luna, cuja indicação já era de conhecimento amplo para a posição de Conselheiro e Presidente da Petrobras. Por hora, ainda não há data agendada para a realização de Assembleia Geral Extraordinária (AGE) para deliberar sobre a indicação dos Novos Conselheiros e do novo Presidente da Petrobras em substituição ao Sr. Roberto Castello Branco;
- Mantemos recomendação de Venda nas ações da Petrobras, com preços-alvo de R$24/ação para PETR4 e PETR3.
Siderurgia (GGBR4, GOAU4, USIM5): Atualização do setor de Siderurgia. O que esperar para 2021?
- Neste relatório, atualizamos as nossas estimativas para as ações da Gerdau, Met. Gerdau e Usiminas. Todas as recomendações ficaram inalteradas. Confira abaixo as novas premissas utilizadas para cada empresa:
- Elevamos o preço-alvo da Gerdau (GGBR4) para R$32/ação (de R$25/ação) com a alta nos preços do aço e melhores vendas de aços longos. Temos um aumento de 6% A/A nas vendas de aço no Brasil em 2021E (vs. + 5% A/A anteriormente). O setor de aço no Brasil tem espaço para aumentos de preços devido ao dólar mais alto e aos preços internacionais saudáveis. Vemos a Gerdau sendo negociada a 6,0x EV/EBITDA 2021E, abaixo da média histórica;
- Para Metalúrgica Gerdau (GOAU4), mantivemos nosso desconto justo de 20%, em linha com a média histórica, e atualizamos nosso preço-alvo para R$14,5/ação (de R$11,7/ação);
- Estamos aumentando nosso preço-alvo de Usiminas (USIM5) para R$16,5/ação (de R$12/ação) com os novos preços de commodities e uma recuperação mais rápida do que o esperado no setor automotivo. Em nossa opinião, os preços mais altos do minério de ferro e os aumentos nos preços do aço devem melhorar os resultados da empresa em 2021. Nosso novo EBITDA 2021E de R$5,0 bilhões implica uma margem de 23% (vs. 20% anteriormente). Temos uma recuperação gradual dos volumes em 2021E (+6% A/A) com expectativa de melhor demanda e um movimento de reabastecimento no setor automotivo. Esperamos alta de 40% nos preços do aço para montadoras em abril. Mantemos a recomendação Neutra.

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