IBOVESPA +0,05% | 146.491 Pontos
CÂMBIO +0,89% | 5,33/USD
O que pode impactar o mercado hoje
Ibovespa
O Ibovespa encerrou a quarta-feira próximo à estabilidade, com leve alta de 0,05%, aos 146.491 pontos. O desempenho foi sustentado por Petrobras (PETR3, +2,6%; PETR4, +2,3%), após a valorização dos preços do petróleo e a aprovação, pelo Ibama, do resultado da simulação da companhia na Foz do Amazonas.
O destaque positivo do dia foi Cosan (CSAN3, +5,7%), em movimento de recuperação após a queda de 18,1% na segunda-feira (22), quando anunciou um aumento de capital de R$ 10 bilhões a R$ 5,00 por ação. Na ponta negativa, Natura (NATU3, -2,5%) devolveu parte dos ganhos recentes: desde a forte alta de 16,5% na última quinta-feira (18), após anunciar a venda da Avon International (exceto a operação na Rússia), o papel já acumula queda de 13,2%.
Nesta quinta-feira, a agenda econômica inclui a divulgação do IPCA-15 de setembro e o Relatório Trimestral de Política Monetária do Banco Central.
Renda Fixa
As taxas futuras de juros encerraram a sessão de quarta-feira com abertura ao longo da curva. No Brasil, a curva foi influenciada principalmente pelo cenário externo. No âmbito local, o parecer da MP 1303 — que propõe tributação de 7,5% sobre LCAs e LCIs — foi publicado, com votação adiada para 30/09.
Nos Estados Unidos, autoridades do Fed, incluindo Jerome Powell, adotaram tom conservador quanto à continuidade dos cortes de juros, elevando a cautela dos investidores. Críticas de membros do governo à atuação do Fed também geraram ruídos no mercado. Por lá, os rendimentos das Treasuries de dois anos terminaram o dia em 3,60% (+1,8bp vs. pregão anterior), enquanto os de dez anos em 4,15% (+4,6bps). Na curva local, o DI jan/26 encerrou em 14,9% (+0,8bp vs. pregão anterior); DI jan/27 em 14,01% (+3bps); DI jan/29 em 13,18% (+4,1bps); DI jan/31 em 13,35% (+2,5bps).
Mercados globais
Nesta quinta-feira, os futuros nos EUA recuam (S&P 500: -0,1%; Nasdaq 100: -0,2%), após dois dias de queda dos índices, puxados pela realização em ações ligadas à inteligência artificial como Nvidia, Oracle e Micron. O movimento reflete preocupações com valuations elevados e relações circulares no setor após recentes anúncios de investimentos. No pré-mercado, Intel avança 3,7%, com alta de 6,4% no dia anterior, após notícias de que busca um aporte da Apple. Investidores aguardam dados semanais de pedidos de seguro-desemprego e o PCE, índice de inflação preferido do Fed, que será divulgado na sexta-feira.
Na Europa, as bolsas operam em queda (Stoxx 600: -0,5%), com perdas generalizadas, embora o setor de varejo tenha se destacado (+1,2%) após os resultados melhores que o esperado da H&M (+10,5%). Já empresas de tecnologia médica sofreram forte queda depois dos EUA abrirem uma investigação de segurança nacional sobre importações do setor, levantando temores de novas tarifas. Investidores também acompanham indicadores de confiança do consumidor na Alemanha e França, que seguem em níveis historicamente baixos.
Na China, os mercados fecharam mistos (CSI 300: +0,6%; HSI: -0,1%), com destaque para a estreia da montadora Chery em Hong Kong, que chegou a subir 11% antes de reduzir ganhos e fechar em alta de 3,8%. Xiaomi avançou 3,7% após lançar novos smartphones e eletrodomésticos, mirando a concorrência com a Samsung. No continente, a recuperação foi mais ampla, com ganhos em empresas de consumo e tecnologia.
IFIX
O IFIX fechou a quarta-feira com avanço marginal de 0,03%, acumulando alta de 2,53% em setembro e 14,38% no ano. O movimento ocorreu em um dia de agenda doméstica sem grandes eventos para FIIs, mas sob influência do tom mais conservador adotado por autoridades do Fed em relação à política monetária.
No campo regulatório, ganhou destaque a divulgação do parecer da MP 1.303, cuja votação foi adiada para 30/09. O texto apresentado manteve a isenção de IR sobre dividendos de FIIs e Fiagros, desde que os fundos possuam pelo menos 100 cotistas.
No desempenho setorial, os fundos de tijolo registraram alta média de 0,19%, enquanto os fundos de papel recuaram 0,08%. Entre as maiores valorizações, destacaram-se TOPP11 (1,6%), RBRP11 (1,6%) e RBFF11 (1,4%). Já entre as principais quedas, figuraram JSAF11 (-1,8%), KIVO11 (-1,6%) e BROF11 (-1,4%).
Economia
Ontem, a chamada PEC da Blindagem, que permitiria ao Congresso interromper processos criminais contra deputados e senadores, foi rejeitada pela Comissão de Constituição e Justiça do Senado. Houve 26 votos contra a proposta, e nenhum a favor. Com a unanimidade, o regimento determina o arquivamento da proposta.
Hoje, o Banco Central divulgará o Relatório de Política Monetária (RPM) do 3º trimestre. O mercado estará bastante atento à provável revisão nas estimativas de hiato do PIB, que parecem ter contribuído para a manutenção da projeção de inflação em 3,4% no atual horizonte relevante de política monetária (1º trimestre de 2027). O IPCA-15 de setembro (prévia da inflação mensal) também será publicado pela manhã. Esperamos alta de 0,50% em comparação a agosto e de 5,35% no acumulado em 12 meses. Novamente, os grupos de preços de alimentos e bens industrializados devem apresentar dinâmica benigna, enquanto os grupos de serviços (especialmente os mais sensíveis ao mercado de trabalho) tendem a seguir pressionados.
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Economia
Relatório de Política Monetária e IPCA-15 de setembro no centro das atenções
- Ontem, a chamada PEC da Blindagem, que permitiria ao Congresso interromper processos criminais contra deputados e senadores, foi rejeitada pela Comissão de Constituição e Justiça do Senado. O texto foi arquivado, sem análise do plenário. Houve 26 votos contra a proposta, e nenhum a favor. Com a unanimidade, o regimento determina o arquivamento da proposta;
- O Tribunal de Contas da União (TCU) declarou que o governo deve perseguir o centro da meta de resultado primário, e não o piso inferior, para fins de realização de bloqueios e contingenciamentos quando da divulgação dos relatórios bimestrais de avaliação de receitas e despesas. Segundo o TCU, a adoção do limite inferior da banda de tolerância “revela-se incompatível com o regime jurídico-fiscal vigente”. Integrantes da equipe econômica do governo avaliam que a decisão não tem aplicação imediata, já que ainda cabe recurso. O prazo regimental, para apresentação das contestações, consiste em 15 dias corridos após ciência da decisão;
- Segundo o portal de notícias “Metrópoles”, o ex-presidente Jair Bolsonaro deu aval para o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, disputar a corrida presidencial com seu apoio. O acordo teria sido feito com os líderes dos partidos políticos PP e União Brasil, com dúvida sobre o momento de anúncio da decisão. No entanto, pouco depois, o senador Flávio Bolsonaro afirmou nas redes sociais que a notícia era falsa;
- Hoje, o Banco Central divulgará o Relatório de Política Monetária (RPM) do 3º trimestre. O mercado estará bastante atento à provável revisão nas estimativas de hiato do PIB, que parecem ter contribuído para a manutenção da projeção de inflação em 3,4% no atual horizonte relevante de política monetária (1º trimestre de 2027). O IPCA-15 de setembro (prévia da inflação mensal) também será publicado pela manhã. Esperamos alta de 0,50% em comparação a agosto e de 5,35% no acumulado em 12 meses. Novamente, os grupos de preços de alimentos e bens industrializados devem apresentar dinâmica benigna, enquanto os grupos de serviços (especialmente os mais sensíveis ao mercado de trabalho) tendem a seguir pressionados. Prevemos elevação de 4,8% para o IPCA de 2025;
- No cenário internacional, destaque para a divulgação de indicadores de atividade econômica nos Estados Unidos: leitura final do PIB do 2º trimestre (expectativa: crescimento de 3,3% em relação ao trimestre anterior, em termos dessazonalizados e anualizados); encomendas de bens duráveis em agosto (exp: -0,5% m/m); pedidos iniciais de seguro-desemprego na semana passada (exp: 235 mil); vendas de casas existentes em agosto (exp: -0,2% m/m); e sondagem industrial do Fed de Kansas (exp: -5,0 no índice geral).
Commodities
Mineração e Siderurgia: demanda por aço enfraquece com longos sendo favorecidos em relação aos planos em ago’25
Insights do Aço Brasil
- Para ago’25, notamos uma fraca demanda aparente de aço no Brasil, embora favoreçamos aços longos vs. aços planos.
- (i) Para planos, a demanda diminuiu (-10% A/A, -4% M/M), com a penetração das importações ainda alta (~22% em ago’25 – que esperamos permanecer elevada nos próximos meses), com melhora limitada nas vendas domésticas (+1% M/M e -6% A/A).
- (ii) Para longos, a demanda também se contraiu (-14% A/A, -11%% M/M), com a penetração das importações caindo para ~11% (-3 p.p. M/M em ago’25), e os volumes de exportação caindo -40% M/M, com algumas tentativas de ajustes para cima nos preços dos vergalhões devido aos atuais (baixos) níveis de paridade.
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Empresas
Bens de Capital: vendas de caminhões pioram no Brasil e no exterior
Acompanhamento Mensal do Setor Automotivo
- Nesta edição do nosso Acompanhamento Mensal do Setor Automotivo, destacamos:
- (i) a piora do ambiente para caminhões no Brasil (produção de -23% e vendas de -22% A/A em ago’25, contrastando com o melhor desempenho relativo dos meses anteriores em relação aos implementos rodoviários, que seguem pressionados com vendas de -27% A/A), com a Anfavea destacando este mês como o segmento mais afetado pela alta dos juros, aumento dos níveis de inadimplência e desaceleração da atividade econômica;
- (ii) vendas de caminhões mais fracas também nos EUA (-16% A/A em ago’25) em meio a níveis elevados de estoque dos clientes, enfraquecimento da demanda de frete e desaceleração da atividade de construção, levantando preocupações sobre uma nova desaceleração econômica;
- (iii) tendências divergentes para os dados de produção de ônibus de acordo com Fabus (carrocerias) e Anfavea (chassis), um ponto de atenção em termos de cadeia de suprimentos; e
- (iv) Volare se destacando nos dados de produção da Marcopolo em ago’25 (+187% A/A). Finalmente, observamos
- (v) um desempenho marginalmente melhor das vendas de veículos leves nos EUA (+3% A/A em ago’25, apesar de desacelerar vs. +7% A/A em jul’25), refletindo potencialmente um ambiente tarifário mais estabilizado.
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Banco do Brasil (BBAS3): recuperação de BBAS – uma maratona, não um sprint
- Durante seu Investor Day, realizado hoje (24) em Nova York, o Banco do Brasil reforçou 2025 como um ano de transição:
- De modo geral, o BB posiciona 2025 como um ponto de inflexão, com o objetivo de restaurar a rentabilidade, a flexibilidade de capital e o ímpeto de crescimento a partir de 2026;
- O banco reiterou sua meta de crescimento no segmento de PF, especialmente por meio de empréstimo consignado privado, enquanto a MP 1314 oferece alívio regulatório e ferramentas para ajudar a restaurar a capacidade de pagamento dos produtores;
- Além do crédito, a diversificação de receitas em todo o conglomerado tem sustentado a resiliência diante do estresse na carteira agro;
- O banco também destacou sua transformação cultural e aceleração digital;
- Em relação ao capital, os executivos reiteraram que a geração orgânica de lucros é a principal alavanca, enquanto a política de dividendos permanece ancorada em um payout mínimo de 30%.
- Conforme discutido em nossa última atualização, o P/L parece esticado em relação à sua média histórica, e a combinação de recuperação lenta, ROE abaixo do Ke e DY modesto (5,5% para 2026) nos leva a manter o rating Neutro enquanto aguardamos sinais mais claros de melhorias;
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Receita Federal tenta estender passivos fiscais do GPA para a Assaí
- O Assaí anunciou que entrou com uma medida cautelar contra o Casino e o GPA (link). O pedido busca: (i) bloquear a venda da participação de 22,6% do Casino no GPA, a menos que os recursos sejam depositados em juízo ou garantias adequadas sejam apresentadas; e (ii) obrigar o GPA a apresentar garantias que isentem o Assaí de eventuais contingências fiscais anteriores ao spin-off;
- Esperamos que a ação reaja negativamente amanhã, refletindo o aumento da percepção de risco, já que o Assaí pode, em última instância, ser responsabilizado pelas obrigações fiscais do GPA, em um momento em que os investidores já estão focados na deflação sequencial dos alimentos;
- Dito isso, mantemos nossa recomendação de COMPRA, pois não prevemos impacto em caixa ou na DRE no curto a médio prazo, enquanto o Assaí parece ter argumentos sólidos para evitar qualquer responsabilidade;
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NDR com o CEO da Intelbras
- Nos reunimos com o novo CEO da Intelbras, Henrique Fernandez, e o Head de RI, Bruno Teixeira, no Rio de Janeiro, como parte de um NDR:
- As reuniões deram aos investidores uma visão clara de como a empresa está mudando de uma mentalidade de crescimento a qualquer custo para um modelo mais equilibrado, ancorado no ROIC e na disciplina de execução;
- A gestão destacou medidas como a eliminação, até o 1T26, de mais de 200 SKUs que são irrelevantes para a receita, além de enfrentar desafios como a complexidade do portfólio e retornos diluídos, com foco em simplificar operações;
- Essa transição não deve impactar negativamente os lucros, mas sim preparar o terreno para um crescimento sustentável e rentável.
- A Intelbras não espera novos baixas relevantes, sendo que a maior parte já foi realizada no segmento Solar, e com um portfólio mais enxuto e controle mais rigoroso do capital de giro, a empresa pretende estabilizar o estoque e melhorar a geração de caixa;
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Renda fixa
De Olho na Renda Fixa: principais notícias de crédito privado, mercados e renda fixa
- Stocks take a breather as bond yields inch higher (Reuters) ;
- Captações com bonds se aproximam de US$ 8 bi em setembro e volume deve aumentar até fim do mês (Valor Econômico);
- Movida vai emitir R$ 1 bi e Profarma busca R$ 440 milhões com debêntures (Valor Econômico) ;
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Alocação & Fundos
Principais notícias
- Fundos Imobiliários (FIIs): confira as principais notícias
- Entenda as mudanças em fundos imobiliários que estão em jogo com a MP 1303 (Valor Investe);
- XPML11 anuncia nova oferta milionária; confira quem vai participar (Suno);
- IFIX tem dia de alta leve, após relatório de MP que isenta dividendos (FIIs);
- Clique aqui para acessar o relatório.
ESG
China planeja reduzir até 10% das emissões até 2035 e dobrar capacidade de solar e eólica | Café com ESG, 25/09
- O mercado fechou o pregão quarta-feira em território misto, com o IBOV avançando 0,05%, enquanto o ISE recuou 0,42%;
- No Brasil, a SLC Agrícola, maior produtora de commodities do Brasil, acaba de concluir a maior operação de mensuração de carbono já realizada no agronegócio brasileiro – com a aposta na agricultura regenerativa, em 2024, a SLC capturou mais de 500 mil toneladas de CO₂, um aumento de 122% em relação a 2019;
- No internacional, (i) o presidente da China, Xi Jinping, estabeleceu metas conservadoras para a redução de emissões do segundo maior emissor mundial, enquanto fez uma crítica velada à falta de ação dos EUA sob o governo de Donald Trump – em um discurso na cúpula climática da ONU, Xi afirmou que a China reduzirá suas emissões de gases de efeito estufa em até 10% na próxima década, além de dobrar sua capacidade instalada de energia solar e eólica em relação aos níveis atuais; e (ii) o assessor especial da ONU para sustentabilidade e economista da Universidade Columbia, Jeffrey Sachs, afirmou que os ataques da administração Trump à ciência climática não afetaram o compromisso de outros países em reduzir suas emissões – apesar da ação multilateral em questões de sustentabilidade estar enfrentando um momento difícil, Sachs afirmou que o mundo está “avançando rapidamente”;
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