IBOVESPA -1,6% | 122.799 Pontos
CÂMBIO -1,49% | 5,91/USD
O que pode impactar o mercado hoje
Ibovespa
O Ibovespa encerrou a semana passada em queda de 3,4% em reais e 6,4% em dólares, aos 122.799 pontos. Em fevereiro, o índice recuou 2,6% em reais e 3,5% em dólares. O destaque positivo da semana foi Embraer (EMBR3, +18,2%), impulsionada pela divulgação de fortes resultados do 4T24 (veja mais detalhes aqui). Por outro lado, MRV (MRVE3, -21,4%) foi o destaque negativo, após reportar um prejuízo líquido maior do que o esperado no 4T24 (veja aqui).
Clique aqui para acessar o Resumo Semanal da Bolsa.
Renda Fixa
No comparativo semanal, os juros futuros encerraram com forte abertura ao longo da curva. O diferencial entre os contratos com vencimento em janeiro de 2035 e 2026 saiu de -12,50 bps pontos-base (bps) na sexta-feira passada para +2,00 bps nesta semana. A curva, portanto, apresentou ganho de inclinação. As taxas de juro real tiveram elevação, com os rendimentos das NTN-Bs com vencimento em 2030 consolidando-se em patamares próximos a 7,90% a.a. (vs. 7,57% a.a. na semana anterior). O DI jan/26 encerrou em 14,98% (+46,50 bps no comparativo semanal); DI jan/31 em 15,13% (+74 bps), e o dólar terminou em R$ 5,92/US$ (+3,2%).
Mercados globais
Nesta quarta-feira, os futuros nos Estados Unidos operam em leve alta (S&P 500: 0,1%; Nasdaq 100: 0,2%), após início de semana carregado de intensa volatilidade, motivada por incerteza em relação às tarifas, política econômica e externa de Donald Trump e amplificada por movimentos técnicos do mercado. Hoje, dados de criação de empregos do relatório ADP vieram mais fracos que o esperado, reforçando a narrativa de desaceleração da economia americana.
Na Europa, as bolsas operam em alta (Stoxx 600: 1,3%), após notícias de expansão fiscal na Alemanha. Na China, as bolsas fecharam positivas (CSI 300: 0,5%; HSI: 2,8%) após dados de atividade positivos e governo anunciar metas de 5% para o crescimento do PIB, de 2% para a inflação, de 4% para o déficit primário e de criação de 12 milhões de vagas de emprego em 2025, em linha com o esperado.
Economia
Nos Estados Unidos, o presidente Donald Trump fez seu primeiro discurso em sessão conjunta do Congresso desde que assumiu o cargo e repetiu seus planos de tarifas contra os maiores parceiros comerciais do país e de tarifas recíprocas contra as principais economias mundiais. Também relatou o que considerou as principais conquistas do seu governo nas últimas semanas e reiterou seus planos de cortes de impostos, prometendo, no entanto, realizar um ajuste orçamentário por meio de cortes de gastos. Na Zona do Euro, dados do PMI composto mostraram uma economia quase em estagnação, na medida em que os serviços mostraram o menor nível em três meses. Na Alemanha, partidos que devem formar a coalização governista chegaram a um acordo para criar um fundo de 500 bilhões de euros para um fundo de infraestrutura e reformular as regras do “freio da dívida”, permitindo um aumento de gastos para rearmar as forças armadas e reavivar a economia.
Na agenda do dia, destaque para a divulgação dos dados de emprego no setor privado do relatório ADP nos Estados Unidos, um indicador antecedente do relatório de emprego a ser divulgado na sexta-feira. Além disso, haverá a divulgação do índice de serviços compilado pelo ISM e do Livro Bege, um resumo de comentários sobre as condições econômicas em cada distrito que o Fed atua. No Brasil, o boletim Focus com as expectativas dos analistas de mercado para as principais variáveis econômicas deve ser divulgado hoje.
Veja todos os detalhes
Economia
Trump reforça seu plano de tarifas em discurso no Congresso; relatório da ADP sobre criação de empregos é o destaque de hoje
- Em seu primeiro discurso em uma sessão conjunta do Congresso desde que assumiu o cargo em janeiro, o presidente dos EUA, Donald Trump, repetiu seus planos de tarifas contra os maiores parceiros comerciais dos Estados Unidos. Seus comentários foram feitos no momento em que as tarifas de 20% sobre a China e de 25% sobre o Canadá e o México entraram em vigor no início do dia, marcando potencialmente o início de uma guerra comercial global. Trump disse que as tarifas recíprocas contra as principais economias – que corresponderão às suas tarifas sobre as exportações dos EUA – entrarão em vigor a partir de 2 de abril. Ele delineou o que considerou as principais conquistas de seu governo nas últimas seis semanas, que incluíram controles de fronteira mais rígidos, medidas para aumentar a produção doméstica de energia e cortes nos gastos do governo, e reiterou seus planos de cortes de impostos abrangentes, pedindo aos democratas que também votassem a favor de uma proposta de lei de corte de impostos. Trump também afirmou que, em breve, equilibrará o orçamento federal cortando fraudes e gastos desnecessários identificados por seu Departamento de Eficiência Governamental, apesar de um plano de corte de impostos endossado por ele e que deverá acrescentar trilhões ao déficit orçamentário dos EUA;
- A atividade econômica da zona do euro quase estagnou no mês passado, já que uma fraca expansão no setor de serviços dominante foi anulada por um declínio contínuo no setor industrial. O Índice de Gerentes de Compras (PMI) final composto, compilado pela S&P Global e considerado um indicador confiável da saúde econômica geral, permaneceu inalterado em 50,2 em janeiro. Esse número está apenas ligeiramente acima da marca de 50, que distingue crescimento de contração. O PMI para o setor de serviços caiu de 51,3 para 50,6, um recorde de baixa de três meses. A retração do setor industrial mostrou sinais adicionais de abrandamento no mês passado, conforme indicado pelo seu PMI divulgado na segunda-feira;
- Os partidos que esperam formar o próximo governo da Alemanha concordaram, na terça-feira, em criar um fundo de infraestrutura de 500 bilhões de euros e reformular as regras de empréstimo em uma mudança tectônica de gastos para renovar as forças armadas e reavivar o crescimento da maior economia da Europa. Economistas e investidores pediram que a Alemanha reformasse seus limites de empréstimos estatais consagrados constitucionalmente – conhecidos como “freio da dívida” – a fim de liberar investimentos e apoiar uma economia que se contraiu nos últimos dois anos. A reforma marcaria uma reversão das regras de empréstimo impostas após a crise financeira global de 2008 que, desde então, muitos criticaram por considerá-las ultrapassadas e por colocar a Alemanha em uma camisa de força fiscal;
- Na agenda internacional de hoje, o destaque é o emprego do setor privado ADP (consenso: 148 mil, anterior: 183 mil) nos EUA, que é considerado um indicador antecedente para a criação de empregos na folha de pagamento não agrícola a ser publicada na próxima sexta-feira. Além disso, serão divulgados dados sobre os serviços do Institute for Supply Management (ISM) (consenso: 53,0, anterior: 52,8) e o livro bege – um resumo dos comentários sobre as condições econômicas atuais dos distritos do Federal Reserve. No Brasil, a pesquisa do boletim Focus deve ser publicada hoje mais tarde.
Empresas
Copel (CPLE6): Resultados do 4T24; Resultados operacionais fortes na distribuidoras, mas fracos na geradora
- A Copel reportou seus resultados do 4T24 ligeiramente abaixo de nossas estimativas, com um EBITDA ajustado de R$1.256 milhões (~5% abaixo da XPe de R$1.326 milhões);
- O destaque positivo foi o segmento de distribuição, com resultados operacionais acima de nossas expectativas, principalmente devido à redução das despesas de PMSO, refletindo ganhos de eficiência contínuos da privatização;
- Por outro lado, os resultados operacionais no segmento de geração ficaram abaixo de nossas estimativas, principalmente explicados por uma margem bruta mais baixa;
- Além disso, a Copel anunciou um significativo dividendo extraordinário de R$1,3 bilhões (~4% de dividend yield) a ser pago até junho de 2025;
- Mantemos nossa recomendação de Compra para a Copel, com um preço-alvo de R$13,80/ação;
- Clique aqui para o relatório completo.
Eletrobras (ELET3): Finalmente um acordo; Governo federal e Eletrobras chegam a acordo sobre a ADI 7.385
- Temos uma visão positiva sobre o acordo alcançado entre o Governo Federal e a Eletrobras em relação à ADI 7.385;
- Em primeiro lugar, esse acordo elimina o risco associado à ação judicial em questão, que poderia ter levado a um aumento na participação do governo no conselho para níveis próximos ao controle;
- Em segundo lugar, mitiga os riscos relacionados ao projeto Angra 3 ao suspender imediatamente o atual Acordo de Investimento e iniciar negociações para um novo, o que acreditamos que reduzirá ainda mais a probabilidade de Angra 3 ser construída em condições inadequadas;
- Por fim, a debênture conversível para Angra 1 inclui disposições para sua emissão de ações que aumentam a eficiência da Eletronuclear e, consequentemente, da Eletrobras;
- Clique aqui para o relatório completo.
Localiza (RENT3): 4T24 – Resultados em linha: Fortes desempenhos tarifários, com uma ligeira queda nos volumes
- A Localiza reportou resultados neutros (em linha com nossas estimativas), com lucro líquido de R$837 milhões (+11% A/A; -2% vs. XPe);
- Destacamos:
- EBITDA positivo de RaC (+19% A/A) em função da forte dinâmica tarifária, apesar de uma leve desaceleração de volumes;
- Forte EBITDA de Aluguel de Frotas (+14% A/A) em função dos esforços contínuos de reprecificação e renovação da base de contratos;
- Compressão sequencial da margem EBITDA de Seminovos para 2,6% (vs. 5,3% no 3T24), principalmente porque RENT sofreu com um cenário mais difícil tanto em volumes quanto em preços em dezembro, com a empresa sinalizando um desempenho em linha com suas previsões tanto para janeiro quanto para fevereiro.
- Reiteramos nossa recomendação de compra;
- Clique aqui para acessar o relatório completo.
Hidrovias do Brasil (HBSA3): HBSA vende negócios de navegação costeira; positivo
- A HBSA anunciou a venda de seu negócio de Navegação Costeira (cabotagem) para a Norsul;
- A transação foi realizada a um valor empresarial de R$715 milhões, composto por R$195 milhões de valor patrimonial e R$521 milhões de dívida líquida;
- A venda é positiva, em nossa opinião, pois:
- Reforça a estratégia de concentrar o foco operacional e de investimento nas operações principais;
- Contribui para a desalavancagem que esperamos no futuro;
- Veio em um valuation atrativo (5,6x EV/EBITDA 2025E, semelhante ao HBSA em 5,8x);
- Reiteramos nossa recomendação de compra, pois esse anúncio reforça nossa visão recentemente aprimorada da história das ações, conforme detalhado neste relatório de dois dias atrás;
- Clique aqui para acessar o relatório completo.
Principais notícias dos setores
Nestas publicações diárias, trazemos as principais notícias nacionais e internacionais dos setores: Financeiro, Varejo (e-commerce, supermercados, lojas de roupa, farmácias, etc.), Agro, Alimentos e Bebidas, Energia (óleo & gás e elétricas) e Saúde.
- Saúde: XP Daily | Sua dose diária de notícias
- Fleury deve manter capex equivalente a 6%-7% da receita em 2025, diz CFO (CNN);
- Hypera molda acordo com Votorantim para blindar empresa de ofertas hostis (Estadão);
- No vácuo de regulação, oferta de clínicas populares cresce 200% em 12 anos (Folha);
- Clique aqui para acessar o relatório.
Renda fixa
De Olho na Renda Fixa: principais notícias de crédito privado, mercados e renda fixa
- Trump tariffs: Commerce’s Lutnick hints at possible tariffs pact with Canada, Mexico (CNBC);
- Governo estuda reduzir imposto de importação do etanol em aceno a Trump (NovaCana);
- Oi assina venda de ativos de fibra óptica para V.tal por R$ 5,71 bilhões (Valor Econômico);
- Ratings ‘BB-’ e ‘brAA+’ da Simpar S.A. reafirmados por expectativa de menor capex em meio a elevada carga de juros; perspectiva estável (S&P Global);
- Clique aqui para acessar o clipping.
Carteiras Mensais: Renda Fixa
- Nossa lista de ativos recomendados é composta por títulos escolhidos mensalmente pelos nossos analistas de renda fixa do Research XP;
- A composição pode ou não sofrer alterações a cada mês, a depender da disponibilidade de ativos e sua relação risco-retorno. Portanto, a eventual retirada de um título entre um mês e outro não implica recomendação de venda;
- Clique aqui para acessar a carteira “Onde Investir em Renda Fixa – Março 2025”;
- Clique aqui para acessar a carteira “Onde Investir em Renda Fixa Internacional – Março 2025”.
Estratégia
Raio-XP – Como foi o desempenho do Brasil até agora o que esperar pela frente?
- Em fevereiro, as ações brasileiras enfrentaram desafios após um janeiro forte, com resultados decepcionantes da temporada de balanços do 4T24 levando o Ibovespa a uma queda de 2,6% em reais e 3,5% em dólares;
- Nossa análise do desempenho do índice no acumulado do ano revela um posicionamento cauteloso entre investidores institucionais, um aumento no short interest e um índice de sentimento neutro, sugerindo que uma nova alta dependerá da presença de catalisadores estruturais;
- Nesse cenário, recomendamos posições compradas em setores com exposição ao governo/regulatória e que se beneficiam do fechamento da curva de juros. Diante dos riscos relacionados às eleições presidenciais do 4T26 e do aumento das preocupações fiscais, favorecemos exportadoras, setores defensivos e empresas de margens altas e baixa alavancagem financeira;
- Mantemos nossa estimativa de valor justo para o Ibovespa em 145.000 pontos para o final de 2025 e realizamos mudanças nas nossas carteiras recomendadas XP;
- Clique aqui para acessar o relatório completo.


Se você ainda não tem conta na XP Investimentos, abra a sua!