IBOVESPA +0,5% | 108.096 Pontos
CÂMBIO -1,4% | 5,53/USD
O que pode impactar o mercado hoje
O Ibovespa encerrou a sessão da última quarta-feira (08/12) com alta de 0,50% aos 108.095 pontos, enquanto isso, o dólar fechou com queda de 1,49% aos R$ 5,53. As taxas futuras de juros fecharam o dia de ontem em queda nos vencimentos curtos, às vésperas da decisão do Copom e após dados mais fracos do que o esperado de vendas do varejo. Os vencimentos longos caíram ainda mais, como reflexo do maior apetite a risco no exterior após notícias positivas em torno da Pfizer como resistente à variante ômicron. DI jan/22 fechou em 9,092%; DI jan/24 encerrou em 10,90%; DI jan/26 foi para 10,585%; e DI jan/28 encerrou em 10,67%.
Nesta quinta-feira, mercados globais amanhecem mistos (EUA -0,2% e Europa 0%) enquanto investidores aguardam a divulgação dos dados de pedidos de seguro-desemprego nos EUA. Na China, ambos CSI 300 (+1,7%) e o índice de Hang Seng (+1,1%) encerraram em alta após dados da inflação ao produtor indicarem uma desaceleração marginal (+12,9% em novembro vs. +13,5% em outubro), sugerindo que o governo terá mais espaço para ampliar estímulos econômicos. O Bitcoin (-2,6%) amanhece em campo negativo, durante semana de grande volatilidade, ao passo que executivos relacionados a criptoativos discutem sobre regulamentação da nova classe de ativos no congresso americano.
Em economia, o Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central do Brasil) anunciou ontem, conforme amplamente esperado, a elevação da taxa Selic de 7,75% para 9,25%. O colegiado também sinalizou outra alta de mesma magnitude (1,5 p.p.) em sua próxima reunião, a ser realizada em fevereiro de 2022. No comunicado que acompanhou a decisão, o Copom forneceu indicações de que manterá a postura dura adiante. Por exemplo, as projeções de inflação da autoridade monetária vieram acima do esperado para 2022 e 2023. Além disso, o comitê julga apropriado que o ciclo de aperto de juros avance significativamente (termo adicionado em relação ao comunicado anterior) em território contracionista , e afirmou perseverança em sua estratégia até que se consolide não apenas o processo de desinflação como também a ancoragem das expectativas inflacionárias em torno de suas metas. Acreditamos que a decisão anunciada ontem seja consistente com nosso cenário base atual, que prevê a taxa Selic chegando a 11,50% ao final do ciclo de aperto monetário, em março de 2022. O tom duro do comunicado traz algum risco de alta para esse número.
Por fim, na frente ESG, não há consenso entre os gestores brasileiros se o último Acordo do Clima, durante a COP26, irá acelerar a agenda dos fundos ESG no Brasil, no entanto, eles estão interessados no tema e estabelecem metas próprias para avaliar os ativos de empresas que irão compor o portfólio de investimentos; e de acordo a Abrabe, a discussão de práticas de sustentabilidade está ganhando força na indústria de bebidas alcoólicas, com 57% das empresas do segmento já apresentando iniciativas ou práticas relativas às políticas de meio ambiente e sustentabilidade e 69% trabalhando com a redução de resíduos sólidos.
Economia
- Banco Central eleva a taxa Selic para 9,25% e emite comunicado duro
Empresas
- Klabin (KLBN11): Feedback do Klabin Day 2021 – Uma sólida história de crescimento
- CSN Mineração (CMIN3): Feedback do CMIN Day 2021 – Uma visão otimista dos mercados para 2022
- Cury (CURY3): Cury anuncia venda do projeto CISA 123 em SP, chegando em R$135 milhões
- Principais notícias dos setores
Mercados
- Radar Global: Análises das principais empresas e tendências sob o nosso Radar | China elétrica
ESG
- Agenda ESG vem ganhando força nas gestoras de recursos brasileiras | Café com ESG, 09/12
Veja todos os detalhes
Economia
Banco Central eleva a taxa Selic para 9,25% e emite comunicado duro
- O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil anunciou ontem (08), conforme amplamente esperado, a elevação da taxa Selic de 7,75% para 9,25%. E sinalizou “outra alta de mesma magnitude” (1,5 ponto percentual) em sua próxima reunião, a ser realizada em fevereiro de 2022. No comunicado que acompanhou a decisão, o Copom forneceu indicações de que manterá a postura dura adiante (o conteúdo foi avaliado como hawkish por grande parte dos analistas de mercado). Em primeiro lugar, o Comitê minimizou os dados recentes fracos de atividade econômica, dizendo que foram apenas “moderadamente” abaixo das expectativas. Em segundo lugar, o texto trouxe projeções de inflação acima do esperado para 2022 e 2023, mesmo incorporando as altas de juros e um corte relevante na expectativa de inflação de itens administrados no ano que vem (ou seja, a previsão para a inflação dos preços livres aumentou substancialmente). Além disso, o Copom afirmou que “é apropriado que o ciclo de aperto monetário avance significativamente – palavra adicionada frente ao comunicado anterior – em território contracionista”. O acréscimo do termo “significativamente” sugere, em nossa avaliação, que o colegiado prevê agora a taxa Selic terminal mais elevada do que o vislumbrado em sua reunião anterior. Em seguida, o Copom adicionou que “o Comitê irá perseverar em sua estratégia até que se consolide não apenas o processo de desinflação como também a ancoragem das expectativas em torno de suas metas”. Isso significa, a nosso ver, que a recente alta nas expectativas de inflação para 2022 em diante, como divulgado na pesquisa Focus, está incomodando a autoridade monetária. Acreditamos que a decisão anunciada ontem seja consistente com nosso cenário base de que a taxa Selic chegará a 11,50% ao final do ciclo de aperto monetário, em março de 2022. O tom duro do comunicado traz algum risco de alta para esse número. Ainda assim, o Comitê reforçou o ritmo de 1,5 p.p. de elevação da taxa Selic para a próxima reunião, e não uma aceleração; ademais, o aumento dos juros deve intensificar a desaceleração da atividade econômica, que já está mais fraca do que o esperado neste final de ano. Com a economia se aproximando da recessão, esperamos que as pressões inflacionárias comecem a ceder, levando o Copom a reduzir o ritmo de elevação da taxa básica de juros na reunião de março (para 0,75 p.p.);
- No campo da atividade econômica, as vendas no varejo brasileiro (conceito ampliado, que inclui veículos e materiais de construção) contraíram 0,9% entre setembro e outubro, surpreendendo negativamente nossa expectativa (-0,4%) e o consenso de mercado (-0,2%). Esse resultado marcou o terceiro declínio mensal consecutivo. Na comparação com outubro de 2020, as vendas do comércio ampliado despencaram 7,1% (XP: -6,5%; consenso: -6,1%). Em relação aos dados desagregados, sete dos dez segmentos varejistas acompanhados pela PMC (Pesquisa Mensal do Comércio/IBGE) exibiram encolhimento das vendas reais entre setembro e outubro, já descontados os efeitos sazonais. Destaque negativo para as vendas de materiais de construção (-0,9%), supermercados (-0,6%), veículos, motos, partes e peças (-0,5%) e móveis e eletrodomésticos (-0,5%). Em linhas gerais, as atividades varejistas permanecem em trajetória cadente em meio à inflação persistentemente elevada, aperto das condições financeiras, aumento do endividamento das famílias e deslocamento de maior proporção do consumo privado do mercado de bens para o setor de serviços, em decorrência da flexibilização das restrições sanitárias e maior interação social. Nossa estimativa de alta frequência (tracker) indica crescimento de apenas 0,1% para o PIB do 4º trimestre ante o trimestre imediatamente anterior (e expansão de 1,0% em comparação ao 4º trimestre de 2020). Prevemos que o PIB do Brasil registrará elevação de 4,5% em 2021, após retração de 3,9% em 2020. Para o PIB de 2022, por sua vez, estimamos estabilidade (0%). Na agenda econômica de hoje, destaque para a publicação do IGP-M referente a dezembro (1ª prévia);
- Conforme divulgado ontem (08) pelo escritório nacional de estatísticas (NBS), o Índice de Preços ao Produtor da China (PPI, na sigla em inglês) registrou elevação interanual de 12,9% em novembro, um pouco abaixo da taxa de 13,5% – a mais alta em 26 anos – observada em outubro. A mediana das expectativas do mercado apontava para aumento de 12,4%. O aumento expressivo da inflação ao produtor reflete os patamares ainda elevados dos preços das commodities e restrições nas cadeias de insumos. Enquanto isso, o Índice de Preços ao Consumidor (CPI) da China avançou de 1,5% em outubro para 2,3% em novembro, um pouco abaixo do consenso de mercado (2,5%). A medida de núcleo da inflação, que exclui os itens de alimentação e energia, recuou ligeiramente de 1,3% para 1,2% no período. A inflação ao consumidor segue contida devido, em grande medida, às restrições relacionadas à pandemia, que pesam sobre a demanda doméstica e limitam o crescimento do consumo das famílias. Ou seja, a diferença entre os índices de preços ao produtor e ao consumidor na China continua acima de 10 p.p.. Em que pese a desaceleração registrada em novembro, a persistência da pressão inflacionária ao produtor no país asiático, líder em exportações, alimenta as preocupações acerca do cenário de inflação global no curto prazo. Na agenda internacional de hoje, destaque para a publicação de alguns indicadores de atividade econômica nos Estados Unidos: pedidos semanais de seguro-desemprego (semana encerrada em 04/dez) e vendas/estoques no comércio atacadista referentes a outubro.
Empresas
Klabin (KLBN11): Feedback do Klabin Day 2021 – Uma sólida história de crescimento
- Durante o Klabin Day 2021, realizado hoje, a companhia destacou seu histórico de entregas e apresentou um panorama de oportunidades de longo prazo. No geral, não houve grandes novidades, já que a Klabin não divulgou os próximos passos de crescimento após a segunda máquina em Puma 2, mas a companhia certamente delineou as muitas oportunidades diferentes a frente;
- No evento, a empresa apresentou várias recapitulações de eventos anteriores, para confirmar sua capacidade entregar crescimento: O EBITDA cresceu por 12 anos consecutivos, de R$ 747 milhões em 2009 para R$ 6,313 milhões UDM no 3T21 (CAGR ~19%);
- Mantemos nossa recomendação de Compra para Klabin;
- Clique aqui para acessar o relatório completo.
CSN Mineração (CMIN3): Feedback do CMIN Day 2021 – Uma visão otimista dos mercados para 2022
- A CSN realizou hoje seu evento anual com investidores. Embora estejamos restritos no nome, apresentamos os destaques relacionados a CMIN trazidos durante o evento;
- A empresa vê um mercado de minério de ferro mais equilibrado em 2022 e espera um preço médio na faixa de US$ 100-120/t;
- A CSN também atualizou o plano de crescimento, com aumento do capex previsto, compensado pelo aumento do volume e qualidade da produção;
- Temos uma recomendação de compra para o nome;
- Clique aqui para acessar o relatório completo.
Cury (CURY3): Cury anuncia venda do projeto CISA 123 em SP, chegando em R$135 milhões
- Cury divulgou fato relevante, destacando a venda do projeto CCISA 123 em SP (Mocca), atingindo R$135 milhões, o que deve impulsionar os resultados do 4T21 e possivelmente levar a dividendos mais altos;
- Portanto, podemos ver uma reação positiva das ações. Dito isso, nós reiteramos Cury como nossa top pick, negociando em 5x P/L em 2022, o que vemos como atrativo.
Principais notícias dos setores
Nestas publicações diárias, trazemos as principais notícias nacionais e internacionais dos setores: Financeiro, Varejo (e-commerce, supermercados, lojas de roupa, farmácias, etc.), Agro, Alimentos e Bebidas e Energia (óleo & gás e elétricas).
- Notícias Diárias do Setor Financeiro
- O Nubank vai estrear valendo US$ 41,5 bilhões na Bolsa de Nova York, num IPO que faz dele o banco mais valioso da América Latina. (Brazil Journal);
- BC seleciona bancos e novatos para ‘sandbox’. Dos 52 projetos inscritos na etapa inicial, sete foram aprovados pelo regulador para ciclo de um ano. (Valor);
- Clique aqui para acessar o relatório.
- Entrega XP: Notícias diárias do setor de varejo
- Vendas do varejo recuam 0,1% em outubro, na 3ª queda seguida (Estadão);
- Varejo persiste em queda e deve ter fim de ano fraco (Valor);
- Sequoia vê comércio eletrônico crescendo 14% ao ano e quer partir para aquisições (Valor);
- Clique aqui para acessar o relatório.
- Agro, Alimentos & Bebidas: confira as principais notícias
- Global farmers facing fertiliser sticker shock may cut use, raising food security risks (Reuters);
- Argentina corn farmers launch a late planting blitz to avoid summer dryness (Reuters);
- BRF aposta em agregar valor e produzir em outros países para ampliar margens (Valor
- Clique aqui para acessar o relatório completo.
- Radar Energia XP: Notícias diárias do setor de energia
- TCU adia análise de privatização da Eletrobras. (Valor Econômico);
- Opep: Petrolíferas precisam investir US$ 11,8 tri em produção até 2045 para que não falte petróleo. (Valor Econômico);
- Clique aqui para acessar o relatório.
Mercados
Radar Global: Análises das principais empresas e tendências sob o nosso Radar | China elétrica
- Amazon enfrenta problemas com a escassez de motoristas;
- Visa lança serviços de consultoria sobre criptomoedas;
- Venda de veículos elétricos e híbridos disparam na China;
- Congestionamentos na cadeia de abastecimento americana amenizam;
- Acesse aqui o relatório internacional.
ESG
Agenda ESG vem ganhando força nas gestoras de recursos brasileiras | Café com ESG, 09/12
- No Brasil, (i) não há consenso entre os gestores se o último Acordo do Clima, durante a COP26, irá acelerar a agenda dos fundos ESG no Brasil, no entanto, eles estão interessados no tema e estabelecem metas próprias para avaliar os ativos de empresas que irão compor o portfólio de investimentos; e (ii) de acordo a Abrabe, a discussão de práticas de sustentabilidade está ganhando força na indústria de bebidas alcoólicas, com 57% das empresas do segmento já apresentando iniciativas ou práticas relativas às políticas de meio ambiente e sustentabilidade e 69% trabalhando com a redução de resíduos sólidos;
- No internacional, a Berkshire Hathaway, de Warren Buffett, permaneceu ao lado das empresas de petróleo e mineração Chevron, ExxonMobil e Glencore entre as quase 17.000 empresas com nota “F” por não fornecer dados ambientais ao Carbon Disclosure Project (CDP), um grupo sem fins lucrativos que executa um sistema de divulgação global dos impactos ambientais das companhias. Clique aqui para acessar o relatório e começar o dia bem informado com as principais notícias ao redor do Brasil e do mundo quando o tema é ESG.
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