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Atenções voltadas para desfecho da PEC Emergencial; iniciamos cobertura de Hapvida e GNDI

Tudo o que você precisa saber sobre os mercados nacional e internacional, com análises econômicas e políticas sobre fatos que podem impactar seus investimentos.

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IBOVESPA -2,00% | 110.035 Pontos

CÂMBIO 1,49% | 5,60/USD

O que pode impactar o mercado hoje

O Ibovespa registrou queda de 7% na semana passada, encerrando o pregão de sexta-feira na casa dos 110 mil pontos, e o real desvalorizou 4% frente ao dólar, chegando em R$ 5,60. Os mercados brasileiros teriam sido impactados por uma combinação de fatores externos e internos, dentre eles: (i) incertezas ao redor da Petrobras com a troca na liderança da estatal indicada pelo governo, (ii) preocupações fiscais ao redor da nova PEC do Auxílio Emergencial, cuja votação deve ocorrer esta semana, (iii) do lado internacional, disparada de juros de longo prazo – o Tesouro americano de dez anos chegou a atingir 1,6%, a maior alta em um ano. 

Na política, as atenções seguem voltadas para o desfecho das discussões sobre a PEC Emergencial, que permitirá o pagamento de nova rodada auxílio com medidas de ajustes fiscais para o futuro. Depois de resistências na semana passada, há expectativa sobre a apresentação de um novo relatório pelo senador Márcio Bittar sem algumas das medidas originalmente previstas – a principal delas é a desvinculação de recursos para a saúde e educação, que ficará fora do texto. O governo age para evitar novas desidratações e, no limite, para que senadores não decidam votar apenas a parte que permite a implementação do benefício, sem as contrapartidas fiscais. O presidente Jair Bolsonaro se encontrou ontem à noite com Arthur Lira e Rodrigo Pacheco para acertar os detalhes da votação, que deve acontecer no Senado até quarta-feira. Depois disso, ainda há necessidade de votação do texto pelos deputados.

Do lado internacional, após ser aprovado na Câmara dos EUA neste sábado (27), o pacote de estímulos à economia americana segue para debates e votação no Senado. Apesar da assessora parlamentar da Câmara Alta definir que o aumento do salário mínimo não pode ser aprovado via reconciliation – manobra que democratas usariam para aprovar o pacote sem apoio republicano – divergências sobre o tema permanecem entre as diferentes alas do partido de Joe Biden. A ala considerada mais radical busca implementar impostos sobre empresas cujos funcionários não recebam ao menos USD 15 por hora. No entanto, há forte resistência à ideia entre moderados, razão por qual ela deve ser deixada de lado. Reiteramos que as negociações devem acontecer de forma célere para poder aprovar o pacote até meados de março, quando vence uma série de programas sociais.

Na economia, a alta dos juros dos títulos públicos nos países centrais fez uma pausa nesta segunda, abrindo espaço para recuperação dos índices de ações e dos preços das commodities. Bancos Centrais nos EUA, Europa e Ásia vem reforçando que não pretendem reverter os estímulos monetários tão cedo. Os fundamentos para os juros mais elevados, contudo, continuam valendo, especialmente nos EUA, onde o Presidente Biden segue pressionando por seu pacote de U$ 1,9 tri, mesmo com a economia recuperando e as boas notícias da vacina, incluindo a recente aprovação da vacina da Johnson & Johnson’s no país. Na mesma linha, os PMIs de manufaturas de fevereiro divulgados esta manhã surpreenderam para cima na Italia, Alemanha, França e Reino Unido; mais tarde serão divulgados EUA e Canadá. Do lado nacional, destacamos a divulgação do PIB brasileiro do quarto trimestre na quarta-feira, e produção industrial de janeiro na sexta-feira.

Do lado das empresas, estamos iniciando a cobertura das operadoras verticalizadas de saúde com recomendação de Compra para Hapvida (HAPV3 – preço alvo: R$21/ação) e GNDI (GNDI3 – preço alvo: R$117/ação). Acreditamos que, separadamente, as empresas estão bem posicionadas para capturar uma oportunidade de crescimento orgânico, consolidando ainda mais os mercados em que já estão presentes. Entretanto, juntas elas criam uma rede complementar única de abrangência nacional com espaço adicional para uma consolidação inorgânica e sinergias relevantes – estimamos impacto de até R$1,1 bilhão.

Além disso, publicamos também um relatório com uma análise ESG do setor de saúde e das empresas sob o universo de cobertura da XP. Para este setor, vemos o pilar Social como o mais importante, seguido pelo de Governança e Meio Ambiente, respectivamente. Em relação às companhias, vemos a NotreDame bem posicionada na agenda ESG, enquanto para a Hapvida entendemos que ainda há espaço para melhorias, principalmente no pilar Social e, por fim, para Rede D’Or, vemos a empresa se destacando em relação aos pares tanto no pilar Social, quanto no de Governança.

Por fim, também publicamos o relatório “Raio-XP da Bolsa: Os dois ‘I’s’ para ficar de olho… Inflação e Interferência”. Um ano após o início da pandemia, estamos finalmente começando a virar a página com a vacinação em todo o mundo. Com isso, uma fase de Recuperação nos mercados se iniciou em janeiro. Porém, riscos com a inflação e, aqui no Brasil, riscos políticos estão deixando os investidores mais cautelosos.

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Brasil

  1. Projeção de mercado para o Câmbio de 2021 passou de 5,05 para 5,10

Internacional

  1. Política internacional: pacote de estímulos avança no Congresso americano
  2. Petróleo: Expectativas de reversão de cortes de produção pela OPEP+ devido à alta dos preços e queda dos estoques
    Acesse aqui o relatório internacional

Empresas

  1. Estamos iniciando a cobertura das operadoras verticalizadas de saúde com recomendação de Compra para Hapvida (HAPV3 – preço alvo: R$21/ação) e GNDI (GNDI3 – preço alvo: R$117/ação)
  2. Radar ESG | Setor de saúde: O ESG ainda está na sala de espera?
  3. Raio-XP da Bolsa: Os dois “I’s” para ficar de olho… Inflação e Interferência
  4. Irani (RANI3): Receita forte no 4T, mas alta nos preços das aparas mantém margens estáveis
  5. Banco do Brasil (BBAS3): Possível saída do CEO


Veja todos os detalhes

Brasil

Projeção de mercado para o Câmbio de 2021 passou de 5,05 para 5,10

  • Na esteira das pressões inflacionárias de curto prazo, a projeção de IPCA para 2021 passou de 3,82% para 3,87%. Para 2022, as projeções passaram de 3,49% para 3,50%;
  • A projeção de PIB permaneceu em 3,29% para 2021 e em 2,50% para 2022;
  • A projeção de taxa de câmbio para 2021 subiu de 5,05 para 5,10 reais por dólar. Para 2022, a projeção passou de 5,00 para 5,03;
  • A projeção de Selic para 2021 permaneceu em 4,00% e em 5,00% ao final de 2022. Clique aqui para ler o relatório completo.

Internacional

Política internacional: pacote de estímulos avança no Congresso americano

  • Após ser aprovado na Câmara dos EUA neste sábado (27), o pacote de estímulos à economia americana segue para debates e votação no Senado. Apesar da assessora parlamentar da Câmara Alta definir que o aumento do salário mínimo não pode ser aprovado via reconciliation – manobra que democratas usariam para aprovar o pacote sem apoio republicano – divergências sobre o tema permanecem entre as diferentes alas do partido de Joe Biden;
  • A ala considerada mais radical busca implementar impostos sobre empresas cujos funcionários não recebam ao menos USD 15 por hora. No entanto, há forte resistência à ideia entre moderados, razão por qual ela deve ser deixada de lado. Reiteramos que as negociações devem acontecer de forma célere para poder aprovar o pacote até meados de março, quando vence uma série de programas sociais;
  • Ainda na seara da política americana, Donald Trump fez seu primeiro discurso após saída do governo. O ex-presidente rejeitou a ideia de formar um novo partido e indicou que poderia voltar a se candidatar em 2024;
  • No lado das relações internacionais, destacamos que Janet Yellen anunciou desistência dos EUA sobre uma cláusula promovida pelo governo Trump que havia impedido o andamento de negociações entre países do G20 por impostos digitais globais, abrindo o caminho para avanços;
  • E o Irã rejeitou uma oferta de conversas nucleares com os EUA, aquecendo a temperatura entre os países. Por sua vez, Biden lançou ataques aéreos contra milícia apoiada pelo Irã na Síria. No entanto, o alcance limitado dos ataques reduz chances de escalada das tensões.  

Petróleo: Expectativas de reversão de cortes de produção pela OPEP+ devido à alta dos preços e queda dos estoques

  • Os países da OPEP+ (grupo dos maiores produtores de petróleo do mundo e aliados como a Rússia) devem se reunir em 4 de março para definir os rumos dos acordos conjuntos de restrições de produção de abril de 2021 em diante;
  • Durante as últimas semanas o mercado de petróleo testemunhou os estoques globais caírem, os preços de petróleo subiram para níveis pré-pandemia da COVID-19, ao mesmo tempo em que produção dos EUA foi atingida por tempestades de inverno. Com isso, está cada vez mais evidente a necessidade de uma maior oferta de petróleo;
  • Com a necessidade de mais oferta evidente, o mercado espera que a OPEP+, liderada pela Arábia Saudita e Rússia, concorde em aumentar a produção quando se reunir em 4 de março, revendo alguns dos cortes de produção feitos no ano passado. Se a aliança concordar com um aumento na produção que fique abaixo das expectativas, poderia haver uma elevação maior de preços de petróleo;
  • A Organização dos Países Exportadores de Petróleo e seus aliados tiveram importante papel na recuperação da indústria global de petróleo de uma recessão sem precedentes no ano passado, reduzindo a produção quando a crise do coronavírus reduziu a demanda. A estratégia deu suporte para o petróleo Brent atingir US$ 67/barril, aumentando as receitas dos produtores prejudicados com a crise;
  • A organização continua a praticar cortes de cerca de 7 milhões de barris ao dia (mbpd) – cerca de 7% da oferta global – e na quinta-feira decidirá pelo retorno de 500.000 barris ao dia de abril em diante. Além disso, o mercado monitora com atenção se a Arábia Saudita vai cessar seus cortes voluntários de produção e fora das cotas da OPEP+ de 1 milhão de barris ao dia a partir de abril, conforme previamente acordado.

Empresas

Estamos iniciando a cobertura das operadoras verticalizadas de saúde com recomendação de Compra para Hapvida (HAPV3 – preço alvo: R$21/ação) e GNDI (GNDI3 – preço alvo: R$117/ação)

  • Acreditamos que, separadamente, as empresas estão bem posicionadas para capturar uma oportunidade de crescimento orgânico, consolidando ainda mais os mercados em que já estão presentes;
  • Entretanto, juntas elas criam uma rede complementar única de abrangência nacional com espaço adicional para uma consolidação inorgânica e sinergias relevantes – estimamos impacto de até R$1,1 bilhão;
  • Em 27 de fevereiro as empresas chegaram a um acordo no qual os acionistas do HAPV3 teriam 53,6% da nova empresa e a GNDI3 os 46,4% restantes;
  • Além disso, os acionistas da GNDI receberão um dividendo extraordinário de R$4,0 bilhões se a transação for confirmada;
  • Com maior eficiência e menores preços acreditamos que Hapvida e GNDI irão continuar a ganhar participação do mercado sendo uma melhor opção em relação à planos mais caros do lado corporativo e um “upgrade” em relação ao SUS para os planos individuais;
  • Com a fusão se aproximando e maiores potenciais de valorização, favorecemos as operadoras verticalizados vs Rede D’Or (Compra, R$ 85/ação). Considerando o preço de fechamento de sexta-feira, as ações estão sendo negociadas em linha com sua respectiva participação na Nova Empresa e o dividendo a ser distribuído, por isso é indiferente comprar qualquer uma das ações. Clique aqui para ler o relatório completo.

Radar ESG | Setor de saúde: O ESG ainda está na sala de espera?

  • As empresas de saúde operam na vanguarda de um dos maiores desafios de longo prazo de todo o mundo – a busca por uma vida mais longa e melhor. Na nossa opinião, o setor de saúde oferece uma combinação interessante de desafios e oportunidades na perspectiva ESG. Para este setor, vemos o pilar Social como o mais importante dos três, seguido pelo de Governança e Meio Ambiente, respectivamente;
  • Vemos a NotreDame bem posicionada na agenda ESG, com o compromisso da empresa com essa agenda desempenhando um papel importante na sua estratégia, além da companhia estar à frente de seus pares quando se trata da divulgação de dados ESG. Já em relação à Hapvida, vemos com bons olhos os esforços da empresa na agenda ESG, no entanto, entendemos que ainda há espaço para melhorias, principalmente no pilar Social, enquanto no caso de Rede D’Or, vemos a empresa se destacando em relação aos seus pares tanto no pilar Social, quanto no de Governança;
  • Neste relatório, destacamos os tópicos ESG que vemos como os mais importantes para o setor e analisamos como as empresas sob o universo de cobertura da XP (GNDI3, HAPV3 e RDOR3) se posicionam quando o tema é ESG. Clique aqui para ler o conteúdo completo.

Raio-XP da Bolsa: Os dois “I’s” para ficar de olho… Inflação e Interferência

  • Um ano após o início da pandemia, estamos finalmente começando a virar a página com a vacinação em todo o mundo. Com isso, uma fase de Recuperação nos mercados se iniciou em janeiro;
  • Porém, a confiança na recuperação econômica e a continuidade dos estímulos fiscais e monetários têm sido refletidos na rápida subida nas taxas de juros de longo prazo e aumento das expectativas de inflação no mundo. Por enquanto, ainda vemos os movimentos como benignos, mas isso pode mudar rapidamente. A inflação é um dos principais riscos a se monitorar à frente;
  • Fevereiro também foi marcado pelo Ano Novo chinês, que traz a esperança de um novo super ciclo de commodities, que continuam a fazer novas altas de preços. No Brasil, destacou-se o aumento dos riscos políticos novamente, com o aumento de interferência nas empresas estatais, como a Petrobras. Por enquanto, ainda é cedo para dizer se houve uma mudança na política econômica. Porém, a queda do Ibovespa abre oportunidades de compra para empresas de alta qualidade;
  • Nesse mês fizemos uma mudança de empresas e duas mudanças de pesos na nossa Carteira Top 10 Ações XP e nenhuma mudança na nossa Carteira Top Dividendos XP. Clique aqui para ler o relatório completo.

Irani (RANI3): Receita forte no 4T, mas alta nos preços das aparas mantém margens estáveis

  • Na sexta-feira (26), a Irani reportou resultado operacional um pouco mais forte do que o esperado no quarto trimestre, com EBITDA de R$62,5 milhões. O principal motivo para o resultado acima do nosso foi o preço realizado mais forte compensando parcialmente a alta no preço das aparas, além do volume de papelão ondulado de 42 mil toneladas;
  • No segmento de papelão ondulado, os volumes de vendas foram 2% abaixo das nossas expectativas e, como resultado, a receita líquida do segmento ficou 2% acima da nossa, em R$154 milhões. Já no segmento de papéis para embalagem, os preços realizados aumentaram cerca de 30% na comparação anual, enquanto a receita foi de R$113 milhões, alta de 28%, no mesmo período;
  • Vemos a Irani sendo negociada a 8,6x EV/EBITDA 2021E, em linha com seus pares (que negociam acima de 8,0x). Acreditamos que a empresa está bem posicionada para aproveitar os benefícios de seu plano de expansão. Mantemos nossa recomendação de Compra para Irani (preço-alvo de R$8,5/ação). Clique aqui para ler o relatório completo.

Banco do Brasil (BBAS3): Possível saída do CEO

  • No último pregão, o mercado reagiu negativamente à possível saída do CEO André Brandão. Segundo a mídia, Brandão estaria insatisfeito com a interferência política e próximo de pedir demissão, o que gerou um aumento na percepção de risco político pelo mercado em relação ao banco, o que fez com que as ações do banco caíssem 5% na última sexta-feira;
  • O episódio ocorre após o plano de redimensionamento organizacional do banco, que desagradou o planalto pelas demissões voluntárias e fechamento de agências, além do anúncio de demissão do CEO da Petrobras e a fala do Presidente Bolsonaro de que outras mudanças poderiam ocorrer;
  • Por fim, nossa visão seria negativa em caso de saída do Sr. Brandão, devido a: i) o CEO deu sinalizações positivas para o mercado de que seu mandato seria voltado para o ganho de eficiência por meio de uma reestruturação organizacional; ii) o sr. Brandão também é um veterano respeitado com mais de 30 anos de experiência em bancos privados, como Citi e HSBC, incluindo uma posição de CEO na operação local do HSBC; e iii) pode ser visto como interferência política do governo (acionista controlador) em detrimento dos acionistas minoritários.
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