O décimo terceiro é um dos pagamentos mais esperados do ano por trabalhadores, aposentados e pensionistas.
O salário extra traz um respiro para o orçamento das famílias, mas comprometê-lo logo de início não é a melhor opção. Por isso, sugerimos investir ao menos uma parte do dinheiro extra recebido, para rentabilizar esse valor.
Gostou da ideia, mas não sabe por onde começar? Continue a leitura, vamos trazer 11 investimentos que você pode aplicar e usar o seu décimo terceiro.
O que é 13º salário?
O décimo terceiro é um salário extra fornecido no final do ano ao trabalhador com carteira assinada. Geralmente é dividido em duas parcelas, pagas entre novembro e dezembro. As datas podem mudar a cada ano, conforme o calendário definido pelo empregador.
O valor do 13º corresponde a um salário mensal, calculado com base no salário bruto do trabalhador.
Curiosidade: o 13º salário foi sancionado em 1962 por João Goulart, então presidente do Brasil, por meio da Lei 4090/62, com a ideia de melhorar as condições financeiras dos trabalhadores.
Quem tem direito ao 13º salário?
O 13º salário é um direito de pessoas com a seguinte contratação:
- Empregados com carteira assinada (CLT): inclui domésticos, temporários, rurais e urbanos;
- Trabalhadores afastados por motivo de saúde: se estiver recebendo auxílio-doença comum, o empregador paga proporcional ao período trabalhado, e o INSS paga o restante referente ao período de afastamento.
- Agora, em caso de acidente de trabalho, o tempo de afastamento é contabilizado integralmente para o 13º;
- Gestantes em licença-maternidade: recebem o 13º normalmente, parte pelo empregador, parte pelo INSS, referente ao período da licença;
- Aposentados e pensionistas do INSS: pago diretamente pelo INSS, normalmente em duas parcelas (a 1ª costuma ser adiantada entre maio e junho).
Mas aqui vão algumas considerações importantes:
O trabalhador deve ter prestado serviço pelo menos 15 dias no mês para ele contar como 1/12 do 13º. Assim, quem trabalhou o ano todo recebe um salário integral; quem trabalhou menos, recebe proporcional aos meses trabalhados.
Quando vai ser pago o 13º salário em 2025?
O décimo terceiro é pago em duas parcelas no ano e, por lei, é feito da seguinte forma:
- 1ª parcela: entre 1º de fevereiro e 30 de novembro. Como dia 30/11/25 é um domingo, o pagamento deve ser realizado até sexta-feira (28);
- 2ª parcela: até o dia 20 de dezembro.
Não recebi meu 13º nesse período, o que devo fazer?
Se o pagamento não for feito nos prazos legais descritos acima, o trabalhador deve primeiro conversar com o empregador ou o setor de RH para verificar se houve atraso administrativo.
Caso o problema não seja esse, é possível registrar uma denúncia no Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), pelo portal gov.br/trabalho, ou procurar o sindicato da categoria ou um advogado trabalhista.
O atraso no pagamento pode gerar multa para a empresa e direito a indenização ao trabalhador.
Como calcular o 13º?
Os valores pagos nas duas parcelas do 13º salário são diferentes e seguem lógicas distintas. Confira abaixo como fazer o cálculo:
Como calcular a 1ª parcela do 13º salário?
A base do cálculo da primeira parcela do décimo terceiro é a seguinte:
salário / 12 (meses do ano) = valor mensal
valor mensal * meses trabalhados = total do 13º
total do 13º * 50% = valor da 1ª parcela
Para facilitar o entendimento, vamos adicionar contexto. O contribuinte possui salário de R$ 2.000,00 e trabalhou por 12 meses:
R$2.000 / 12 = R$166,66
R$ 166,66 x 12 (meses trabalhados): R$ 2.000
Valor da 1ª parcela: R$ 2.000 x 50% = 1.000
Caso não tenha trabalhado todo o ano na empresa ou houver alteração salarial dentro desse período, será realizado um novo cálculo do décimo terceiro salário, proporcional ao tempo que recebeu cada valor.
Por exemplo: imagine um trabalhador que recebeu R$ 2.000 de janeiro a junho e, a partir de julho, passou a ganhar R$ 2.400. Nesse caso, o cálculo seria o seguinte:
- R$2.000 / 12 = R$166,66 * 6 meses = R$ 999,96
- R$2.400 / 12 = R$200 * 6 meses = R$ 1.200,00
Somando os dois períodos: R$ 999,96 + R$ 1.200,00 = R$ 2.199,96, sendo o valor total do 13º salário. A partir disso, a primeira parcela corresponde a 50% do total, ou seja, R$ 1.099,98.
Em resumo, sempre que houver aumento durante o ano, basta aplicar essa lógica:
(Salário antigo ÷ 12 × meses com ele) + (Salário novo ÷ 12 × meses com ele) = total do 13º salário.
Como calcular a 2ª parcela do 13º salário?
O cálculo da 2ª parcela do 13º salário corresponde ao valor restante dos outros 50%, menos os descontos obrigatórios de INSS e Imposto de Renda (IR), se aplicável. Ou seja:
R$ 2.000,00 (total) – R$ 1.000,00 (1ª parcela) = R$ 1.000,00 (base da 2ª parcela)
Depois, são feitos os descontos:
- Pensão alimentícia;
- INSS: varia conforme a faixa salarial (no caso de R$ 2.000,00, a alíquota é de 9%, ou R$ 180,00);
- IR: não há desconto nessa faixa.
Saiba tudo o que precisa sobre IR aqui.
Portanto, o valor da segunda parcela do 13º salário neste cenário, é:
R$ 1.000,00 – R$ 180,00 (INSS) = R$ 820,00
Você pode consultar essas taxas pelos links do INSS e da Receita Federal.
Àqueles que são comissionados, o cálculo do décimo terceiro salário é feito pela média dos valores recebidos de janeiro a outubro (1ª parcela) e de janeiro a novembro (2ª parcela) (e depois ajustada se houver variação em dezembro).
É possível antecipar o recebimento do 13º?
Sim. O adiantamento do décimo terceiro pode ser solicitado pela empresa à instituição financeira do pagamento dos funcionários entre 1º de fevereiro e 30 de novembro.
Caso a empresa não ofereça o adiantamento, o funcionário pode tentar a antecipação do décimo terceiro diretamente com o banco. Porém, para este caso serão pagos juros ao fim do ano.
Guia prático: onde investir o décimo terceiro?
Investir seu 13º salário pode ser a estratégia que proporcionará a sua liberdade financeira. Para isso, é importante ter em mente dois passos fundamentais:
- Definir seu perfil de investidor: Você é conservador, moderado ou arrojado? Faça o teste e descubra!
- Construir sua reserva de emergência: Se ainda não tem, use parte do 13º para iniciar uma. Tesouro Selic, CDBs com liquidez diária e fundos DI são opções para isso.
Já sabe qual o seu perfil? Agora é hora de conferir os principais tipos de investimentos de renda fixa, FIIs e renda variável para você investir e rentabilizar o seu décimo terceiro.
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Investimento de renda fixa para 13º
Para entender melhor cada uma das opções citadas, aqui vai um resumo:
- Tesouro Direto: títulos públicos seguros, ideais para iniciantes;
- 2. CDB (Certificado de Depósito Bancário): “empréstimo” para bancos com boa rentabilidade;
- LCI e LCA (Letra de Crédito Imobiliário/Agronegócio): isentos de IR, ótimos para aumentar o lucro líquido;
- CRI e CRA (Certificado de Recebíveis): foco no longo prazo, com rentabilidades atrativas, mas sem garantia do FGC;
- Debêntures: títulos de dívida de empresas privadas com potencial de retorno maior;
- LC (Letra de Câmbio): Similar ao CDB, mas emitido por financeiras.
Investimento em fundos e ações para o décimo terceiro
Se o seu perfil é mais moderado ou arrojado e você busca outros tipos de aplicação, pode investir em:
- Fundos de Investimento: diversifique sua carteira com um gestor profissional cuidando de tudo;
- Fundos Imobiliários (FIIs): torne-se “sócio” de shoppings e galpões e receba rendimentos mensais;
- Ações: compre frações de grandes empresas e participe dos seus lucros. Indicado para quem tolera mais risco.
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FAQ: dúvidas comuns sobre o décimo terceiro
1. Devo usar o 13º para quitar dívidas ou para investir?
Depende do seu contexto. A regra geral é: se os juros da sua dívida (como cartão de crédito ou cheque especial) são maiores que o rendimento esperado do investimento, priorize quitar a dívida. Pagar uma dívida com juros altos é, na prática, um “investimento” com retorno garantido. Se não tiver dívidas, invista!
2. Por que a segunda parcela do 13º vem com um valor menor?
Porque os descontos obrigatórios, como INSS e Imposto de Renda (IR), são aplicados integralmente sobre o valor total do seu 13º salário e deduzidos apenas na segunda parcela. A primeira parcela vem “limpa”, sem descontos.
3. Fui demitido sem justa causa. Tenho direito ao 13º salário?
Sim. Você tem direito ao 13º salário proporcional aos meses trabalhados na empresa durante o ano. O valor será pago com as outras verbas rescisórias.
4. Comecei em um novo emprego no meio do ano. Como fica meu 13º?
Você receberá o décimo terceiro salário proporcional ao número de meses trabalhados. Para cada mês em que você trabalhou 15 dias ou mais, você tem direito a 1/12 do valor do seu salário.
5. Nunca investi. Qual o primeiro passo ideal para investir o 13º?
O primeiro passo é construir sua reserva de emergência. Use parte do seu 13º para iniciar essa reserva em um investimento seguro e com liquidez diária (que pode ser resgatado a qualquer momento), como o Tesouro Selic ou um CDB.
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6. Qual o investimento mais seguro para quem está começando?
Para iniciantes que buscam segurança, os investimentos de renda fixa são os mais indicados. As melhores opções são:
- Tesouro Selic: considerado o investimento mais seguro do país.
- CDBs com garantia do FGC: procure por Certificados de Depósito Bancário de bancos sólidos que tenham a proteção do Fundo Garantidor de Créditos.
7. Preciso de muito dinheiro para começar a investir?
Não. Hoje é possível começar a investir com valores muito baixos. No Tesouro Direto, por exemplo, É possível investir qualquer quantia, desde que corresponda a pelo menos 1% do valor do título. O importante é criar o hábito de investir, mesmo que seja com pouco.
8. Vale a pena investir apenas uma pequena parte do décimo terceiro?
Sim, com certeza! Todo investimento, por menor que seja, é um passo em direção aos seus objetivos. Usar R$ 100 ou R$ 200 do seu 13º para começar a investir já cria o hábito e faz seu dinheiro trabalhar para você, graças ao poder dos juros compostos.
Conclusão
Para fazer seu 13º render é fácil. E se quiser obter resultados mais significativos, mantenha seu planejamento em dia ao longo do ano todo e lembre-se de investir com frequência.
Mesmo investindo pouco, é possível fazer o dinheiro trabalhar por você sem precisar abrir mão do lazer e nem deixar as contas básicas de lado. Use o 13º salário com consciência e aproveite o final de ano para ficar mais próximo dos seus objetivos.
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