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Caso esteja iniciando sua jornada na Renda Fixa, recomendamos começar pelo conteúdo "Renda Fixa: O que é preciso saber?"
Em setembro, a curva de juros apresentou queda em relação ao fechamento do mês anterior, resultado principalmente da confirmação de fim de ciclo de alta da Selic na última reunião do Copom, quando a taxa foi mantida em 13,75%. O tom mais duro do Banco Central não foi suficiente para elevar as taxas futuras, uma vez que decisões de políticas monetárias contracionistas ao redor do mundo elevaram temores de recessão. A curva dos títulos públicos indexados ao IPCA também apresentou queda, em linha com o movimento observado nas taxas nominais.
A projeção da XP para a inflação do IPCA em 2022 recuou de 6,1% para 5,6%, com efeito da queda de impostos e desinflação global. A previsão para 2023 recuou de 5,3% para 5,2% devido à menor inércia.
A Poupança apresentou resgates líquidos de R$ 5 bilhões, seguindo a tendência dos últimos meses. Os títulos públicos tiveram rentabilidade positiva no mês, devido ao fechamento nas taxas de juros, e o Tesouro Direto apresentou captação líquida de R$ 1,4 bilhão em agosto (último dado disponível), com maior participação dos títulos pós-fixados.
Para outubro e próximos meses, o cenário econômico externo deve continuar como o principal fator a ser acompanhado, uma vez que receios com a recessão global permanecem. Além disso, a definição da eleição presidencial e consequente conhecimento da política fiscal a ser seguida deve impactar nas expectativas de juros. Sem ruptura fiscal, vemos espaço para cortes de juros no próximo ano, com a taxa Selic encerrando 2023 em 10,00%.
No Radar
Projeções dos principais indicadores
- Esperamos Selic (taxa básica de juros) de 13,75% até o final de 2022 e 10,0% para 2023.
- Para inflação, projetamos 5,6% em 2022 e 5,2% em 2023.
- Estimamos crescimento de 2,8% para o PIB este ano e de 1,0% para o ano que vem.
Destaques do mês de setembro:
- A curva de juros apresentou queda em relação ao fechamento do mês anterior, resultado principalmente da confirmação de fim de ciclo de alta da Selic na última reunião do Copom, quando a taxa foi mantida em 13,75%.
- O tom mais duro do Banco Central não foi suficiente para elevar as taxas futuras, uma vez que decisões de políticas monetárias contracionistas ao redor do mundo elevaram temores de recessão.
- A curva dos títulos públicos indexados ao IPCA também apresentou queda, em linha com o movimento observado nas taxas nominais.
- Nosso time de economistas realizou nova revisão em suas projeções de inflação, para 5,6% em 2022 e 5,2% em 2023..
Como agir?
- Apesar da retração recente nas taxas dos títulos de renda fixa devido à mudança de percepção de risco, acreditamos que as taxas continuam atraentes. Continuamos enxergando a necessidade de cautela em relação ao prazo do investimento.
- Para investimentos de curto a médio prazo, preferimos ativos pós-fixados, que acompanharão elevado nível da Selic, acima da inflação estimada para os próximos meses.
- Recomendamos também uma pequena parcela de ativos prefixados, que podem ainda oscilar a depender de volatilidade no mercado.
- No caso de investimentos mais longos, continuamos preferindo ativos indexados à inflação, possibilitando ganhos reais (acima do IPCA).
- Trazemos indicações de alocação em nosso relatório Investindo na Renda Fixa: Outubro 2022.
O mercado de Renda Fixa
Poupança
Em setembro, a Poupança apresentou captação líquida negativa em R$ 2,9 bilhões. Com isso, houve nova redução no estoque de poupança, o que levou a uma manutenção do saldo total a menos de R$ 1,0 trilhão. Acreditamos que este comportamento de saques contínuos esteja relacionado ao elevado endividamento familiar e a inflação ainda em alta, apesar da deflação recente.
Considerando a taxa Selic em 13,75%, a aplicação em caderneta de poupança se torna cada vez menos atraente em relação a outros investimentos.
Veja mais sobre comparações do investimento em Poupança em relação a outras aplicações também conservadoras, como o Tesouro Selic e emissões bancárias.
Títulos Públicos
Captação Líquida - Tesouro Direto
No caso do Tesouro Direto, em agosto (último dado disponível) houve captação líquida de R$ 1,4 bilhão. O principal ativo comprado por investidores continuou sendo o Tesouro Selic, com mais de 60% das vendas, provavelmente devido à elevada taxa básica de juros, seguido de Tesouro IPCA+ com 24,2%.
O número de investidores cadastrados no programa teve acréscimo de 354 mil novos entrantes, atingindo dois milhões de investidores ativos. Nos investidores mais atuantes no Tesouro Direto o destaque são os mais jovens, abaixo de 25 anos, que compreendem aproximadamente 36% do total.
Consideramos o Tesouro Direto uma excelente porta de entrada ao mundo dos investimentos. Sendo assim, o crescimento é um bom indicativo não apenas para esta aplicação, mas para investimentos como um todo.
Rentabilidade
Os títulos públicos tiveram rentabilidade positiva em setembro, revertendo tendência observada nos últimos meses. O movimento pode ser atribuído, principalmente, pelo fechamento observado nas curvas de juros. Caso outubro continue a demonstrar comportamento semelhante da curva, é possível que observemos novas valorizações no mês.
Acompanhe os movimentos e as taxas negociadas no Tesouro Direto diariamente.
Quando ocorrem valorizações nos títulos, enxergamos que podem representar oportunidades de ganhos de capital para quem já possui os ativos, uma vez os preços dos títulos subiram. No entanto, vale ponderar se a realização dos ganhos é necessária neste momento ou quais as alternativas de alocação deste montante.
Por outro lado, desvalorizações podem representar oportunidade de compra de títulos a taxas mais elevadas, desde que faça sentido para a composição da carteira do investidor. Vale reforçar que, neste momento, acreditamos que os níveis altos de taxas representam oportunidades interessantes de aporte, com maior cautela na aplicação nos vencimentos mais longos, dado o ambiente de incertezas em que estamos inseridos.
Entenda mais sobre a relação entre preços dos títulos e os juros aqui.
Emissões Bancárias
Em setembro, houve aumento de estoque da em praticamente todas emissões bancárias, com exceção dos CDBs que decresceram 10,1% ante agosto. O destaque positivo foram os LCs, cujo estoque cresceu 5,5% em relação ao mês anterior.
O resultado geral pode sinalizar captação líquida positiva pelas instituições financeiras com a valorização dos ativos, em taxas de remuneração cada vez mais elevadas, de maneira geral.
Crédito Privado
Saiba tudo sobre crédito privado
Mercado Primário
A emissão de debêntures (incentivadas ou não) atingiu R$ 25,7 bilhões no mês de setembro, aumento de 18% ante agosto. O prazo médio caiu para 5,8 anos nas emissões realizadas no mês, mas no ano a média continua de seis anos.
Debêntures incentivadas
O volume emitido de debêntures incentivadas, com foco em financiamento à infraestrutura e isentas de imposto de renda, somou R$ 3,6 bilhões em setembro. Foram seis emissões no total.
É importante destacar que o volume somado em 2022 é de aproximadamente R$ 52,2 bilhões e já ultrapassa todos os anos anteriores completos, destacados no gráfico, demonstrando o alto potencial deste tipo de instrumento de captação para as empresas atuantes no setor de infraestrutura.
Mercado Secundário
Estoque
Em setembro, o estoque valorizado de crédito privado cresceu em relação a agosto para todos os tipos de ativos - debêntures, CRIs e CRAs, principalmente o último, que tive elevação de quase 6%. Assim como no caso de emissões bancárias, o crescimento de estoque pode ser interpretado como uma combinação de maior captação líquida e taxas mais altas de remuneração.
Fluxo
Nesta seção, analisamos os dados da Anbima de negociações definitivas de crédito privado, realizando um filtro cujo spread (diferença) entre os preços máximo e mínimo negociados representam mais do que 0,01% do volume negociado no dia, com o intuito de descartar o que acreditamos serem as operações diretas dentro de instituições.
Em setembro, o volume negociado de debêntures no mercado secundário atingiu R$ 21,5 bilhões, sendo R$ 14,1 bilhões em não incentivadas e R$ 7,4 bilhões em incentivadas. O principal destaque em não-incentivadas foi a debênture da Equatorial Energia (EQTL55). Para as debêntures incentivadas, o maior volume negociado foi da debênture da CCR (CCROB6), com uma margem elevada para o segundo colocado, Eletropaulo (ELPLA7).
No caso dos certificados de recebíveis, para os CRIs, o volume de negociação foi de R$ 2,5 bilhões, com destaque para um CRI da Rede D'Or. Para CRAs, o volume negociado foi de R$ 4,9 bilhões, sendo o principal ativo negociado o CRA ECTP.
Ressaltamos que ativos de crédito privado também podem apresentar risco mais elevado e, portanto, boas rentabilidades, sendo uma boa alternativa para quem busca diversificar a carteira.
Leia mais aqui.
Ratings
Essas foram as ações de ratings das principais agências de classificação de risco no mês, tanto para emissores quanto para emissões em escala nacional.
Em setembro, tivemos uma sinalização positiva nas classificações de crédito dos emissores, uma vez que não houve rebaixamentos no mês. Nas mudanças de perspectivas no mês, podemos observar a mesma tendência, com apenas movimentações positivas.
Fonte: Fitch Ratings, S&P Global Ratings e Moody's Local | Elaboração XP
Próximos vencimentos de Debêntures
Dentro dos próximos seis meses, destacamos o mês de outubro com a maior concentração de volume de debêntures a vencer, com cerca de R$ 7,1 bilhões ainda em estoque. Além disso, até o fim do ano o volume em estoque atual para vencer é de mais de R$ 19 bilhões. Pode-se esperar que parte do volume a vencer seja refinanciado, voltando ao mercado na forma de novas emissões de crédito privado.
Veja como funcionam as ofertas públicas de crédito privado.
O principal vencimento em volume é uma debênture comum da Light Serviços de Eletricidade (LIGHA3) emitida em outubro de 2017.
Relatórios publicados
Veja mais
Fontes
Anbima
Banco Central do Brasil
Tesouro Direto
CVM
Fitch Ratings
Moody's
S&P Global Ratings
B3
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