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A semana na Renda Fixa (12/09 a 16/09)

O que aconteceu nesta semana na renda fixa? Acompanhe os principais movimentos da semana no mercado de renda fixa e o que esperar para a semana que se inicia.

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O que aconteceu nesta semana na renda fixa?
As taxas futuras de juros encerraram a semana em alta relevante em relação à semana anterior, em todos os vencimentos. Ao longo dos dias, o principal fator observado para o movimento foi a aversão a risco global em antecipação à reunião do FOMC (comitê de política monetária do Fed), que ocorrerá na próxima semana (assim como o Copom).

A curva de juro real, a qual representa as taxas dos títulos públicos indexados à inflação (NTN-Bs), também apresentou movimento de elevação. Todos os vencimentos a partir de 2025 negociam atualmente abaixo de IPCA + 6% a.a., embora os mais longos estejam mais próximos deste patamar.

O que acompanhar na próxima semana?
É a grande semana das decisões de juros. No caso do Fed (banco central dos EUA), o mercado está dividido entre uma nova alta de 0,75pp e uma elevação mais intensa, de 1pp, após a inflação ao consumidor pressionada esta semana. 

No Brasil, o destaque será o Copom. Esperamos que a taxa de juros seja mantida em 13,75%, interrompendo um ciclo de altas que começou em março de 2021. Nosso cenário base é que a inflação siga em trajetória de queda, de forma que o Copom possa reduzir os juros no segundo semestre do ano que vem.

Para facilitar a navegação pelo conteúdo, utilize o índice à esquerda da página.

Cenário macroeconômico

No cenário internacional, o destaque foi a inflação ao consumidor (CPI) nos Estados Unidos, que veio acima do esperado e acabou elevando expectativas do mercado de altas de juros pelo Fed e fez com que bolsas caíssem. O CPI veio em 0,1%, enquanto se esperava -0,1%. Em 12 meses, o resultado ficou em 8,2% no acumulado em 12 meses.

Após dados piores de atividade econômicas nos últimos meses, em agosto os resultados da China superaram as expectativas. Apesar dos números melhores, os analistas de mercado estão céticos quanto à sustentabilidade da recuperação, considerando a fragilidade do setor imobiliário e a provável recessão no Ocidente, que tende a afetar as exportações chinesas adiante.

No Brasil, o destaque foram os dados de atividade de julho, que indicaram um início forte da atividade no segundo semestre. O setor de serviços e o IBC-Br, proxy mensal do PIB do Banco Central surpreenderam positivamente, enquanto as vendas no varejo continuaram em queda, especialmente as mais ligadas ao crédito, refletindo aperto nas condições monetárias. Em nossa visão, o varejo total deve apresentar cerca estagnação próximos meses, com sinais heterogêneos entre as categorias.

De forma geral, os números corroboram nossa visão de que a atividade doméstica iniciou o segundo semestre em ritmo sólido, e tende a se acomodar até o fim do ano. Mantemos nossa projeção de crescimento do PIB em 2,8% este ano e 1,0% em 2023.

Leia o resumo completo de economia da semana

Juros e inflação

As taxas futuras de juros encerraram a semana em alta relevante em relação à semana anterior, em todos os vencimentos. Ao longo dos dias, o principal fator observado para o movimento foi a aversão a risco global em antecipação à reunião do FOMC (comitê de política monetária do Fed), que ocorrerá na próxima semana (assim como o Copom).

A curva de juro real, a qual representa as taxas dos títulos públicos indexados à inflação (NTN-Bs), também apresentou movimento de elevação. Todos os vencimentos a partir de 2025 negociam atualmente abaixo de IPCA + 6% a.a., embora os mais longos estejam mais próximos deste patamar.

A curva de juros pode ser compreendida como as expectativas dos rendimentos médios de títulos públicos prefixados sem cupom (ou seja, sem pagamentos semestrais), de hoje até uma determinada data futura, a partir dos contratos futuros de juros (ou DI). Entenda mais aqui.

Títulos públicos

Mercado primário (leilões)

Para mais informações sobre o funcionamento de leilões de títulos públicos, clique aqui.

Leilão do dia 13/09 – NTN-B e LFT

Na terça-feira, o Tesouro Nacional (TN) ofertou dois milhões de Notas do Tesouro Nacional – Série B (NTN-B). Além disso, ofertou 1,0 milhão de Letras Financeiras do Tesouro (LFT), repetindo o volume anterior.

As NTN-Bs ofertadas foram integralmente absorvidas. Nos três vencimentos, as taxas permaneceram abaixo de 6% a.a., e o volume financeiro foi de R$ 8,1 bilhões.

O TN também vendeu 679 mil das LFTs ofertadas, abaixo da semana anterior, com a parcela prefixada de 0,177%, apenas do vencimento de 2028, e o volume financeiro foi de R$ 8,2 bilhões.

Leilão do dia 15/09 – LTN e NTN-F

No leilão de quinta-feira, houve oferta de 11 milhões de Letras do Tesouro Nacional (LTN), em vencimentos para os próximos quatro anos, e 450 mil Notas do Tesouro Nacional - Série F (NTN-F) divididas em duas séries de vencimentos em 2029 e 2033.

O TN teve forte colocação em mais uma semana e vendeu o lote integral das LTNs, conseguindo atingir um volume financeiro de R$ 8,0 bilhões. Já as NTN-Fs de vencimento em 2029 não foram integralmente colocadas, somando R$ 55,6 milhões de volume financeiro, ao passo em que o vencimento em 2033 foi absorvido em sua totalidade pelo mercado.

Mercado Secundário

O IMA-B representa a evolução, a preços de mercado, da carteira de títulos públicos indexados ao IPCA (NTN-B).
O IRF-M representa a evolução, a preços de mercado, da carteira de títulos públicos prefixados (LTN e NTN-F).

Ambos são calculados pela Anbima e podem sofrer variações devido à dinâmica de oferta e demanda de títulos no mercado, reflexo das movimentações no cenário econômico.

O preço dos títulos sobe quando a expectativa de juro futuro cai (e vice-versa) devido à relação inversa entre os dois. Esse mecanismo que mostra o efeito dos juros sobre preços é a marcação a mercado. Entenda mais aqui.

Nesta semana, quase todos os títulos públicos apresentaram desvalorização, após alta significativa nas expectativas de juros em antecipação a semana de decisões de política monetária no Brasil e, principalmente, nos EUA - vide seção "Juros e Inflação" para mais detalhes. Com a alta, as taxas de títulos mais longos voltam a se aproximar do patamar de IPCA + 6% que era visto há cerca de dois meses.

Acompanhe as taxas do títulos do Tesouro Direto disponíveis para compra e para resgate

Crédito Privado

Fluxo

Na última semana, o fluxo médio diário de negociações em debêntures não incentivadas foi de R$ 475 milhões (ante R$ 539 milhões na semana anterior), R$ 384 milhões em debêntures incentivadas (vs. R$ 489 milhões), R$ 66 milhões em CRIs (vs. 133 milhões) e R$ 208 milhões em CRAs (vs. R$ 206 milhões).

Os papeis mais negociados por classe de ativos foram as debêntures Claro (BCPSA1), a debênture incentivada da CCR (CCROB6), CRI General Shopping e, por fim, CRA da ECTP.

Como não são disponibilizados a tempo da publicação do relatório, os dados desta sexta-feira não são considerados.

Nesta seção, analisamos os dados da Anbima de negociações definitivas de crédito privado, realizando um filtro cujo spread (diferença) entre os preços máximo e mínimo negociados representam mais do que 0,01% do volume negociado no dia, com o intuito de descartar o que acreditamos serem as operações diretas dentro de instituições.

Ações de rating

Ratings são notas atribuídas por agências classificadoras de risco de crédito que podem impactar diretamente seus investimentos em Renda Fixa. Entenda mais aqui.

O que esperar - Semana de 19/09 a 23/09

Agenda econômica

É a grande semana das decisões de juros. Entre outros, os bancos centrais dos EUA, Reino Unido, Japão e Brasil se reúnem para ajustar suas taxas de juros.

No caso do Fed (banco central dos EUA), o mercado está dividido entre uma nova alta de 0,75pp (seria a terceira seguida), que leva a taxa de juros para 3,0%. Mas já há quem aposte em uma elevação mais intensa, de 1pp, após a inflação ao consumidor pressionada esta semana. 

No Brasil, o destaque será a reunião do comitê de política monetária, Copom. Esperamos que a taxa de juros seja mantida em 13,75%, interrompendo um ciclo de altas que começou em março de 2021. Em sua comunicação, o Copom provavelmente deixará as portas abertas caso precise subir mais (dependendo das elevadas incertezas locais e externas).

Nosso cenário base, no entanto, é que a inflação siga em trajetória de queda, de forma que o Copom possa reduzir os juros no segundo semestre do ano que vem.

Leilões do Tesouro Nacional

Vencimentos de debêntures da próxima semana

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