IBOVESPA 2,0% | 114.984 Pontos
CÂMBIO -2,3% | 5,54/USD
O que pode impactar o mercado hoje
O Ibovespa fechou em alta de 2,0% nesta quinta-feira (11), a 114.984 pontos, após o plenário da Câmara dos Deputados aprovar em segundo turno o texto-base da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) Emergencial, e na esteira da aprovação do pacote de estímulos de US$ 1,9 trilhões assinado pelo presidente dos Estados Unidos, Joe Biden. Enquanto isso, o dólar comercial fechou em queda de 2,3%, a R$ 5,54, seguindo também vendas de swaps cambiais pelo Banco Central.
Já as taxas futuras de juros fecharam o dia de ontem em queda nos vencimentos mais longos e em alta nos curtos, levando à perda de inclinação. Após divulgação do IPCA de fevereiro acima das expectativas, os agentes passaram a apostar ainda mais no início de aperto monetário já na próxima reunião do Copom, puxando as taxas mais curtas. Somado a isso, no vencimentos longos o alívio veio com a percepção de que reformas estariam avançando no governo e casas legislativas, o que reduziria o risco fiscal. DI jan/22 fechou em 4,13%; DI jan/24 encerrou em 6,89%; DI jan/26 foi para 7,64%; e DI jan/28 fechou em 8,10%.
Nessa sexta-feira, mercados globais amanhecem negativos, entregando parcialmente os ganhos da semana (EUA -0,7% e Europa -0,5%) após novo fechamento recorde do S&P 500 na quinta-feira. A volatilidade no mercado de juros deve continuar com as perspectivas de reabertura econômica, especialmente após aprovação do pacote de estímulos, com anúncio de americanos recebendo cheques de US$ 1,400 já no fim de semana. Em pronunciamento para marcar sua primeira vitória no Legislativo, Biden também anunciou novas metas para vacinação, como elegibilidade de todos os adultos até maio, e afirmou que o país pode iniciar a volta à ‘normalidade´ a partir de julho devido à eficiência do programa de vacinação.
Enquanto isso, na Zona do Euro, a presidente Christine Lagarde afirmou ontem que o Banco Central Europeu (BCE) pode aumentar o ritmo de compra de títulos, se o aumento dos juros dos títulos comprometer a estabilidade financeira. O mercado se pergunta se o Fed dos EUA também se moverá nessa direção. Até agora, nenhuma sinalização, pressionando a elevação dos juros dos títulos do Tesouro dos EUA de 10 anos — hoje em 1,61%, o nível mais alto desde o início da pandemia.
No Brasil, depois de três dias inteiros de sessão, a Câmara concluiu a votação da PEC Emergencial, que, segundo entendimento do presidente da Câmara, Arthur Lira, pode seguir direto para promulgação – ainda que a decisão final caiba à presidência do Congresso, exercida pelo senador Rodrigo Pacheco. A promulgação permitirá a edição das medidas provisórias para o pagamento da nova rodada de auxílio emergencial. O texto foi aprovado conforme o acordo bancado pelo governo, com a supressão de dois trechos que vedavam a promoção e a progressão de carreira de todos os servidores em caso de calamidade ou emergência fiscal. Os outros destaques foram todos mantidos, inclusive sobre o plano de redução de subsídios, após o acerto sobre os agentes públicos e promessa do governo de não alterar a lei da informática.
Na seara de indicadores, a inflação medida pelo IPCA ficou bem acima das expectativas no resultado referente a fevereiro, em 0,86% (XP: 0,66%; BBG 0,72%). A surpresa de alta, porém, concentrou-se principalmente em dois itens: gasolina e cuidados pessoais (0,18 pp acima da nossa projeção). Mantemos nossa previsão de 4,90% para 2021.
Na agenda do dia, o destaque no Brasil fica para a divulgação pelo IBGE das vendas no varejo de janeiro. Já no cenário internacional, haverá divulgação do PPI de fevereiro dos EUA. O indicador de inflação é menos importante que o IPC para o mercado de títulos, mas pode indicar pressões inflacionárias no futuro.
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Internacional

- Política internacional: Biden sanciona pacote de estímulos e marca vitória no Legislativo
- Tesouro americano de 10 anos: Quais os impactos para as Ações Globais?
Acesse aqui o relatório internacional
Empresas

- Tenda (TEND3) – 4T20: Resultados Fortes e Nova Parceria Anunciada
- brMalls (BRML3) – 4T20: Resultados melhores, mas desafios de curto prazo devem continuar ditando a performance
- Petrobras (PETR4): Assembleia para eleger novos membros do Conselho de Administração é marcada para 12 de abril
Veja todos os detalhes
Internacional
Política internacional: Biden sanciona pacote de estímulos e marca vitória no Legislativo
- Em pronunciamento para marcar sua primeira vitória no Legislativo, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, anunciou a sanção do pacote de estímulos à economia de USD 1.9 trilhão. Segundo a Casa Branca, americanos podem receber cheques de USD 1,400 no fim de semana;
- O líder democrata anunciou ainda novas metas para vacinação, como elegibilidade de todos os adultos até maio, e afirmou que o país pode iniciar a volta à ‘normalidade´ a partir de julho devido à eficiência do programa de vacinação – 98.2 milhões de doses já foram aplicadas nos EUA. Apesar de especialistas indicarem que a meta já estava em discussão, o discurso deve gerar impacto positivo para Biden;
- Conforme já escrevemos por aqui, a próxima prioridade do governo americano é um pacote de infraestrutura.
- No lado das relações internacionais, a China pediu aos EUA “respeito mútuo” após duras críticas da Casa Branca à nova lei eleitora de Hong Kong que impede candidatura que não sejam pro-China;
- E a União Europeia prorrogou norma que permite bloqueio de exportações de vacinas até junho em meio a tensões na região pela campanha.
Tesouro americano de 10 anos: Quais os impactos para as Ações Globais?
- A alta na taxa de juros do Tesouro americano de 10 anos foi o grande ponto de atenção dos mercados em fevereiro e trouxe impactos imediatos para as ações globais;
- Neste contexto, o valuation (avaliação de valor) de empresas focadas no rápido crescimento de receitas e que possuem múltiplos elevados, tende a ser mais penalizado;
- Este panorama ajuda a explicar a performance observada nos últimos trinta dias de empresas de tecnologia, como a NIO (-38%), Amazon (-8%), Tesla (-30%) e Apple (-12%), em comparação com a valorização de 2,8% do S&P 500 no mesmo período.
- Deste modo, o cenário observado no último mês intensifica o movimento de rotação à setores cíclicos e de valor, sensíveis à reabertura e retomada das atividades econômicas, que vêm ganhando força desde o segundo semestre de 2020, com o avanço da vacinação contra a Covid-19 globalmente.
- Clique aqui para ler a análise completa.
Empresas
Tenda (TEND3) – 4T20: Resultados Fortes e Nova Parceria Anunciada
- Tenda reportou fortes resultados referente ao quarto trimestre de 2020, impulsionado pelo forte desempenho de vendas. Os números financeiros apresentados ficaram em linha com nossas estimativas, com a margem bruta impactada negativamente pelo aumento dos custos de materiais. No balanço patrimonial, a companhia continua com sólida posição de caixa líquido e baixa alavancagem (-9,8% dívida líquida/PL). Ademais, ela continua apresentando evolução em seu modelo off-site (construção remota) com nova fábrica e certificação DATEC dentro do cronograma previsto da companhia e, ainda, anunciou uma parceria com a Tecverde. Por fim, a Tenda reiterou seu guidance de margem bruta e vendas líquidas, sugerindo um sólido ano de 2021. Reiteramos nossa recomendação de compra e preço-alvo de R$37,2/ação;
- A Tenda apresentou receita líquida de R$686 milhões (+5% contra o trimestre anterior e +21% contra o ano anterior), impulsionado pelo forte desempenho de vendas de R$795 milhões. Conforme esperado, a margem bruta ajustada foi negativamente impactada pelo maior custo de materiais e fechou o quarto trimestre em 31,5%. Por fim, o lucro líquido foi bastante em linha com nossas estimativas e atingiu R$72 milhões (+2% contra trimestre passado e -5% contra o ano anterior);
- No modelo off-site, a Tenda espera obter a certificação DATEC (documento de avaliação técnica que permite a companhia a operar no novo modelo) no primeiro semestre de 2021 e inauguração de sua nova fábrica no segundo semestre de 2021. Adicionalmente, a Tenda anunciou uma parceria com a Tecverde, a pioneira na construção woodframe no Brasil com mais de 10 anos de mercado, para acelerar sua curva de aprendizado. Para mais detalhes, acesse nosso relatório.
brMalls (BRML3) – 4T20: Resultados melhores, mas desafios de curto prazo devem continuar ditando a performance
- Os resultados do quarto trimestre de 2020 da brMalls (BRML3) foram ligeiramente mais fortes do que os nossos números, impulsionado pelos resultados operacionais sólidos. A companhia operou cerca de 92,8% da sua capacidade, o que refletiu na continuidade da recuperação das vendas nas mesmas lojas e alugueis nas mesmas lojas. A taxa de ocupação permaneceu relativamente estável em 96%, uma vez que as atividades de locação mais fortes no trimestre impediram um maior aumento da vacância. No balanço patrimonial, a companhia apresentou leve geração de caixa de R$27 milhões, levando a uma alavancagem de 4,6x dívida líquida/ebitda;
- A brMalls apresentou recuperação dos números operacionais após a flexibilização dos horários de funcionamento ao longo do trimestre. Sua capacidade operacional atingiu 92,8% no quarto trimestre de 2020, com vendas nas mesmas lojas de -16,3% (+16,3 p.p acima do trimestre anterior), alugueis nas mesmas lojas de -16,6% (+23,5 p.p acima do trimestre anterior) e custo de ocupação de 9,5% (-50 bps ano contra ano e -100 bps trimestre contra trimestre). A inadimplência líquida continuou em queda e atingiu 5,5% (220 bps abaixo do trimestre anterior). Sua taxa de ocupação atingiu 96% (+50 bps trimestre contra trimestre) após forte atividade de locação durante o trimestre;
- Apesar de superar ligeiramente nossas estimativas, não vemos como um catalisador para a ação, pois esperamos que o fluxo de notícias negativas sobre possíveis restrições mais rígidas à atividade comercial em todo o país em razão do aumento de casos do coronavírus permaneça nos holofotes no curto prazo, o que deve continuar trazendo volatilidade às ações. Com isso, mantemos nossa visão conservadora sobre o nome e nossa recomendação neutra e preço-alvo de R$10,7/ação. Para mais detalhes, acesse nosso relatório;
Petrobras (PETR4): Assembleia para eleger novos membros do Conselho de Administração é marcada para 12 de abril
- Na última quinta-feira (11/03) a Petrobras informou, via comunicado ao mercado, que agendou para 12 de abril a próxima Assembleia-Geral Extraordinária (AGE). Adicionalmente, na mesma assembleia será realizada a eleição de oito membros do Conselho de Administração anunciados esta semana, após indicações do Ministério de Minas e Energia (MME) e Ministério da Economia. Por fim, será realizada a eleição do Presidente do Conselho;
- O general Joaquim Silva e Luna, indicado pelo presidente Jair Bolsonaro para a posição de Presidente da companhia em substituição a Roberto Castello Branco, também deverá passar por eleição como membro do Conselho de Administração, condição para assumir a presidência da Petrobras. Depois de eleito conselheiro, Silva e Luna deverá ser conduzido à presidência da Petrobras na AGO do dia 14 de abril;
- Os nomes já conhecidos que foram indicados para a função de Conselheiros de Administração a serem deliberados na próxima Assembleia Geral Extraordinária são: Eduardo Bacellar Leal Ferreira, Joaquim Silva e Luna, Ruy Flaks Schneider, Márcio Andrade Weber, Murilo Marroquim de Souza, Sonia Julia Sulzbeck Villalobos, Cynthia Santana Silveira e Ana Silvia Corso Matte, todos indicados pelo acionista controlador, além de Leonardo Pietro Antonelli, indicado por minoritários;
- Mantemos recomendação de venda nas ações da Petrobras, com preços-alvo de R$24/ação para PETR4/PETR3.

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