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Privatização de Eletrobras anima mercado, mas possível fatiamento da PEC Emergencial preocupa; resultados de Petrobras e Rede D’Or em foco

Tudo o que você precisa saber sobre os mercados nacional e internacional, com análises econômicas e políticas sobre fatos que podem impactar seus investimentos.

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IBOVESPA 0,4% | 115.668 Pontos

CÂMBIO -0,5% | 5,42/USD

O que pode impactar o mercado hoje

O Ibovespa encerrou o dia de ontem em alta de 0,38%, fechando em 115.667 pontos, num pregão marcado pela possibilidade de avanço na privatização da Eletrobras após a interferência do governo na Petrobras. Já o dólar comercial, fechou em queda de 0,4%, cotado a R$ 5,4207 na venda, seguindo o desempenho mais fraco da moeda americana frente a uma cesta de moedas globais.

Enquanto isso, as taxas futuras de juros fecharam o dia em alta, seguindo o comportamento da curva de juros americana, que vem inclinando e teve o vencimento de 10 anos atingindo seu pico do ano, de 1,42%. Além disso, no cenário local o mercado reagiu negativamente a indicações de que a PEC Emergencial poderia ter sua discussão fatiada, ampliando a percepção de risco fiscal. DI jan/22 fechou em 3,5%; DI jan/24 encerrou em 6,37%; DI jan/26 foi para 7,37%; e DI jan/28 fechou em 7,91%.

Nessa quinta-feira, mercados globais amanhecem sem movimentos expressivos (EUA -0,1% e Europa +0,1%) enquanto os investidores esperam por novos dados da economia americana, como a segunda estimativa do PIB e os pedidos semanais de auxílio desemprego. O vice-presidente do Fed (Banco Central dos EUA), Richard Clarida, assegurou ontem que a instituição continuará expandindo seu balanço até atingirem “muito progresso”. A fala veio em linha com o que o presidente do Fed, Jerome Powell, havia dito em discurso realizado na terça-feira. Destaque do dia para as commodities cobre e alumínio, que alcançam o maior patamar desde 2011.

No Brasil, o Presidente Bolsonaro sancionou ontem a lei de garante autonomia ao Banco Central. A mudança tende a reforçar a credibilidade da política monetária, contribuindo para o controle da inflação. Já inflação medida pelo IPCA-15 veio levemente acima de nossas expectativas, em 0,48% em fevereiro. As maiores surpresas de alta vieram dos produtos industriais, que seguem pressionados em meio aos efeitos da desvalorização do real e do descasamento entre oferta e demanda.

No campo político econômico, jornais dão destaque à privatização da Eletrobras, na qual o governo espera arrecadar R$25 bilhões, e ao encaminhamento que será dado à PEC Emergencial dado que existe a possibilidade de fatiamento da proposta. Sobre a privatização, o secretário de desestatização, Diogo Mac Cord, diz que mais R$25 bi serão destinados à CDE em 10 anos para abater custos de subsídios embutidos na tarifa; paralelamente, ele aguarda a aprovação da PLS 232 (novo marco do setor elétrico), que reduz descontos tarifários embutidos nas contas de luz. Ainda ontem, Bolsonaro foi à Câmara com Paulo Guedes e Fábio Faria (Comunicações) para entregar projeto que permite privatização dos Correios.

Do lado das empresas, Petrobras e Rede D’Or divulgaram seus resultados para o 4° trimestre de 2020 (4T20):

i) Temos uma avaliação neutra do desempenho da Petrobras no 4T20, dado que os números do EBITDA ajustado vieram em linha com nossa expectativa, mas abaixo dos números do consenso de mercado. Notamos que as condições atuais que a empresa está situada são completamente diferentes das do 4T20. Nesse sentido, notamos que os resultados da Petrobras no 4T20 já são uma ilustração da nossa tese. Com base em nossas análises, a companhia não está praticando preços de diesel inteiramente alinhados à paridade de importação desde meados de novembro-dezembro de 2020. Acreditamos que tal prática de preços já se manifestou nos resultados do segmento de refino no 4T20, com a margem bruta do segmento recuando. Em nossa opinião, os riscos de uma política de preços disfuncional não devem ser minimizados. Confira a análise completa em nosso relatório.

ii) A Rede D’Or divulgou resultados operacionais muito fortes no 4T20, superando as nossas estimativas e o consenso de mercado, impulsionados por uma receita líquida robusta, que refletiu uma combinação de: i) leitos operacionais mais altos, ii) taxa de ocupação mais alta e iii) ticket médio mais alto. O forte conjunto de indicadores operacionais reforça nossa visão positiva sobre a Rede D’Or e, com isso, reiteramos nossa recomendação de Compra com preço alvo de R$85/ação. Confira a análise completa.

Por fim, na agenda do dia, destaque no cenário internacional para dados semanais de seguro desemprego e a segunda divulgação do PIB do 4° trimestre de 2020 nos EUA. No Brasil, dados de crédito de janeiro às 9:30 e resultado do Tesouro Nacional também de janeiro às 14:30 (est. R$39,4 bi).

Tópicos do dia

Agenda de resultados

AmBev (ABEV3): antes da abertura
Vale (VALE3): após o fechamento
Localiza (RENT3): após o fechamento
BRF (BRFS3): após o fechamento
Temporada de Resultados do 4° Trimestre – O que esperar?
Calendário do 4T20

Clique aqui para saber mais

Internacional

  1. Política internacional: Biden pede revisão de cadeias de suprimentos críticas em nova jogada contra a China
  2. Petróleo: Aumento no estoque dos EUA acima do esperado pelo mercado
    Acesse aqui o relatório internacional

Empresas

  1. Petrobras (PETR4): Resultados do 4T20 com diversos efeitos não recorrentes, e que não refletem cenário atual; Mantemos Venda
  2. Rede D’Or São Luiz (RDOR3) – 4T20: Quando saúde é riqueza; reiteramos a Compra
  3. AmBev (ABEV3): resultados sólidos no 4º trimestre favorecidos por R$ 4,3bi de créditos tributários
  4. Grupo Pão de Açúcar (PCAR3): Compre um, leve dois; mas a oferta é limitada para essa semana
  5. Ultrapar (UGPA3): Resultados do 4T20 abaixo do esperado, esperamos reação negativa
  6. SulAmérica (SULA11): Efeito chicote | Revisão do 4T20
  7. AES Tietê (TIET11): Resultado do 4T20 abaixo do esperado em uma base recorrente


Veja todos os detalhes

Internacional

Política internacional: Biden pede revisão de cadeias de suprimentos críticas em nova jogada contra a China

  • Apesar de reduzida em tom, as tensões entre os EUA e China permanecem após a transição de governos nos EUA. O presidente americano, Joe Biden, assinou um decreto ontem pedindo que agências públicas revisem cadeias de suprimentos críticas em esforço para diminuir a dependência dos EUA na China. Em resposta, Beijing disse que a tentativa do democrata não era “realista” e teria efeito negativo sobre o comércio global;
  • No Congresso americano, Biden enfrenta novo desafio: falta de apoio por sua indicada para gestão e orçamentos (OMB), Neera Tanden, cujas fortes críticas do partido republicano e moderados democratas jogam em contra sua confirmação no  Senado;
  • Destacamos ainda que o chefe de gabinete de Biden, Ron Klein, afirmou que Kamala Harris deve respeitar a decisão do ‘parlamentar’ – assessora não-partidária do Senado que interpreta regras parlamentares – sobre a possibilidade de incluir o aumento do salário mínimo no processo de reconciliation, a manobra por meio de qual democratas procuram aprovar o pacote de estímulo na Câmara Alta. A assessora ouviu argumentos dos dois partidos e deve anunciar decisão nos próximos dias;
  • Na Alemanha, líderes dos partidos da coalizão de Angela Merkel disputam que será o próximo presidente do conselho econômico que assessora o governo, indicação de que as tensões internas crescem à medida que o país se aproxima das eleições – que devem ser realizadas em setembro.  

Petróleo: Aumento no estoque dos EUA acima do esperado pelo mercado

  • Ontem a Agência de Informação de Energia dos EUA (EIA) divulgou, em seu relatório oficial de fornecimento, um aumento no estoque de +1,285 milhões de barris contra expectativa de -5,190 milhões de barris, o que foi visto como negativo por indicar uma maior oferta em relação à demanda. Apesar disso, ontem a commodity encerrou o pregão em alta de +2,6% em US$67,04/barril;
  • Ainda no viés negativo, os estoques de gasolina nos EUA cresceram +0,012 milhões de barris, acima das expectativas de mercado de uma redução de -3,062 milhões de barris;
  • Nessa manhã de quinta-feira, o petróleo tipo Brent opera em território positivo, em alta de +0,46% em US$67,35/barril (Brent).

Empresas

Petrobras (PETR4): Resultados do 4T20 com diversos efeitos não recorrentes, e que não refletem cenário atual; Mantemos Venda

  • Ontem a Petrobras publicou seus resultados do quarto trimestre de 2020 (4T20). O EBITDA Ajustado da Petrobras no 4T20 foi de R$31,7bilhões, em linha com nossa estimativa de R$30,7 bilhões por uma diferença de +3,0%, mas -5,8% abaixo do consenso de mercado de R$33,6 bilhões (compilado pela Bloomberg);
  • Temos uma avaliação neutra do desempenho da Petrobras no 4T20, dado que os números do EBITDA ajustado vieram em linha com nossa expectativa, mas abaixo dos números do consenso de mercado. Por outro lado, acreditamos que o mercado verá com bons olhos a redução do endividamento no trimestre. Recomendamos a investidores cuidado ao se pautarem em manchetes a respeito dos resultados da Petrobras devido à necessidade desse filtrar diversos efeitos não recorrentes dos resultados, conforme mostramos em nosso relatório (link);
  • Independente da interpretação do mercado sobre os resultados da Petrobras, notamos que as condições atuais que a empresa está situada são completamente diferentes das do 4T20. Nesse sentido, notamos que os resultados da Petrobras no 4T20 já são uma ilustração da nossa tese. Com base em nossas análises, a companhia não está praticando preços de diesel inteiramente alinhados à paridade de importação desde meados de novembro-dezembro de 2020. Acreditamos que tal prática de preços já se manifestou nos resultados do segmento de refino no 4T20, com a margem bruta do segmento recuando para 10.2% ante 13.4% no 3T20 (ou uma diferença de R$2,0 bilhões);
  • Em nossa opinião, os riscos de uma política de preços disfuncional não devem ser minimizados. Com base em nossa análise, o nível atual de defasagem dos preços do diesel geram um ônus de R$13,7 bilhões à Petrobras (-7,4% da nossa projeção de EBITDA), dividido entre menores margens sob combustíveis produzidos no parque de refino da companhia e importações à prejuízo. Mantemos nossa recomendação de Venda nas ações da Petrobras, com preços-alvo de R$24/ação para PETR4/PETR3;
  • Clique aqui para acessar o relatório completo

Rede D’Or São Luiz (RDOR3) – 4T20: Quando saúde é riqueza; reiteramos a Compra

  • A Rede D’Or divulgou resultados operacionais muito fortes no 4° trimestre de 2020 (4T20), superando as nossas estimativas e o consenso de mercado, impulsionados por uma receita líquida robusta, que refletiu uma combinação de: i) leitos operacionais mais altos, ii) taxa de ocupação mais alta e iii) ticket médio mais alto. O forte conjunto de indicadores operacionais reforça nossa visão positiva sobre a Rede D’Or e, com isso, reiteramos nossa recomendação de Compra com preço alvo de R$85/ação;
  • A receita líquida de R$4,17 bilhões, veio 31% acima de nossas expectativas e 22% acima do 4T19. Com isso, o EBITDA Ajustado de R$1,14 bilhão, superou nossas estimativas em 18% e o resultado do ano passado em 25%. O único destaque negativo ficou por conta do lucro líquido, que foi de R$303 milhões vs estimativa XPe de R$510 milhões, por conta de despesas financeiras e impostos mais elevados;
  • Os leitos operacionais chegaram a 7,4 mil vs nossa estimativa de 6,8 mil e 8% acima do patamar de 2019. A taxa de ocupação atingiu 77,6% no trimestre vs estimativa XP de 76,2% e ainda foi superior ao número do 4T19 de 73,8%. Parte dessa recuperação pode ser atribuída a uma demanda reprimida de procedimentos eletivos, que foram adiados ao longo do ano passado por conta da pandemia. De qualquer modo, os resultados foram impressionantes especialmente considerando-se a queda do índice de ocupação para 62% divulgado no 2T20 vs 82% no 2T19. Além disso, o ticket médio avançou 10% na comparação anual, superando em 14% nossas estimativas;
  • Outro destaque positivo foi o forte desempenho do segmento de oncologia, que ficou 54% acima das nossas estimativas e 34% superior ao 4T19, e vale destacar que o segmento se manteve estável ao longo do ano apesar da Covid-19;
  • A Rede D’Or registrou indicadores operacionais muito fortes no quarto trimestre, após um período difícil durante os estágios iniciais da pandemia e os resultados reforçaram nossa visão positiva, confirmando sua forte capacidade operacional com melhoria nos indicadores mais importantes: leitos operacionais, taxa de ocupação e ticket médio. Agora o foco se volta para a agenda de M&A que foi forte em 2020 (RDOR adicionou 1000 novos leitos, a mesma expectativa para 2021). Reiteramos nossa recomendação de Compra e nosso preço alvo de R$85/ação.

AmBev (ABEV3): resultados sólidos no 4º trimestre favorecidos por R$ 4,3bi de créditos tributários

  • A AmBev divulgou resultados sólidos no 4o trimestre de 2020 com EBITDA ajustado de R$ 8.937 milhões, aumento em parte devido ao aumento no volume vendido (+7.6% A/A) e aos preços mais altos (+5,3% A/A), mas também pelo reconhecimento de um crédito tributário de R$ 4,3 bilhões; analisando apenas o crescimento orgânico, o EBITDA normalizado teria sido de aproximadamente R$ 6.288mi, 3% abaixo das nossas estimativas;
  • Do lado operacional, Cerveja Brasil nos surpreendeu com crescimento de 12% A/A no volume, somado a uma boa performance na operação NAB (+7% A/A) e na América Latina Sul (LAS) com +6% A/A. Por outro lado, dados mais fracos na América Central e Caribe (CAC), com volume recuando 7% A/A, e resultado estável no Canadá (-1% A/A);
  • Acreditamos que a AmBev mais uma vez conseguiu mostrar sua resiliência em meio a um trimestre desafiador, superando seus pares ao conseguir aumentar a penetração de seu portfólio e potencialmente aumentar sua participação de mercado, enquanto suas marcas principais e sua notória excelência operacional continuam como pilares da empresa;
  • Perspectivas para 2021: a empresa afirmou que espera que seu CPV caixa por hectolitro aumente na casa dos 20% para Cerveja Brasil ao longo do ano; a AmBev também mencionou que o ano parece ter começado bem em termos de receitas, impulsionado por um crescimento de volume de cerveja acima de 10% até agora neste ano no Brasil, mesmo sem as festividades habituais de Carnaval;
  • Por fim, acolhemos com grande satisfação a iniciativa da AmBev de relatar seus KPIs ESG. Como já escrevemos várias vezes, acreditamos que a AmBev é uma das melhores empresas em termos de ESG em nosso universo de cobertura, especialmente no que se refere aos critérios Ambientais e Sociais, e acreditamos que isso ainda não foi totalmente precificado pelo mercado;
  • Em suma, como aqui acreditamos que crises são excelentes momentos para testar o desempenho de uma empresa, continuamos otimistas em relação à resiliência da AmBev e reiteramos nossa classificação de Compra com um preço-alvo de R$ 17,15 por ação. Clique aqui para acessar o relatório completo.

Grupo Pão de Açúcar (PCAR3): Compre um, leve dois; mas a oferta é limitada para essa semana

  • Com a aprovação da listagem das ações do Assaí e com as companhias tendo reportados seus resultados do 4T20 separadamente essa semana, nós trazemos uma análise mais detalhada das operações de cada companhia e perspectiva estratégica assim como uma análise de sensibilidade do potencial de valorização com a reavaliação após a cisão.
  • Nessa sexta-feira (26/fevereiro), depois do fechamento do mercado os acionistas do GPA vão receber ações do Assaí (ASAI3) na mesma proporção da sua participação no GPA. As novas ações vão negociar no Novo Mercado a partir de 1/março. Todas ações compradas/detidas de PCAR3 até essa sexta-feira terão direito de receber ações ASAI3 na mesma proporção. Geralmente, a reavaliação das ações acontece de forma rápida nesses tipos de eventos e, portanto, nós vemos a cisão como um evento para isso se materializar.
  • Nós reiteramos nossa recomendação de Compra em PCAR3 e preço alvo de R$103,0 por ação. Clique aqui para acessar o relatório completo,

Ultrapar (UGPA3): Resultados do 4T20 abaixo do esperado, esperamos reação negativa

  • A Ultrapar divulgou seus resultados do 4T20 em 24 de fevereiro, após o fechamento do mercado. O EBITDA ajustado de R$874,3 milhões ficou abaixo da nossa estimativa de R$916,8 milhões (-4,6%) e do consenso de mercado de R$957,7 milhões. Tal resultado refletiu uma combinação dos seguintes fatores: (i) resultados abaixo do esperado nas subsidiárias Ipiranga e Ultragaz que foram parcialmente compensados por (ii) melhores resultados na Oxiteno e Extrafarma e (iii) resultados em linha na Ultracargo;
  • Em primeiro lugar, destacamos como negativo a deterioração das margens EBITDA / m3 da distribuidora de combustíveis Ipiranga que veio R$ 75,7/m3 comparado a R$ 100,0/m3 do semestre anterior e com nossa estimativa de R$ 90,9/m3 para o 4T20. Na nossa visão, tal performance ilustra os níveis ainda elevados de competição do setor de distribuição de combustíveis, que acabaram por levar a uma redução estrutural de margens no segmento;
  • Destacamos também a continuidade de tendências positivas na Oxiteno que se beneficia com (i) os impactos positivos da desvalorização do Real e (ii) maior volume e melhor mix de vendas. Ressaltamos que a Ultrapar já anunciou, que está estudando alternativas estratégicas para a Oxiteno que incluem uma potencial venda da subsidiária. Assim sendo, não temos certeza se a reação do mercado aos resultados da Ultrapar no 4T20 atribuirá um grande peso à performance da divisão de petroquímicos;
  • Esperamos uma reação negativa do mercado aos resultados do 4T20 da Ultrapar, tendo em vista que o EBITDA Ajustado registrado no período ficou abaixo das nossas estimativas e do consenso de mercado. Temos recomendação Neutra nas ações da Ultrapar, com um preço alvo de R$22/ação. Clique aqui para acessar nosso relatório completo.

SulAmérica (SULA11): Efeito chicote | Revisão do 4T20

  • A SulAmérica postou um resultado aquém das expectativas de mercado para o quarto trimestre de 2020 (4T20), com lucro caindo 91% anualmente para R$ 43 milhões (vs. consenso de R$ 316 mn), implicando um retorno sob patrimônio líquido de 12% no trimestre (vs. 18% no 4T19);
  • As principais áreas que impactaram o resultado foram: i) sinistralidade, que aumentou 4.4 pontos percentuais no trimestre para 80% devido a uma combinação de aumento de internações por COVID-19 e a volta dos procedimentos eletivos por usuários; ii) resultado financeiro, que caiu 76% no trimestre para R$ 33 milhões; e iii) por fim, o índice de despesas administrativas piorou 0.9 ponto percentual anualmente e 3.3 pontos percentuais no trimestre para 10.7%;
  • Acreditamos que o mercado vá reagir negativamente aos resultados no pregão de hoje, porém reiteramos nossa recomendação de compra e preço-alvo de R$ 58, uma vez que: i) gostamos da seguradora no longo prazo; ii) acreditamos que este trimestre não deva ser tratado como recorrente; e iii) a retomada da economia deve gerar aumento de prêmios para a SulAmérica;
  • ESG. Na frente de ESG, a SulAmérica destacou sua inclusão nos índices: i) ICO2 (Índice Carbono Eficiente) da B3, que considera empresas transparentes quanto às práticas de gestão de gases de efeito estufa; ii) CDP Brasil de Resiliência Climática; e iii) Bloomberg Gender-Equality Index, que considera empresas que apoiam a igualdade de gênero. Além disso, a companhia também destacou sua confirmação no Sustainability Yearbook 2021 da S&P.

AES Tietê (TIET11): Resultado do 4T20 abaixo do esperado em uma base recorrente

  • Em 24 de fevereiro, a AES Tietê reportou EBITDA ajustado do 4T20 de R$ 220,3 milhões, abaixo de nossa estimativa de R$ 264,6 milhões (-15,3%). Os resultados refletiram principalmente uma menor margem bruta de contribuição (receitas menos custos de aquisição e transmissão de energia) de R$ 296,6 milhões em relação aos nossos R$ 370,8 milhões. Isso por sua vez reflete o impacto de elevados preços de energia no mercado de curto prazo e rebaixamento da garantia física da companhia dentro do Mecanismo de Realocação de Energia (MRE) devido ao cenário pressionado de condições de chuvas e reservatórios no período;
  • Destacamos que expurgamos de nossos cálculos de EBITDA Ajustado um ganho não recorrente e sem efeito caixa de R$ 947 milhões referente à renegociação do risco hidrológico conforme previsto na Lei 14.052 / 2020 (repactuação do risco hidrológico). Esse ganho foi a principal diferença por trás das diferenças entre o lucro líquido reportado de R$ 602,6 milhões e nossa estimativa de R$ 67,5 milhões;
  • Adicionalmente, a companhia aprovou uma distribuição de dividendos intermediários no montante de R$ 7,9 mihões, ou 0,0198/unit relativos ao 4T, o que significa um dividend yield de 0,12%. As ações serão negociadas ex-dividendos a partir de 02 de março de 2021. Com isso, foram pagos R$ 330,8 milhões de proventos em 2020 referentes ao exercício social do ano que resulta em uma relação de pagamento (payout) de 88% e dividend yield de 5,4% no ano;
  • Temos uma avaliação negativa dos resultados da AES Tietê no 4T20 dos resultados do 4T20, tendo em vista que vieram abaixo das nossas expectativas devido a condições hidrológicas deterioradas no período. Temos recomendação de Compra na AES Tietê, com preço-alvo de R$18/unit.
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